sexta-feira, 30 de março de 2018

REAA - DECORAÇÃO DO TEMPLO - TOALHAS, FRANJAS E GALÓES.


Em 28/09/2017 o Respeitável Irmão Carlos Lunkes, Loja Tiradentes, 2.432, REAA, GOB-PR, Oriente de Marechal Cândido Rondon, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

DECORAÇÃO DO TEMPLO - REAA - TOALHAS, FRANJAS E GALÕES.


Gostaria de tirar mais uma dúvida. Pretendo dar inicio a reforma das toalhas das mesas do templo, pensei em bordar a frente delas conforme o cargo, mas minha dúvida é qual a cor correta a ser utilizada. Gostaria de poder contar com sua ajuda.

CONSIDERAÇÕES:

LOJA ESTRELA DE MORRETES - GOB/PR
A despeito de que a cor predominante do Rito Escocês Antigo e Aceito seja predominantemente vermelho-encarnada por influências históricas advindas dos os Stuarts (reis católicos da Inglaterra) e também das hoje já extintas Lojas Capitulares, o próprio ritual de Aprendiz do REAA em vigência no GOB, respeitando essas tradições, menciona o seguinte na sua página 19 in Disposição e Decoração do Templo: “As almofadas, cortinas, e se for o caso, os assentos e encostos das cadeiras deverão ser na cor vermelha encarnada (o grifo é meu)”.
Ainda nesse mesmo ritual, página 15 menciona em parte do parágrafo pertinente, “(...) sob um dossel vermelho com franjas de ouro (os grifos são meus)”.
Então, pelo mencionado, a mesma interpretação estende-se para o caso das toalhas que algumas Lojas adotam para cobrir e decorar o tampo das suas mesas e altar. São vermelho-encarnadas.
A cor vermelha encarnada, característica do Rito, se dá conforme acima mencionado pela associação com os jacobitas (católicos) e a cor vermelha do Cardeal (prelado do Sacro Colégio pontifício) adotada na Igreja católica.
É essa mesma cor vermelha que influencia o matiz capitular do Grau 18º que possui forte apelo cristão. Assim, as Lojas Capitulares, embora extintas de há muito tempo, também influenciaram o simbolismo nos meados do século XIX, tanto na decoração dos templos, bem como a cor do avental de Mestre. Para melhores esclarecimentos, vide a história das Lojas Capitulares quando na França do século XIX o Grande         Oriente da França, por um tempo, teve sob a sua tutela, além do simbolismo, também os graus do 4º até o 18º, restando ao Segundo Supremo Conselho, o Kadosh e o Consistório (do 19º até o 33º).
Destaque-se que no REAA\ o matiz encarnado e galões dourados são predominantes na decoração das Lojas de Aprendiz e de Companheiro, entretanto essa particularidade se diferencia em alguns aspectos na Câmara do Meio onde predomina a decoração negra com galões prateados - tudo devido à proposta doutrinária e a alegoria inerente ao Grau de Mestre.
LOJA ESTRELA DE MORRETES - GOB/PR
Ainda em relação à decoração do Templo no REAA\, conforme citam autores autênticos e renomados como José Castellani e Theobaldo Varolli Filho, “no recinto do Templo jamais podem faltar representações inerentes à pedra, à madeira e ao ouro.
Nesse sentido, em um Templo simbólico do escocesismo a pedra representa a Estabilidade, a madeira (Cedro do Líbano) a Vitalidade e o ouro a Espiritualidade. Revela-se essa alegoria no lendário Templo de Jerusalém quando é dito que nele existiam esses três elementos principais, mas que a Maçonaria Simbólica sob o aspecto pontual os substituiu por pedras lavradas (Pavimento Mosaico), por madeira de lei no Altar e por ornatos dourados.
Em sendo assim, respondendo objetivamente a sua questão, as toalhas devem ser vermelhas encarnadas e decoradas com franjas e galões dourados tal como acontece com o dossel, enquanto que o bordado decorativo nas toalhas identificado com as joias dos titulares sugere-se no mesmo também um padrão dourado. No que diz respeito à Loja de Mestre preveem-se toalhas negras com galões e franjas prateadas, próprias para a ocasião e de conformidade com a decoração da Loja do Terceiro Grau.


T.F.A.


PEDRO JUK


MARÇO/2018

ENSAIOS RESUMIDOS I - PÁSCOA. O QUE UM MAÇOM DEVERIA SABER


ENSAIOS RESUMIDOS I

O QUE UM MAÇOM DEVERIA SABER


I – INTRODUÇÃO.

Por vaidade e preocupação de que a origem da Maçonaria é antiguíssima, muitos Maçons deixaram se arrastar pelo erro dos símbolos e pelos costumes das Lojas. Em vez de investigar como se introduziram tais costumes na Maçonaria, preferiram abraçar a ideia de que eles derivaram da própria Instituição – Século XIX - Findel in “Geschichte des Freimaurerei”, (A História da Maçonaria).

Dentro da estrutura doutrinária oriunda dos Ritos e Trabalhos maçônicos da Moderna Maçonaria, indubitavelmente, além de todo o corolário simbólico, tanto autêntico como especulativo, existem outras características ligadas diretamente à proposta de aperfeiçoamento haurida das manifestações do pensamento humano em geral dado ao fundamento eclético que identifica a Sublime Instituição.
Nesse sentido, dentre outros, as datas e períodos solsticiais e equinociais sempre estiveram ligados aos procedimentos maçônicos, sejam eles de conduta operativa, sejam eles de conduta especulativa. Assim eles permaneceriam mais tarde também na decoração dos espaços de trabalhos maçônicos - Templos, Lojas, ou Salas das Lojas - de acordo com os diversos sistemas praticados, seja como um símbolo específico, seja como uma alegoria iniciática.
Essas relações geralmente buscam explicar na escola maçônica, os fundamentos oriundos dos cultos solares da antiguidade que seriam a base da imensa maioria das religiões conhecidas.
Nesse particular, não existe aqui qualquer afirmativa que a Maçonaria seja uma religião, entretanto é inegável essa influência sobre os Canteiros Medievais que dariam origem à Franco-Maçonaria e posteriormente à Moderna Maçonaria, esta então imbuída no aprimoramento do Homem como elemento principal da sua matéria-prima. Enfim tudo na Maçonaria foi sabiamente constituído para que o Maçom siga à vontade os mandamentos da própria crença, sem ferir a consciência de qualquer de seus Irmãos.
Por assim ser, segue sob essa óptica e em formato de um breve ensaio uma sequência de assuntos pertinentes que a nosso ver são inquestionavelmente apropriados para a melhor compreensão da “arte de construir especulativa”.
Dando início à jornada, ainda que de modo sintético, serão aqui abordados apenas aspectos relacionados às festividades pascalinas e o seu elo com o equinócio de primavera no Hemisfério Norte - a Ressurreição da Vida (Natureza).
O próximo enunciado, “Ensaio Resumido II”, pretende abordar o solstício de Verão no Hemisfério Norte e João, o Batista, na Maçonaria.
II – A PÁSCOA.
PÁSCOA (do hebraico pesach[1] pelo grego Páscha, pelo latim clássico Pascha) - Substantivo feminino. 1. Na época pré-mosaica, festa da primavera de pastores nômades. 2. Festa anual dos hebreus, transformada em memorial de sua saída do Egito. 3. Festa anual dos cristãos, que comemora a ressurreição de Cristo e é celebrada no primeiro domingo depois da lua cheia do equinócio de março.
Os judeus a celebram do 14º dia do primeiro mês Nissan[2] ao seu 21º dia, quando todo varão israelita deveria peregrinar até Jerusalém para celebrar a “passagem”, ou a Páscoa. O título de “passagem” designa para os israelitas à data instituída em comemoração a libertação desse povo do jugo egípcio, quando o Anjo da Morte feriu de morte os primogênitos do Egito. Momento oportuno em que Moisés conduziu o seu povo em direção à Terra Prometida – a “passagem” da escravidão para a liberdade; da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida; a travessia do Mar Vermelho seguindo o sinal indicado pela coluna de fumaça e de fogo (Êxodo[3] – segundo livro do Antigo Testamento; da Torá, ou da Lei mosaica; Pentateuco).
Assim toda família judia se reunia na tarde do 14º dia do primeiro mês Nissan para o ritual do Cordeiro Pascal, consumindo pães ázimos (sem fermento) acompanhado na refeição de ervas amargas, cujo intuito era o de relembrar o amargor dos dias de cativeiro no Egito.
A Páscoa, também conhecida como a Festa dos Pães Ázimos (Da Proposição) perdurava oito dias e o primeiro e o último eram santificados com o Shabbath[4].
No simbolismo Cristão a data se apresenta como a morte de “Jesus Cristo” e a sua ressurreição ocorrida durante a celebração da Páscoa. Assim a data coincide com a páscoa judaica, já que “Cristo” fora crucificado na véspera dessa mesma páscoa, sendo que desde os mais remotos tempos da cristandade esta também é tida como a maior festa dos cristãos.
Em linhas gerais a “Ressurreição de Jesus”, ou o triunfo do Espírito ressuscitado destaca a imortalidade espiritual. Não é por acaso que a festa pascal obedecendo à tradição dos cultos solares da antiguidade ocorre no primeiro mês (Nissan) do ano religioso hebraico que coincide com o período equinocial ou a “passagem do Sol” do hemisfério Sul para o Norte (primavera – ressurreição da vida – a Natureza revive após o inverno – a passagem do inverno para a primavera). Assim a festa cristã é celebrada no primeiro domingo após o plenilúnio (lua cheia) ocorrido após o dia 21 de março (data do equinócio[5] de primavera no hemisfério boreal). Dentro desse limite a data pascal ocorrerá sempre entre 22 de março e 25 de abril.
Sem qualquer proselitismo religioso, porém para esclarecimento e introspecção, cita-se aqui a Epístola de São Paulo aos Hebreus quando aventa que a imolação do cordeiro é referência à imagem da realidade que se verificou e que o “Cordeiro de Deus” seria o próprio “Cristo”.
A preparação para a Páscoa cristã realmente começa na quaresma (quarenta – número penitencial) - quarenta dias de penitência, cujo auge é alcançado no Domingo de Ramos e simboliza a entrada triunfal de “Jesus” em Jerusalém, uma semana antes da Páscoa, aplaudido pela mesma multidão que “O” veria morto e crucificado no final da semana.
Esse teatro alegórico importa ao Maçom e à Maçonaria quando sugere a lição do aperfeiçoamento natural. A Páscoa se associa à comemoração da morte do inverno (trevas) e a recuperação da vida – atmosfera simbolicamente ligada à ressurreição da vida (os cultos solares da antiguidade). É sob esse prisma que surge a máxima maçônica de relação iniciática – morrer para renascer.
Essa similitude com os cultos solares implica no tema com a prevalência da Luz sobre as trevas, como é o caso do sábado de aleluia cristão e a ressurreição no domingo seguinte (Páscoa). A mesma relação também se encontra na páscoa judaica, ou a passagem do povo hebreu do jugo tenebroso da escravidão para o alvorecer da liberdade e a busca da terra prometida.
A ressurreição de “Jesus”, despida de prosélitos religiosos demonstra um profundo sentido para reflexão do Homem – das trevas do sepulcro da morte (inverno) para a Luz Celestial, o que em linhas gerais significa o ato da redenção.
Indubitavelmente essa alegoria destaca-se simbolicamente na passagem aparente do Sol do Sul para o Norte, findando o inverno dos dias curtos e das noites longas e o desabrochar da primavera – a ressurreição da Natureza dando cumprimento ao início de mais um ciclo natural – a mãe Terra começa a ser aquecida pelos raios vivificantes do Sol espalhando a vida em um renascer contínuo pelo efeito da “Luz”. Mensagem dita nos Canteiros da Maçonaria como a maior Glória do Arquiteto Criador.

III– DESFECHO DESSE ENSAIO RESUMIDO.
Para a Maçonaria saliente-se que essa abordagem não envolve dogmas religiosos, senão uma comparação que visa o aprimoramento do Homem sugerido pela escalada iniciática e sem qualquer intuito de desrespeitar as crenças individuais.
Ressalte-se ainda a importância das influências culturais e mesmo religiosas no seio da Moderna Maçonaria. Nessa proporção estão os seus Ritos e Trabalhos com os seus costumes culturais das diversas latitudes terrenas. Dentre outras, a missão do Maçom é também a da investigação da Verdade através dos métodos imparciais da pesquisa e da história, bem como se despir das concepções anacrônicas.
Para o Maçom sobreleve-se nesse breve ensaio a importância dos termos relacionados à: “vida, morte, ressurreição, passagem, aperfeiçoamento, ciclos, Luz e trevas”.
Se bem compreendida a Arte o Maçom poderá perceber que para toda manifestação humana, seja ela cultural, ou religiosa, haverá sempre uma explicação coerente e verdadeira. Seria então oportuno salientar que a ignorância e a superstição são os verdadeiros flagelos da Humanidade, portanto, também inimigos da Maçonaria.

  
                                                                   Pedro Juk
                                                               Morretes-Paraná, Abril/2014


  
APÊNDICE – ENSAIO RESUMIDO I

Tradições pagãs na Páscoa - os Ovos de Páscoa – haurido do Antigo Egito, o costume de se entregar ovos vem dos teutões[6], já que o ovo era o símbolo da vida e da fertilidade. O mesmo era proibido durante a quaresma e só reaparecia no cardápio de domingo da ressurreição.
É ainda hoje comum em grande parte dos países a prática de pintar ovos cozidos, decorando-os com desenhos e formas abstratas, embora que em outros, os ovos tenham sido substituídos por ovos de chocolate desde o Século XVIII.
Como o costume não é citado na Bíblia, porém mencionado em antigos rituais pagãos, o hábito acaba por se reportar ao caráter profano dessa tradição. A primavera, coelhos e ovos pintados com eram os símbolos da fertilidade e renovação.
Ainda de interesse de estudo do maçom e o aspecto da transformação, sugere-se o estudo e investigação, sobretudo para os ritos que possuem a Câmara de Reflexão, naquilo que aborda a menção da alquimia e em particular o símbolo do ovo alquímico – estudos para o Grau de Companheiro.





[1] Pesach – Significa em hebraico: passagem.
[2] Nissan – 1º mês do calendário hebraico, cujo primeiro dia desse mês dá-se em 21 de março e o último em 20 de abril. É o início do ano místico hebraico – equinócio de primavera no hemisfério norte.
[3] Segundo a Bíblia (Livro do Êxodo), Deus mandou 10 pragas sobre o Egito. Na última delas, disse Moisés que todos os primogênitos seriam exterminados (com a passagem do anjo por sobre suas casas), mas aqueles (Israelitas ou Egípcios) que seguissem suas instruções seriam poupados. Para isso, deveria sacrificar um cordeiro, passar o sangue do mesmo sobre as ombreiras das portas de suas casas e não deveria delas sair, assim, o anjo passaria por elas sem ferir seus primogênitos. Todos os demais primogênitos do Egito foram mortos, do filho do Faraó aos filhos dos prisioneiros. Isso causou intenso clamor dentre o povo egípcio, que culminou com a decisão do Faraó de libertar o povo de Israel, dando início ao Êxodo de Israel para a Terra Prometida.
A Bíblia judaica institui a celebração do Pesach em Êxodo 12, 14: “Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra de Adonai: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua”.
[4] Shabbat – Dia da Criação - sábado (Do hebraico shabbath, pelo latim Sabbatu). Substantivo masculino. 1. O sétimo dia da semana, começada no domingo. 2. Dia de descanso, ou de descanso religioso, entre os judeus. 3. Sábado de aleluia - o da semana santa; sábado santo.
[5] Equinócio (Do latim aequinoctiu). 1. Ponto da órbita da Terra em que se registra uma igual duração do dia e da noite, o que sucede nos dias 21 de março e 23 de setembro. 2. Qualquer das duas interseções do círculo da eclíptica com o círculo do equador celeste: equinócio da primavera, ou ponto vernal, e equinócio do outono, ou ponto de Libra. 3. Instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, corta o equador celeste.
[6] Teutônico (do latim teutonicu). Adjetivo 1. Relativo aos teutões, ou aos germanos. 2. Relativo à Alemanha e aos alemães.

terça-feira, 27 de março de 2018

RECONHECIMENTO E REGULARIDADE ENTRE AS OBEDIÊNCIAS


Em 14/01/2018 o Respeitável Irmão Marcelo Souza, Loja Montasalvat, 123, REAA, GLMMG (CMSB), Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, apresenta a seguinte questão:

RECONHECIMENTO E REGULARIDADE


Caríssimo Irmão, a CMSB consta na List of Lodges, mas não no site da GLUI (http://ugle.org.uk/about/foreign-grand-lodges). A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais não consta nem em uma nem no outro.
Entretanto, visitamos/somos visitados e temos parcerias com Lojas do GOB.
Como está definida a questão da regularidade/reconhecimento entre GLUI, GOB, CMSB e GG\ LL\?

CONSIDERAÇÕES.

Esse tem sido um assunto muito delicado em algumas circunstâncias. Em linhas gerais o Grande Oriente do Brasil é reconhecido pela Grande Loja Unida da Inglaterra enquanto que as Grandes Lojas Estaduais Brasileiras são reconhecidas pelas Grandes Lojas Norte-Americanas. Já a COMAB tem sido paulatinamente reconhecida pelas Grandes Lojas Norte-Americanas. Atualmente muitas Grandes Lojas da América do Norte também reconhecem o Grande Oriente do Brasil.
Em linhas gerais, os ingleses seguem a regra de reconhecer apenas uma Obediência num País.
Atualmente em termos de Brasil criou-se um estigma de que o “List of the Lodges” é um órgão regulador, mas ele é na realidade um divulgador publicado nos Estados Unidos e, no meu entender, não é um órgão oficial que sirva como parâmetro maçônico para reconhecimento mundial – entendo que o reconhecimento da GLUI é uma coisa, enquanto que o List of the Lodges é um volume de divulgação de nomes de Lojas que pertencem a inúmeras Obediências regulares espalhadas pelo mundo.
No mais, para se evitar “melindres” eu peço vênia para não entrar nesse assunto de “regularidade e reconhecimento”, até porque na minha humilde opinião, em termos de Brasil, entendo que são também Obediências Maçônicas regulares aquelas surgidas das duas grandes cisões no GOB, uma em 1927 e outra em 1973. Outras, além do GOB, da CMSB e da COMAB que porventura apregoam regularidade por aqui, não entram na minha conta. Algumas, inclusive, são até casos de polícia.
Ratifico que essa é uma opinião pessoal, cuja qual não tem o desiderato de afrontar decisões legais emanadas das nossas Obediências. Opinião não significa orientação.


T.F.A.

PEDRO JUK

MARÇO/2018

MAÇOM ADORMECENDO - QUITE PLACET


Em 06/01/2018 o Respeitável Irmão Diego Santos, sem mencionar o nome da Loja, Rito, Obediência, Rito e Estado da Federação, solicita a seguinte informação:

MAÇOM ADORMECENDO


Estou passando por algumas dificuldades financeiras, e a Loja a qual pertenço é em outra cidade cujos gastos para eu estar participando no momento não estou conseguindo manter. Seria sensato eu pedir para adormecer para não atrapalhar os serviços em Loja?
Caso realmente eu venha a adormecer qual é a maneira correta de ser feito este procedimento?

COMENTÁRIOS.

Sim, devemos considerar sempre o equilíbrio das nossas ações. Se o momento é de dificuldades financeiras, o que eu espero seja breve, o Irmão tem o direito de solicitar o seu Quite-Placet até que a situação melhore.
Eu ainda sugeriria ao Irmão que antes exponha essa situação à sua Loja. Quem sabe se os demais Irmãos não o auxiliam nessas dificuldades? Afinal na justa necessidade aprendemos que devemos ser solidários uns com os outros. Um obreiro possui valor inestimável para a sua Loja
De qualquer modo, em sendo necessário um Irmão se afastar da Loja, deve ele solicitar formalmente (por escrito) colocando na Bolsa de Propostas e Informações o seu pedido de Quite-Placet, lembrando que para tanto, o solicitante deve estar rigorosamente em dia com as suas obrigações, sobretudo com a tesouraria.
Recebido o pedido pela Loja, o Venerável Mestre, de acordo com os procedimentos legais dá destino à súplica e não deve ser questionada a decisão de quem pediu.
Estando tudo nos conformes e cumpridas as formalidades o Quite é então expedido pela Obediência e entregue pela Loja a quem o solicitou.
De posse do Quite-Placet e dentro da sua validade, o portador pode solicitar o seu retorno às atividades por filiação em Loja da mesma Obediência ou se já tiver expirado o prazo do documento, solicitar retorno por processo de regularização.
De acordo com as leis das Obediências, geralmente um Quite-Placet tem a validade de 180 dias a contar da sua publicação no boletim oficial. Também se faz cogente observar o que prescrevem os regulamentos das Obediências, pois podem existir diferenças entre eles.
A Loja tem a obrigação de informar aos seus obreiros quais os procedimentos que devem ser seguidos para a se solicitar um Quite-Placet.


T.F.A.

PEDRO JUK


MAR/2018

domingo, 25 de março de 2018

DOMINGO DE RAMOS


DOMINGO DE RAMOS

Antes da “passagem” (páscoa), a entrada triunfal em Jerusalém. Ato dotado de profundo simbolismo. Jesus, louvado pela multidão, ingressa em Jerusalém montado em um jumento.
No que diz respeito ao simbolismo do jumento nesse ato, o mesmo pode estar relacionado à tradição oriental onde esse animal representa a paz, ao contrário do cavalo que se relaciona à guerra.
Segundo as tradições, se o rei chegasse montado num cavalo ele queria guerra, já se estivesse montado num jumento, procurava a paz.
Nesse sentido, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém montado num jumento, significa a presença de um “Príncipe da Paz” e não de um rei propenso à estupidez da guerra.
Segundo os relatos bíblicos a “entrada triunfal” se deu uma semana antes da “ressurreição”.
Sob a óptica dos cultos solares da antiguidade e sua influência nas religiões, a alegoria é construída no equinócio de primavera no Hemisfério Norte. Os dias iguais às noites em sua duração denotam o fim das trevas do inverno. A natureza triunfalmente ressurge na primavera. A alegoria solar representa a “passagem” do sol de um para outro hemisfério.
Simboliza a passagem das trevas para a Luz.

PEDRO JUK
          MARÇO/2018

sábado, 24 de março de 2018

RITUALÍSTICA DO REAA - INGRESSO NO ORIENTE, INGRESSO NO TEMPLO E O LADO PELO QUAL AS LUZES SÃO ABORDADAS


Em 20/12/2017 o Respeitável Irmão José de Freitas Tolentino, Loja Fraternidade e Justiça, REAA, GOB-TO, Oriente de Gurupi, Estado do Tocantins, solicita informações para as seguintes questões:

RITUALÍSTICA DO REAA – INGRESSO NO ORIENTE, INGRESSO NO TEMPLO E O LADO PELO QUAL AS LUZES SÃO ABORDADAS.


Mais uma vez, abusando da sua infinita paciência, venho solicitar que me esclareça algumas dúvidas que me foram colocadas:
1) Ao entrar no templo devemos fazê-lo sempre pelo lado norte (Aprendizes e Irmãos que ocupam cargos no lado norte) e pelo sul (Companheiros e Irmãos que ocupam cargos no lado sul), não é mesmo? E quando entrarmos fazendo a Marcha, devemos fazê-lo pelo lado norte ou sobre a imaginária linha do equador?
2) Qual é a forma correta de adentrarmos e sairmos do Oriente? Quando fui iniciado aprendi que deveríamos entrar/sair encima da linha do equador, ou seja, bem no centro do vão da entrada da balaustrada. Ou o correto é entrar pelo lado norte e sair pelo lado sul?
3) Os Diáconos quando se dirigem aos Vigilantes devem fazê-lo de que lado?

CONSIDERAÇÕES.

  1. Duas considerações sobre essa questão. A primeira é que quando se ingressa no Templo para a abertura dos trabalhos (a Loja ainda não está aberta), como corretamente ordena o ritual, após a formação do préstito os Irmãos entram cada qual pela sua Coluna assim como os do Oriente, sem circulação. Todos se dirigem ao seu lugar em Loja e aguardam em pé a ordem do Venerável Mestre que é o último a ingressar no Templo. Ratifico: não existe ainda circulação nessa oportunidade.
A segunda é a de que se a Loja estiver aberta o ingresso será formal e nesse caso ingressa-se com os passos ritualísticos tendo como referência o eixo longitudinal (equador) no sentido oeste para leste, pois esse é o local, próximo à porta, onde se executa a Marcha do Grau.
A despeito dessas duas situações, se porventura houver trânsito em Loja aberta entre a Sala da Loja e o Átrio sem a formalidade ritualística, ingressa-se preferencialmente pelo eixo e derivando o trajeto para o Norte. De saída nesse caso, deriva-se do Sul para o eixo em direção e próximo à porta.
  1. Devido à posição do Altar dos Juramentos ao centro do Oriente e diante do Altar ocupado pelo Venerável Mestre, em se considerando os espaços muitas vezes exíguos que constituem as Lojas, bem como a circulação horária que ocorre no Ocidente, instituiu-se o ingresso no Oriente (vindo pela Coluna do Norte) pela banda nordeste da abertura na balaustrada (lado do Porta-Bandeira) e a sua retirada pela banda sudeste da abertura (lado do Porta-Estandarte) em direção à Coluna do Sul.
Como menciona a sua questão, é o mesmo que entrar pelo lado Norte e sair pelo lado Sul.
Atenção, isso ocorre com o intuito único de disciplinar o deslocamento. Não confundir com circulação no Oriente, pois nele a mesma não existe.
  1. As Luzes da Loja são sempre abordadas pela sua direita, isto é, pelo seu ombro direito (do Venerável Mestre, do Primeiro e do Segundo Vigilante). Não existem os contornos desnecessários em volta das mesas dos Vigilantes, até porque na mesma Coluna não existe circulação – ninguém dá uma volta ao mundo para parar no mesmo lugar.


T.F.A.

PEDRO JUK

MARÇO/2018