domingo, 3 de outubro de 2021

COLUNAS ZODIACAIS - RELAÇÃO COM O COMPANHEIRO E COM O MESTRE


Em 08/03/2021 o Respeitável Irmão Ângelo Tasso, sem mencionar o nome da sua Loja, REAA, GLMERJ (CMSB), Estado do Rio de Janeiro, formula a seguinte questão:

 

RELAÇÃO INICIÁTICA DO COMPANHEIRO COM O ZODÍACO

 

Querido irmão, novamente tive o prazer de assistir sua palestra (07/03/2021)

Se possível gostaria de ter acesso a explicação dada quanto a pergunta sobre o topo da Coluna do Norte (que já li em seu blog) mas quando o Irmão fala do companheiro envelhecendo indo em direção ao inverno e citando a exaltação em direção a luz....

A internet travou nessa hora e não sei se a gravação da palestra estará disponível no site lives maçônicas

 

CONSIDERAÇÕES.

 

O REAA, rito de origem francesa, mas que por razões históricas possui forte influência da Maçonaria anglo-saxônica, é um rito teísta e deísta ao mesmo tempo por essas circunstâncias.

É um rito solar que possui íntima relação doutrinária iniciática baseada nos cultos solares da Antiguidade. Debaixo desse perfil, o caminho iniciático de aprimoramento humano está associado à revolução anual do Sol e aos ciclos anuais da Natureza, o que se identifica
nas oficinas de trabalho (loja, templo) do REAA pelas Colunas Zodiacais correspondentes às constelações do Zodíaco que registram a passagem do Sol no seu trajeto em torno da Terra durante um ano (movimento de translação).

A divisão desses ciclos segue as constelações do Zodíaco agrupadas de três em três em quatro etapas, cujo início da jornada se dá a partir de Áries, 21 de março, primavera no hemisfério Norte.

Assim, cada grupo de três constelações pelas quais o Sol se alinha durante a sua passagem, marca sobre a superfície da Terra as estações do ano, opostas conforme o hemisfério. No caso, Áries, Touro e Gêmeos a primavera; Câncer, Leão e Virgem o verão; Libra, Escorpião e Sagitário o outono e Capricórnio, Aquário e Peixes o inverno.

Nesse contexto alegórico/iniciático, a Maçonaria, através do REAA, associa a vida desse novo homem (iniciado) aos ciclos da Natureza, ou seja, a sua infância e a adolescência ao Aprendiz na primavera e no verão, a juventude e o amadurecimento ao Companheiro no outono, e a velhice e fenecimento ao inverno.

Em linhas gerais é como a Natureza se comporta, renascendo na primavera e morrendo no inverno, época em que a Terra fica viúva do Sol.

Nota-se aí uma flagrante relação com os mitos solares e os cultos agrários, portanto, não à toa a Lenda do 3º Grau exprime a chave da iniciação ao representar o final da jornada (meia-noite) e o renascimento do Sol na primavera. Perceba-se que H, o personagem principal desse teatro iniciático é o próprio Sol.

Desse modo, o espaço de trabalho - a Loja, a Oficina - simula um lugar correspondente a um segmento retangular, sobre o equador terrestre, orientado no seu comprimento de Leste para Oeste e na sua largura de Norte para o Sul.

As Colunas B e J, marcam a passagem, sobre esse segmento, dos trópicos de Câncer e de Capricórnio. Note que tudo nesse contexto tem uma relação solar.

Assim, a Loja representa um segmento da superfície da Terra por onde ocorre a revolução anual do Sol. Produzindo as estações do ano, o Sol decreta o renascimento (primavera) e a morte da Natureza (inverno). Dentro desse teatro, está o iniciado concebendo seu aprendizado, aprimoramento e a sua maturidade. Nesse particular, o Companheiro representa a juventude e a fase adulta ao amadurecimento (outono), enquanto que o Mestre, maduro, se prepara para o seu fenecimento. No contexto iniciático, tal qual o Sol, ele revive como a fênix das cinzas no Oriente. Dos mitos dos cultos agrários, a semente morre para renascer e produzir bons frutos. É o ciclo da vida.

A Marcha do Mestre, por exemplo, tem por objetivo simular o movimento pendular do Sol que ora se projeta para o Sul até o tropico de Capricórnio (inverno no Norte) e ora para o Norte até o trópico de Câncer (verão no Norte). Aqui menciono sempre o Norte porque essa relação solar é para o hemisfério Norte, pois se tratando de Maçonaria, esta nasceu acima da linha do equador, em particular o REAA.

As Colunas Zodiacais, nos templos do REAA, marcam perfeitamente esse movimento por sobre as colunas do Norte e do Sul. Desse modo, as paredes Norte e Sul do ocidente do templo correspondem o “topo das Colunas” por onde passam os Aprendizes e os Companheiros. No topo do Norte entre as seis primeiras Colunas está a relativa à constelação de Câncer e entre às outras seis, no topo do Sul, está a relativa à constelação de Capricórnio.

É essa uma exposição sintética para a sua questão.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2021

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