Em 08/05/2017 o Respeitável Irmão
Marcelo Oliveira Falcão, Loja Caridade Palmense, 3.903, REAA, GOB-PR, Oriente
de Palmas, Estado do Paraná, solicita o seguinte esclarecimento.
ESQUADRO SOBRE O LIVRO DA LEI - POSIÇÃO
Por favor, me esclareça uma pequena
dúvida: o esquadro que temos, em nossa Oficina, para trabalharmos na abertura
do Livro da Lei, possui um ramo menor que o outro. Quando do posicionamento do mesmo,
na colocação sobre o Livro da Lei, o ramo menor deve ser orientado para a
direita do Irmão Orador, ou o contrário?
CONSIDERAÇÕES.
Embora esse Esquadro, tido como uma
das Grandes Luzes Emblemáticas devesse possuir ramos iguais (sem cabo),
justamente por ele não representar uma ferramenta operativa, mas sim um dos maiores
emblemas da Loja, o ritual de Aprendiz Maçom em vigência (2009) do GOB
equivocadamente ainda prevê o contrário.
Como ritual é para
ser cumprido, mesmo que ele possua alguns elementos contraditórios,
impreterivelmente adota-se o que nele estiver indicado. Assim, conforme
previsto na página 18 do ritual mencionado, à sua página 18, consta que: “Com o vértice voltado para o Ocidente e o
seu lado menor (o grifo é meu) voltado para o lado Norte, o Esquadro será
disposto sobre o Compasso”.
Pelo que exara o
ritual, o lado menor (sic), que
deveria corretamente ser denominado como “ramo”, fica disposto à esquerda do Orador
no momento em que ele estiver abrindo o Livro da Lei (coincide com o sua mão
esquerda), a despeito de que a Dignidade mencionada estará na oportunidade de
costas para o Ocidente. Em síntese é o lado Norte do Oriente se é que assim se
pode dizer.
Se bem compreendida
fosse a Arte, isso não importaria, pois se esse Esquadro Emblemático possuísse
ramos iguais não haveria nenhuma observação para tal.
Sem generalizar, infelizmente
os denominados “fazedores de rituais” que geralmente quase nada conhecem do
ofício e nem da história da Maçonaria (senão serem meros copistas), arrumaram
uma desculpa para mais essa invenção, justificando-a como que o lado menor
(ramo) do Esquadro, pasme, deva coincidir com o lado dos Aprendizes, o que é
pura bobagem, pois com o Livro da Lei corretamente colocado no Oriente, à
esquerda de quem o lê, o máximo que se poderia dizer é que está lá a cátedra do
Guarda da Lei e os assentos que coincidem com uma das paredes que contornam o
Oriente. Além do mais, os Aprendizes ficam mais à retaguarda e antes do Oriente;
ao Ocidente e no Topo da Coluna do Norte - que termina na balaustrada do
Oriente.
Na verdade esses
equívocos acabam perpetuando outros, pois a discussão voltará à tona no Segundo
Grau com outra altercação irrelevante, pois além do cabo do Esquadro, agora
ainda tem as hastes do Compasso que alimentam a dúvida sobre qual delas ficará
livre.
Dados esses
comentários e ao mesmo tempo justificando-os, o Esquadro de ramos desiguais (o com
o ramo menor sugerindo um cabo) é aquele conhecido por ser um instrumento de
trabalho operativo e deveria ser o que corresponde a joia do Venerável
Mestre, cujo cargo relembra a ancestralidade do Mestre da Obra de ofício à
época dos canteiros medievais, nossos antecessores. Então, em termos
simbólicos, existem entre os dois Esquadros diferenças que constroem uma parte importante
da liturgia maçônica. Um deles, o de ramos iguais, é o emblema da Loja, da
retidão e da ética que vai sobre o livro da Lei Moral junto com o Compasso. O
outro, o de ramos desiguais, é o que relembra do Ofício de cantaria e as
construções erigidas com pedras esquadrejadas – é o resultado.
Concluindo, não raras vezes
encontramos rituais invertendo procedimentos como se tudo fosse igual no
arcabouço doutrinário maçônico, o que não é bem assim. Existem detalhes sutis
que podem encontrar a chave para se desvendar a mensagem propagada (é a arte do
simbolismo). Note que na imensa maioria das gravuras e imagens de Esquadros
unidos aos Compassos encontrados no meio maçônico, deles o Esquadro possui
ramos iguais, já que esses instrumentos unidos representam a Loja e, quando
separados se constituem em instrumentos simbólicos de trabalho utilizados na
Loja.
T.F.A.
PEDRO JUK
JUNHO/2017
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