Em 23.03.2023 o Respeitável Irmão Rubens C. Batista, Loja Constância, 1147, REAA, GOB-SP, Oriente de Campinas, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte:
ASSENTO NO ORIENTE
Se possível, esclarecimentos sobre que tem direito a ocupar lugar no
Oriente da Loja Simbólica.
"Mestres Maçons, detentores da Comenda Dom Pedro I, com tratamento
de Sapientíssimo, tem direito de tomar assento no Oriente? Em caso, positivo,
qual seria o lugar correto?"
Acredito que tomam assento no Oriente:
Venerável
Mestre, as Dignidades do Orador e do Secretário, Mestres Instalados
(Veneráveis/Ex-Veneráveis) e Autoridades maçônicas, por fim os Oficiais que por
dever de ofício ali tomam assento – Primeiro Diácono, Porta Espada, Porta
Bandeira e Porta Estandarte.
Entendo
que Mestre Maçom, que tem *tratamento de
Sapientíssimo*, portanto, não é Mestre Instalado, não teria
direito de assento no Oriente, mas ficam aqui as dúvidas de alguns Irmãos!
Agradeço
suas orientações sobre este assunto! Logo, teremos muitos Irmãos nessa
situação!
CONSIDERAÇÕES.
Antes
de tudo eu gostaria de registrar que o Oriente da Loja não é exclusivamente lugar
para Mestres Instalados, até porque Mestre Maçom Instalado, conforme menciona o
Art. 42 do RGF é uma categoria especial honorífica concedida àqueles que
foram eleitos para exercer o veneralato de uma Loja. Portanto, Mestre Instalado
é o mesmo que um ex-Venerável e não um grau iniciático. O franco-maçônico
básico, conhecido como simbolismo, possui apenas e tão somente três graus,
Aprendiz, Companheiro e Mestre. Isso é ponto pacífico.
No contexto iniciático do REAA, o Oriente é reservado aos Mestres Maçons
porque ele simboliza o final da jornada de aperfeiçoamento, cabendo ao iniciado
antes passar pela cerimônia de Exaltação até alcançar o 3º Grau. Graças a isso
é que Aprendizes e Companheiros ocupam as Colunas do Norte e do Sul
respectivamente, ou seja, transitam apenas pelo Ocidente da Loja.
Historicamente, nos primórdios do simbolismo do REAA na França (1804),
não havia Oriente elevado e separado. No início o piso da Loja era todo no
mesmo nível. Isso só mudou com o advento das Lojas Capitulares, onde o Oriente
separado e elevado era reservado apenas àqueles que possuíssem o 18 grau, ápice
do Capítulo Rosa Cruz no escocesismo. Nessa conjuntura, o Athersata, dirigente
do Capítulo, era também o Venerável Mestre da Loja simbólica. Assim, o capítulo
ocupava o Oriente e o simbolismo ficava restrito apenas ao Ocidente.
Quando o sistema de Lojas Capitulares definitivamente desapareceu, no
final do século XIX e início do XX, o simbolismo passou a ocupar todo o espaço
da Loja, de tal maneira que o Oriente elevado e separado agora seria privativo
dos Mestres Maçons e, por extensão, dos Ex-Veneráveis (Mestres Instalados) e das
autoridades maçônicas, obviamente todos detentores do 3º Grau.
À vista disso, no caso de um Irmão com o tratamento de Sapientíssimo - que
certamente é um Mestre Maçom - ocupa lugar no Oriente junto às autoridades
abaixo do sólio, ou mesmo, conforme as circunstâncias, ocupando uma das duas
cadeiras de honra que ladeiam o trono - vide o Decreto 1469/2016 que regulamenta
a ocupação das duas cadeiras de honra que ladeiam o trono.
Ao finalizar, vale ressaltar que um Mestre Maçom da 5ª faixa (RGF,
Artigos 219 e 220), portador da Comenda D. Pedro I, também tem o tratamento de Sapientíssimo
Irmão, portanto ocupa o Oriente da Loja, mesmo que não seja efetivamente um
Mestre Maçom Instalado.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
http://pedro-juk.blogspot.com.br
JUL/2023
Muitos acham que MI é um grau superior ao grau de MM.
ResponderExcluirDe fato. Os que pensam assim estão redondamente enganados. Infelizmente muitos não sabem ainda que a Moderna Maçonaria Universal se constitui por apenas três graus. Essa fantasia de grau não existe. M. I é um título honorífico, nunca um grau iniciático. Obrigado pela visita.
ExcluirO tema está bem disciplinado no Artigo 28, V, da Lei 88/2006 do GOB.
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