quinta-feira, 30 de maio de 2024

ASSUNTOS PERTINENTES A ATA DA LOJA

Em 12.09.2023 o Respeitável Irmão Welste da Silva Medeiros, Loja Justiça e Equidade, 4402, REAA, GOB-RJ. Oriente de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, apresenta a dúvida seguinte:

 

ASSUNTOS SOBRE A ATA DE UMA LOJA

 

Gostaria de orientações sobre a ATA produzida em Loja. Muito ouvi durante meus poucos anos de Maçonaria sobre essa parte da nossa ritualística, então são várias dúvidas, que passo a descrever:

1) A Ata deve ser assinada na mesma Sessão?

2) Os Irmãos que faltaram a uma Sessão não podem ler ou conhecer dos assuntos tratados na Ata da Sessão anterior?

3) O Irmão pode ter acesso a todas as Atas, pois elas são públicas aos Obreiros da Loja?

 

CONSIDERAÇÕES:

  1. Assinatura da Ata: no GOB, conforme prescreve o Ritual em vigência do REAA e o SOR – Sistema de Orientação Ritualística, a ata deverá ser lida na sessão seguinte àquela que a gerou. Assim, na próxima sessão da Loja, no grau correspondente, a ata deverá ser lida e aprovada em Loja. Estando ela aprovada, o Mestre de Cerimônias colhe as assinaturas do Venerável Mestre e do Orador, juntas à do Secretário.

Nesse sentido, como previsto no ritual, vale destacar que impreterivelmente a leitura da ata ocorre em Loja aberta.

  1. Ausentes e a leitura da Ata: no rigor da tradição, somente deveriam ouvir a leitura da ata os que estiveram presentes na sessão a ela correspondente. Todavia, o que tem sido tolerado nos nossos rituais é que o seu conteúdo seja de conhecimento da assembleia presente no dia de sua leitura, sem a necessidade de cobertura do Templo a ninguém. Nesse sentido, todos os presentes na sessão podem ouvir a sua leitura, entretanto, se presentes Irmãos ausentes na sessão que gerou a confecção da ata, esses Irmãos dela devem se abster nas discussões, emendas e aprovação.
  2. Acesso às Atas: é possível, porém somente mediante uma justificativa amparada por lei. O responsável pelo livro de atas é o Secretário, mas qualquer autorização, nesse sentido, deve vir do Venerável Mestre que fará uma análise acurada do porquê desta solicitação sem ferir a legalidade.

Obviamente que existem atas antigas que são registros documentais históricos manuseados muitas vezes por historiadores e pesquisadores. Mesmo assim, vale destacar que a ata é propriedade da Loja, e/ou da Obediência, portanto, é preciso analisar com critério as justificativas das vistas requeridas. A título de ilustração, no caso da palavra “ata”, em Maçonaria, o termo mais apropriado é “balaústre”, que é um colunelo de sustentação. Assim, figuradamente, “balaústre” é um elemento que sustenta a história da Loja, já que neles se encontram todos os registros das sessões maçônicas por ela realizadas.

 

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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MAIO/2024

OS RESPONSÁVEIS PELAS INSTRUÇÕES DOS APRENDIZES E COMPANHEIROS

Em 09/09/2023 o Respeitável Irmão Genivaldo Rogerio da Fonseca, Loja Antonio Dias Camargo, Magnífica e Perfeita, 118, REAA. GLESP (CMSB), Oriente de São Paulo, Capital, formula a seguinte pergunta:

 

RESPONSÁVEIS PELAS INSTRUÇÕES

 

Por quê do Irmão Primeiro Vigilante instruir os Aprendizes e o Irmão Segundo Vigilante os Companheiros. Se nos pautamos pela razão, qual é a deste caso?

A razão da pergunta é um questionamento que surgiu em um Grupo de Estudos.

 

A questão não é territorial, só porque os Aprendizes e o 1º Vigilante sentam-se ao Norte e os Companheiros e o 2º Vigilante ao Sul. A questão é de hierarquia das Luzes da Loja e de história da Maçonaria.

                      Hierarquia, porque se refere à ordem de importância das Luzes na Loja, sendo o Venerável Mestre o nº 1, o 1º Vigilante o nº 2 e o 2º Vigilante o nº 3, à vista disso, o terceiro da escala hierárquica é o responsável por instruir os Aprendizes (princípio da jornada); o segundo da escala hierárquica é o responsável por instruir os Companheiros (jornada mais avançada); por fim o Venerável Mestre, primeiro da escala hierárquica, é o instrutor dos Mestres.

Não obstante a isto, tem a questão histórica, relativa ao período primitivo da nossa Ordem, quando, nos tempos do ofício, era o 2º Warden (depois 2º Vigilante) quem recebia o candidato no canteiro de obras, dando-lhe, naquela oportunidade, as primeiras instruções, encaminhando-o depois ao 1º Vigilante, que o recebia e fazia uma prece em seu favor. Finalmente, o candidato era levado ao Mestre da Loja (um Companheiro) que, sob as vistas de um clérigo, fazia-o prestar a obrigação sobre a Bíblia. Em seguida, como Aprendiz Admitido, recebia o avental e as luvas operativas, além dos seus instrumentos de trabalho. Por fim, feito Aprendiz do Ofício, ele era conduzido novamente ao 2º Vigilante que lhe prestava instruções complementares e o conduzia para o trabalho.

Entenda-se que tudo isso se passava em um canteiro de obras, da Idade Média, já que à época não existiam, ritos, rituais e nem a forma especulativa de trabalho que hoje conhecemos.

Foi seguido a linha dessa conduta histórica, que na Moderna Maçonaria, em alguns ritos, os Aprendizes são instruídos pelo 2º Vigilante e os Companheiros pelo 1º Vigilante. Há ritos, inclusive, como o de York, onde a Pedra Bruta fica junto ao 2º Vigilante no Sul, no entanto, os Aprendizes sentam-se ao Norte (nordeste). Deste modo, está longe de ser verdade se afirmar que o Vigilante precise ocupar a mesma coluna dos seus instruídos.

Nesse contexto, os ritos têm suas peculiaridades, alguns seguem essa linha, outros não. No caso do REAA, seguindo as velhas tradições, o 1º Vigilante, do Norte, instrui os Companheiros ao Sul e o 2º Vigilante, do Sul, os Aprendizes ao Norte.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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MAIO/2024

COLETA DO TRONCO E A MODERNIDADE TECNOLÓGICA

 

Em 07.09.2023 o Respeitável Irmão Adriano Amaral de Oliveira Burity, Loja Harmonia Itarantiense, REAA, GLEB (CMSB), Oriente de Itarantim, Estado da Bahia, apresenta a dúvida seguinte:

 

TRONCO E A MODERNIDADE TECNOLÓGICA

 

Achei seu site, pois estava pesquisando sobre o tronco de solidariedade e como manter o landmark diante de tanta tecnologia.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

A caridade não se trata propriamente de um Landmark, porém ela é uma forma, até certo ponto iniciática, de se praticar a virtude da filantropia sem ostentação.

A forma ritualística de coleta do Tronco, através de uma bolsa durante um determinado período da sessão, é característica de alguns ritos maçônicos, principalmente os de vertente francesa, como é o caso do REAA.

No que diz respeito à tecnologia e o tronco de beneficência maçônica, ela bate de frente com o sigilo – este sim um Landmark - já que o Tesoureiro ao receber o produto auferido, se não na forma de costume, acabaria sabendo o valor individual das doações.

Nesta conjuntura, há ainda o conceito iniciático que envolve a circulação da bolsa, o que lhe dá uma característica especial durante a liturgia da coleta.

                     É oportuno dizer que, mediante a lisura e transparência da coleta, o seu produto em moeda corrente deve ser conferido, anunciado e anotado na mesma sessão em que o tronco fez o trajeto ritualístico.

À vista disso, a forma consagrada de coleta deve permanecer como está, isto é, obedecendo à circulação e os doadores sendo discretos na doação. Assim, antes de deturpar uma prática prevista no ritual em nome do modernismo, o melhor é que os Irmãos venham para a sessão preparados e com um montante a ser doado, ou seja, trazer consigo algum valor em espécie se ele puder doar alguma coisa. Não há como alterar uma prática consagrada há anos a despeito do progresso tecnológico. 

Doações para a caridade da Loja também podem ser feitas fora da prática ritualística, isto sim, sem o segredo de saber quem doou e quanto doou. Basta que se crie um mecanismo para tal, mas fora de uma sessão ritualística para não ferir o ritual. Nesse caso o doador fará uso de outros métodos, sem, contudo, ir contra a liturgia de uma coleta consagrada e prevista pelo ritual.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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MAIO/2024

terça-feira, 28 de maio de 2024

O MESTRE DE HARMONIA


Em 05.09.2023 o Respeitável Irmão Antonio Carlos Manso, Loja Inconfidência e Liberdade, 2370, REAA, GOB, Oriente de São Gonçalo do Sapucaí, Estado de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguinte:

 

MESTRE DE HARMONIA



 

Gostaria de conhecer as atribuições do Mestre Harmonia em loja do REAA.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

O Mestre de Harmonia, como bem diz o nome, cuida da harmonia no ambiente da Loja durante os trabalhos. A Música é a sexta das sete Nobres Ciências e Artes Liberais e está presente na liturgia Maçônica desde a Idade Média, mediante ao ingresso dos primeiros maçons especulativos.

No contexto maçônico, o titular da Coluna da Harmonia é quem faz soar, em momentos apropriados, melodias compatíveis com o ambiente de trabalho na Loja.

Geralmente, também é função do Mestre de Harmonia, fazer reproduzir (atualmente por meios eletrônicos) os ruídos que complementam as passagens iniciáticas, a exemplo dos efeitos sonoros previstos durante as viagens e as provas.

Muitas Lojas também atribuem ao Mestre de Harmonia o ofício de gerenciar os efeitos visuais, tal como o apagar e acender de lâmpadas que em momentos apropriados a liturgia maçônica exige.

O roteiro das músicas que compõem a harmonia da Loja, exigem do titular, acurada observação, respeito, dedicação e bom gosto, fazendo soar na medida certa, melodias compatíveis com o ambiente maçônico. Atualmente é possível se encontrar prontas, mídias apropriadas para os trabalhos da Coluna da Harmonia, não obstante ter havido tempos em que as músicas eram produzidas ao vivo por instrumentos musicais, tais como órgãos tubulares, violinos e violoncelos.

 

 

T.F.A.

 

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

MAIO/2024