Em 03.07.2021 o Respeitável Irmão Higor dos Reis de Almeida, sem mencionar o nome da Loja, REAA, GOB-RJ, Oriente de Rio das Ostras, Estado do Rio de Janeiro, apresenta as dúvidas seguintes:
ESTRUTURA DA ATA
Desde já agradeço por compartilhar vosso e-mail em seu blog e sou fã de seu trabalho. É muito enriquecedor para nós e nossa Ordem. Sou Mestre Maçom do Oriente de Rio das Ostras, GOB-RJ, tenho 35 anos e fui iniciado na Ordem em 2008, exaltado no REAA em 12/2020, alguns meses antes de entrarmos em recesso devido a pandemia. Recentemente fui eleito Secretário de minha Loja, onde tenho algumas opiniões sobre como deveria ser uma ata de sessão maçônica, porém, observo que os Secretários antecessores redigiam suas atas da mesma forma como Irmãos do passado aprenderam e foram passando como herança até os dias de hoje. Percebo que eles narram exatamente fatos como discussão entre Irmãos, incluindo trocas de ofensas, etc. Como se fosse um depoimento policial ou algo
do tipo. Penso que discussões e pontos de vistas diferentes fazem parte de nossas vidas seja no mundo profano como na ordem. Desta forma, procuro hoje, pensar diferente e tentar mudar este aspecto em minha Loja, no que acredito ser certo para futuros Irmãos daqui a 10, 20 anos que lerão as atas e entenderem os assuntos debatidos e conclusão sobre os mesmos, sem narrativas de falas e discussões. Não localizei no RGF ou similar, até mesmo na estrutura do GOB, instruções em como deve ser uma ata de sessão, porém, encontrei no Livro do nosso Irmão, Tito Alves de Campos, Instrucional Maçônico, Grau de Mestre, alguns exemplos de atas que vão muito em favor do que penso. Desculpe me alongar, mas minha pergunta é se o Irmão saberia me dizer se existe algum procedimento ou modelo pelo GOB que devamos respeitar ou alguma sugestão de modelo oriundo de vossa experiência.
CONSIDERAÇÕES.
Uma ata,
por definição é o registro escrito no qual se relata o que se passou numa
sessão, convenção, congresso, etc. No nosso caso, numa sessão maçônica que
ocorre normalmente em Loja aberta.
Na
verdade, não existe oficialmente modelo específico para a redação de uma ata
maçônica, contudo ela deve ser construída ordenadamente seguindo o roteiro da
sessão, isto é, uma descrição clara, objetiva e sucinta dos períodos da
sessão.
Por
certo a ata tem que ter uma introdução constituída pela sua identificação,
data, Loja, tipo de sessão, etc. De resto é seguir o roteiro, mencionando
resumidamente a abertura ritualística conforme o ritual, etc.
Obviamente
que uma ata deve ser fiel aos acontecimentos, contudo sem exageros dados à
prolixidade. O Secretário deve usar do seu bom senso sem que a ata se torne confusa,
enfadonha e cansativa aos ouvidos alheios.
Entendo
que cada período deve ser descrito resumidamente, porém não perdendo o seu conteúdo.
Não há necessidade de relatos esmiuçados, valendo sim o resultado e não as
firulas das discussões e dos procedimentos.
Acho
de boa geometria que a Loja faça uma instrução a respeito para auxiliar o
Secretário na redação das atas da Loja, assim como também ensinar aos seus
obreiros a objetividade no uso da palavra, já que essa, quando mal usada, serve
como vetor para rechear a ata com intermináveis “blá, blá, blás” e repugnantes discursos
rançosos.
É bom
que se diga que as atas contam a história de uma Loja. Aliás, em Maçonaria é
comum que a ata seja conhecida pelo substantivo balaústre, já que esse
colunelo, junto com outros iguais, serve para sustentar uma travessa, corrimão
ou peitoril. É nesse sentido figurado de sustentar alguma coisa, no caso a
história da Loja, que o nome balaústre é mais apropriado para titular uma ata
maçônica.
Como
dito, é tudo uma questão de bom senso, não existindo, a priori, a necessidade
de se seguir um modelo específico para a sua redação.
T.F.A.
PEDRO
JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
DEZ/2021
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