Em 10/08/2017 o Respeitável Irmão
Antônio Vaz dos Santos Filho, Loja Força e União Vale do Jiquiriça, 108, REAA,
Grande Loja do Estado da Bahia, Oriente de Mutuípe, Estado da Bahia, formula a
seguinte questão:
LUGAR DO ASSESSOR DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS
Solicito a seguinte informação: O Mestre que não é Instalado e é nomeado
para Assessor de Assuntos Estratégicos da Grande Loja tem direito o assento no
trono ao lado direito do Venerável Mestre.
CONSIDERAÇÕES.
Embora instalação de Mestre seja uma
cerimônia enxertada no REAA\ e na Maçonaria
brasileira e tenha paulatinamente se tornado prática consuetudinária por aqui,
o Mestre Maçom Instalado é inquestionavelmente apenas aquele que, sendo eleito
para dirigir uma Loja, tenha passado pelo cerimonial específico de Instalação.
Assim, um Mestre Maçom eleito é instalado na
cadeira do dirigente da Loja (Trono), cuja cadeira é única no Oriente do Templo.
Não raras vezes, entretanto, as Obediências têm
colocado por via legal cadeiras de honra ao lado do Trono ocupado pelo
Venerável e que são preenchidas em algumas ocasiões, geralmente pelo
Grão-Mestre e outras autoridades, inclusive até pelo ex-Venerável mais recente.
Tudo conforme a legislação e do ritual vigente.
Diga-se de passagem, que salvo a presença do
Grão-Mestre, o mais é mera filigrana criada para sustentar “vaidades” e
atrapalhar o Venerável Mestre na condução dos trabalhos.
Exceto o Grão-Mestre, que é o dirigente maior
de todas as Lojas da sua jurisdição e tem lugar no Altar de fato e de direito
ao lado do Venerável Mestre, no rigor da tradição ninguém mais deveria sentar
ao lado do Venerável (no mesmo nível do terceiro degrau que se assenta o
sólio).
Mas como nem sempre o correto é levado em
consideração, infelizmente e eu diria, até de modo desproporcional, inventaram
lugares para outras autoridades, além do Grão-Mestre (ou Grão-Mestres como é o
caso do GOB) no sólio.
O adjetivo “desproporcional” usado no
parágrafo imediatamente acima é porque muitas Lojas, além do Grão-Mestre e do
Venerável ainda agrupam um imenso número de cadeiras ao lado do trono para
satisfazer certos “egus vivendi”.
Assim, somando-se ao enxerto do título
distintivo do Mestre Maçom Instalado em um rito que originalmente não o possui,
já que na França (país de origem do REAA) instalação significa simplesmente
“posse” e, com ele ainda a visão distorcida de que Mestre Instalado é uma
espécie de grau, é que se construiu esse mito equivocado de que para se ocupar
as cadeiras, ou a “cadeirada”, além do Venerável e do(s) Grão-Mestre(s),
precise ser um Mestre Instalado.
Na realidade, nem uma coisa e nem outra.
Já que inventaram mais cadeiras além das que
de fato ali deveriam estar, a do Venerável e do(s) Grão-Mestre(s), os demais
ocupantes (autoridades) não necessitam ser instalados, até porque nenhuma
legislação maçônica prevê que para ser uma autoridade maçônica o maçom precise
ser um Mestre Maçom Instalado.
Sob esse prisma, e é o que eu entendo, a
“cadeirada vazia” pode ser ocupada por qualquer Mestre Maçom que na legislação
da Obediência possua um título que o considere como autoridade maçônica e que lhe
dê o direito de ocupar cadeiras ao lado do Venerável – tudo depende do que
prevê o Regulamento da Obediência.
Salvo se inventaram outra novidade, o que se
sabe é que instalado é apenas aquele já que tenha sido regularmente eleito para
dirigir os trabalhos de uma Loja, englobando-se aí o Grão-Mestre que é o
dirigente de todas as Lojas.
Então, se inventaram mais lugares (além dos
que são necessários) e se a “autoridade” tiver direito previsto, ela ocupa o
lugar ao lado do Venerável mesmo não sendo ela um Mestre Maçom Instalado.
Também se a cadeira de honra do Grão-Mestre
estiver vazia e a autoridade tiver o direito legal de ocupar aquele lugar, ele
necessariamente não precisa ser um Mestre Maçom Instalado.
Entretanto, é bom que se diga que tudo isso
não faz parte da verdadeira e tradicional Maçonaria. Deveria ser inaceitável
que em uma escola que ensina a aplicar a virtude da humildade, assuntos dessa
natureza ainda façam parte de discussões nas nossas lides e preencham páginas
dos nossos regulamentos e rituais.
Dando por concluído eu diria àqueles que gostam
de fazer do sólio um “poleiro de ostentações”: Vaidades de vaidades, disse o pegador; tudo é vaidade.
T.F.A.
PEDRO
JUK
OUT/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário