quinta-feira, 30 de setembro de 2021

ABSTENÇÃO DURANTE A VOTAÇÃO

 

Em 21/02/2021 o Respeitável Irmão Denilson Forato, Loja Octávio de Oliveira, 3.781, Rito Moderno, GOB-SP, Estado de São Paulo, faz a seguinte pergunta

 

ABSTENÇÃO EM VOTAÇÃO

 

Tenho uma dúvida, ficar à Ordem em uma votação aberta em Loja, é "não" ou se abster


de votar, ficar neutro.

 

OPINIÃO.

 

Ficar à Ordem durante uma votação pelo sinal de costume, tem sido em alguns ritos Maçônicos a maneira consagrada de se expressar por aquele que se abstém de votar, isto é, pelo desejo de não votar, nem pelo sim, nem pelo não; nem a favor, nem contra.

Conforme exprimem bons dicionários da língua portuguesa, quem se abstém, do verbo pronominal abster, se priva (por sua conta) de fazer algo, no caso, o de votar pelo sim ou pelo não; do de aprovar, ou de não aprovar.

É uma atitude que pode expressar o desejo de ser neutro, ou seja, como adjetivo, também segundo dicionários da nossa língua, menciona, nesse contexto, aquele que não toma partido, nem a favor e nem contra numa discussão, votação, etc.

Nesse sentido, me parece que quem se abstém de votar é porque prefere ficar neutro pelas razões que lhe competem.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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SET/2021

 

LUGAR DO SUBSTITUTO DO VENERÁVEL MESTRE

 

Através do New GOB Net, recebi a seguinte questão de um Respeitável Irmão pertencente a uma Loja federada ao GOB-RO, REAA, Oriente de Porto Velho, Estado de Rondônia:

 

SUBSTITUTO DIRIGINDO OS TRABALHOS

 

Por que em minha Loja quando o substituto natural não for Mestre Instalado ele tem que dirigir os trabalhos de uma das cadeiras de honra que ladeiam o Trono do Venerável?

 

ORIENTAÇÕES:

 

Procedimento completamente errado! O substituto emergencial do Venerável
Mestre, sendo instalado ou não, ocupa o lugar de ofício do Venerável Mestre. Isto é, o trono.

Nessa oportunidade, no REAA, o substituto usa os seus próprios paramentos, vestindo do ofício apenas a joia do Venerável Mestre.

Essas situações precárias nada tem a ver com a cerimônia de Instalação. O substituto, de posse do 1º malhete naquele momento é o dirigente da Loja e é tratado pelo cargo que está exercendo, no caso, o de Venerável.

Dirigir de cadeira ao lado do trono é pura invenção. Está errado o dirigente dos trabalhos portando o 1º malhete ter que dirigir a sessão de outra cadeira que não a de ofício do Venerável Mestre. Isso de fato não existe. É mera fantasia.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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SET/2021

 

sábado, 11 de setembro de 2021

INGRESSO FORMAL EM LOJA ABERTA

 

Em 18.02.2021 o Respeitável Irmão Antônio Fernando da Silva Simões, Loja Fraternidade de Santos, 132, GOB-SP, REAA, Oriente de Santos, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:

 

INGRESSO COM FORMALIDADE.

 

Gostaria do seu esclarecimento quanto ao ingresso no Templo sem formalidades. Vejo a prática em algumas Lojas, que consiste no irmão parar entre Colunas e apenas saudar as Luzes sem que façam o procedimento completo, ou seja, não dão os passos do Graus, apenas fazem o sinal. Sempre ouvi que toda Ritualística é formal sem haver a necessidade de ser solicitada. Pode me esclarecer, por favor. Agradeço a vossa atenção e esclarecimentos.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Além dos ingressos formais para autoridades e lojas visitantes previstas no RGF e nos respectivos rituais, em linhas gerais, aquele que ingressar em Loja aberta, no caso do REAA, deve atender à formalidade consagrada na forma seguinte: pela Marcha do Grau em que a Loja estiver trabalhando seguida da saudação às Luzes da Loja na forma de costume, podendo ainda, conforme o caso, responder ao questionário do telhamento antes de ser conduzido ao seu lugar.

Quanto ao questionário do telhamento, esse é aplicado a um visitante, contudo nada impede que um Irmão do quadro possa também ser a ele submetido. O critério é do Venerável Mestre.

Não existe prática ritualística pela metade, isto é, em Loja aberta do REAA, a ordem formal é a de que se execute por primeiro a Marcha do Grau e em seguida a saudação às Luzes. Não há meia formalidade, portanto o Venerável Mestre não deve dispensar nenhuma das suas etapas.

É bom que se diga que os visitantes que ingressarem após a Ordem do Dia (que não ingressaram em família) também se sujeitam às formalidades.

Concluindo, entendo que regras são feitas para serem cumpridas. A boa geometria não acompanha desleixo e favorecimentos.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

http://pedro-juk.blogspot.com.br

jukirm@hotmail.com

 

 

SET/2021

 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

SILÊNCIO DOS APRENDIZES E COMPANHEIROS

 

Em 12/02/2020 o Respeitável Irmão Olgmar Eudes de Matos, Loja União Fraterna de Campo Limpo de Goiás, REAA, GOB-GO, sem mencionar o Oriente, Estado de Goiás, apresenta a questão seguinte:

 

SILÊNCIO DOS APRENDIZES E COMPANHEIROS.

 

Muito embora eu tenha o CIM de numeração bem antiga, fato que decorre de eu ter ficado em adormecimento por mais de 40 anos, tendo retornado em janeiro deste ano ao meio maçônico, causou-me surpresa ao ler o Regimento Interno da Loja, as condições de manifestações de Irmão Aprendiz e Companheiro, durante as reuniões, ou seja "que podem se manifestar somente quando conclamado a fazê-lo ou em decorrência de situação de relevância", o que me gerou muitas dúvidas sobre a determinação contida no Regimento Interno.

Procurei na Constituição e no RGF e não encontrei óbices à fala de qualquer Irmão em


sessões regulares. Pode ser falha minha em não ter notado tal determinação nas Regulamentações superiores.

Mas, como sou e serei um eterno aprendiz e gosto de saber das coisas maçônicas, consultei o nosso Valoroso Venerável e outro Irmão do Quadro e as respostas não supriram ou satisfizeram meu desejo de saber, para um melhor polimento da minha pedra bruta, dormente em minha pessoa.

Quando leio o Símbolo Maior da Ordem: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, encontro aí, um grande paradoxo com a realidade Regulamentar Interna da Loja, que parece estar em confronto, com a bandeira maçônica, tão venerada por todos nós.

Daí, informado pelo nosso zeloso Venerável, de sua Sabedoria e Didática nos conhecimentos maçônicos, venho perguntar-lhe sobre tal dúvida, além do que, acho eu, que é quando se é Aprendiz e Companheiro que mais precisamos de esclarecimentos dos Irmãos Mestres e até mesmo podermos dar ideias em questões em discussão nas sessões. Mais cabeças pensam melhor que menos cabeças, penso aí adaptando um dito popular.

Se possível e sem causar transtornos ao Nobre e Poderoso Irmão, agradeceria pelos ensinamentos quanto à matéria.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Em se tratando do REAA, o mencionado silêncio dos Aprendizes e Companheiros é apenas simbólico, portanto, não deve ser tomado ao pé da letra como se os portadores dos dois primeiros graus devessem literalmente permanecer mudos em Loja.

Ora, compreenda-se que a alegoria do silêncio é relativa ao conhecimento do iniciado. Desse modo o Aprendiz representando a infância, ou a etapa inicial, requer ainda vencer uma ampla jordana de aprendizado. Usando também da sua intuição e amparado pelos Mestres da sua Loja, observador, ele segue paulatinamente a senda do aprimoramento.

Vários aspectos iniciáticos sugerem essa representação alegórica, pelo que podemos citar, por exemplo, a Pal Sagr e a sua forma única de ser transmitida no 1º Grau, isto é sol. Aludindo ao princípio ou os primeiros passos, o iniciado na etapa primitiva ainda não sabe ler, somente sol. Emblematicamente, sugere-se ao iniciado a possibilidade de progresso pelo aprendizado, respeitando as regras e a ordem natural.

O silêncio nesse caso é a reflexão sobre cada etapa a ser vencida na jornada. O silêncio aqui não é o de ficar com a boca fechada, mas é o silêncio da introspecção daquele


que caminha do Ocidente (ocaso) em direção ao Oriente (nascente).

Utilizando-se do silêncio para as coisas que ainda não lhe foram reveladas, o Aprendiz pode, com critério, pedir a palavra para se manifestar em assuntos que lhe são pertinentes. O Aprendiz, por exemplo, se submete a interrogatórios para aumento de salário e apresentação de peças de arquitetura. Por aí se vê que o silêncio não é absoluto, mas inerente àquilo que ainda não lhe é permitido perscrutar.

Com o Companheiro é a mesma coisa, a despeito de que ele demonstra mais conhecimento haurido do progresso das suas instruções. O emblema dessa evolução é o número maior de luzes litúrgicas acesas na Loja de Companheiro.

A sua idade simbólica, por si só já demonstra essa evolução. Não à toa que no REAA a Pal Sagr no 2º Grau é transmitida por ssíl. O progresso é demonstrado pela evolução da forma sol para a sil.

Assim, o silêncio nesse grau denota responsabilidade. Primeiro a de não perscrutar aquilo que só lhe será permitido quando ele alcançar a C do M. Segundo é a de não revelar a um Aprendiz os segredos do Grau de Companheiro. O silêncio iniciático se revela na sua construção interior, onde nenhum ruído se ouve pela utilização das ferramentas.

Tal como o Aprendiz, o Companheiro se submete às verificações de costume para o seu aumento de salário, portanto ele pode perfeitamente se manifestar em Loja, desde que seja sobre assuntos que lhe são permitidos.

Concluindo, devo reiterar que essas são considerações pertinentes ao REAA. Isso implica que não se trata de um comentário generalizado, a despeito de que cada rito possui a sua característica, podendo assim existirem outros procedimentos que não corroboram com os aqui apresentados. Isso inclusive explica de o porquê dos regulamentos da Obediência não atuarem em assuntos que constroem a forma litúrgica e ritualística de cada rito. Entendo que o Regimento Interno de uma Loja, no mínimo de ser coadunar com o que preconiza o rito por ela adotado.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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SET/2021

terça-feira, 7 de setembro de 2021

POTÊNCIA MAÇÔNICA, OBEDIÊNCIA MAÇÔNICA E ORDEM MAÇÔNICA - DEFINIÇÃO


Em 09/02/2021 o Respeitável Irmão João Batista dos Santos, Loja Luz e Caridade, 0525, REAA, GOB-MG, Oriente de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, apresenta a questão que segue:

POTÊNCIA, OBEDIÊNCIA E ORDEM
 

Preciso de um apoio desse ilustre e sábio irmão!

Quero saber a sua definição para o seguinte:

Qual é a diferença entre *Potencia*, *Obediência* e *Ordem*, na administração da
Maçonaria?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Baseado no que mencionam bons dicionários da nossa língua, e no que se adequa à Maçonaria, o substantivo feminino, “Potência”, dentre outros, menciona autoridade, domínio. Ainda sob essa óptica, o substantivo feminino, “Obediência”, dentre outros, também alude à sujeição, dependência.

No que diz respeito ao substantivo feminino “Ordem”, me parece que o significado


que mais se adequa é o que menciona uma confraria que se compromete a cumprir preceitos exarados em estatuto próprio. Seus membros prometem viver sob autoridade de certas regras.

No tocante aos títulos Potência e Obediência, entendo que ambos são títulos distintivos consagrados na Moderna Maçonaria, tanto para os denominados Grandes Orientes (vertente francesa), assim como as Grandes Lojas (vertente inglesa).

Pertinente ao termo Potência em Maçonaria, ele menciona autoridade e domínio, no caso sob as Lojas jurisdicionadas e Obediência cabe designar como submissão à vontade, no caso a de um Poder que governa uma constelação de Lojas.

Desse modo, parece que ambos os títulos acabam se correlacionando como entidades autônomas e soberanas que governam uma congregação de Lojas, no caso, Lojas Simbólicas.

Quanto à palavra Ordem, no caso Ordem Maçônica, vejo que a colocação extraída do dicionário, aqui já mencionada, é a definição que mais se adequa.

Concluindo, devo salientar que as exposições por mim aqui emitidas são de cunho interpretativo, mas não laudatório, pois não sou nenhum expert na ciência da gramática, podendo, portanto, serem contestadas pelos que de fato dominam as regras do vernáculo.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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SET/2021

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

INDUMENTÁRIA DO MESTRE MAÇOM - A FAIXA

 

Em 08/02//2021 o Respeitável Irmão Emerson Paião, Loja Justiça e Caridade, 1.293, REAA, GOB-GO, Oriente de Itumbiara, Estado de Goiás, apresenta a seguinte questão:

 

A FAIXA DO MESTRE

 

Tomo a liberdade de pedir um breve esclarecimento, se possível.

Faz parte das insígnias do Mestre Maçom a Faixa (Fita). Embora prevista, vê-se em diversas Lojas do REAA que não é utilizada, muitas vezes ficando restrita a Comissão de treze membros, por exemplo, como em nossa Loja, nas sessões magnas.

Pergunto:

1) seu uso continua obrigatório?

2) sendo obrigatório, é usada em qualquer tipo de sessão?

Desde já agradeço a atenção e desejo uma ótima semana meu Irmão.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Sem dúvida. A faixa, conforme previsto no Ritual do REAA, Mestre Maçom em


vigência no GOB é parte da sua indumentária.

Sendo assim, ela deve ser usada pelo Mestre, tanto nas sessões ordinárias como nas magnas.

O ritual também prevê que os que ocupam cargo, ficam dispensados do uso da faixa porque já trazem o colar com a joia distintiva do cargo. Contudo, tem sido nossa orientação que os Cobridores e os Expertos, além do colar, usem por debaixo dele também a faixa porque, conforme previsto no ritual, há nela (na faixa) um dispositivo anelar metálico destinado a acomodar a espada.

A faixa do Mestre também traz dela apensa a joia do Mestre Maçom.

Por oportuno, lembro que a origem da faixa vem do talabarte que nele trazia presa a bainha com a espada. Seguindo essa origem é que a faixa vai vestida do ombro direito para o quadril esquerdo (lembra o talabarte).

Na Maçonaria Francesa a espada, além de arma branca, também simbolizava nobreza. Nos séculos XVIII e XIX era costume na França, principalmente, que os nobres usassem uma espada. Nesse sentido, a galante Maçonaria Francesa, independente da classe social do Mestre Maçom, preconizava o uso da espada para todos. O sentido é mais ou menos o do chapéu que, tradicionalmente nas Lojas de Aprendizes e Companheiros, como símbolo de autoridade, só o Venerável usa chapéu, enquanto que nas Lojas de Mestres, todos indistintamente usam chapéu. Em síntese é como o rei que diante dos seus súditos se apresenta coberto, enquanto que diante dos seus pares, todos se cobrem.

Na Moderna Maçonaria, na maioria dos ritos o uso da espada por todos os Mestres caiu em desuso, permanecendo como símbolo desse antigo costume a faixa e a joia do Mestre.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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SET/2021