terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

AUTORIZAÇÃO PARA DESFAZER O SINAL

 

Em 09.07.2020, por ocasião da palestra sobre Ritos, Rituais e Ritualística o Respeitável Irmão Edson Carlos Flessak, Loja Cavaleiros de Aço Sudoeste, 4.506, REAA, GOB-PR, Oriente de Marmeleiro, Estado do Paraná, fez a seguinte pergunta.

 

DESFAZER O SINAL

 

É permitido que o Venerável Mestre autorize a dispensa do Sinal no uso da palavra?

 

COMENTÁRIO.

 

Infelizmente existem práticas que nada contribuem para o desenvolvimento de uma liturgia e ritualística sadia. Uma delas tem sido esse costume que descansa sobre a lei do menor esforço quando um Venerável, rejeitando uma forma sensata e equilibrada,
fica constantemente a autorizar dispensa do sinal àqueles que estiverem fazendo o uso da palavra.

É verdade que dispensar alguém do sinal é uma prerrogativa do Venerável Mestre, contudo o que ele não pode é fazer disso um ato corriqueiro na Loja. Antes de tudo o Venerável Mestre deve se utilizar do bom senso para avaliar a real necessidade dessa dispensa, antes de agredir a disciplina litúrgica de um Rito que traz nos seus usos e costumes, por exemplo, a obrigatoriedade de que em se estando em pé em Loja aberta, fica-se à Ordem, isto é, com o Sinal de Ordem do grau composto.

Vale a pena mencionar que estar á Ordem significa estar pronto, preparado, ou à disposição pelos instrumentos imprescindíveis na construção (Esq, Nív e Prum). Todo esse significado pode ser encontrado no contexto simbólico dessa postura corporal.

No caso de necessidade premente de se permanecer sem sinal, então o Venerável Mestre poderá esporadicamente autorizar alguém a desfazer o Sinal, como por exemplo, ter às mãos um texto para leitura. Reitero, mas sem fazer disso uma atitude corriqueira e sem necessidade. Enfim, o Venerável deve ter discernimento para tal.

Vale a pena mencionar que é também de péssima geometria a atitude daqueles que pedem a dispensa do sinal. Essa percepção deve ser do Venerável que avalia a necessidade ou não de dispensa de sinal.

Outro aspecto é o disciplinar os discursos e falas prolixas de conteúdo rançoso e repetitivo que nada contribuem para a beleza dos trabalhos, mas que infelizmente às vezes podem ser vistos e ouvidos nas Lojas. Lembro que permanecer com o sinal por muito tempo é desconfortável. Desse modo, o desconforto abrevia os intermináveis “blá, blá, blá” (conversa desprovida de conteúdo) e o Secretário agradece por não ter que anotar as deletérias bazófias proferidas por alguns quando do uso da palavra.

Medindo-se pelo bom senso, a composição do sinal, além da sua importância no contextual simbólico da disciplina, também ajuda a conter os palavrórios cavos e desnecessários.

Concluindo, lembro que bom senso é um conceito utilizado na argumentação que está estritamente ligado às noções de sabedoria e de razoabilidade, e que define a capacidade média que uma pessoa deve possuir para adequar regras e costumes a determinadas situações.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

FEV/2021

4 comentários:

  1. No Rito de York do GOB não se faz o uso da palavra com o sinal feito. Desfaz antes de falar sem a necessidade de autorização do Mestre da Loja.

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    1. Atente para o texto e observe que eu não generalizei, contudo deixei claro que existem ritos que ficam à Ordem no momento da fala. Note também que o consulente pertence a uma Loja do REAA. Esse rito traz no seu costume o ato de se ficar à Ordem quando se está em pé. No Craft sabemos perfeitamente que essa prática não existe. Nele, aqui muito conhecido como York, o protagonista em pé, simula o p., faz o Sin. desfazendo-o pelo Sin. P. e se coloca de modo respeitoso para falar. Diferente da maioria dos ritos latinos, no York não se dica à Ordem para usar a palavra. No Rito de York não é uma questão de ser autorizado ou não, mas de uma prática não utilizada. T.F.A.

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  2. Sim, vi que o texto se referia ao REAA, fiz o comentário somente para ilustrar a diferença. Fraterno abraço.

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    1. Grato pelo comentário e obrigado pela visita e participação. Fraterno Abraço.

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