Em 15/03/2017 o Respeitável Irmão
Tristão Antônio Borborema de Carvalho, Loja Obreiros de Abatiá, 69, REAA,
Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Abatiá, Estado do Paraná, formula
a seguinte questão:
POSIÇÃO DO ESQUADRO
Ao colocar, no altar dos juramentos e
sobre o livro da lei, o esquadro sobre o compasso o vértice *maior* do primeiro
(do esquadro e sobre o ângulo de visão de quem está olhando para o oriente)
deve estar voltado ao lado direito (coluna do sul) ou ao lado esquerdo (voltado
para coluna do norte)? Isso tem algum significado ou ensinamento maçônico?
CONSIDERAÇÕES.
Antes dos esclarecimentos propriamente ditos,
os lados do Esquadro que formam a esquadria denominam-se “ramos”, assim como as
pernas do Compasso se denominam “hastes”.
Quanto à questão: essas especulações surgiram
quando alguns inventores e desavisados criaram um Esquadro para as Três Grandes
Luzes Emblemáticas com cabo e graduação, o que lhe deu por consequência os ramos
desiguais. Esqueceram esses inventores que o Esquadro que vai unido ao Compasso
sobre o Livro da Lei, não é um Esquadro operativo (o usado na construção), mas sim
um objeto emblemático, portanto desprovido de um ramo menor do que o outro e de
graduação, isto é, o emblemático possui ramos iguais.
Quanto ao Esquadro operativo, o com cabo e
graduação, é aquele que está representado e vai apenso ao colar como joia do
Venerável Mestre, levando-se em conta nesse caso que o Venerável é o Mestre principal
da Loja e detentor desse instrumento – bem como o Nível e o Prumo são as joias
representativas dos seus auxiliares imediatos (Vigilantes).
A diferença entre os dois instrumentos, em se
tratando da liturgia maçônica, se dá apenas para que ambos sejam reconhecidos
na sua finalidade, não havendo nada que autorize especulações exaradas pelos
adeptos do preciosismo ao mencionarem que um é o esquadro de pedreiro e o outro
o de carpinteiro.
Assim, o Esquadro que é um dos componentes
das Luzes Emblemáticas da Loja, não é o mesmo que é usado como instrumento de
trabalho, mais sim como um símbolo alegórico que só se completa se estiver unido
ao Compasso.
Além da grande alegoria que esses dois
instrumentos representam, as suas disposições sobre o Livro da Lei concebem o Grau
de trabalho da Loja.
Nesse sentido, como Luz Emblemática, o
Esquadro que vai unido ao Compasso sobre o Livro da Lei, autenticamente deveria
possuir ramos iguais, embora ainda possamos encontrar inúmeros rituais que não
observam essa regra e trazem equivocadamente esse emblema com ramos desiguais. Piorando
a situação, alguns desses rituais ainda cometem a desfaçatez de inverter os Esquadros,
isto é, o do Venerável com ramos iguais e o Emblemático com ramos desiguais
(coisas de pseudos ritualistas que só sabem copiar o ranço que está escrito em
alguns rituais anacrônicos).
É devido a essas bobagens que vivem surgindo dúvidas
relativas à como proceder com o lado maior ou menor do Esquadro na exposição
sobre o Livro da Lei, sendo que não existe nele ramo maior e menor,
simplesmente por se tratar de uma Luz Emblemática.
Dizem que a boca se entorta conforme o hábito
do cachimbo, então se o seu ritual em vigência é um daqueles que desatentamente
menciona um Esquadro de ramos desiguais sobre o Altar dos Juramentos e por cima
ainda não orienta para qual banda fica o ramo maior ou menor, penso que essa escolha
fica por conta do protagonista, pois tanto faz, já que não existe nenhuma
justificativa para esse procedimento, tanto olhando do Oriente para o Ocidente
como vice-versa.
Obviamente estamos falando do REAA, cuja
disposição dos instrumentos emblemáticos sobre o Livro da Lei é a de que o
Compasso tenha as suas hastes (pontas) voltadas para o Ocidente e o ângulo
interno do Esquadro (formado pela junção dos seus ramos) voltado para o lado do
Oriente.
Apenas a título de ilustração, sugiro uma
observação acurada nas gravuras autênticas da Maçonaria que se reportam ao
Esquadro e o Compasso unidos encontradas no universo maçônico. Vide como
a maioria do comprimento dos ramos do Esquadro nessas ilustrações é a de ramos
iguais (quando unidos ao Compasso).
T.F.A.
PEDRO
JUK
ABRIL/2017
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