quinta-feira, 29 de junho de 2023

PATRONOS DA MAÇONARIA EM GERAL

O Respeitável Irmão Nilton Bustamante, Loja Fronteira Paulista, 448, sem mencionar o nome do Rito, GLESP (CMSB), Oriente de Bragança Paulista, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte:

 

PATRONOS DA MAÇONARIA

 

Por gentileza, poderia sanar minha dúvida sobre quem é o "Patrono(s)” da Maçonaria? S. João Batista, S. João Evangelista, S. João Smoler (S. João de Jerusalém).

 

CONSIDERAÇÕES.

 

                    O que tem confundido alguns Irmãos a respeito desse tema são os muitos escritos e opiniões onde o assunto não é abordado na sua amplitude, ou seja, se buscar saber quem é de fato o patrono universal da Maçonaria, e não o padroeiro particular de um rito maçônico. É bom que se diga que a Maçonaria Universal, conhecida como Franco-Maçônico Básico (simbolismo), é formada por ritos, cujos quais nasceram com algumas características próprias, portanto é natural que desde os tempos operativos as confrarias de pedreiros possuíssem particularmente seus santos protetores. Isso nada tem a ver com personagens que sejam patronos de toda a Maçonaria.

A não observação desse importante detalhe por parte de alguns escritores maçônicos, desafortunadamente tem levado muitos maçons a difundirem afirmativas contraditórias que envolvem padroeiros de ritos em vez de propriamente o padroado universal da Ordem. Um exemplo disso é o São João Esmoler, ou de Jerusalém, que de fato é um santo padroeiro, todavia não na totalidade da Ordem Maçônica, porém patrono de um rito maçônico em particular.

Outro exemplo indevido utilizado como padroeiro maçônico foi o ocorrido na França do século XIX nos primórdios do simbolismo do REAA, oportunidade em que o Guia dos Maçons Escoceses estranhamente trazia um santo padroeiro que nem mesmo existia no hagiológio da Igreja. Esse personagem, inexistente para a Igreja, foi chamado de “São João d’Escócia”. Da “Escócia” provavelmente para tentar conciliar com o nome “Escocês” que o rito possui no seu título.

Embora, esse São João, o da Escócia, tenha desaparecido mais tarde do Rito, o estrago já estava feito, pois mesmo assim por muito tempo alguns rituais do escocesismo ainda mencionavam esse ilustre personagem desconhecido.

Com respeito ao padroado universal da Maçonaria, isto é, independentemente dos ritos que a compõem, ela, a Instituição Maçônica, de fato universalmente possui dois personagens patronais. Esses patronos, por questões históricas possuem uma concreta relação com os períodos solsticiais do verão e inverno que ocorrem no hemisfério Norte.

Nesse cenário, vale ressaltar que os solstícios[1] sempre estiveram em destaque entre os nossos ancestrais dos tempos da Maçonaria Operativa. Em linhas gerais, nos tempos do ofício as épocas solsticiais regulavam o andamento dos trabalhos profissionais nos canteiros de obras da Idade Média.

Operativamente, nos canteiros medievais os solstícios eram uma espécie de calendário do ofício. De certo modo, isso significa que dos doze meses do ano, nove deles eram geralmente satisfatórios para o desenvolvimento dos trabalhos que ocorriam nas construções das grandes catedrais e igrejas medievais.

Essa relação ofício/solstício, de modo comum significa que há épocas que propiciam mais, ou menos luz solar. Nesse sentido, o ápice da luz durante o verão ao Norte, ajudava os Franco-Maçons a exercerem com plenitude os seus trabalhos. Já o inverno ao Norte, com dias curtos e noites longas, ao contrário era insalubre pela presença das baixas temperaturas e ausência de luz. Os três meses de inverno eram desfavoráveis para ofício.

Assim, no período hibernal, quando simbolicamente a Terra fica viúva do Sol (prevalência das trevas e a morte da Natureza), as confrarias de pedreiros dispensavam seus operários pagando-os conforme o merecimento. Dessa forma, os operários contentes e satisfeitos se recolhiam para o merecido descanso até que fossem chamados de volta para o trabalho na próxima primavera.

Esse mecanismo astronômico do Sol, gerador dos solstícios e das estações do ano na Terra, prosseguiu se integrando como uma alegoria especulativa da Moderna Maçonaria. Nesse ambiente, vale lembrar que próximo às datas solsticiais de junho (verão no Norte) e de dezembro (inverno no Norte), também são comemorados a 24 de junho e 27 de dezembro, os dias dos dois Joões padroeiros - o Batista e o Evangelista.

É bom que se diga que universalmente a Moderna Maçonaria celebra os solstícios de inverno e verão relativos ao hemisfério Norte do nosso Planeta. Isso se dá porque foi nesse hemisfério que a Maçonaria floresceu. Dessa forma, convenciona-se que todas as Lojas maçônicas espalhadas pela face da terra, estejam elas situadas ao Norte ou ao Sul, devem celebrar os solstícios de verão, associado a João, o Batista, e de inverno, conexo a João, o Evangelista.

Sob uma conjuntura religiosa, a Igreja, por razões históricas[2], teve que adequar as datas comemorativas aos Joões, Batista e Evangelista à proximidade dos solstícios. Desse modo, emblematicamente João, o Batista, nascido em plena Luz do verão, veio para anunciar a chegada da Luz, ou seja, veio para divulgar o nascimento de Jesus, tomado como a Luz do Mundo. Já João, o Evangelista, que nascera em plena estação sombria do inverno (menos luz), veio para divulgar a boa nova, isto é, pregar o Evangelho de Jesus, a Luz do Mundo.

Graças a isso é que na Maçonaria, independente dos padroeiros particulares dos seus ritos, João, o Batista, é sempre comemorado no verão do Norte a 24 de junho, enquanto que João, o Evangelista, é sempre comemorado em pleno inverno do Norte, a 27 de dezembro. Nesse cenário, é bom que se diga que embora a Maçonaria não seja uma religião, de certo modo ela acabou por influência herdando alguma religiosidade da Igreja, já que historicamente se sabe que a Igreja foi por muito tempo protetora das corporações de ofício medievais, ancestrais da Franco-Maçonaria.

Em razão disso é que a Maçonaria Universal comemora dois patronos, e não apenas um, pois ambos estão intimamente ligados às datas solsticiais, períodos tão caros aos ancestrais que mais tarde dariam origem às Lojas de São João.

Toda essa alegoria solar está expressa em um dos símbolos mais antigos utilizados pela Maçonaria - o Círculo e as Paralelas Tangenciais. Nesse conjunto simbólico, o círculo representa o Sol, e as paralelas tangenciais os trópicos de Câncer e de Capricórnio.

A ideia concebe que cada um dos pontos de tangência marca respectivamente o solstício de inverno e de verão, isto é, o Sol não ultrapassa os trópicos. Nesse argumento simbólico, o Sol é representado pelo círculo, e os dois Joões pelas paralelas (trópicos) tangenciais. O ideograma possui o desiderato de lembrar ao maçom sobre os limites da razão humana perante ao Criador.

Finalizando, no que concerne a São João de Jerusalém, ou Esmoler, ele é o padroeiro particular de um rito maçônico, mas não da Maçonaria como um todo. Vale lembrar que a Maçonaria é composta por ritos. Nesse sentido, muitos dos ritos têm seus próprios personagens patronais, contudo esses personagens nada tem a ver com os solstícios e com os patronos gerais da Ordem, que são o Batista e o Evangelista.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2023



[1] Solstício (sol estático) – é a época em que o Sol passa pela sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador. É um fenômeno astronômico que marca o início do verão ou do inverno conforme o hemisfério da Terra. Ocorre duas vezes por ano e está associado ao eixo de rotação da Terra, cuja posição é inclinada a 23,5° em relação ao seu próprio eixo. Durante os solstícios, o Sol permanece aparentemente estático por um pequeno período em distância máxima da linha do equador.

[2] Cristianismo e o Império Romano - No ano 313, o imperador Constantino concedeu liberdade de culto aos cristãos, até então perseguidos e torturados por sua crença. O cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano através de ato instituído por Teodósio. Com isso a Igreja teve que adequar os seus santos cristãos aos personagens do paganismo romano.

terça-feira, 20 de junho de 2023

ESTAR EM PÉ SEM ESTAR À ORDEM

Em 21/03/2023 o Respeitável Irmão Édson dos Santos, Loja Regeneração Sul Bahiana, 994 e Sabedoria, Equilíbrio e Poder, 4404, REAA, GOB-BA, Oriente de Ilhéus, Estado da Bahia, apresenta a dúvida seguinte:

 

POSTURA DO CORPO

 

Na abertura dos trabalhos, qual a postura do irmão, no REAA, quando o Venerável diz: Em pé meus irmãos. O irmão fica na posição de sentidos ou sinal de obediência? Ou tanto faz? Já que a Loja ainda está fechada?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

 

             Inicialmente é oportuno se considerar que Sinal de Obediência não existe REAA, sendo, portanto, prática de outro Rito.

Assim, na ocasião em que a Loja estiver em processo de abertura, os Irmãos, conforme preconiza o ritual, ficam em pé naturalmente, ou seja, com os braços caídos verticalmente ao longo do corpo.

No caso, todos ficarão à Ord a partir do momento em que o Livro da Lei for aberto na forma de costume.

Vale lembrar que ficar à Ord é se manter em pé com o corpo ereto e os pp uu pelos cc em esq compondo o Sin de Ord do grau.

Ficar em pé naturalmente e sem Sin, também não é posição de sentido à moda militar. É simplesmente ficar em pé sem fazer o Sin de Ord

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2023

segunda-feira, 19 de junho de 2023

O OFÍCIO DOS DIÁCONOS NO REAA

Em 21/03/2023 o Irmão Aprendiz Gustavo Goulart, Loja Concórdia, 0368, REAA, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná, solicita o que segue:

 

DIÁCONOS NO REAA

 

Primeiramente, digo que é uma honra poder estar lhe enviando um e-mail para tentar sanar uma dúvida.

Sabe-se que em breve teremos o ERAC no GOB-PR.

O tema escolhido para o nosso trabalho é sobre o trabalho dos Diáconos no grau de Aprendiz.

Porém, estou tendo dificuldades para encontrar literaturas acerca deste tema. Nos poucos livros que encontrei, a abordagem sobre os Diáconos é bem simples.

Na próxima quinta feira participarei de uma sessão de iniciação na Sede do GOB-PR, e soube que lá temos a disposição uma boa biblioteca.

Por este motivo lhe pergunto, poderia me indicar algum(s) livro(s) que seja robusto no que diz respeito aos Diáconos?

Desde logo agradeço e expresso votos de elevada estima e consideração.

 

COMENTÁRIOS.

 

A respeito dos Diáconos como oficias que participam dos trabalhos maçônicos, no Brasil não há muita literatura a respeito. Isso se explica porque dos três principais ritos de origem francesa por aqui praticados - REAA, Rito Frances ou Moderno e o Rito Adonhiramita - apenas o REAA utiliza o cargo de 1º e 2º Diáconos no desenvolvimento ritualístico dos seus trabalhos.

                  Essa característica ocorre graças à influência dos maçons irlandeses da Grande Loja dos "Antigos" de 1751 na Inglaterra que indiretamente acabariam ajudando a construir o primeiro ritual para o simbolismo do REAA em 1804 na França.

No mais, para melhor compreensão do assunto remeto-o a estudar com afinco a história da Maçonaria Inglesa, particularmente sobre a demonstração da nova forma de trabalho ritualístico após a união das duas Grandes Lojas Rivais inglesas que ocorreu em novembro de 1813. Nesse contexto é possível se observar que os Diáconos, antigos oficiais de chão, foram inseridos na liturgia maçônica do ritual inglês pelos maçons irlandeses, então ligados, segundo eles, à forma antiga de trabalho.

Sobre esse assunto, certamente o Irmão irá encontrar apontamentos no Blog do Pedro Juk, hospedado em http://pedro-juk.blogspot.com.br

Ainda posso lhe adiantar que no REAA a única função dos Diáconos na Loja é a de atuar como mensageiros na liturgia da transmissão da Palavra durante a abertura e encerramento dos trabalhos.

Nesse sentido, apesar da dialética de abertura expressa no ritual, eles têm apenas e tão somente essa função na Loja, não estando ali para atuar como ajudantes de ordem do Venerável e dos Vigilantes.

Historicamente, como os velhos oficiais de chão, os Diáconos relembram na Moderna Maçonaria os mensageiros que atuavam nos imensos canteiros de obras da Maçonaria Operativa. Essa é uma longa história e não pode ser confundida com Diáconos levando bilhetes, recados e outros expedientes nos atuais trabalhos da Loja na Moderna Maçonaria.

Entenda-se que no REAA o ajudante de ordens do Venerável Mestre é apenas o Mestre de Cerimônias, cabendo somente a ele levar expediente e mensagens durante os trabalhos, nunca os Diáconos, pois como visto, esses se fazem presentes no REAA só para atuar na liturgia da transmissão da Palavra.

No meu Blog, com paciência o irmão encontrará explicação para muitos desses procedimentos.

Quanto à biblioteca, recomendo consultar o Irmão Hamilton Sampaio Jr no GOB-PR.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2023

sábado, 17 de junho de 2023

ROMÃ E ACÁCIA COMO SÍMBOLOS MAÇÔNICOS

Em 21/03/2023 o Respeitável Irmão Fábio Miranda Vieira, Loja União e Progresso, 236, sem mencionar o nome do Rito e Obediência, Oriente de Vitória, Estado do Espírito Santo, apresenta a dúvida seguinte:

fabio.mirandavieira@yahoo.com.br

 

ACÁCIA E ROMÃ

 

Minha pergunta é a seguinte: existe posição definida para o plantio da Acácia e da Romã na frente de uma Loja Maçônica? Por exemplo: a Acácia deve estar do lado direito e a Roma no esquerdo… existe alguma determinação destas posições?

 

CONSIDERAÇÕES

 

Alguns comentários sobre essas espécies vegetais.

A Romã – fruto da romãzeira. Utilizada no simbolismo maçônico, as romãs, segundo relatos bíblicos já se faziam presentes sobre cada um dos capiteis das Colunas B e J do pórtico Templo de Jerusalém. Segundo essas discrições elas apareciam dispostas em duas fileiras com duzentos frutos cada uma.

Nos templos maçônicos de muitos ritos, as Romãs geralmente aparecem na liturgia do 1º Grau formando dois conjuntos de três Romãs entreabertas dispostas sobre os
capitéis das duas colunas do pórtico.

No simbolismo maçônico a Romã, pela sua constituição e forma ela revela numerosas sementes que representam os membros da grande fraternidade maçônica. Unidas e acomodas umas às outras, as suas sementes assim apoiadas é que dão ao fruto a sua verdadeira forma. Nesse contexto as Romãs são emblemas da harmonia social.

A Acácia – designa genericamente diversas plantas da família das leguminosas, subfamília das leguminosas mimosáceas.

Com uma variedade de mais de seiscentas espécies, geralmente espinhosas, elas se distribuem nas regiões de clima quente. Vale registrar que dentre elas, a espécie nativa no Norte da África é rica em tanino e serve como matéria prima para a goma arábica.

                       Os árabes utilizavam ramos floridos de Acácia para saudar a volta do Sol durante o solstício de inverno no hemisfério Norte; no Egito as Acácias eram consideradas árvores sagradas; na Fraternidade Rosa Cruz ensina-se que a madeira da Acácia foi utilizada para construir a cruz em que Jesus fora crucificado; no Tabernáculo hebraico, eram feitos de madeira da Acácia a Arca da Aliança (Êxodo, 25-10), a mesa dos pães propiciais (Êxodo, 25-23) e o altar dos holocaustos (Êxodo, 27-1).

Como símbolo maçônico, a Acácia, além se ser o emblema da Grande Iniciação (Mestre), ela representa também a incorruptibilidade, a pureza e a imortalidade. No contexto lendário do 3º Grau simboliza ressurreição.

Concluindo, no que diz respeito à sua questão propriamente dita, nada existe como regra sobre seu plantio, à direita ou à esquerda uma da outra nos jardins ou pátios contíguos ao prédio da Loja. Na verdade, externamente a Romãzeira e a Acácia são plantas que normalmente adornam os jardins das Lojas Maçônicas.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2023

quinta-feira, 15 de junho de 2023

VISITANTE DE UM RITO VISITANDO LOJA DE OUTRO RITO

Em 20/03/2023 o Respeitável Irmão Renato Pascoal, Loja Barão de Mauá, 748, REAA, GLESP (CMSB), Oriente de São Paulo, Capital, apresenta a dúvida seguinte:

 

VISITANTE E PRÁTICAS DE OUTRO RITO

 

De imediato agradeço a imensa contribuição e paciência em compartilhar conosco todo seu conhecimento, é de uma ajuda sem tamanho! Obrigado

Por favor, gostaria de sua ajuda a respeito de visitação em Loja.

Quando alguns Irmãos de uma mesma Loja (Mestre e Aprendiz) vão fazer uma visita, ao usar a palavra somente quem a pediu deve levantar-se, ou, demais que o acompanham na visita também devem ficar em Pé e a Ordem?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

O que deve ser observado nesse caso é que um visitante de outro rito não traga consigo práticas ritualísticas que interfiram na liturgia do rito da Loja visitada, a saber que a Loja visitada está trabalhando no ritual do rito que ela pratica.

Obviamente que o visitante se apresenta trajado conforme o seu rito e isso não interfere no andamento dos trabalhos. O que não pode é alterar o curso ritualístico previsto no ritual.

                 Essa questão de um visitante que depois de autorizado a falar ter os seus acompanhantes também posicionados em pé é um caso de interferência ritualística. No REAA, por exemplo, pois isso não acontece. Explico: no REAA quem autoriza alguém a falar são os Vigilantes nas respectivas Colunas e o Venerável no Oriente.

Nesse sentido, o razoável é que quem deva ficar em pé é apenas o visitante autorizado a falar, enquanto que os seus acompanhantes devem permanecer sentados. A lógica no rito em questão é de que só quem fala é que fica em pé.

É bem verdade que podem existir ritos que adotem outra postura, como a de todos os visitantes de uma Loja ficarem em pé enquanto um deles fala, contudo isso não ocorre no REAA.

O GOB, por exemplo, traz no seu RGF o Artigo 217, § único, onde o “visitante está sujeito à disciplina interna da Loja que o admite”. Entende-se que essa disciplina envolve o respeito ao ritual que está sendo trabalhado naquele instante.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

http://pedro-juk.blogspot.com.br

jukirm@hotmail.com

 

 

JUN /2023

segunda-feira, 12 de junho de 2023

COLUNAS ZODIACAIS NO ORIENTE?

Em 13.03.2023 o Respeitável Irmão Odair Lopes Jr., Loja Igualdade, 93, GLMERJ (CMSB), REAA, sem mencionar o Oriente, Estado do Rio de Janeiro, faz a pergunta seguinte:

 

COLUNAS ZODIACAIS NO ORIENTE?

 

Estou fazendo uma pesquisa que fundamente o porquê das CCol Zodiacais estarem dispostas, todas, no Ocidente, não se estendendo ao Oriente Você poderia me ajudar?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Em que pese essa matéria já ter sido exaustivamente por mim tratada, em síntese, as Colunas Zodiacais marcam no templo maçônico do REAA o caminho iniciático do Maçom.

               Essa jornada associa-se à alegoria do nascimento, vida e morte da Natureza - primavera, verão, outono e inverno que ocorrem no hemisfério Norte. Ao Norte porque foi nele que a Maçonaria nasceu.

Assim, os Aprendizes ocupam no templo maçônico o topo da Coluna do Norte (Primavera e Verão), os Companheiros o topo da Coluna do Sul (transição do verão para o outono) e os Mestres, na sua jornada final, o inverno.

Iniciaticamente esses ciclos representam sequencialmente a infância, a adolescência, a juventude e a maturidade do iniciado.

Nos parâmetros iniciáticos do REAA, a jornada se conclui no Oriente, que é o lugar onde ingressam apenas aqueles que já tenham alcançado a plenitude maçônica (3º Grau).

Para que o Maçom, através da Exaltação alcance o Oriente, ele deve antes passar obrigatoriamente pelos graus de Aprendiz e de Companheiro.

Nesse contexto iniciático, a vida material do iniciado corresponde à sua estada no Ocidente, e a espiritual, no Oriente. Esotericamente essa fórmula iniciática está representada pelo Esq e o Comp sobre o L da L, onde o Comp gradativamente terá as suas pontas libertadas dos ramos do Esq.

Representando cada um desses ciclos iniciáticos, as Colunas Zodiacais se distribuem pelas paredes Norte e Sul até a balaustrada, que é o limite do Ocidente com o Oriente. Nessa conjuntura, em última análise, o Ocidente corresponde ao caminho material do Iniciado e o Oriente é o destino espiritual. Graças a isso é que as Colunas Zodiacais não podem ultrapassar a balaustrada.

A chave de todo esse emblemático sistema de aprimoramento humano está na Lenda de Hiran, cujo segredo ao ser desvendado pelo Iniciado, o tornará capaz de ultrapassar o pórtico do Oriente.

 

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2023

sábado, 10 de junho de 2023

ORDEM DE ABORDAGEM NA CIRCULAÇÃO DA BOLSA - REAA

Em 12.03.2023 o Respeitável Irmão Rafael Batistas, Loja Pioneiros de Mauá, 2000, REAA, GOB-RJ, Oriente de Magé, Estado do Rio de Janeiro, faz a seguinte pergunta:

 

ORDEM DE ABORDAGEM NA COLETA

 

Gostaria de saber o correto na circulação do tronco de beneficência, dando em minha loja como nas lojas que tenho o prazer em visitar a circulação e feita na sequência:

Venerável Mestre, autoridades que estão no trono de Salomão, 1º Vig, 2º Vig, Orador, Secretário e Guarda do Templo.

Minha dúvida o correto não seria:

Venerável mestre, 1º Vig, 2º Vig, Orador, Secretário e Guarda do Templo?

Os dois irmãos que adornam o trono de Salomão logo após as luzes e as Dignidades?

Última dúvida os IIr que estão colaborando com o tronco de beneficência pelo que li a colaboração deverá ser de forma discreta possível colocando a mão fechada no saco (tronco de beneficência ) e retirando discretamente a mão aberta sem a necessidade de mostrar a assembleia no caso levantar a mão pois estamos entre IIr e para fechar vejo algumas vezes alguns IIr antes de contribuir no tronco de beneficência em plena ritualística fazem alguns movimentos como girar a mão sobre a cabeça, pronunciar o próprio nome entre outras coisas, no ritual não diz em grandes detalhes mais acredita que a discrição seria a melhor forma de colaboração do tronco de beneficência.

 

CONSIDERAÇÕES

 

Quanto a ordem de abordagem na coleta, segue-se o previsto no SOR - Sistema de Orientação Ritualística do GOB implantado pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral e publicado no boletim oficial do GOB nº 31 em outubro de 2019.

             Destaco que o SOR é a orientação oficial do GOB. Não fosse assim esse sistema não estaria hospedado no site oficial do GOB à disposição de todos os Irmãos. Nessa conjuntura, vale lembrar que o Soberano Grão-Mestre Geral é o guardião dos Rituais do GOB e ele pode emitir Decretos que atuem sobre esses rituais.

Dito isso, a abordagem da coleta das PProp e IInf e do Tronco de Benef, assim como o giro do Escrutínio Secreto segue a ordem prevista no SOR, ou seja: Venerável Mestre; 1º e 2º Vigilantes; Orador, Secretário e Cobridor Interno (esse é o nome correto); Autoridades que estejam ocupando as duas Cadeiras de Honra; demais Irmãos do Oriente; Mestres das Colunas do Sul e do Norte respectivamente; Companheiros; Aprendizes e, por fim, o próprio oficial que desempenha a missão.

Nesse contexto é bom que se diga que a ocupação das duas cadeiras de honra ocorre conforme o Decreto 1469/2016. A propósito, as duas cadeiras de honra não têm a função de "adornar" o Trono.

No tocante à coleta, de fato o procedimento deve ser sempre o mais discreto possível, sem a necessidade de o abordado levantar a mão aberta no final do ato da coleta. Basta que ele coloque a mão direita fechada dentro do recipiente e discretamente aberta ao retirá-la – não precisa literalmente mostrar a mão aberta. Tudo isso pode ser conferido em se consultando o SOR.

Outros procedimentos, como os que relata o Irmão, não estão previstos, pois não passam de meras invenções.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/2023

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2023