domingo, 16 de junho de 2019

DIÁCONOS


Em 22/02/2019 o Respeitável Irmão Cleidson Rodrigues Silva, Loja Aurora de Goiás, REAA, GOB-GO, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, apresenta o seguinte:

DIÁCONOS.


Para fins de conhecimento, pois, exerço o cargo de 1º Diácono, gostaria de saber do ponto de vista exotérico e ritualístico, o que o irmão puder me passar.
Desde já agradeço sua atenção e, vindo a Goiânia, faça-nos uma visita, ficaremos honrados com vossa presença.

CONSIDERAÇÕES.

Em linhas gerais, em Maçonaria o título de Diácono, haurido da Igreja, se refere ao oficial mensageiro.
A sua origem como oficial advém dos tempos da Maçonaria de Ofício (operativa) quando, devido a complexidade e o tamanho das obras (uma catedral, por exemplo) o Mestre da Obra e os seus auxiliares imediatos, “wardens”, mais tarde os Vigilantes, se serviam do ofício dos antigos “oficiais de chão”. Esses, na realidade eram mensageiros que traziam e levavam ordens, bem como zelavam pela organização dos profissionais que atuavam no imenso canteiro. Cabia a eles levar e trazer as comunicações que ocorriam entre os três dirigentes do canteiro de Obra (Harry Carr cita os “antigos oficiais de chão” no seu irretocável The Freemason At Work).
Com o advento da Moderna Maçonaria, esses antigos oficiais de chão passaram a ser designados por Diáconos, cuja função simbólica, em alguns ritos é a do mensageiro, enquanto que noutros como um experiente ajudante de ordens na liturgia maçônica.
No REAA, quando da transmissão da Palavra Sagrada que se dá na abertura e encerramento dos trabalhos, eles, como mensageiros, relembram o ofício de levar e trazer mensagens.
As suas joias distintivas, idealizadas pela figura de um pombo, representam o mensageiro em alusão àquele que partiu e voltou (influências religiosas – vide Noé e o Dilúvio no Antigo Testamento).
Já no Craft, sistema maçônico anglo-saxônico, os Diáconos têm mais a função de conduzir candidatos nas cerimônias iniciáticas, sobretudo como mensageiros experientes que administram partes da liturgia maçônica. Já na Maçonaria de origem francesa (latina) essa função é desenvolvida pelos Expertos (experientes), enquanto que os Diáconos representam os mensageiros do passado. Destaque-se que na Maçonaria latina geralmente é o Mestre de Cerimônias que trabalha como ajudante de ordens imediato, cujo ofício, dentre outros, é também o de servir o Venerável ajudando-o no encaminhamento e condução de documentos e livros entre as Dignidades e Oficiais da Loja – essa não é, como muitos pensam, função do 1º Diácono.
Cabe comentar que a transmissão da Palavra Sagrada entre os Diáconos, Vigilantes e Venerável simboliza bem o período operativo onde os cantos e aprumadas eram conferidos e comunicados, pelos Vigilantes ao Mestre da Obra. A transmissão da Palavra é uma espécie de alegoria que representa essa conferência “justa e perfeita”.
Deixo como indicação a leitura de uma Peça de Arquitetura minha que publiquei no em http://pedro-juk.blogspot.com.br , cujo título é “Bastões, Varas, Hastes. Instrumentos da Liturgia Maçônica”. Nele certamente o Irmão encontrará referência sobre o ofício dos Diáconos. No meu Blog o Irmão também encontrará muitos escritos que fazem alusão ao porquê da transmissão da Palavra entre os Diáconos e as Luzes da Loja.


T.F.A.

PEDRO JUK


JUNHO/2019

2 comentários:

  1. Dentro do tema, gostaria de saber como proceder no dia em que por acaso os Diáconos estiverem ausentes e não houver Mestres em loja o suficiente para que possam substituí-los, tendo em vista o auxilio dos mesmos para a transmissão da palavra sagrada?
    Ex: temos apenas em loja o Vem Mestre, os Vigilantes, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimônias e Cobridor Interno.

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    1. Com sete Mestres é possível. Durante a transmissão o Mestre de Cerimônias faz a vez temporária do 2º Diácono e o Secretário a do 1º. Obviamente que no Rito Escocês não deturpado, isto é, no original os Diáconos não portam bastão e nem há formação de pálio. T.F.A.

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