Em 18/04/2023 o Respeitável Irmão Phelipe Gomes, Loja Jesus Sales de Andrade, 38, REAA, GOCE (COMAB), sem mencionar o Oriente, Estado do Ceará, apresenta as dúvidas que seguem:
ABORDAGEM DO DIÁCONO, SAUDAÇÃO E OUTROS.
Meu irmão estamos revisando a ritualística em
minha Loja. Tenho lido muito seu blog e minhas dúvidas são quanto a alguns
aspectos:
1º Qual a origem do Diácono abordar o Venerável Mestre e Vigilantes pelo lado direito e quanto a qual ouvir, receber ou repassar a palavra soletrada, silabada ou por inteiro?
2º O 1° Diácono no encerramento ao se dirigir
ao 1° Vigilante, quando passa por frente ao painel deve saudar ao Delta quando
cruza o equador da Loja?
3° Os Veneráveis devem em todas as sessões dos
graus simbólicos estarem com chapéu? Minha Loja no caso não utiliza a não ser
para reuniões de Mestres.
4° Os Irmãos que pedem a palavra no Oriente
podem fazer o uso da mesma sentados?
5° A forma de pedir a palavra, seria: Venerável
Mestre, 1° Vigilante, 2°Vigilante e demais Irmãos, ou deve-se seguir a citar
dignidades e autoridades?
CONSIDERAÇÕES:
Primeiramente eu gostaria de salientar que a
Loja deve seguir o previsto no ritual em vigência na sua Obediência. Por não o
possuir, darei as respostas que mais se aproximam da liturgia consagrada no
REAA.
1.
No REAA as Luzes da Loja são abordadas pela
direita, isto é, pelo ombro direito do titular (Venerável e Vigilantes). É
apenas uma questão de organização e praticidade.
No
caso do REAA, que possuí a liturgia da transmissão da Palavra Sagrada na
abertura e encerramento dos trabalhos, os Diáconos são os protagonistas
(mensageiros) diretos que atuam na transmissão que ocorre entre as Luzes da
Loja (Venerável Mestre e Vigilantes). Destaque-se que essa transmissão não tem
sentido de um telhamento, todavia é uma prática simbólica que remonta ao
passado operativo da Ordem quando os cantos das construções eram aprumados e nivelados
para o início dos trabalhos e conferidos no final de uma das suas etapas. Como a
Moderna Maçonaria é especulativa por excelência, os maçons não mais se utilizam
do Esq∴ e do Pr∴
para cumprir esse desiderato. À vista disso, adota-se a transmissão de uma
palavra que, se transmitida corretamente e de acordo com os costumes, simboliza
que os cantos estão de fato nivelados na sua base e aprumados na sua elevação.
Essa é a razão pela qual ocorre a liturgia dessa transmissão da palavra. Por
não se tratar de um telhamento (exame de um maçom), não existe durante essa transmissão
a troca de letras ou sílabas entre os interlocutores. Assim, no Grau de
Aprendiz, nessa ocasião quem transmite a palavra o faz dando-a diretamente soletrada
no ouvido do seu interlocutor, isto é, letra por letra. No Grau de Companheiro,
ela é transmitida diretamente, mas silabada, e no Grau de Mestre simplesmente
se transmite a palavra como ela é pronunciada. Já, quando se tratar de um
telhamento os procedimentos são outros e devem seguir as práticas descritas no Cobridor
do Grau.
2.
Não existe saudação ao Delta no REAA. É bem
verdade que alguns rituais até mencionam isso, contudo, tradicionalmente essa
reverência não existe. A saudação pelo Sinal é feita apenas ao Venerável Mestre
quando se ingressa e se sai do Oriente em Loja aberta, e às Luzes da Loja quando
da entrada formal em Loja - após a Marcha do Grau. Reitero, não há saudação ao
Delta em lugar nenhum da Loja, nem mesmo quando se cruza o eixo do templo.
3.
Originalmente, nas sessões magnas e ordinárias
dos graus 1 e 2 do REAA, apenas o Venerável Mestre se apresenta coberto com um chapéu
negro e desabado. No Grau 3, nas sessões magnas e ordinárias, o Venerável Mestre
e todos os demais Mestres Maçons se apresentam cobertos durante os trabalhos.
4.
Salvo quando o ritual determinar em contrário,
todos no Oriente têm o direito de falar sentado. Entretanto, é costume consagrado
que no Oriente a maioria dos Irmãos fale em pé. Assim, em se estando em pé,
fala-se à Ordem. Geralmente, os que mais falam sentados no Oriente são o Venerável,
o Orador e o Secretário. No Ocidente apenas falam sentados (salvo se o ritual
determinar de outra forma) os Vigilantes, já os demais, sem exceção, falam à
Ordem.
5.
Não se trata de pedir a palavra, mas o de usá-la
quanto autorizado e nos momentos previstos. Quem se dirige à Loja para usar a
palavra não está saudando ninguém, contudo se utiliza da forma protocolar
consagrada de se dirigir à assembleia. Assim, o usuário da palavra, se
autorizado, se dirige genericamente à Loja da seguinte forma: “Venerável
Mestre, Irmãos 1º e 2º Vigilantes, autoridades presentes, meus Irmãos...”
Essa é a forma mais recomendável pela sua objetividade, sem a necessidade de se
ficar nominando um a um o nome e cargo dos presentes. Isso, além de ser
desnecessário, esgota a paciência dos outros, que ficam a ouvir essas
intermináveis repetições.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
AGO/2023
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