segunda-feira, 25 de novembro de 2024

USO DE ESPADAS NO REAA

Em 13.03.2024 o Respeitável Irmão Emanoel Luizgino Barros de Lima, Loja 21, 03, REAA, Grande Oriente da Paraíba (COMAB), Oriente de João Pessoa, Estado da Paraíba, apresenta a dúvida seguinte:

 

ESPADAS NO REAA

 

Meu Ir, fui exaltado recentemente e estou à procura de Instruções sobre o uso de Espadas no REAA. Em nossos rituais não há esse tipo de instrução, uma verdadeira lástima.

Enquanto Apr e Comp já presenciei discussões sobre essa ou aquela maneira correta de portar-se com a espada. Uma das mais curiosas foi um irmão dizer que no momento do "Faça-se a Luz" durante a Iniciação, os MM deviam formar um semicírculo ao redor do neófito e apontar-lhes a espada, segurada pela mão esquerda Já li em seu blog que ambos os procedimentos estão errados.

Esse é só um exemplo do que já vi...

O Ir poderia me ajudar nessa questão? Inclusive me comprometo em fazer um trabalho com esse material para replicá-lo em minha loja. 

 

CONSIDERAÇÕES:

 

No simbolismo do REAA, salvo a Espada Flamígera, as demais espadas são rigorosamente empunhadas pela mão direita e só devem ser manuseadas por dever de oficio.

Geralmente os titulares que as utilizam trazem-nas embainhadas, ou deixam-nas presas em um dispositivo que geralmente fica fixado atrás do espaldar da cadeira.

Nesse contexto, há ainda a Faixa de Mestre, a qual em muitos casos traz na sua extremidade inferior um dispositivo anelar de metal que serve para acondicionar a espada enquanto ela não estiver sendo empunhada. À bem da verdade, o que deu origem à Faixa de Mestre foi o antigo talabarte militar de couro, com bainha, que era naturalmente usado para manter a espada embainhada.

No REAA, os titulares que utilizam a espada como objeto de trabalho são os Cobridores e os Expertos. Armados de espadas, também aparecem nas sessões magnas, as comissões de recepção e retirada de autoridades, e a guarda de honra do Pavilhão Nacional, não obstante ainda existir o uso da espada em outras passagens ritualísticas e iniciáticas previstas no ritual.

              Sob o ponto de vista histórico, quem disseminou o uso de espadas na ritualística maçônica foi a Maçonaria Francesa, a qual, dentre outros, procurava dar sentido de igualdade entre os seus membros, não importando a sua condição social. De certo modo, na França do século XVIII, a aristocracia se utilizava da espada para também simbolizar seu elevado poder e status social.

Assim, a Maçonaria, ao espargir o uso da espada entre os seus membros, de certa forma queria demonstrar o caráter de igualdade que imperava nas suas Lojas.

Não é o caso do REAA, mas há ritos maçônicos em que todos os Mestres Maçons usam espadas. De certa forma, a Faixa de Mestre é um resquício dos tempos em a espada era amplamente utilizada como indumentária de maçons que tinham alcançado o terceiro grau, ou a plenitude maçônica.

No contexto ritualístico do REAA e o uso da espada, o titular em pé, parado ou andando, ao tê-la empunhada, a conduz em ombro-arma, ou seja, segura-a pela sua mão direita, lâmina em riste (na vertical apontada para cima); punho direito junto lado direito do seu quadril e o braço e antebraço, com o respectivo cotovelo, afastados do corpo; o braço e antebraço esquerdos ficam caídos ao longo do corpo.

Dependendo do momento litúrgico, a espada possui significados próprios, podendo ser iniciático ou como um objeto de trabalho, neste caso, representando uma arma branca para proteção individual ou coletiva.

Quanto à passagem ritualística no REAA em que Irmão Mestres Maçons apontam, no momento do Fiat Lux, espadas para o neófito, eles não formam semicírculo, mas apontam-nas dos seus lugares, os quais ficam na primeira fileira de cadeiras situadas nas Colunas do Norte e do Sul. Formação de um semicírculo diante do neófito é prática de outro rito, nunca do REAA.

Entre os ritos que compõem à Maçonaria, há ritos em que os titulares empunham espadas com a mão direita, outros, no entanto, as empunham com mão esquerda.

Ao concluir, vale lembrar que no REAA a única espada a ser segura pela mão esquerda é a Espada Flamígera, a qual é utilizada apenas nas consagrações dos candidatos. Neste caso, justifica-se o uso da mão esquerda pelo titular, porque no ato da consagração, concomitantemente ele terá, na sua mão direita, outro objeto de trabalho.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

NOV/2024

 

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

QUESTÕES SOBRE O NOVO RITUAL DE APRENDIZ - REAA

Em 20.11.2024 o Poderoso Irmão Pedro Rodrigues Bueno Junior, Secretário Estadual de Orientação Ritualística do GOB-SP, Oriente de São Paulo, Capital, formula as seguintes perguntas relacionadas ao Ritual de Aprendiz do REAA/GOB, edição 2024

 

RITUAL DO 1º GRAU – REAA/2024

 

Querido Ir Pedro

Espero que este o encontre na mais perfeita saúde.

De início, quero cumprimentá-lo pelo EXCELENTE trabalho feito na revisão do Ritual de Aprendiz do REAA, com isso creio que a maioria das dúvidas e interpretações equivocadas tenham sido esclarecidas. Porém, tenho recebido algumas consultas às quais peço vosso auxílio para que eu possa orientar os IIr deste Oriente na forma correta.

São elas:

1.    A representação da Lua no Painel do Grau (pág. 11) e na Abóbada Celeste (pág. 26) aparecem na fase quarto minguante, porém, na pág. 15 quando se descreve o "Retábulo do Oriente" consta como sendo quarto crescente. Isso está correto? No Retábulo ela deve ser representada
em fase diferente da do Painel e da Abóbada?

 

2.    Na pág. 33 consta que é admitido o uso do terno preto ou azul marinho escuro, porém, nas sessões ordinárias se admite o uso do balandrau desde que seja com calça preta. Nesse caso, por ser permitido o uso de terno azul marinho não se pode usar o balandrau, também, com calça azul marinho?

 

3.    Pág. 208: - Falar sentado no Or: [...] "os ocupantes do Or podem falar sentados; [...]". Quando se fala "os ocupantes" refere-se a todos os que ocupam assento no Or e não somente aos que ocupam cargo (Orador/Secretário/Diácono/Porta Bandeira/etc.) com assento no Oriente. Correto?

 

4.    Pág. 211 - Não há incensação - porém, o Altar dos Perfumes continua aparecendo na Planta do Templo. Ele tem apenas o caráter decorativo? Não deve se aceso em momento algum, nem mesmo antes do início da sessão, correto?

 

5.    Pág. 215: A quem o Cobr Int anuncia - se a Loja estiver aberta, ao 2º Vig; antes da abertura ao 1º Vig. Caso um Ir chegue após a abertura da Loja o Cobr irá comunicar ao 2º Vig (conforme consta no Ritual), este deve comunicar ao 1º Vig ou diretamente ao Ven Mestre? O Ven Mestre ao responder responde ao 1º Vig, este repassa ao 2º Vig e este ao Cobr ou o Ven Mestre responde diretamente ao Cobr?

 

6.    O SOR continuará existindo? Em caso de dúvidas podemos nos recorrer a ele?

 

7.    Por último, gostaria de tirar uma dúvida não relacionada ao REAA:

Tenho um Secretário Adjunto para o Rito Moderno que foi orientado pelo Secretário Geral Adjunto para o Rito Moderno que IIr que praticam o Rito Moderno ao visitarem Lojas de outros Ritos devem se portar conforme seu Rito (ou seja, o Moderno). Isso é correto? Em nosso Ritual do REAA consta que devemos nos adequar ao Rito da Loja visitada (pág. 202). Essa regra não vale para o Rito Moderno?

 

CONSIDERAÇÕES:

 

01.  A representação da Lua continua em quarto-crescente, porém como vista do hemisfério Norte, o mesmo hemisfério de onde se observa a Abóbada Celeste no REAA. Nossas referências são sempre relativas à meia-esfera setentrional porque o REAA é originário da França, país situado acima da linha do equador do nosso Planeta. Como praticamos uma Maçonaria simbólica, neste caso as referências são sempre relativas ao Norte. Desse modo, toda a construção iniciática do REAA, que é um rito solar por excelência, se baseia nos ciclos da Natureza que ocorrem ao Norte da Terra. Assim, para que não se crie nenhum paradoxo ritualístico, optou-se por corrigir a posição da Lua na Abóbada Celeste, no Painel do Grau e no Retábulo do Oriente (parede situada imediatamente à retaguarda do Venerável Mestre onde ficam as duas luminárias terrestres e o Delta). Vale observar que a representação da Lua é correspondente à mesma região onde nasceu o rito. Nesse sentido, quem avistar a Lua em quarto-crescente do Norte, vê o satélite natural invertido em relação ao que se vê do Sul. Isto é, o quarto-crescente da Lua visto do Norte é parecido com a letra “D”, enquanto que ao Sul ele parece com a letra “C”. À vista disso, o novo Ritual de Aprendiz do REAA/GOB, edição 2024, traz a figura representativa da Lua que decora o Templo do REAA (Painel, Retábulo e Abóbada) como se estivesse sendo observada do hemisfério Norte. Inclusive, na página 15 deste ritual consta: “[...] e a Lua, em quarto-crescente, como vista no Hemisfério Norte, [...]” (os grifos são meus). Aproveitando o ensejo, eu gostaria de frisar que na abóbada celeste do Templo corrigiu-se também o número de estrelas que compõem a constelação da Ursa Maior (de cinco para sete estrelas) – sete de “setentrião”, corrigiu-se o conjunto estelar conhecido por Plêiades, que ficou com um total de sete estrelas, foi inserida a Estrela Polar (da constelação Ursa Menor) e, por fim, foi retirada, por não fazer parte do mapa estelar da abóbada, uma estrela de matiz vermelhado que no ritual de 2009 aparecia ao Sul, perto da frisa.

 

02.  É também perfeitamente admissível a calça azul-marinho com o balandrau. Genericamente, a calça preta, ou azul-marinho, são compatíveis com o traje maçônico, dos quais um deles é o balandrau preto, com mangas compridas, comprimento até os tornozelos (talar) e fechado no colarinho.

 

03.  Exatamente. Refere-se a todos os que ocupam o Oriente da Loja. Os que por deferência resolverem falar em pé (é o que a maioria faz), então devem ficar à Ordem. Existem ocasiões em que o próprio ritual determina quando se deva falar em pé no Oriente. À vista disso, falar sentado no Oriente não é propriamente uma regra, mas um costume herdado das extintas Lojas Capitulares, para as quais foram, na época, fora criado o Oriente elevado e separado.

 

04.  Como um dos mobiliários do Templo, o Altar dos Perfumes permaneceu por ter sido consagrado pelos costumes. Atualmente, ele é, de fato, apenas um elemento decorativo remanescente da cerimônia de consagração (sagração) do Templo, cerimonial este que ocorre apenas uma vez no ambiente com a finalidade de dar dignidade ao espaço de trabalho (a Loja) – uma espécie de inauguração ritualística. Como na liturgia do puro simbolismo do REAA não existe cerimonial de acendimento das luzes, incensação de Templo, chama votiva, etc., é possível que este altar, obsoleto, com o tempo seja excluído do mobiliário da sua Loja simbólica.

 

05.  Se a Loja ainda não estiver aberta e um retardatário pedir ingresso, o Cobr Int comunica diretamente ao 1º Vigilante que, por sua vez, comunica ao Ven Mestre. Este, para não atrapalhar ainda mais a sessão, interrompida por um retardatário, dirige-se diretamente ao Cobr Int para as providências de costume. No caso de Loja definitivamente aberta e um retardatário pedir ingresso, o Cobr Int, desta feita comunica ao 2º Vigilante e este ao 1º Vigilante que, por sua vez, informa ao Ven Mestre. O Ven, visando a menor perda de tempo possível, dirige-se diretamente ao Cobr Interno para determinar as providências.

 

06.  O SOR para o REAA passará por uma reformulação completa após a distribuição total dos rituais dos três graus para todas as Lojas do GOB. As orientações atuais do SOR, que servem só para os rituais de 2009, logo serão retiradas e adequadas aos novos rituais. Deste modo, as Lojas do REAA que já receberam os novos rituais (edição de 2024) devem seguir exclusivamente os novos rituais. Já as Lojas do REAA que por ventura ainda não os receberam, devem continuar seguindo, até a chegada dos rituais de 2024, o ritual de 2009 e o seu respectivo SOR. Por fim, depois da distribuição total dos rituais de 2024 às Lojas do REAA, é que o SOR será retirado para nova redação.

 

07.  Acredito que o Secretário Geral Adjunto para o Rito Moderno deve ter orientado para que o visitante de outro Rito deva se portar respeitando o rito da Loja visitada, ou seja, não deve interferir no andamento ritualístico dos trabalhos com práticas de outro rito, seja ele qual for – “Art. 217 do RGF: O Maçom regular tem o direito de ser admitido nas sessões que permitem visitantes até o grau simbólico que possuir. Parágrafo único – O visitante está sujeito à disciplina interna da Loja que o admite em seus trabalhos (o grifo é meu) e é recebido no momento determinado pelo Ritual respectivo”. Pequenas diferenças que são encontradas entre os sinais dos diversos ritos, são toleradas. No tocante ao traje formal, o visitante se apresenta conforme o seu rito, exceto com balandrau se o rito da Loja visitada não o admitir. O que de fato um visitante não pode é se utilizar de práticas estranhas ao ritual que estiver sendo praticado pela Loja visitada naquele instante.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK – SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blobspot.com.br

 

 

NOV/2024

terça-feira, 19 de novembro de 2024

VIGILANTE FORA DO SEU LUGAR NA LOJA

Em 12/03/2024 o Respeitável Irmão André Roque. Loja Barão do Rio Branco, 03, GOIPE (COMAB), REAA, Oriente de Arcoverde, Estado de Pernambuco, apresenta a dúvida seguinte:

 

VIGILANTE FORA DO LUGAR

 

Gostaria de um esclarecimento seu quanto a dúvida que se segue:

Estando a Loja aberta, um dos Vigilantes precisa ministrar uma instrução prática que precisa sair de sua mesa. É necessário que outro Mestre Maçom ocupe o seu lugar ou pode ficar vago até que ele conclua a sua instrução?

 

CONSIDERAÇÕES:

 

                 Nesta condição, não há necessidade de preenchimento do cargo por outro Irmão. Observe-se que o Vigilante não se ausentou dos trabalhos, pois ele continua dentro da Loja aberta exercendo um dos seus ofícios – o de ministrar uma instrução, por exemplo.

Somente se o Vigilante se retirasse do Templo definitivamente, ou mesmo saísse por um tempo determinado e a Loja continuasse ainda aberta é que seria necessária a sua
substituição.

É oportuno lembrar que devemos evitar os excessos de preciosismo na ritualística maçônica. É mito se imaginar que um Vigilante não pode deixar seu lugar sem que seja substituído, durante os trabalhos.

Caso precise cumprir seu dever de ofício, um Vigilante pode perfeitamente se ausentar do seu lugar sem que antes precise ser substituído.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

NOV/2024

O SUBSTITUTO DO VENERÁVEL MESTRE NO REAA

 

Em 11/03/2024 o Respeitável Irmão Abel Ribeiro de Macedo Junior, Loja União Planaltinense, 3854, REAA, GODF (GOB), Oriente de Planaltina, Distrito Federal, apresenta a dúvida seguinte:

 

O SUBSTITUTO DO VENERÁVEL

 

Me restou recentemente uma dúvida quanto à substituição natural do Venerável Mestre.

Em uma conversa pós sessão foi levantada a situação de que na ausência do Venerável Mestre e também do 1º Vig quem seria o seu substituto e se neste caso o Venerável Mestre teria a discricionariedade de indicar um Mestre Instalado do quadro da Loja para o substituir ou este deveria obedecer a sequência hierárquica e que o 2º Vig deveria ser o sucessor natural.

 

CONSIDERAÇÕES

 

Nas atribuições dos Vigilantes que constam no RGF (Artigos 120, I e 121, I), em momento algum aparece o 2º Vigilante como o outro substituto do Venerável Mestre.

            O Diploma Legal menciona que nos ritos que admitem - é o caso do REAA - o substituto do Venerável Mestre, nas sessões ordinárias, é o 1º Vigilante, e que o substituto do 1º Vigilante é o 2º Vigilante. Portanto, não estando presente o Venerável e o 1º Vigilante, quem assume o 1º malhete é o Mestre Instalado mais recente da Loja, nunca o 2º Vigilante.

Assim, em se tratando do REAA, o 2º Vigilante substitui o 1º Vigilante faltante, o Ex- Venerável mais recente preenche o cargo de Venerável e a vaga do 2º Vigilante será preenchida pelo 2º Experto, conforme especifica o Ritual de Aprendiz do REAA, 2024 em vigência.

Na minha opinião, eu penso que faltando duas das três Luzes eleitas para dirigir a Loja, a Oficina nem mesmo deveria ser aberta, porém isto é apenas uma opinião e não uma regra.

Por oportuno, vale também lembrar que no REAA, em sessões magnas de Iniciação, Elevação ou Exaltação, faltando o Venerável Mestre e não sendo o 1º Vigilante um Mestre Instalado, quem dirige os trabalhos é o M I mais recente, da Loja (RGF. Art. 43, I e IV).

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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NOV/2024