Em 19.04.2018 o Eminente Irmão
Lourival Mariano de Santana, Grão-Mestre Estadual do GOB-SE, Oriente de
Aracajú, Estado de Sergipe, apresenta algumas questões pertinentes ao GOB e
outras em relação aos reconhecimentos.
QUESTÕES DE RECONHECIMENTO
É com grande satisfação que volto a entrar em contato com você para mais
uma vez me servir dos seus conhecimentos.
Irei fazer um trabalho sobre a organização da maçonaria em geral no que
tange
à parte administrativa. Se o Irmão puder me ajudar neste sentido ou me
direcionar para outras fontes eu ficarei muito grato.
São os seguintes questionamentos:
1- O sistema tripartite existe só no GOB ou existe também em outras
potências?
2- Quando começou no GOB esse sistema?
3- Como funciona em outras potências no Brasil e mundo a fora?
4- Quantas potências existem no Brasil e quantas são reconhecidas?
5- Como se cria uma potência?
6- Por que a Grande Loja da Inglaterra tem o poder de reconhecimento?
7- Existe mais alguma potencia mundial com o mesmo poder da Inglaterra?
CONSIDERAÇÕES:
- Segundo
o que mencionam as autoridades do GOB, é apenas o Grande Oriente do Brasil
que possui essa organização, cuja qual é composta por três poderes
maçônicos, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Eu mesmo,
pessoalmente, desconheço se esse sistema é adotado por outras Obediências
ao redor do mundo.
- Sem
afirmar peremptoriamente, no GOB esse formato se consolidou desde o século
passado, entretanto eu sugiro ao Irmão que obtenha melhores informações a
respeito junto ao Poder Central.
- Isso
é particularidade de cada uma das Obediências. No Brasil, a COMAB e a CMSB
não conta com um Poder Central tal qual acontece no GOB, mas sim como uma
Confederação de Obediências Estaduais. A CMSB não adota o Poder
Legislativo. Fora do Brasil, sugiro ao Irmão que contate aquelas que lhe
forem convenientes e tenha delas diretamente essa resposta.
- Conhecidas
são aquelas oriundas do Grande Oriente do Brasil, no caso três, sendo as
Grandes Lojas Estaduais (CMSB) resultantes da cisão de 1927 e os Grandes
Orientes Independentes (COMAB) oriundos da cisão de 1973. A questão de
reconhecimento é um assunto muito delicado e que deixo essa informação
para que seja obtida junto ao Poder Central. Eu, particularmente tenho
apenas como autênticas no Brasil aquelas que surgiram do GOB, no
caso, as Grandes Lojas e os Grandes Orientes Independentes, o restante é para
mim, salvo raríssimas exceções, pura picaretagem.
- Uma
Obediência só pode ser criada se por ventura seguir os princípios de
reconhecimento de alguma outra Obediência que seja considerada regular.
Nesse sentido, a Obediência que irá reconhecer o nascimento de outra é
quem dará esses pontos de reconhecimento.
- Esse
tem sido, segundo alguns exegetas, um assunto contraditório. Se ela tem
esse poder de reconhecimento, provavelmente é porque ela assim se declarou
e as outras a aceitaram como Obediência com poder para reconhecer. No
tocante a Grande Loja inglesa, existe ainda o fator histórico e político
que envolveu a expansão inglesa pelo mundo, sobretudo no século XIX e início
do XX.
- Não
é bem uma questão de poder, mas o de se aderir ao reconhecimento. Muito
próximo à Grande Loja Unida da Inglaterra, existe o sistema das Grandes
Lojas Norte-americanas, a despeito de que, ao que parece, a Grande Loja Inglesa
não interferir no sistema norte-americano de Maçonaria, e vice-versa.
A questão pode ser subjetiva, pois qualquer Obediência pode se arvorar a
reconhecer outra, desde que a outra- se submeta a esse reconhecimento.
Esses são os poucos
comentários que me atrevo a proferir sobre esse assunto, já que essas questões
administrativas e de reconhecimento não me são muito atraentes, posto que eu prefiro,
sempre cumprindo a lei, me dedicar mais à filosofia, ritualística, liturgia e a
história das origens da nossa Sublime Instituição. Particularmente, penso que a
partir da Moderna Maçonaria, muitas inserções feitas a partir desses costumes
obedienciais acabaram, às vezes, por descaracterizar os verdadeiros propósitos
na Ordem. Vejo a Maçonaria como uma escola iniciática de razão e que objetiva o
aperfeiçoamento humano, enquanto que o resto, se o Irmão me permitir, eu
prefiro não comentar.
T.F.A.
PEDRO JUK
JUNHO/2018
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