segunda-feira, 30 de novembro de 2020

FRATERNIDADE MAÇÔNICA

 

Em 08/06/2020 o Irmão Aprendiz José Ribamar P. Nascimento, Loja De Messejana José de Alencar, 94, sem mencionar o nome do Rito, Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará, Oriente de Fortaleza, Estado do Ceará, faz o seguinte pedido:

 

FRATERNIDADE MAÇÔNICA.

 

Tendo recebido a missão de fazer meu primeiro trabalho maçônico, cujo tema é "A VERDADEIRA FRATERNIDADE MAÇÔNICA", venho a vossa presença, em busca do vos


so auxílio, ou seja, solicitar ao nobre Irmão, me ser facultado cópia de trabalhos/artigos relacionados ao tema. Tal (is) material(is), tem por objetivo, me servir de parâmetros e citações.

Certo de vossa compreensão, agradeço antecipadamente.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Sobre trabalhos e artigos de minha lauda, eu não faço remessas específicas, contudo boa parte deles podem ser encontrados na rede. Infelizmente, pelo meu tempo exíguo, não tenho como atender a pedidos individuais dessa natureza.

De qualquer modo, deixo aqui alguns apontamentos a respeito do tema.

De início, penso que é um paradoxo se utilizar da expressão “Verdadeira Fraternidade Maçônica”, já que o termo “fraternidade”, de modo abrangente e “verdadeiro” menciona parentesco entre irmãos, amor ao próximo, convivência entre pares, amizade, união, harmonia, tudo isso consubstanciado nos laços que unem aqueles que trabalham num mesmo objetivo.

Dada essa dissertação, fraternidade é por si só fraternidade, não cabendo, no meu entender, algo que precise expressá-la como “a verdadeira”, mais conveniente ou a melhor. Em Maçonaria não tratamos de espécimes de fraternidade, mas simplesmente de fraternidade e ponto final. Seria redundante tornar algo além do que ele já é ou significa.

Entendo que uma das características da Moderna Maçonaria é possuir no seu cerne a fraternidade que convive latente junto à irmandade maçônica.

Cabe mencionar que comungar das mesmas ideias em busca de um mesmo objetivo exige devotamento, sinceridade, fidelidade, tolerância e lealdade. É nesse convívio que, como maçons, devemos nos tratar como Irmãos.

Que até possam existir outros conceitos de fraternidade, contudo, certamente nenhum deles se adequará à Ordem Maçônica além do conceito originário dessa palavra.

Em linhas gerais a fraternidade é uma das pedras angulares da Instituição Maçônica. Assim, as Lojas devem continuamente investir nesse entendimento, sobretudo para atender e consolidar os objetivos de se construir uma sociedade melhor.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

CERIMÔNIA DE INICIAÇÃO REAA - EMPUNHANDO A ESPADA DURANTE O FIAT LUX

 

Em 11/06/2020 o Respeitável Irmão Mário L. Caniato, Loja Francisco das Chagas Barros, 2.558, REAA, GOB-SP, Oriente de São Paulo, Capital, solicita a seguinte informação:

 

EMPUNHANDO A ESPADA

 

Estamos enfrentando uma dúvida de ritualística no ritual de Iniciação. Gostaria de saber se há alguma regra quando os Irmãos estiverem apontando as espadas ao recém-iniciado. Deverão estes portar a espada apoiada no antebraço esquerdo? Ou ficaria ape
nas apontando a espada ao recém-iniciado com o braço direito e o braço esquerdo colado no corpo.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

O protagonista ao empunhar a espada em direção ao Iniciando, imediatamente após o Fiat Lux, deve fazê-lo do seu lugar (primeira fileira de cadeiras nas Colunas Norte e Sul) com a mão direita e respectivo braço e antebraço esticados para frente (direção do Iniciando). Nessa ocasião, quem empunha a espada (mão direita) mantém o braço e antebraço esquerdo estendido (caído) ao longo do corpo normalmente.

Apontando a espada, o corpo o corpo deve se manter ereto, quer dizer, a prumo, e os pés em esq.

Como mencionado, os protagonistas ao apontarem as espadas o fazem do seu lugar, portanto não está prevista nenhuma formação semicircular diante do Iniciando.

Quanto ao gesto de apoiar a espada no antebraço esquerdo é pura invencionice e nada tem a ver com a solenidade do momento.

Se essa postura grotesca (apoiar a espada no antebraço esquerdo) estivesse prevista, certamente ela estaria descrita no Ritual e no Sistema de Orientação Ritualística (Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral), contudo isso não é mencionado em lugar nenhum.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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NOV/2020

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

PAINEL DA LOJA E O PAVIMENTO MOSAICO NO REAA

 

Em 03/06/2020 o Irmão Aprendiz Erich Silva, Loja Luz do Oriente, 2.625, REAA, GOSP, Oriente de Tremembé, Estado de São Paulo, faz a seguinte pergunta:

 

PAINEL DA LOJA DE APRENDIZ E O PAVIMENTO MOSAICO.

 

Primeiramente espero e desejo que esteja tudo bem com você!

Estou realizando um trabalho sobre o Painel da Loja do Aprendiz, e tenho estudado muito


o seu Livro a Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom. É possível o Irmão me tirar uma dúvida?

O pavimento mosaico, não aparece no painel do Aprendiz para o REAA do GOSP, similar ao usado pelo GOB. Em seu livro é mencionado o Pavimento como um Ornamento que não pertencente ao Painel do Grau 1, apenas que a Orla Denteada é um símbolo que cerca o Pavimento, portanto não seria certo eu escrever sobre o Pavimento Mosaico no trabalho do Painel. A minha dúvida seria essa, colocar ele no meu trabalho ou não, pois vejo alguns trabalhos do Painel do REAA que falam sobre o Pavimento mosaico, sem este estar no desenho.

Desde já agradeço por ter escrito o belíssimo livro.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

No tocante ao Pavimento Mosaico, eu não mencionei no meu livro, Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom, que o Pavimento “não pertence” (sic), contudo escrevi que ele “não aparece” no Painel. Nesse contexto, então, o significado é bem diferente.

Assim, embora o Pavimento Mosaico não apareça, ele é mencionado em inúmeros rituais do REAA como um dos Ornamentos da Loja de Aprendiz. A própria segunda instrução do Ritual de Aprendiz do GOB em vigência menciona o Pavimento Mosaico na sua página 175. Do mesmo modo ele aparece na página 22 do mesmo Ritual in 1.3.2 - Planta do Templo.

Dadas essas explicações, vale a pena então mencionar que o Pavimento Mosaico (Moshé – Moisés), não é símbolo unânime na Maçonaria em geral, pois muitos ritos e mesmo rituais o mencionam.

Em se tratando do REAA ele acabou ingressando no corolário simbólico do rito por volta do século XIX, destacando que no primeiro ritual do simbolismo do rito (1804) ele


nem mesmo era mencionado.

Atualmente como parte integrante do simbolismo do REAA, o Pavimento Mosaico deve ocupar rigorosamente todo o piso do espaço ocidental, inclusive no Átrio, tendo a sua construção apresentada de forma oblíqua cujas intersecções, que formam os seus quadrados brancos e pretos em diagonal, como medidas regulares (distância) dos passos do Grau. As linhas oblíquas também marcam a posição dos pés quando colocados em esq (ângulo interno aberto para a frente).

No que tange ao seu simbolismo, em linhas gerais o Pavimento Mosaico (Quadriculado) representa a superfície da Terra e, na Sala da Loja, como o caminho das pedras lavradas por onde passa o Iniciado.

De origem sumeriana, esse pavimento retém uma característica de harmonia ao mencionar que num solo ocupado por homens de diversas raças, credos e religiões, deve sempre reinar a mais perfeita harmonia.

Sob sua característica hermética, em Maçonaria o Pavimento pressupõe os princípios de existência da dualidade e do antagonismo.

Na verdade, esse Pavimento Quadriculado recebeu o nome de Pavimento Mosaico por estar relacionado a uma lenda em que Moisés, durante o Êxodo, assentou no chão do Tabernáculo (templo portátil dos hebreus durante sua peregrinação pelo deserto) pequenas pedras coloridas.

Sob o aspecto etimológico da palavra, o saudoso Irmão José Castellani mencionava que o vocábulo “mosaico”, se usado como substantivo, determinava um pavimento feito de pequenas pedras, cuja disposição das suas cores dava a aparência de desenhos, contudo, se usado como adjetivo ele aludia a Moisés, por extensão ao judaísmo.

O termo Pavimento Mosaico é também conhecido em Maçonaria como Pavimento Quadriculado, cujas referências generalizadas são encontradas como “Chackered Flooring” – A Beautiful Floor of the Lodge.

Reitera-se que esse pavimento no REAA possui construção oblíqua, enquanto que em outros ritos ou trabalhos geralmente ele pode ser encontrado no formato de um tabuleiro de xadrez.

Concluindo, aparecendo ou não no Painel do Grau, o Pavimento Mosaico, ou Quadriculado é um adorno consagrado no REAA, sendo mencionado inclusive nas instruções dos rituais, bem como nas plantas esquemáticas relacionadas à topografia do Templo.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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NOV/2020

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

BORLAS DOS CANTOS DA LOJA

 

Em 26.05.2020 o Respeitável Irmão Alexandre de Lavra Pinto, Loja Heráclito Vitória, 3.168, Rito Brasileiro, GOB-RS, Oriente de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a questão seguinte:

 

BORLAS DO TEMPLO

 

Um Aprendiz me indagou a respeitos das Borlas do Templo.

Revisando e até onde lembro elas são duas, na porta do templo, no término da corda de 81 nós. No livro do Irmão Castellani, Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom, p


ágina 49, parágrafo segundo ele cita apenas duas.

Revisando na internet achei esse site (https://bibliot3ca.com/as-quatro-borlas/), muito bem explicado, a exceção que fala sobre o circumponto, na minha opinião.

O Castellani só resumiu e são realmente as quatro conforme o artigo acima?

O que devemos considerar, as duas ou as quatro?

Na bibliografia do link acima também tem esse artigo muito bom nesse site ao qual sempre confio, como fonte segura (http://www.freemasons-freemasonry.com/don13.html).

Grato meu Irmão e desculpe se pelo incômodo, mas cada vez que me aprofundo nos estudos da nossa Ordem, mas me encanto e mesmo sendo Mestre, cada vez vejo como temos que ler e ler e ler.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Em linhas gerais, independente de Rito, se a referência estiver relacionada às duas borlas correspondentes às extremidade da Corda de 81 Nós que ficam junto à porta de entrada, as mesmas geralmente terminam à meia altura de cada lateral interna da porta e ali estão assim dispostas para ornamentar o pórtico da Loja e ao mesmo indicar que a entrada do Canteiro Especulativo (Loja) da Maçonaria sempre estará aberta à evolução da ciência e das artes.

Agora, se a referência estiver se relacionando às quatro borlas que comumente representam a Justiça e a Prudência no Oriente; a Temperança e a Coragem no Ocidente, estas não aparecem fisicamente “penduradas” nos quatro cantos da Sala da Loja (Templo), já que essa alegoria aparece normalmente representada em cada um dos quatro cantos da Orla Denteada (Marchetada) que contorna o conjunto simbólico que perfaz o Painel da Loja.

O mais comum é que essas quatro borlas apareçam como figuras gravadas nos cantos do Painel da Loja e não literalmente pendentes dos quatro cantos altos da sala, até porque o Painel, com seu conjugado simbólico, tem sido a representação da Loja conforme o Grau de trabalho.

Por fim, cabe destacar que as quatro borlas são símbolos originais da Maçonaria anglo-saxônica e são mencionadas geralmente nas explanações da Tábua de Delinear. Para os ritos de origem francesa (latina) esses símbolos não são originais, contudo, acabaram aparecendo indevidamente nas instruções latinas ao ponto de se tornarem consuetudinários. O mais apropriado para ritos latinos seriam apenas as duas borlas que ficam nas extremidades da Corda de 81 Nós.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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NOV//2020

terça-feira, 3 de novembro de 2020

O SUBSTITUTO PRECÁRIO DO 2º VIGILANTE NO REAA

 

Em 25/05/2020 o Respeitável Irmão Adriano Silveira, Loja Joaquim Rodrigues D'Abreu, sem mencionar o nome do Rito, GOB-RJ, Oriente de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, apresenta a questão seguinte

 

SUBSTITUIÇÃO EM SESSÃO DO 2º VIGILANTE.

 

Em primeiro lugar, gostaria de parabenizar a sua contribuição para os assuntos Maçônicos. Obrigado, por muitas vezes, ter dirimido as minhas dúvidas e de todos os Irmãos que acompanham os seus meios (canais) de comunicação. Meu nome é Adriano Também me orgulha muito em ter o nosso atual 1º Vigilante Flavio Radamarker (meu Irmão Gêmeo). Atualmente represento a minha Loja e o nosso Estado junto a SAFL, no cargo de Deputado Federal. Não querendo incomodar o valoroso Irmão que aqui vos escrevo, gostaria


se possível saber da sua opinião sobre a seguinte questão: Na falta temporária do Irmão 2º Vigilante em uma sessão. Por tradição, quem deve assumir o cargo como Ad-Hoc? Desde já meus cumprimentos e admiração.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Em se tratando do REAA, numa eventual ausência do Segundo Vigilante, quem o substitui precariamente é o Segundo Experto. Este, por ocupar lugar na Coluna do Sul e próximo ao meridiano do Meio-Dia tem sido o substituto ocasional.

Destaco que esta não é obrigatoriedade de ofício do Primeiro Experto como muitos acham, alegando uma questão de hierarquia em relação ao Segundo Experto. Nada disso tem a ver.

Há que se mencionar que o titular da segunda vigilância pode estar ausente por duas possibilidades: uma devido a sua própria falta à sessão e outra se estiver preenchendo o cargo do Primeiro Vigilante no caso da sua ausência.

Assim, o imediato substituto do Segundo Vigilante é, como dito, o Segundo Experto.

Isso é consuetudinário e é parte dos usos e costumes do REAA. Vem desde quando foi inserido a figura dos Expertos nos primórdios dos seus rituais.

Cabe mencionar que os Expertos são cargos naturais da Maçonaria Francesa (latina).

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

NOV/2020