Em 30.01.2020 a
Secretaria Estadual de Orientação Ritualística (GOB) de uma unidade da
Federação apresentou a seguinte questão:
ESTRELAS
Recebi mais uma
consulta cuja resposta está fora do meu alcance e tomo a liberdade de buscar
socorro com o irmão: Aqui no Espírito Santo algumas lojas estão substituindo a
luz de vela das estrelas por iluminação elétrica (a pilha ou bateria).
Justifica-se, pois a ação do ar refrigerado apaga frequentemente muitas velas. Uma
Loja vai implantar esse sistema, mas quer usar as estrelas ao pé da letra. No
lugar de cada vela irá uma estrela de 5 pontas iluminada (provavelmente cor
laranja) e me perguntou se pode ser dessa forma. O que o eminente irmão me
orienta a responder?
CONSIDERAÇÕES.
É perfeitamente viável que na atualidade as velas,
nesse caso conhecidas como estrelas, sejam substituídas na ponta dos respectivos
bastões por outros elementos que produzam luz – por exemplo, uma pequena
lâmpada que se acende quando alimentada por uma pilha ou bateria.
Estrelas (conjunto de bastões com velas), nos Ritos
que adotam essa prática ritualística, assumem o nome genérico das luzes que são
trazidas na mão esquerda de cada componente da Comissão de Recepção. A função dessa
liturgia é a de iluminar a passagem.
Nesse caso, a estrela é sinônimo de luz e não necessariamente
deve ser um objeto de forma estelar com cinco ou mais pontas. Assim, reitero
que essas estrelas (velas ou pequenas lâmpadas) são apenas e tão somente elementos
que simbolicamente iluminam a passagem dos que adentram em determinadas ocasiões
no recinto. Desse modo elas não precisam ser literalmente representadas por estrelas
formadas por um determinado número de pontas. O mais importante é o que a sua
luz representa, não o formato estelar da lâmpada.
Cabe mencionar que a origem desse costume advém de
tempos antigos. Na realidade eram archotes ou tocheiros acesos que alguns Irmãos,
designados para tal, empunhavam para iluminar o caminho próximo à entrada do
recinto àqueles que chegavam para as reuniões. Nesse sentido, a Moderna
Maçonaria, através de alguns Ritos trouxe esse costume se fazendo valer não
mais de archotes ou tocheiros, mas de bastões com velas acesas no seu topo que,
além da emblemática iluminação do caminho, também sugerem as boas vindas fulguradas
àqueles que, de acordo com o protocolo de recepção, passam por essa cerimônia de
boas-vindas.
Assim, em se levando em conta o caráter
evolucionista da Ordem, é perfeitamente possível na atualidade também se substituir
as estrelas (velas acesas) por pequenas lâmpadas alimentadas por fontes
individuais de energia de modo a produzir o efeito luminoso, porém sem que
essas lâmpadas obrigatoriamente devam possuir o exato formato de uma estrela
tal como comumente ela é representada e ainda por cima com um determinado número
de pontas. Destaque-se que a função desse objeto de trabalho é o de produzir
luz para simbolicamente clarear a passagem.
Na liturgia maçônica dos ritos que adotam esse
costume, explica-se que o maior número de estrelas posicionadas sempre ao Norte
se deve à ideia iniciática de que o setentrião é mais escuro que o meridião,
daí maior número de luzes ficar em mãos da comissão sempre ao lado Norte.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
ABRIL/2020
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