Em 16.11.2021 o Poderoso Irmão Derildo Martins da Costa, Secretário Estadual de Orientação Ritualística do GOB-ES, Oriente de Vitória, Estado do Espírito Santo, apresenta as seguintes questões para o REAA
COLUNA DA HARMONIA, BATERIA SURDA, PELA BATERIA.
Aqui no Espírito
Santo a grande maioria das Lojas já operam segundo as orientações do SOR.
Alguma resistência surge de maçons mais antigos, mas nada que atrapalhe. Ao
longo do tempo perguntas vão surgindo e, em alguns casos, eu não sei responder.
Peço ajuda ao irmão para dirimir as três dúvidas a seguir para o REAA:
1.
Um Mestre de Harmonia queixou-se
comigo que em determinados momentos, como por exemplo entrada e saída do
Pavilhão Nacional, ele tem de estar à ordem e ao mesmo tempo operar o aparelho
de som. Me perguntou se, nesses casos ele é obrigado a estar à ordem ou
se pode
ficar sentado operando o som.
2.
Eu não tenho nenhuma orientação
formal sobre “bateria surda”. O que sei é “de ouvido” de maçons mais antigos,
sempre aplicada no fechamento da Loja em caso de luto. Um irmão me interpelou
dizendo que, segundo você, Pedro Juk, a bateria no grau 3 é sempre surda
justificando o luto inerente à sessão. Como o Cobridor do Grau não faz essa
referência e o 3º Grau ainda não foi revisado por você, peço sua orientação
para esse caso específico.
3.
Quando da abertura e encerramento dos
trabalhos em Loja um Venerável me disse que é errado o Venerável Mestre, participar
da bateria. Cumpre-lhe ficar à ordem e não a executar, posto que a bateria é para
ele (a mim, meus irmãos). Procede?
CONSIDERAÇÕES.
01. É um assunto de bom-senso para se
adequar a uma ocasião. Nesse sentido, se o equipamento de som da Loja exigir
nesse momento que o Mestre de Harmonia o opere sentado, nada mais natural que
ele assim o faça para cumprimento satisfatório do seu ofício.
02. Penso que há um mal-entendido. Tenho explicado que bateria surda, dada por
pancadas no antebraço vestido pelo paletó, geralmente ocorre nas sessões de
Pompas Fúnebres e a sua percussão abafada denota sentimento e dor pela perda de
um Irmão. Nesse sentido, tenho dito que em Câmara do Meio, por si só, a bateria
normal, dentre outros, também representa consternação e dor, mas também o
renascimento. Assim, meus comentários são os de que ambas as baterias, a surda
e a normal, conforme o contexto, têm “o mesmo significado”. Isso não quer
dizer que eu tenha afirmado que as baterias sejam também surdas nas sessões
ordinárias ou magnas de Exaltação. Minhas colocações são de significado,
mas não de prática propriamente dita. Vale mencionar que alguns autores
respeitados defendem que no 3º Grau todas as baterias deveriam ser surdas, mas
isso se dá sob o viés de interpretações deles e não uma prática consagrada. Desse
modo, reitero que bateria surda é comumente aplicada em sessões de Pompas Fúnebres,
não nas magnas de exaltação ou ordinárias, “embora” uma Câmara do Meio,
simbolicamente não deixe de ser também uma exortação ao fenecimento e ressurreição
do Mestre.
03. De forma alguma a saudação é ao Venerável Mestre. Nessa ocasião, o Sinal
e a Bat∴ são feitas em aclamação à Luz,
no caso, o Sol. Desse modo todos os presentes nos trabalhos executam e
exclamam, inclusive o Venerável Mestre. O termo “a mim, meus IIr∴” expresso no ritual,
em linhas gerais expressa um chamado do Venerável Metre para que todos, unidos
a ele façam a saudação, no caso, para o Sol (símbolo do esclarecimento e da
sabedoria). Por oportuno vale mencionar que esotericamente H∴ H∴ H∴, na abertura, é uma saudação ao Sol pelo momento de plenitude da Luz (início
dos trabalhos); no encerramento é a certeza de que o Sol voltará com a próxima
aurora, pois quanto mais escura é a madrugada, mais próximo está o raiar de um
novo dia. Esotericamente essa saudação não ocorre em Câmara do Meio porque o ambiente
simboliza o luto pela perda do Mestre (a morte do Sol no inverno). Assim, antes
de se ficar imaginando que é uma saudação para si próprio, seria bem mais
viável antes compreender a origem da exclamação H∴ e o seu significado. É uma saudação ao Sol que os árabes faziam no
solstício de inverno no hemisfério Norte. No REAA é uma prática advinda da Loja
Mãe Geral Escocesa criada na França em outubro de 1804 com a finalidade de
criar o primeiro ritual para o simbolismo do Rito.
T.F.A.
PEDRO JUK
Secretário Geral de Orientação Ritualística/GOB
http://pedro-juk.blogspot.com.br
NOV/2021
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