quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

PANCADAS (BATERIA) NA PORTA DO TEMPLO

Em 03.06.2022 o Respeitável Irmão Eduardo Amaral Gomes, Loja Estrela Betinense, 2120, REAA, GOB-MG, Oriente de Betim, Estado de Minas Gerais, formula as questões seguintes:

 

PANCADAS NA PORTA

 

Solicito do douto Irmão, Mestre em Ritualística, alguns esclarecimentos, pois fazendo um trabalho maçônico sobre Cobridor Interno e Cobridor Externo, observei alguns pontos conflitantes na Literatura Maçônica:

1 – Quando na abertura da Loja o 1º Vigilante pergunta ao Cobridor Interno se o Templo está coberto, no REAA, este responde com 3 pancadas na porta, com a espada, de modo
ternário? Estas 3 pancadas são independentes do Grau em que a Loja esteja atuando, ou 1 pancada somente? Ou pancadas do Grau em que a Loja esteja atuando?

2 – Quando um Irmão retardatário chega e a porta está fechada, este dá 1 pancada, 3 pancadas ou pancadas do Grau em que provavelmente a Loja esteja atuando, na porta pelo lado de fora?

3 – Quando houver Cobridor Externo, desejando este entrar no Templo, dará quantas pancadas na porta pelo lado de fora? E como o Cobridor Interno responderá às pancadas, pelo lado de dentro?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

  1. As pancadas na porta são dadas de acordo com o grau em que a Loja estiver trabalhando. Note que no Ritual há duas situações nesse pormenor. Uma delas é estando a postos o Cobridor Externo. Nesse caso, o Cobridor Interno, sem se armar, dá na porta com o punho cerrado da sua mão direita as respectivas pancadas do grau pelo lado de dentro. De imediato, o Cobridor Externo repete a bateria, o que significa que há cobertura. Desse modo, o Cobridor Interno comunica ao 1º Vigilante conforme previsto.

A outra possibilidade (a mais comum) é a de que não esteja presente o Cobridor Externo. Nesse caso, agora armado, com a espada em ombro-arma, o Cobridor Interno se retira do Templo e faz a verificação. De retorno, após ter fechado a porta, nela dá com o punho da espada a respectivas pancadas do grau e logo a seguir comunica ao 1º Vigilante conforme previsto.

Destaco que todas essas orientações oficiais em vigência se encontram no SOR – Sistema de Orientação Ritualística do GOB (Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral). Confira na plataforma do GOB RITUALÍSTICA que se encontra na página oficial do GOB.

 

  1.  Procedimentos relacionados àqueles que chegam atrasados para os trabalhos não constam no ritual, justamente para não se regularizar o ato de se chagar atrasado.

Nesse interim qualquer bom ritual não traz em nenhuma das suas páginas esse assunto, pois admiti-lo oficialmente seria um desrespeito àqueles que rigorosamente chegam no horário marcado pelo calendário aprovado pela Loja.

Todavia não há como negar que em algumas circunstâncias o atraso existe. Nesse caso, então “recomenda-se” que não estando presente o Cobridor Externo, o retardatário, não importando o grau em que a Loja estiver trabalhando, deve dar na porta do Templo as três pancadas universais (do Aprendiz). De resto a Loja deve proceder na forma convencional para se admitir, ou não, a entrada de alguém.

Vale lembrar que se o momento não for propício para o ingresso, o Cobridor Interno deve repetir a tríplice bateria, o que nessa conjuntura significa que o atrasado deve aguardar. Recomenda-se nessa ocasião a não execução de qualquer outra bateria, a exemplo do imaginoso e inexistente “alarme” ou mesmo baterias subsequentes de outros graus. Depois de identificado o retardatário, em linhas gerais cabe ao Cobridor Interno ou ao 2º Experto comunicar o grau em que a Loja está trabalhando, depois de se certificar se o retardatário tem qualidade para ingressar.

 

  1. Nesse caso o Cobridor Externo deve aguardar o momento certo para ingressar, pois no caso do GOB, o ritual de Aprendiz do REAA (aplica-se também aos dois outros graus) é claro nesse particular.

Portanto, não está previsto nenhum pedido do Cobridor Externo para entrar. No momento adequado, conforme previsto no ritual e sem nenhuma “batucada” na porta, o Cobridor Interno o convida para entrar.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2022

2 comentários:

  1. Ir Pedro Juk,
    em sua resposta no ítem 2, e levando em consideração os "usos e costumes", eu pergunto:
    quando disse que o Cobridor Interno dá a tríplice bateria para que o retardatário aguarde - não seria apenas uma pancada? Pois, pelo que se praticava há muito, quando o Cobr Int repetia com a mesma bateria, era para informar que a Loja trabalhava em outro grau! Porém, entendo que para não ter as ditas "trocas de baterias", o Cobr dá apenas 1 pancada - aguarde - e o Diac. vai ao encontro e verifica a possibilidade deste retardatário participar.
    Saudações. Tfa

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    1. Caríssimo Irmão, como eu disse, não há nada de oficial nessa questão. Então procuro seguir as orientações que recebi da época do Castellani e do Xico Trolha. Eles sempre alegavam que essa bateria única não existia, até porque é uma batida profana. Em se estabelecendo a bateria de Aprendiz, evitam-se outras. Bem, nada disso é oficial, Também entendo que no REAA, quem faz verificações é o 2º Experto, justamente por ser um Irmão expert e do Sul, seu lugar é estratégico para a saída sem circulação. Já os Diáconos, somente atuam no REAA como partícipes da alegoria da transmissão da palavra que, nessa ocasião, nada tem a ver com telhamento. Fora da essência iniciática, conforme as Obediências, eles servem também à Guarda de Honra do Pavilhão, contudo, nada de iniciático ou esotérico nisso. Se somam nesse mister ao Mestre de Cerimônias porque estrategicamente tem seus deslocamentos facilitados na formação e desfazimento dessa escolta. T.F.A.

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