segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

PALAVRA DE PASSE NO SEGUNDO GRAU - SIGNIFICADO


Em 01/10/2018 o Irmão Cícero Ramos, Companheiro Maçom, Loja Rui Barbosa, 3419, sem mencionar o nome do Rito, GOB-MT, Oriente de Sinop, Estado do Mato Grosso, apresenta o que segue:

PALAVRA DE PASSE NO SEGUNDO GRAU


Estimado Pedro tenho dois trabalhos para apresentar no grau de Companheiro. Um sobre Atos 20:34, sobre o trabalho do Apóstolo Paulo, já está pronto. Outro sobre a palavra שיבולת Shib\, como fiz hebraico, usei conhecimento adquirido das aulas, conversei com
os professores israelenses. Nesse sentido te escrevi pedindo auxílio, caso tenha algum material ou possa indicar livro para comprar, de modo a encorpar e trazer mais luz sobre a questão, agradeço.

CONSIDERAÇÕES.

A despeito do seu significado maçônico que corresponde à fart\ e abund\ (nnum\ ggr\ de tr\), essa alegoria é concebida, principalmente na Tábua de Delinear do Segundo Grau do Craft, onde a mesma aparece como uma esp\ de tr\ junto a uma queda d’água. Assim, essa palavra, que é de origem hebraica, tem sido comum ao segundo grau de quase todos os ritos da Moderna Maçonaria.
Na realidade, como Pal\ Pas\ ela cumpre o desiderato de explorar o nível de conhecimento daquele que aspira chegar ao topo da Esc\ em Carac\, ou a Esc\ Sin\ como também é conhecida.
Como Pal\ de Pas\, sua origem na Maçonaria está ligada diretamente à lenda que envolve um personagem denominado Jefté, cujo qual é encontrado no Antigo Testamento e que foi um dos Juízes de Israel (Juízes 12:7) por um período de seis anos.
Jefté viveu em Gileade e foi um membro da tribo de Gade. Quando da divisão das terras de Israel, a tribo de Gade (nome do 7º filho de Jacó) se assenhorou de regiões além do Rio Jordão, rincão então conhecido como a terra de Gileade. Jefté, segundo menciona a história bíblica, depois de ter sido expulso da casa de seu pai pelos seus meios-irmãos passou a viver em Tobe, localidade que ficava a leste de Gileade.
Com o advento na época da guerra dos amonitas contra os israelitas, os primeiros, por não ter no seu círculo nenhum valoroso guerreiro, foram buscar por meio dos seus anciãos, Jefté na terra de Tobe.
Segundo a história bíblica, após ter sido expulso de casa, Jefté teve em Tobe com homens levianos (Juízes 11.3), cujos quais logo não tardariam a se tornar soldados de um exercito liderado por ele. Embora Jefté tenha tentado estrategicamente estabelecer negociações com reinos vizinhos, no que não obteve sucesso, ele então partiu para a guerra invocando para ela a proteção de Deus oferecendo-Lhe pela vitória votos em sacrifício, obtendo com isso a volta triunfante da guerra.
A despeito de todos esses comentários, a Moderna Maçonaria retirou desse contexto bíblico, mas sem propósito religioso, a alegoria da palavra Shib\ como Pal\ de Pas\ do Segundo Grau. Em termos genéricos esse apólogo é geralmente contado da seguinte forma:
“A Pal\ Shib\ teve origem na época em que um exército dos efrainitas atravessou o Rio Jordão para combater Jefté, famoso general gileadita. Conta-se que essa contenda teve como pretexto a razão por não terem sido os efrainitas convidados da honra da guerra amonita. Entretanto, sua verdadeira causa foi à captura dos despojos de que em consequência dessa guerra, Jefté e seu exército tinha se apoderado. Explica-se que os efrainitas, embora tidos como um povo turbulento e sedicioso, só romperam as hostilidades em razão dos pesados insultos que lhes dirigiam os gileaditas. Daí jurarem exterminá-los. Jefté, contudo, tentou por todos os meios apaziguá-los; vendo, porém, que isso não era possível, avançou com o seu exército e, dando-lhes combate, derrotou-os colocando-os em fuga. No intuito de se precaver contra futuras agressões, assim como para tornar decisiva a sua vitória, Jefté enviou destacamentos para guardarem a passagem pelo Rio Jordão, por onde deveria forçosamente os insurretos fugir para o seu país. Com isso, Jefté deu ordens severas para que fosse executado qualquer fugitivo que por ali passasse e se declarasse como efrainita. Aqueles que se negassem a se identificar ou usassem esse subterfúgio seriam obrigados a pronunciar a palavra Shib\. Como os efrainitas, por defeito vocal, próprio do seu dialeto, não pronunciavam Shib\, mas Sib\, essa ligeira diferença de pronúncia fazia com que se descobrisse a sua nacionalidade, o que lhe custaria a vida. Dizem as Escrituras que morreram no campo de batalha e nas margens do Rio Jordão cerca de 42.000 efrainitas. Assim, a palavra Shib\ passou a servir como a palavra que distinguiria amigos de inimigos e, por conta disso, Salomão resolveu adotá-la como Pal\ de Pas\ dos Companheiros. Com isso, os nossos antigos Irmãos, depois de darem a Pal\ de Pas\ ao Irmão 2º Vig\, este então lhes dizia – passe Shib\. Só depois de dada essa permissão é que os Companheiros poderiam subir a Esc\ em Carac\ por 3, 5 e 7 degraus”.
Na Maçonaria, a interpretação dessa alegoria está na pronúncia certa da palavra o que, em primeira analise, significa que o Companheiro, para obter o seu aumento de salário deve antes conhecer a contento a Arte. É devido a isso que o Vigilante simbolicamente obsta a passagem daqueles que não comprovam a sua habilidade, o que, emblematicamente, só acontece se a Pal\ de Pas\ for transmitida nos conformes.
Literalmente isso implica que o maçom, aspirante ao terceiro grau, deve comprovadamente estar apto para atingir a Câmara do Meio no topo da Esc\ em Carac\ onde se encontra a Árvore da Vida. Obviamente que a sinuosidade da Esc\ se compara às agruras da vida onde o iniciado constantemente é chamado para superar os entraves e as dificuldades da sua existência.
Em síntese, Shib\ é a chave com a qual o iniciado um dia alcançará a Loja do Terceiro Grau. O topo da Esc\ é a plenitude maçônica, pois “A A\ M\ É C\”.
Sem a pretensão de revelar “segredos” e ser execrado pelos “puristas de plantão”, são essas a luzes que me são permitidas trazer até esse momento.


T.F.A.

PEDRO JUK


DEZ/2018

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