sexta-feira, 29 de novembro de 2024

AS TRÊS JANELAS DO PAINEL - REAA

 

Em 19/03/2024 o Respeitável Irmão Moacir Santos, Loja Aurora de Goiás, 1393, REAA, GOB-GO, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, apresenta a dúvida seguinte:

 

TRÊS JANELAS

 

Gostaria de uma ajuda se possível. Estou fazendo um trabalho na minha loja sobre as três janelas no painel do grau de Aprendiz. O Ir indica algum livro ou material sobre? Nas minhas pesquisas estou encontrando pouco material.

 

CONSIDERAÇÕES:

 

Para se falar das três janelas é preciso antes que se compreenda o misticismo religioso haurido dos cultos solares da antiguidade no contexto da Moderna Maçonaria.

À bem da verdade, as três aberturas (janelas) que aparecem nos painéis das Lojas, marcam a marcha aparente e diária do Sol.

                           Nesse sentido, os ritos maçônicos de vertente latina, que são oriundos do hemisfério Norte, apresentam estas três aberturas no lado Sul do seu painel da Loja. Aparecem ao Oriente, Meio-Dia e Ocidente para representar as aberturas por onde passa a luz.

Ficam ao Sul porque, sob o ponto de vista do Norte (onde nasceu a Maçonaria), o Sol aparentemente percorre, em boa parte da sua eclíptica, um caminho sobre o hemisfério Sul. É como se o Sol durante seis meses se deslocasse do setentrião para o meridião até alcançar o seu ponto máximo de declinação (trópico de Capricórnio). É por esta razão que o Sul aparenta ser mais iluminado do que o Norte. É por esse caráter figurado de luz plena que o Sul é também chamado de Meio-Dia.

Graças a este deslocamento aparente é que ocorrem os solstícios, neste caso, o de verão ao Sul, simultaneamente ao de inverno no Norte.

Como o Sol é um elemento simbólico assaz importante para o misticismo iniciático da Maçonaria, e em particular dos seus ritos solares, a observação da sua mecânica celeste é feita sempre de quem do Norte vislumbra o Sul. Esta á a razão do porquê de as janelas (aberturas) aparecerem sempre no lado Sul do painel.

Outros comentários a respeito poderão ser encontrados no Blog do Pedro Juk – http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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NOV/2024

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

PEDRA, CEDRO DO LÍBANO E OURO - CÍRCULO ENTRE PARALELAS TANGENCIAIS - DECORAÇÃO DO TEMPLO

Em 19.03.2023 o Respeitável Irmão Tiago Schenkel, sem mencionar o nome da Loja, Rito, Obediência, Oriente e Estado da Federação, apresenta a dúvida seguinte:

 

DECORAÇÃO DO TEMPLO.

 

Estava lendo uma peça vossa sobre a decoração do Templo e surgiu uma dúvida, a qual nunca houvera escutado sobre ou visto.

Na verdade, duas dúvidas:

a primeira é sobre "pedra, cedro do Líbano e ouro". Onde ficam e como apresentá-las de forma correta? (um pedaço, qual o formato da pedra, qual o objeto em ouro para expor).

A segunda se refere ao Altar dos Juramentos - "Convém..., na qual figurem o Círculo entre Paralelas Tangenciais e Verticais". teria alguma representação para que possamos adequar em nossa Loja?

Desde já, agradeço pelo retorno.

 

CONSIDERAÇÕES:

 

No caso do REAA, a Pedra, o Cedro do Líbano e o Ouro, são elementos simbólicos representativos da estabilidade (a pedra), da vitalidade (a madeira – cedro do Líbano) e a espiritualidade (o ouro).

Não existe nenhum um artifício emblemático específico para representa-los na Loja. Genericamente eles são elementos constitutivos que se encontram distribuídos na decoração dos Templos.

                Tal como adereços, a Pedra encontra-se representada pelas Joias Fixas da Loja (a Pedra Bruta e a Cúbica); o Cedro do Líbano é representado pelo mobiliário em madeira distribuído pela Loja; o Ouro é representado pelos matizes dourados dos galões e debruns que adornam o dossel, as cortinas, os estofos e toalhas, além da cor dourada das joias distintivas dos cargos apensas dos colares. É assim que estes elementos podem ser encontrados nos Templos do REAA.

Em relação ao Círculo entre as Paralelas Tangenciais, é possível dizer que este é um dos elementos mais antigos e importantes que constituem o relicário simbólico da Maçonaria em geral.

Quanto à sua exegese, o Círculo (totalidade cósmica) representa o Sol, enquanto que e as Paralelas Verticais Tangenciais representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio. Veladamente este conjunto revela os períodos solsticiais e os ciclos da naturais do verão e do inverno.

Temperados pela Igreja, os solstícios de verão e inverno ao Norte acabariam associados aos personagens religiosos de João, o Batista (Trópico de Câncer) e João, o Evangelista (Trópico de Capricórnio).

Vale lembrar que historicamente os ciclos da Natureza muito interessaram às Corporações de Ofício da Idade Média, ancestrais da Moderna Maçonaria. Nas guildas de construtores, as estações do ano eram fatores determinantes para o progresso e o bom andamento do trabalho. As vicissitudes do inverno não eram bem-vindas porque tornavam insalubres as atividades laborais nos canteiros. Ao contrário do inverno, com seus dias curtos e noites longas e frias, o verão, mais iluminado, com dias longos e aquecidos, propiciava condições próprias para o progresso do trabalho.

Com a paulatina transformação da Maçonaria Operativa (de ofício) para a Especulativa, o símbolo formado pelo Círculo e as Paralelas Tangenciais, também adquiriu uma nova roupagem interpretativa. Sob um conceito filosófico esta alegoria lembra ao maçom que na mecânica da Natureza, o Sol nunca ultrapassa os trópicos. Em última análise, isto quer dizer que a sabedoria e o discernimento humano são limitados perante a plenitude das Leis da Criação.

Geograficamente, as paralelas tangencias correspondem à passagem, pelo Templo, dos trópicos de Câncer e Capricórnio. Essa referência, visível e palpável, é representada pelas Colunas Solsticiais B e J.

No misticismo religioso e a Maçonaria, o Círculo entre as Paralelas Tangenciais também possui elo com a denominação de “Lojas de São João” comumente dada às Lojas maçônicas. No caso, João, o Batista, porque previu a Luz (verão), e o Evangelista, porque disseminou a volta da Luz (inverno).

Nesta conjuntura, vale lembrar que as Guildas de Construtores dos séculos XI e XII - precursoras da Franco-maçonaria - eram protegidas da Igreja. Assim, nada a estranhar as fortes influências religiosas daquela época no ofício.

Embora muito importante, infelizmente o símbolo do Círculo entre as Paralelas Tangenciais anda um pouco esquecido pela Maçonaria latina. Mesmo assim, nos rituais que o adotam, ele geralmente aparece gravado em um quadro fixado na base do Altar dos Juramentos, à vista de todos os que estão no Ocidente. Em alguns casos este símbolo também aparece em alguns painéis simbólicos de Loja.

Eram essas as considerações sobre pertinentes à sua questão.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

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NOV/2024

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

TAÇA DAS VICISSITUDES NO REAA - NOVO RITUAL DE 2024

Em 26.11.2024 o Poderoso Irmão Derildo, Secretário Estadual de Orientação Ritualística do GOB-ES, Oriente de Vitória, Estado do Espírito Santo apresenta a seguinte questão:

 

PROVA DA TAÇA

 

Meu Eminente e estimado irmão. Conforme lhe disse, só tenho recebido elogios do ritual. Tive questionamentos apenas sobre a ordem dos golpes de malhete após o Candidato beber da Taça das Vicis (pagina 140). A sequência tem sido considerada um erro de digitação, mas tenho ponderado que essa sequência foi premeditada de tal forma que o brado do Venerável (O que vejo...) tenha mais destaque. Enfim? Estaria eu certo ou realmente houve um erro?

 

CONSIDERAÇÕES:

 

              Não se trata de digitação errada. O ritual está correto. A ordem de sequência de golpes de malhete (1º e 2º VVig) que constam na página 140 do ritual não tem relação com o golpe dado a seguir pelo Ven Mestre.

Destaco que esta ação não é uma de salva de bateria dada no Altar e nas mesas dos VVig.

Explico: o golpe dado pelo 1º Vig significa um pedido para cessar a prova, o qual é acompanhado pelo 2º Vig, que também pede. Já o golpe de malhete dado em seguida pelo Venerável Mestre, não é um pedido, mas um golpe de alerta e reprimenda ao Candidato. Observe-se que quem pede para cessar a prova são os VVig, 1º e 2º respectivamente. Nesse
contexto, o Venerável não participa do pedido porque é ele, ajudado pelo Sacrif
∴, quem está aplicando a prova (não faria sentido ele pedir para ele mesmo). Desta forma, para que a prova efetivamente seja encerrada, obedecendo a ordem hierárquica, o 1º Vig é o primeiro a dar um golpe de malhete e, por sua vez, o 2º Vig também assim procede.

À vista disso, a sequência de golpes dados pelos VVig não se trata salva pela bateria e nem é um anúncio nas CCol para o giro da palavra. Trata-se sim de uma solicitação partida do 1º Vig e corroborada pelo 2º Vig.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK – SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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NOV/2024

terça-feira, 26 de novembro de 2024

APRESENTAÇÃO DE TRABALHO EM LOJA

Em 19/03/2024 o Respeitável Irmão Gabriel Ramos, Loja Beot-El, 1788, REAA, GOB-SP, Oriente de São Paulo, Capital, apresenta a dúvida seguinte:

 

APRESENTAÇÃO DE TRABALHO

 

Uma pergunta: na apresentação do trabalho já pude ver que em muitas Lojas do REAA possuem maneiras diferentes de conduzir o Apr ou Comp na apresentação em respeito de ONDE eles apresentam. Em algumas o Venerável Mestre solicita que o Mestre de Cerimônias conduza o IR apresentante para entre Colunas. Em outras o Irmão apresentante fala de onde
está.

 

CONSIDERAÇÕES:

 

Não existe nenhuma regra para isso, tanto o trabalho pode ser apresentado do lugar em Loja do apresentante, assim como entre Colunas. O lugar da apresentação é de livre escolha da Loja.

Como sugestão, a Secretaria Geral de Orientação Ritualística, para o bem da objetividade dos trabalhos, tem recomendado que a peça de arquitetura seja lida diretamente do lugar daquele que irá apresenta-la. Mas esta é, sem nenhuma interferência, uma decisão da Loja.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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NOV/2024

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

USO DE ESPADAS NO REAA

Em 13.03.2024 o Respeitável Irmão Emanoel Luizgino Barros de Lima, Loja 21, 03, REAA, Grande Oriente da Paraíba (COMAB), Oriente de João Pessoa, Estado da Paraíba, apresenta a dúvida seguinte:

 

ESPADAS NO REAA

 

Meu Ir, fui exaltado recentemente e estou à procura de Instruções sobre o uso de Espadas no REAA. Em nossos rituais não há esse tipo de instrução, uma verdadeira lástima.

Enquanto Apr e Comp já presenciei discussões sobre essa ou aquela maneira correta de portar-se com a espada. Uma das mais curiosas foi um irmão dizer que no momento do "Faça-se a Luz" durante a Iniciação, os MM deviam formar um semicírculo ao redor do neófito e apontar-lhes a espada, segurada pela mão esquerda Já li em seu blog que ambos os procedimentos estão errados.

Esse é só um exemplo do que já vi...

O Ir poderia me ajudar nessa questão? Inclusive me comprometo em fazer um trabalho com esse material para replicá-lo em minha loja. 

 

CONSIDERAÇÕES:

 

No simbolismo do REAA, salvo a Espada Flamígera, as demais espadas são rigorosamente empunhadas pela mão direita e só devem ser manuseadas por dever de oficio.

Geralmente os titulares que as utilizam trazem-nas embainhadas, ou deixam-nas presas em um dispositivo que geralmente fica fixado atrás do espaldar da cadeira.

Nesse contexto, há ainda a Faixa de Mestre, a qual em muitos casos traz na sua extremidade inferior um dispositivo anelar de metal que serve para acondicionar a espada enquanto ela não estiver sendo empunhada. À bem da verdade, o que deu origem à Faixa de Mestre foi o antigo talabarte militar de couro, com bainha, que era naturalmente usado para manter a espada embainhada.

No REAA, os titulares que utilizam a espada como objeto de trabalho são os Cobridores e os Expertos. Armados de espadas, também aparecem nas sessões magnas, as comissões de recepção e retirada de autoridades, e a guarda de honra do Pavilhão Nacional, não obstante ainda existir o uso da espada em outras passagens ritualísticas e iniciáticas previstas no ritual.

              Sob o ponto de vista histórico, quem disseminou o uso de espadas na ritualística maçônica foi a Maçonaria Francesa, a qual, dentre outros, procurava dar sentido de igualdade entre os seus membros, não importando a sua condição social. De certo modo, na França do século XVIII, a aristocracia se utilizava da espada para também simbolizar seu elevado poder e status social.

Assim, a Maçonaria, ao espargir o uso da espada entre os seus membros, de certa forma queria demonstrar o caráter de igualdade que imperava nas suas Lojas.

Não é o caso do REAA, mas há ritos maçônicos em que todos os Mestres Maçons usam espadas. De certa forma, a Faixa de Mestre é um resquício dos tempos em a espada era amplamente utilizada como indumentária de maçons que tinham alcançado o terceiro grau, ou a plenitude maçônica.

No contexto ritualístico do REAA e o uso da espada, o titular em pé, parado ou andando, ao tê-la empunhada, a conduz em ombro-arma, ou seja, segura-a pela sua mão direita, lâmina em riste (na vertical apontada para cima); punho direito junto lado direito do seu quadril e o braço e antebraço, com o respectivo cotovelo, afastados do corpo; o braço e antebraço esquerdos ficam caídos ao longo do corpo.

Dependendo do momento litúrgico, a espada possui significados próprios, podendo ser iniciático ou como um objeto de trabalho, neste caso, representando uma arma branca para proteção individual ou coletiva.

Quanto à passagem ritualística no REAA em que Irmão Mestres Maçons apontam, no momento do Fiat Lux, espadas para o neófito, eles não formam semicírculo, mas apontam-nas dos seus lugares, os quais ficam na primeira fileira de cadeiras situadas nas Colunas do Norte e do Sul. Formação de um semicírculo diante do neófito é prática de outro rito, nunca do REAA.

Entre os ritos que compõem à Maçonaria, há ritos em que os titulares empunham espadas com a mão direita, outros, no entanto, as empunham com mão esquerda.

Ao concluir, vale lembrar que no REAA a única espada a ser segura pela mão esquerda é a Espada Flamígera, a qual é utilizada apenas nas consagrações dos candidatos. Neste caso, justifica-se o uso da mão esquerda pelo titular, porque no ato da consagração, concomitantemente ele terá, na sua mão direita, outro objeto de trabalho.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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NOV/2024

 

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

QUESTÕES SOBRE O NOVO RITUAL DE APRENDIZ - REAA

Em 20.11.2024 o Poderoso Irmão Pedro Rodrigues Bueno Junior, Secretário Estadual de Orientação Ritualística do GOB-SP, Oriente de São Paulo, Capital, formula as seguintes perguntas relacionadas ao Ritual de Aprendiz do REAA/GOB, edição 2024

 

RITUAL DO 1º GRAU – REAA/2024

 

Querido Ir Pedro

Espero que este o encontre na mais perfeita saúde.

De início, quero cumprimentá-lo pelo EXCELENTE trabalho feito na revisão do Ritual de Aprendiz do REAA, com isso creio que a maioria das dúvidas e interpretações equivocadas tenham sido esclarecidas. Porém, tenho recebido algumas consultas às quais peço vosso auxílio para que eu possa orientar os IIr deste Oriente na forma correta.

São elas:

1.    A representação da Lua no Painel do Grau (pág. 11) e na Abóbada Celeste (pág. 26) aparecem na fase quarto minguante, porém, na pág. 15 quando se descreve o "Retábulo do Oriente" consta como sendo quarto crescente. Isso está correto? No Retábulo ela deve ser representada
em fase diferente da do Painel e da Abóbada?

 

2.    Na pág. 33 consta que é admitido o uso do terno preto ou azul marinho escuro, porém, nas sessões ordinárias se admite o uso do balandrau desde que seja com calça preta. Nesse caso, por ser permitido o uso de terno azul marinho não se pode usar o balandrau, também, com calça azul marinho?

 

3.    Pág. 208: - Falar sentado no Or: [...] "os ocupantes do Or podem falar sentados; [...]". Quando se fala "os ocupantes" refere-se a todos os que ocupam assento no Or e não somente aos que ocupam cargo (Orador/Secretário/Diácono/Porta Bandeira/etc.) com assento no Oriente. Correto?

 

4.    Pág. 211 - Não há incensação - porém, o Altar dos Perfumes continua aparecendo na Planta do Templo. Ele tem apenas o caráter decorativo? Não deve se aceso em momento algum, nem mesmo antes do início da sessão, correto?

 

5.    Pág. 215: A quem o Cobr Int anuncia - se a Loja estiver aberta, ao 2º Vig; antes da abertura ao 1º Vig. Caso um Ir chegue após a abertura da Loja o Cobr irá comunicar ao 2º Vig (conforme consta no Ritual), este deve comunicar ao 1º Vig ou diretamente ao Ven Mestre? O Ven Mestre ao responder responde ao 1º Vig, este repassa ao 2º Vig e este ao Cobr ou o Ven Mestre responde diretamente ao Cobr?

 

6.    O SOR continuará existindo? Em caso de dúvidas podemos nos recorrer a ele?

 

7.    Por último, gostaria de tirar uma dúvida não relacionada ao REAA:

Tenho um Secretário Adjunto para o Rito Moderno que foi orientado pelo Secretário Geral Adjunto para o Rito Moderno que IIr que praticam o Rito Moderno ao visitarem Lojas de outros Ritos devem se portar conforme seu Rito (ou seja, o Moderno). Isso é correto? Em nosso Ritual do REAA consta que devemos nos adequar ao Rito da Loja visitada (pág. 202). Essa regra não vale para o Rito Moderno?

 

CONSIDERAÇÕES:

 

01.  A representação da Lua continua em quarto-crescente, porém como vista do hemisfério Norte, o mesmo hemisfério de onde se observa a Abóbada Celeste no REAA. Nossas referências são sempre relativas à meia-esfera setentrional porque o REAA é originário da França, país situado acima da linha do equador do nosso Planeta. Como praticamos uma Maçonaria simbólica, neste caso as referências são sempre relativas ao Norte. Desse modo, toda a construção iniciática do REAA, que é um rito solar por excelência, se baseia nos ciclos da Natureza que ocorrem ao Norte da Terra. Assim, para que não se crie nenhum paradoxo ritualístico, optou-se por corrigir a posição da Lua na Abóbada Celeste, no Painel do Grau e no Retábulo do Oriente (parede situada imediatamente à retaguarda do Venerável Mestre onde ficam as duas luminárias terrestres e o Delta). Vale observar que a representação da Lua é correspondente à mesma região onde nasceu o rito. Nesse sentido, quem avistar a Lua em quarto-crescente do Norte, vê o satélite natural invertido em relação ao que se vê do Sul. Isto é, o quarto-crescente da Lua visto do Norte é parecido com a letra “D”, enquanto que ao Sul ele parece com a letra “C”. À vista disso, o novo Ritual de Aprendiz do REAA/GOB, edição 2024, traz a figura representativa da Lua que decora o Templo do REAA (Painel, Retábulo e Abóbada) como se estivesse sendo observada do hemisfério Norte. Inclusive, na página 15 deste ritual consta: “[...] e a Lua, em quarto-crescente, como vista no Hemisfério Norte, [...]” (os grifos são meus). Aproveitando o ensejo, eu gostaria de frisar que na abóbada celeste do Templo corrigiu-se também o número de estrelas que compõem a constelação da Ursa Maior (de cinco para sete estrelas) – sete de “setentrião”, corrigiu-se o conjunto estelar conhecido por Plêiades, que ficou com um total de sete estrelas, foi inserida a Estrela Polar (da constelação Ursa Menor) e, por fim, foi retirada, por não fazer parte do mapa estelar da abóbada, uma estrela de matiz vermelhado que no ritual de 2009 aparecia ao Sul, perto da frisa.

 

02.  É também perfeitamente admissível a calça azul-marinho com o balandrau. Genericamente, a calça preta, ou azul-marinho, são compatíveis com o traje maçônico, dos quais um deles é o balandrau preto, com mangas compridas, comprimento até os tornozelos (talar) e fechado no colarinho.

 

03.  Exatamente. Refere-se a todos os que ocupam o Oriente da Loja. Os que por deferência resolverem falar em pé (é o que a maioria faz), então devem ficar à Ordem. Existem ocasiões em que o próprio ritual determina quando se deva falar em pé no Oriente. À vista disso, falar sentado no Oriente não é propriamente uma regra, mas um costume herdado das extintas Lojas Capitulares, para as quais foram, na época, fora criado o Oriente elevado e separado.

 

04.  Como um dos mobiliários do Templo, o Altar dos Perfumes permaneceu por ter sido consagrado pelos costumes. Atualmente, ele é, de fato, apenas um elemento decorativo remanescente da cerimônia de consagração (sagração) do Templo, cerimonial este que ocorre apenas uma vez no ambiente com a finalidade de dar dignidade ao espaço de trabalho (a Loja) – uma espécie de inauguração ritualística. Como na liturgia do puro simbolismo do REAA não existe cerimonial de acendimento das luzes, incensação de Templo, chama votiva, etc., é possível que este altar, obsoleto, com o tempo seja excluído do mobiliário da sua Loja simbólica.

 

05.  Se a Loja ainda não estiver aberta e um retardatário pedir ingresso, o Cobr Int comunica diretamente ao 1º Vigilante que, por sua vez, comunica ao Ven Mestre. Este, para não atrapalhar ainda mais a sessão, interrompida por um retardatário, dirige-se diretamente ao Cobr Int para as providências de costume. No caso de Loja definitivamente aberta e um retardatário pedir ingresso, o Cobr Int, desta feita comunica ao 2º Vigilante e este ao 1º Vigilante que, por sua vez, informa ao Ven Mestre. O Ven, visando a menor perda de tempo possível, dirige-se diretamente ao Cobr Interno para determinar as providências.

 

06.  O SOR para o REAA passará por uma reformulação completa após a distribuição total dos rituais dos três graus para todas as Lojas do GOB. As orientações atuais do SOR, que servem só para os rituais de 2009, logo serão retiradas e adequadas aos novos rituais. Deste modo, as Lojas do REAA que já receberam os novos rituais (edição de 2024) devem seguir exclusivamente os novos rituais. Já as Lojas do REAA que por ventura ainda não os receberam, devem continuar seguindo, até a chegada dos rituais de 2024, o ritual de 2009 e o seu respectivo SOR. Por fim, depois da distribuição total dos rituais de 2024 às Lojas do REAA, é que o SOR será retirado para nova redação.

 

07.  Acredito que o Secretário Geral Adjunto para o Rito Moderno deve ter orientado para que o visitante de outro Rito deva se portar respeitando o rito da Loja visitada, ou seja, não deve interferir no andamento ritualístico dos trabalhos com práticas de outro rito, seja ele qual for – “Art. 217 do RGF: O Maçom regular tem o direito de ser admitido nas sessões que permitem visitantes até o grau simbólico que possuir. Parágrafo único – O visitante está sujeito à disciplina interna da Loja que o admite em seus trabalhos (o grifo é meu) e é recebido no momento determinado pelo Ritual respectivo”. Pequenas diferenças que são encontradas entre os sinais dos diversos ritos, são toleradas. No tocante ao traje formal, o visitante se apresenta conforme o seu rito, exceto com balandrau se o rito da Loja visitada não o admitir. O que de fato um visitante não pode é se utilizar de práticas estranhas ao ritual que estiver sendo praticado pela Loja visitada naquele instante.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK – SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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NOV/2024