terça-feira, 28 de novembro de 2017

O SÓLIO E A ORDEM PARA O USO DA PALAVRA.

Em 06/09/2017 o Respeitável Irmão José Maria Alves Ramos, Loja Colunas do Atlântico, 105, REAA, GLMES, Oriente de Vila Velha, Estado do Espírito Santo, apresenta a seguinte questão:

SÓLIO E A ORDEM PARA O USO DA PALAVRA.


Fui iniciado no Rito York na Loja Quatuor Coronati 145 – Rio de Janeiro – RJ – GLMERJ, iniciação: 05/11/2006 Passagem: 07/08/2007 Elevação: 15/07/2008 Instalação: 06/06/2011. Exerci o Veneralato naquela Loja em 2 períodos: 2011-2012 e 2012-2013.
Em 17-08-2017, por motivo de mudança de residência, fui Filiado na Loja Colunas do Atlântico.
Em uma sessão, Loja aberta, por deferência do Venerável Mestre eu estava sentado na cadeira ao seu lado esquerdo. Quando a palavra foi aberta no Oriente eu pedi licença e, autorizado, me manifestei. Imediatamente após, um Irmão Mestre Instalado se manifestou para criticar-me por ter usado da palavra estando, segundo ele, no Sólio. Seu argumento era que me manifestando no Sólio a palavra não poderia voltar para outros Irmãos no Oriente. Entendo que SÓLIO é ‘a cadeira’ onde tem assento o Venerável Mestre da Loja. Os demais, a seu lado, estão sentados no Oriente. Enfim, peço seu parecer.

CONSIDERAÇÕES.

Precisamos conhecer em qual escola esse nosso Irmão Instalado aprendeu tamanha bobagem. Ora, uma coisa nada tem a ver com a outra.
A regra vigente é a de que assim que todos os do Oriente já tenham porventura usado da palavra, por último quem fala é o Venerável Mestre.
Entretanto, existem duas exceções.
A primeira é para o encerramento ritualístico dos trabalhos quando o Venerável, após ter usado da palavra para as suas considerações finais, passa a mesma ao Orador para que ele, como Guarda da Lei, dê as suas conclusões sob o ponto de vista legal.
A segunda exceção é quando porventura estiver presente o Grão-Mestre. Nesse caso, é ele o último a fazer uso da palavra – depois dele ninguém mais fala.
É também oportuno mencionar que o uso da palavra no Oriente depende de autorização do Venerável Mestre.
No mais, para o uso dela não existe ordem de prioridade, nem mesmo para aqueles, que não o Grão-Mestre, estejam por acaso, ocupando as cadeiras de honra que ficam costumeiramente posicionadas uma à direita e outra à esquerda do sólio.
Assim, essa “estória” de que depois dos ocupantes das cadeiras de honra, ninguém mais pode falar estando abaixo do sólio, é pura balela que não guarda nenhuma justificativa.

P.S. Essa ideia de que Mestre Maçom Instalado é uma espécie de oráculo da Maçonaria, nem sempre condiz com a realidade – há exceções.

T.F.A.

PEDRO JUK



NOV/2017

LUZ VERMELHA (2)

Em 04/09/2017 o Respeitável Irmão Eduardo Bettoni, Loja Paese Novo, 107, REAA, GLERGS, Oriente de Antonio Prado, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a questão abaixo:

A LUZ VERMELHA


Construímos nosso Templo em 2004. Na época um Irmão ficou com a responsabilidade da iluminação da Loja. Estrelas, planetas, colunas, etc., e colocou uma lâmpada vermelha dentro do Templo, em cima da Porta de Entrada.
Questionei-o na época, mas se limitou a dizer que era necessária. Sempre tive curiosidade sobre o significado dela. Busquei em livros e na internet, e nada achei sobre a tal lâmpada, que existe em outros templos também. Normalmente de cor vermelha. Algumas na parede, outras penduradas.
A única coisa que encontrei foi um texto da luz do átrio, que na realidade é um comentário que é feito por vários integrantes da loja. Nada de simbolismo.
Minha dúvida: Qual o significado e em qual rito ela é utilizada? Se eu posso excluir da minha Loja?

CONSIDERAÇÕES.

Ainda no mês de outubro próximo passado eu respondi uma questão relacionada a essa famigerada lâmpada vermelha que vez por outra ainda aparece na Maçonaria.
Esse anacronismo vem de tempos passados quando esse costume acabou ingressando como decoração de muitos templos maçônicos.
É lamentável que ainda hoje esse absurdo possua espaço na nossa Moderna Maçonaria.
Essa tal “luz vermelha”, segundo a irresponsabilidade dos seus inventores, imagina a presença da Divindade. Ora, além de desmedido despropósito querer compara-la à Divindade, o pior é que alguns ainda não aprenderam que, por exemplo, no REAA\ o símbolo da Divindade é unicamente o Delta Radiante que vai colocado ao alto no Retábulo do Oriente.
Existe ainda uma gama desses inventores que quer justificar essa besteira, idealizando que isso era um costume da Maçonaria de Ofício onde os maçons iluminavam a frente de um local com uma luz vermelha no intuito de indicar que ali ocorreria uma reunião maçônica – nos tempos de antanho nem mesmo existiam lâmpadas elétricas, muito menos ainda, “vermelhas”.
Como se pode ver, o poder da imaginação parece não ter limites.
Justificativa capenga, os maçons do passado primavam muito pela discrição e segurança contra perseguições, portanto não iriam aleatoriamente ficar indicando os locais das suas reuniões com luz de matiz avermelhado na intenção de chamar atenção.
Assim, essa “luz vermelha” retrógrada, que ainda alguns querem lhe dar uma feição divina, ou ainda um artifício para chamar atenção, nada mais é do que o mais puro exercício de irresponsável imaginação, pois na realidade “luz vermelha” na porta, universalmente é conhecida como símbolo de outra coisa que não cabe aqui mencionar.
Enfim, essa lâmpada vermelha, tanto no lado de dentro como no lado de fora da porta do Templo é inexistente na liturgia e simbolismo maçônico, não existindo, portanto, na séria literatura maçônica qualquer explicação para essa barbaridade. Se existe alguma coisa, fique certo que isso nada mais é do que mera especulação.
Na pura Maçonaria não deveria existir essas elucubrações.


T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2017

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

DISCORDÂNCIA DE RESPOSTA - LADO QUE O VENERÁVEL INGRESSA NO ALTAR

Em 03/09/2017 o Respeitável Irmão Carlos Alberto de Souza Santos, Loja Harmonia e Concórdia, 4.418, REAA, GOB-RJ, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a seguinte questão:

DISCORDÂNCIA DE RESPOSTA.


Meu Irmão Pedro Juk, aqui vos fala é o irmão Carlos Santos que por várias vezes recorreu ao irmão na época em que fui Secretario Adjunto de Ritualística do GOB/RJ. Inclusive

cheguei a conversar com o irmão pelo telefone.
Bom o motivo de meu contato é que pela primeira vez discordo do Irmão na seguinte questão:
Pois bem, no JB News 2283 o Irmão respondeu a pergunta de um irmão Cícero Luiz Calazans de Lima, sem declinar o nome da Loja, REAA, GOB-AL, Oriente de Maceió, Estado de Alagoas em julho de 2016.
Pergunta do irmão:
1 - A ida do Venerável Mestre ao oriente para tomar assento no seu lugar é pelo lado norte ou sul? E por quê?
Sua resposta:
Não é uma questão de circulação, até porque no Oriente ela não existe, todavia a praxe tem sido que, chegando ao Altar, nele se ingresse pelo lado Norte e dele se saia pelo lado Sul. A situação é apenas pela praticidade do procedimento, já que quem ingressa no Oriente, o faz obrigatoriamente vindo da Coluna no Norte (ingressa-se no Oriente pelo nordeste). Assim a distância percorrida até o Altar fica a mais curta possível. O mesmo acontece com a saída, já que do Oriente obrigatoriamente se sai ingressando na Coluna do Sul (sai pelo sudeste). A ordem é só pelo exercício utilitário, não existindo nesse procedimento nenhum motivo esotérico ou outro qualquer que racionalmente possa ser imaginado.
Pois bem, penso eu e como hoje mestre de Cerimônias tenho o seguinte procedimento: Não é uma questão de circulação, até porque no Oriente ela não existe, todavia a minha praxe tem sido, chegando ao altar, nele ingresse o Venerável Mestre pelo lado Sul pelo motivo que o Venerável foi instalado no trono de Salomão ingressando pelo lado Sul.
OBS: Penso que se tomou assento pela primeira vez, subindo pelo Sul é por ali que deve tomar assento sempre.
Meu irmão, aguardo o seu retorno, pois para mim será muito valioso.
Aguardo ansiosamente também o seu retorno a Secretaria de Ritualística do REAA – GOB.

CONSIDERAÇÕES.

Primeiro um fraterno abraço ao meu estimado Irmão Carlos Alberto.
Vamos à questão da sua discordância.
Veja: essa prática de Instalação não é original no REAA\, sendo a mesma mais um enxerto adotado pelo GOB desde 1968 usando um Ritual de Instalação encomendado e feito por um respeitável Irmão oriundo de outra Obediência.
Esse ritual adotado foi sistematicamente urdido e adaptado, não indo nem de perto ao encontro do que verdadeiramente prevê a Instalação da Moderna Maçonaria anglo-saxônica de onde esse costume é original (na Instalação inglesa não existem “práticas esotéricas”).
O verdadeiro ritual de instalação inglês não trata de lendas, sinais, gestos e segredos à moda desses rituais conhecidos aqui na Maçonaria brasileira.
Sabe-se perfeitamente que na França, de onde o REAA\ é oriundo, o termo Instalação é meramente sinônimo da posse de um Mestre Maçom eleito para dirigir uma Loja.
A despeito desses comentários, o GOB reeditou seu ritual de Instalação em 2009 e nele colocou o Mestre Instalador conduzindo o novo Venerável ao trono pelo Sul. Na realidade, isso nada tem de extraordinário, senão uma forma simplificada e mais cômoda para que, após estar o Venerável em posição no seu lugar de direito, o seu condutor se coloque à sua direita. É somente nesse sentido que o Instalador, caminhado de costas, traz o Venerável entrando pelo Sul para que ele, automaticamente já fique à direita do empossado.
Embora essa prática até possa parecer uma regra fundamental que dê origem ao lado de se ingressar no sólio, na verdade não o é, sendo apenas um meio para facilitar o deslocamento dos dois personagens na oportunidade – o Instalado e o Instalador.
Assim, partindo da premissa da não originalidade da Instalação no escocesismo é que eu dei a resposta ao Irmão Cícero que fora mencionada na sua questão, ou seja, afirmei que se ingressa pelo lado norte do Altar e, dele se sai, pelo seu lado Sul (não é uma questão de circulação).
Fica ainda o alerta de que toda a liturgia dos três autênticos Graus da Moderna Maçonaria Universal não sofre, em hipótese alguma, influências ritualísticas de procedimentos que não lhes são originais - é o caso dessa cerimônia esotérica de Instalação.
Ainda outros comentários sobre o assunto no REAA\:
Note--se que o Venerável ingressa coincidentemente por onde originalmente ele é abordado durante os trabalhos (geralmente pela sua direita, ou seu ombro direito). É o caso, por exemplo, do Primeiro Diácono quando o aborda durante a transmissão da Palavra; dos Oficiais quando fazem a coleta com as respectivas bolsas (Propostas e Informações e de Solidariedade); do Mestre de Cerimônias quando leva ao Venerável Mestre a Ata e o Livro de Presenças para a sua assinatura; na Iniciação quando o Experto conduz o Candidato ao Altar para bater e pedir passagem pela terceira porta simbólica durante a terceira viagem, etc.
Se existe abordagem pelo seu lado esquerdo (Sul) nos trabalhos da Loja, ela somente acontece na prova da Taça Sagrada, já que a liturgia desse teatro necessita de condução abrupta do candidato quando em retirada. Assim, por razões óbvias, o protagonista fica o mais próximo possível da saída do Oriente.
Entretanto, vale a pena comentar que a prova da Taça também não é uma prova original no escocesismo e, com isso, ela teve que sofrer adaptação para o lado Sul do Altar.
Outro exemplo de adaptação, mas que também não pode influenciar à ritualística do simbolismo é a entrega das ferramentas simbólicas durante a cerimônia de Instalação e Posse das Dignidades e Oficiais. Embora esses procedimentos aconteçam pelo lado Sul do Altar, eles também em nada influenciam o lado pelo qual o Venerável Mestre ingressa no Altar.
Por assim ser, eram essas as minhas justificativas meu Irmão, embora não as coloque com caráter laudatório, até porque, muitas delas, eu volto a repetir, não fazem parte da verdadeira cultura do REAA\.
Entendo que se consuetudinariamente a Instalação é uma realidade na Maçonaria Brasileira, assim devemos cumprir, entretanto, se faz cogente também que compreendamos que Mestre Maçom Instalado não é grau, senão um título honorífico dado àqueles que foram eleitos para dirigir uma Loja Simbólica. Por extensão, nenhum ato litúrgico da Cerimônia de Instalação deve reger ou coordenar a espinha dorsal da ritualística do franco-maçônico básico.

P.S. – A grande possibilidade dos meus auxílios à ritualística do GOB está na vitória do Irmão Barbosa Nunes ao Grão-Mestrado Geral em 2018.


T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2017

domingo, 26 de novembro de 2017

IRMÃO RETARDATÁRIO

Em 02/09/2017 o Respeitável Irmão Moisés Pinho, Loja Luiz Gonçalves Pereira, 13, REAA, Grande Oriente da Paraíba, COMAB, Oriente de João Pessoa, Estado da Paraíba, solicita o seguinte esclarecimento:

RETARDATÁRIO


Gostaria de esclarecimento sobre a chegada de um irmão retardatário. Quando o irmão efetuar a bateria universal na porta. O Cobridor interno deve responder com a mesma bateria? Ou apenas informa ao 2°vig?
Devemos ou não responder com batidas na porta?
Hoje, usamos apenas uma batida na porta para avisar ao retardatário que aguarde s

er anunciado.
Existem irmãos contrários a qualquer batida. Eles defendem que apenas seja anunciada a batida na porta como consta no ritual.
Eu defendo a resposta com a mesma bateria universal. Meu questionamento a eles é o seguinte:
Como o irmão saberá que foi ouvido? Como o irmão saberá que deve aguardar?
Obs. Levando em consideração que não temos o Cobridor Externo.

CONSIDERAÇÕES.

Eu já perdi as contas de quanto escrevi a respeito desse péssimo hábito – o de chagar atrasado.
Como esse costume parece continuar existindo, principalmente na Maçonaria brasileira, vamos então reprisar esses comentários.
Antes de tudo, o melhor mesmo é enfatizar que ninguém deveria chegar atrasado para não atrapalhar a liturgia dos trabalhos, assim como respeitar àqueles que virtualmente cumprem o horário marcado.
Como o atraso existe, mas não pode ser institucionalizado, segue-se então o consuetudinário maçônico.
Consuetudinariamente, a primeira regra é que, salvo na Iniciação, não existe bateria profana na porta do Templo em Loja aberta, portanto é inexistente a invenção dessa pancada única.
Assim, já que é permitido, se um obreiro chegar após o início dos trabalhos e tiver acesso ao átrio, em não havendo nele o Cobridor Externo, o retardatário então dará na porta a bateria universal que é a de Aprendiz e de acordo como o Rito praticado.
Se o momento do pedido for propício para sua entrada, o Cobridor Interno fará a comunicação na forma de costume imediatamente após ouvir o pedido de ingresso e as providências serão formalmente tomadas.
Se o momento for inoportuno, então o Cobridor Interno responderá simplesmente com a mesma bateria (a universal), pelo que o retardatário no átrio entente que deve aguardar, e assim o faz.
O que não deve nessa oportunidade acontecer é o repicar de outras baterias que não a de Aprendiz, não importando o Grau de trabalho da Loja naquele momento.
Assim, a resposta para aguardar é dada pelo Cobridor Interno apenas pela repetição da bateria universal maçônica, nunca por uma única só pancada, ou mesmo baterias de outros graus.
Ainda, é adequado esclarecer o que é “momento oportuno para o ingresso”. Nesse caso o mesmo deve ser avaliado conforme o que está acontecendo durante o desenvolvimento dos trabalhos naquele momento. É de boa geometria nunca se interromper abruptamente um procedimento ritualístico, portanto aguarda-se primeiro o momento oportuno para o ingresso do retardatário.
São inúmeros os momentos litúrgicos expressos pelo ritual que não devem ser interrompidos. A questão é sempre usar do bom senso para que o atrasado não atrapalhe ainda mais o desenvolvimento dos trabalhos. Por exemplo, não interromper durante a dialética de abertura, na transmissão da Palavra Sagrada, na abertura e leitura do Livro da Lei, na leitura do Balaústre (ata), etc.
Também é obrigação do retardatário saber que a repetição da bateria universal em resposta a sua quando pede ingresso, significa que ele deve aguardar o momento possível para o seu ingresso.
Quanto à questão de como um retardatário saberá se o seu pedido de ingresso foi ouvido, me parece óbvio que ele saberá, ou pela resposta à sua bateria dada da mesma forma pelo Cobridor, ou simplesmente ouvindo (mesmo que a porta esteja fechada) os reclames do Cobridor Interno comunicando à Loja na forma de costume que batem regularmente na porta do Templo.
A despeito de tudo isso, entenda-se que essa é uma situação extraordinária e não corriqueira que, devido ao seu caráter precário, muitas vezes precisa ser resolvida conforme a ocasião.
Concluindo, o atraso é uma atitude que deve ser, na medida do possível, evitada. Por ser um hábito de péssima geometria, o mesmo não possui um embasamento legal que lhe sirva como um elemento norteador. Institucionalizar o atraso é o mesmo que torna-lo legal e, num caso desses, parece ser uma atitude no mínimo temerária.

T.F.A.

PEDRO JUK



NOV/2017

sábado, 25 de novembro de 2017

LEITURA DO LIVRO DA LEI NA ABERTURA DOS TRABALHOS

Em 04/09/2017 o Respeitável Irmão Carlos Alberto de Souza Santos, Loja Harmonia e Concórdia, 4.418, REAA, GOB-RJ, Rio de Janeiro, RJ, pede resposta para o seguinte:

LEITURA NO LIVRO DA LEI NA ABERTURA DOS TRABALHOS


Na abertura dos trabalhos, no momento em que o VM fala: achando-se a Loja regularmente constituída, procedamos à abertura.......................Irmão Mestre de Cerimonias, conduz o Irmão Orador ao Altar dos Juramentos.
Pois bem, o Mestre de Cerimônias faz o procedimento e o Orador conforme diz no ritual toma o Livro da Lei às mãos e lê o Salmo 133 no caso de sessão grau 1. O que acontece é que tenho ido a Loja do REAA/GOB que o irmão Orador, após estar diante do Altar, abre a Bíblia estando à mesma apoiada no Altar, ali mesmo ela permanece no momento em que faz a leitura, com o Orador ficando com braço direito estendido e braço esquerdo flexionado, tendo na sua mão o esquadro e compasso, e estes encostados na altura do peito.
Gostaria de esclarecimento

CONSIDERAÇÕES.

Bem, é como diz o caso, se a coisa é simples, então é melhor complicar.
Ironicamente parece que é assim que alguns Irmãos interpretam os trabalhos maçônicos – complicando-os por excelência.
“Meeeeu Deeeeus!” Se o ritual é tão claro, então por que complicar?
Ora, diz o ritual em vigência “toma o Livro da Lei às mãos”.
Tomar o Livro “às mãos” significa que o Orador deve segurar o Livro com as suas duas mãos para fazer a leitura apropriada.
Concluída a leitura, obviamente ele coloca o Livro aberto sobre o Altar dos Juramentos, apanha o Esquadro e o Compasso que ali já se encontram e imediatamente os dispõem sobre o mesmo Livro conforme o grau de trabalho da Loja.
Agora essa de estender o braço direito e com a mão esquerda encostar o Esquadro e o Compasso no peito, nada mais é do que pura invenção.
Assim, isso simplesmente não existe e é pura bobagem criada por mentes imaginosas que teimam em instituir procedimentos inexistentes para a liturgia maçônica.
O correto é, com simplicidade, meramente seguir o que claramente menciona o ritual em vigência.
Enquanto isso, posso lhe afirmar que, se não é jabuticaba e só existe no Brasil; ou é besteira ou é privilégio de alguns.


T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2017

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O LUGAR DA ESTRELA FLAMEJANTE.

Em 02/09/2017 o Irmão Ordálio Frizzo, Companheiro Maçom da Loja Saldanha Marinho, 1601, REAA, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

O LUGAR DA ESTRELA FLAMEJANTE


Logo após minha elevação e tendo contato com os trabalhos do Grau levantei uma dúvida sobre o posicionamento da Estrela Flamejante em Loja.
No templo que utilizamos existe uma estrela no centro geométrico disposta no teto como se fosse uma luminária, porém, ao preparar o templo colocamos um painel na parede na Coluna do Norte e que é acesa logo após serem acesas as velas.
Nas Instruções desse Grau vi que a Estrela deverá ter uma ponta apontada para cima o que justificaria sua colocação na parede cumprindo assim o que indica o Procedimento Ritualístico.
Minha pergunta. Procede colocarmos o painel na parede ou apenas a estrela do teto fará esse papel? E ainda, o momento de acendermos o painel (ou o teto) deverá ser logo após acendermos as velas ou há algum outro momento correto para isso?

CONSIDERAÇÕES.

A resposta anteriormente enviada já responde propriamente a essas questões, porém nunca é demais aproveitar a oportunidade para se mencionar alguns aspectos relativos à posição da Estrela Flamejante no REAA\.
O Pentagrama (estrela de cinco pontas) fica situado no teto da Loja - dele pendente ou nele fixado - sobre o lugar do Segundo Vigilante. Esse local corresponde ao meridiano do Meio-Dia donde o Vigilante ao Sul observa a passagem do Sol.
Isso pode ser perfeitamente constatado na dialética ritualística pertinente à abertura dos trabalhos – essa passagem corresponde ao Sol na posição zenital ao Meio-Dia e no ocaso, emblematicamente à Meia-Noite.
Como já comentado em outra ocasião, a Estrela Flamejante é um símbolo de luz intermediária que fica situado entre o Sol (Oriente) e a Lua (Ocidente).
Como estrela hominal, ela não possui luz própria, portanto não recebe iluminação especial e nem possui representação para tal.
Do mesmo modo, o Pentagrama nada tem a ver com acendimento de velas, até porque esse acendimento de velas não possui nenhuma cerimônia especial de cunho esotérico, senão a sua relação direta que indica o lugar das Luzes (menores) da Loja e a evolução iniciática do maçom. Assim também como não existe cerimônia para acendimento do painel, ou do teto (???).
Para a Estrela Flamejante não existe momento para o seu “acendimento”, até porque essa iluminação não é prevista, pois o Pentagrama não é um elemento emissor ou receptor de Luz.
O termo “flamejante” por si só representa a alegoria do conhecimento humano em contraposição às trevas da superstição e da ignorância.
Para representa-la com o ápice para cima a Estrela não carece de colocação especial sobre a parede, pois no seu interior existe a letra G (Geometria) em posição de leitura, o que lhe dá de qualquer lugar sentido orientativo sobre qual é a sua parte superior e a sua parte inferior. O Ritual também não prevê a sua colocação sobre a parede Sul.
Simbolicamente a Estrela Flamejante representa o homem – a sua ponta para cima corresponde a cabeça, as duas pontas laterais (esquerda e direita) correspondem os membros superiores e as outras duas voltadas para baixo, os membros inferiores. Nesse sentido, o emblema estelar com um só o ápice voltado para cima concebe a naturalidade e a ordem das coisas na Natureza, já que em posição invertida, ela simboliza os aspectos da animalidade e do caos das trevas (bode). Como a Maçonaria é uma Obra de Luz, ela nunca adota a Estrela de modo invertido (de ponta cabeça).
Concluindo, não existe nenhuma luz para ser acesa que corresponda à Estrela Flamejante, assim como o seu lugar não é na parede Sul, porém no teto, sobre o ambiente reservado ao Segundo Vigilante.


T.F.A.

PEDRO JUK



NOV/2017