sexta-feira, 28 de outubro de 2022

PERÍODO DO EXPEDIENTE NOS TRABALHOS DA LOJA

Em 03.05.2022 o Respeitável Irmão Tiago Witzke, Loja Regeneração Guabirubense, 4100, REAA, GOB-SC, Oriente de Brusque, Estado de Santa Catarina.

EXPEDIENTE.

Estou com uma dúvida referente a "leitura e destino do expediente", pg. 54, ritual de Aprendiz do REAA.

Fomos questionados por um Irmão do quadro de nossa Loja referente às informações dos expedientes.

Fizemos a leitura dos Boletins do GOB e GOB/SC, caso haja informações sobre nossa Loja, além disso é costume de nossa circunscrição o envio de pranchas referente ao andamento do processo de indicação de candidatos, onde as Lojas informam os nomes dos profanos e solicitam que as Lojas se manifestem sobre os candidatos, onde respondemos:

"Comunicamos a circulação entre Colunas do nome dos profanos ....... e não havendo nenhuma manifestação, tampouco identificados fatos ou registros que desabonem os


mesmos.  Sem mais para o momento, despedimo-nos enviando um S
FU"

Nossa dúvida é:

No expediente devemos ler todos os atos praticados pelo Grão Mestrado e pelas Secretarias ou podemos realizar a leitura somente de atos referente à nossa Loja?

As pranchas recebidas pelo Secretário (maioria das vezes através do WhatsApp - Grupo dos secretários de nossa Circunscrição) podem ser lidas na "leitura e destino do expediente" ou devem ser colocadas no Saco de PProp e IInf e lidas na Ordem do Dia?

Não encontrei referência quando a isso no GOB Ritualística bem como no RGF.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Embora esses não sejam propriamente assuntos de liturgia e ritualística, mas da administração da Loja, vou deixar algumas colocações, todavia elas não possuem nenhum viés laudatório.

Entendo que por dever de ofício (Art. 123 e 124 do RGF) cabe ao Secretário fazer, com critério e bom senso, uma triagem sobre as correspondências recebidas, lendo no período do expediente apenas aquelas que de fato digam respeito à Loja. Principalmente deve atentar para as correspondências oriundas da Obediência Estadual e do Poder Central, separando as Leis e Decretos recebidos que por dever de ofício serão lidas pelo Orador.

Também existem correspondências que podem ficar à disposição do Quadro para consulta na Secretaria, e ainda outras fixadas no mural de avisos, bastando nesse caso, que o Secretário comunique à Loja.

No expediente também devem ser lidos pelo Secretário os Atos exarados pela Obediência Estadual e pelo Poder Central, mas que sejam de interesse direto da Loja. Do mesmo modo as correspondências emitidas que de fato mereçam comunicação. Enfim, é uma questão de bom senso e do costume de cada Loja. De modo geral, não há uma regulamentação minuciosa sobre como deve, nesse contexto, agir o Secretário. Penso que seria um excesso de preciosismo.

Quanto ao período da Bolsa de PProp e IInf, ela não se relaciona com o período do Expediente. As ccol ggrav colhidas durante a circulação, são dadas conhecimento à Loja pelo Venerável Mestre, inclusive as que porventura precisem ficar sob malhete, podendo, em caso de urgência comprovada, e que mereçam discussão e votação, serem até encaminhas para a Ordem do Dia dessa mesma sessão.

É bom que se diga que o período de coleta das PProp e IInf ocorre logo após o período destinado ao expediente, o que por si só já demonstra que o expediente recebido e expedido pela Loja nada tem a ver com a circulação da bolsa de PProp e IInf∴.

Também no período da Ordem no Dia - que sucede aos períodos do Exped e das PProp IInf - não é ocasião para leitura de expediente da Loja.

Destaco que matéria da Ordem do Dia deve ser previamente organizada pelo Venerável Mestre e nela deve constar assuntos dependentes de discussão e votação, tal como proposições, requerimentos, etc.

Dando por concluído, sou da opinião que as Obediências Estaduais, a cada posse das novas administrações das Lojas, deveriam aparelhar instruções pertinentes à gerência e o desenvolvimento do ofício dos seus titulares.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2022

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

ESQUADRO E O COMPASSO SOBRE O LIVRO DA LEI

Em 24.04.2022 o Respeitável Irmão Aristensir Gil Portela, Loja Equidade e Justiça, REAA, GOB-DF, Oriente de Brasília, Distrito Federal, apresenta a dúvida seguinte:

 

ESQUADRO E COMPASSO

 

Meu Irmão Pedro Juk, na página 17 e 18 do Ritual de Aprendiz do GOB (REAA), faz a seguinte referência: Para o início dos trabalhos o Compasso, com a abertura de 45 graus, será colocado sobre a Bíblia Sagrada aberta com as pontas voltadas para o Ocidente. Com o vértice voltado para o Ocidente e o seu lado menor voltado para o lado norte, e o Esquadro será disposto sobre o Compasso.

Diante do exposto lhe pergunto: Qual a razão ou motivo do lado menor do Compasso ser voltado para o norte?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

                    Posso lhe afirmar que essa história de ramo maior ou menor do Esquadro (Luz Emblemática) é pura contradição, pois como uma das Grandes Luzes Emblemática da Maçonaria o Esquadro rigorosamente possui ramos iguais, isto é, sem cabo e sem graduação – apenas dois segmentos que formam um ângulo de 90º.

Essas orientações e correções já constam no item 6, Aprendiz Maçom, REAA, SOR - Sistema de Orientação Ritualística do GOB RITUALÍSTICA, página oficial do GOB, Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral. Confira lá.

A bem da verdade, o Esquadro utilizado como uma das Grandes Luzes Emblemáticas não é um instrumento operativo (utilizado como instrumento de trabalho nas construções), mas é um emblema que possui alto significado quando se une ao Compasso sobre o Livro da Lei dentro da Loja.

Por não ser um instrumento operativo, ou seja, de manuseio comum pelo construtor, a sua característica é a de possuir ramos iguais e sem qualquer graduação (divisão em escala métrica ou outras unidades de medida).

Já o Esquadro com cabo (ramo menor) e graduação (ramo maior) simboliza as atividades do Mestre da Obra, portanto é dele o seu instrumento utilizado na construção - vide nesse caso a joia do Venerável Mestre presa ao seu colar. O Esquadro com ramos desiguais descreve o triângulo retângulo onde nele se aplica a 47ª Proposição de Euclides – símbolo da construção do “canto” esquadrejado (90º).

Desafortunadamente, muitos ritualistas nunca se ativeram a esses pormenores históricos hauridos dos tempos operativos da Ordem, assim como os de origem especulativa herdados da construção simbólica proposta pelos ritos maçônicos.

Graças a isso é que o Esquadro de ramos iguais recebe uma interpretação moral e ética, enquanto que o graduado e com cabo (ramos desiguais) relembra a retidão comparada aos cantos perfeitos (90º) na elevação das construções. Esse conceito operativo se aplica principalmente à construção simbólica da qual o homem iniciado é o elemento primário que busca aprimoramento (da Pedra Bruta à Pedra Cúbica).

Lamentavelmente muitos rituais não atentam para importantes detalhes que dão sentido à liturgia maçônica. Se as coisas estivessem nos seus devidos lugares, certamente não haveria especulação sobre para qual lado fica esse ou aquele ramo do Esquadro que se une ao Compasso composição da Loja de Aprendiz.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2022

terça-feira, 25 de outubro de 2022

REFORMA DO TEMPLO DO REAA

Em 19.04.2021 o Respeitável Irmão Helio Brandão Senra, Loja União, Força e Liberdade, 272, REAA, GLMMG (CMSB), sem mencionar o Oriente, Estado de Minas Gerais, faz as seguintes perguntas:

 

REFORMA NO TEMPLO

 

Querido irmão Pedro Juk: pertenço a uma pequena Loja (poucos obreiros) jurisdicionada à GLMMG; os irmãos pretendem reformar o templo fazendo algumas modificações numeradas a seguir:

1 – No átrio que é um local de concentração e preparação para se entrar no templo propriamente dito, os irmãos querem colocar, nas paredes, símbolos maçônicos – do tipo desenho de aprendiz trabalhando a pedra bruta, companheiro com uma alavanca no ombro e mestre com uma figura pensando. Pergunto: é correta a colocação desses símbolos no átrio? No átrio, há símbolos maçônicos?

2 – No que se refere às colunas do templo (as vestibulares B e J), as 12 colunas zodiacais – 6 de cada lado até a balaustrada e as colunas da sabedoria, força e beleza representadas por colunetas nos altares do Venerável, primeiro vigilante e segundo vigilante, os irmãos querem colocar 2 colunas atrás do altar do Venerável, argumentando que são as colunas que sustentam o templo. Opinei que a sustentação do templo é dada, simbolicamente, pelas colunas da sabedoria, força e beleza. Pergunto: existem essas 2 colunas no oriente, atrás do altar do Venerável?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

              No tocante à questão número 1, penso que não existem óbices em se decorar as paredes do átrio com motivos maçônicos. Recomenda-se, no entanto, uma decoração sóbria e discreta, isto é, sem exageros. Aconselha-se também não usar elementos religiosos na decoração. As alegorias mencionadas na questão são perfeitamente exequíveis, salvo se o ritual da sua Grande Loja trouxer algo contrário nesse sentido.

Em relação à questão 2 nada a ver com o termo “colunas de sustentação”. Vamos
lá: algumas Lojas possuem na retaguarda do trono, limitando o Retábulo do Oriente, duas colunas coincidentes com a projeção da estrutura do dossel. Ocorre, entretanto que esses perfis são apenas e tão somente decorativos, portanto, sem nenhuma obrigação de atender a alguma ordem de arquitetura. Assim, essas colunas decorativas ficam abaixo do dossel e encravadas na parede feito duas molduras laterais do retábulo. Reitero que esses são apenas e tão somente elementos decorativos podendo ser perfeitamente dispensáveis.

No contexto da sustentação do templo, as colunas da Sabedoria, da Força e da Beleza são elementos figurados no REAA e necessariamente não precisam aparecer na sua decoração. Essa sustentação abstrata é figurada e se refere à sustentação da moral maçônica e não como um elemento decorativo ou estrutural. Como decoração, elas até podem aparecer em tamanho reduzido (colunetas) distribuídas sobre o altar mor e as mesas dos Vigilantes – Jônica para o Venerável, Dórica para o 1º Vigilante e Coríntia para o 2º Vigilante. Aconselho a observar o que menciona o ritual da sua Grande Loja no tocante à essas colunetas, pois elas não são elementos originais na decoração do REAA.

Quanto às Colunas Zodiacais, suas secções longitudinais de meias colunas dão para elas o aspecto de estarem encravadas nas paredes Norte e Sul, delas, seis no setentrião e seis no meridião, começando no Norte pela coluna relativa à constelação de Áries, localizada a partir do canto com a parede ocidental e assim seguindo o ordenamento do Zodíaco até a última constelação de Peixes, situada ao Sul no canto com a respectiva parede ocidental (seis no topo do Norte e seis no topo do Sul).

Como essas Colunas marcam o caminho do iniciado, observe-se que nenhuma delas deve ficar além da balaustrada, ou seja no espaço do Oriente. Do mesmo modo, essas colunas que marcam a projeção das constelações do Zodíaco na base da abóbada, não possuem uma ordem de arquitetura específica, seus capitéis, trazem respectivamente o símbolo zodiacal correspondente à coluna.

Quanto às Colunas B e J, conhecidas como solsticiais por marcarem os solstícios (trópicos de Câncer e Capricórnio respectivamente), não possuem ordem de arquitetura, mas geralmente são de aspecto babilônico decoradas no seu fuste com folhas papiro e a parte superior, logo abaixo do capitel, com folhas ou pétalas de lótus (essa tem sido a decoração mais comum). Três romãs entreabertas e agrupadas descansam sobre cada capitel dessas Colunas Vestibulares. Essas colunas ladeiam a porta do Templo, sendo no REAA originalmente locadas no Átrio (vestíbulo), contudo, alguns rituais brasileiros preveem as mesmas interiorizadas, isto é, ladeando a porta, mas pelo lado de dentro. Em qualquer situação, no REAA a Coluna B fica na banda Norte e a Coluna J na banda Sul.

Eram essas as colocações a respeito.

 

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2022

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

PEDINDO NOVAMENTE A PALAVRA - RETORNO DA PALAVRA

Em 12.04.2022 o Respeitável Irmão Dalmo Luiz, Loja Concórdia, 0368, GOB-PR, REAA, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

 

RETORNO NA PALAVRA.

 

A palavra já está no Oriente e um Irmão da Coluna do Sul solicita a palavra, como devemos proceder? A palavra retorna a coluna do Sul ou o Irmão vai no Oriente?

 

CONSIDERAÇÕES

 

                  Absolutamente! Ninguém que ocupa lugar nas Colunas pode se dirigir ao Oriente para usar da palavra (novamente ou pela primeira vez).

Isso é reprovável, pois não existe e nunca esteve previsto na ritualística
maçônica sadia, salvo quando as invencionices insistem em povoar o fértil terreno maçônico.

Se alguém quiser pedir a palavra novamente deve se manifestar na forma de costume ao Vigilante da sua Coluna e este comunica ao Venerável Mestre. Por sua vez o Venerável Mestre pode concedê-la ou não (fica a critério do Venerável). Se a palavra for concedida novamente, não importa em qual Coluna esteja o solicitante, a mesma deverá fazer o giro completo outra vez, isto é, ela retorna a partir da Coluna do Sul.

Reitero, não há qualquer justificativa para alguém mudar de lugar para fazer uso da palavra novamente. Também não há obrigatoriedade de o Venerável Mestre concedê-la pela segunda vez. Aliás, o Venerável Mestre deve ser rigoroso nessa concessão para que essa prática não descambe em uso costumeiro.

 

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2022

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em 11.04.2021 o Respeitável Irmão José Henrique Cardoso Abrhão, Loja 13 de Maio II, 2167, sem mencionar o Rito, GOB-MT, Oriente de Tangará da Serra, Estado do Mato Grosso, pede o seguinte esclarecimento.

 

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Na Sessão Extraordinária para suspensão de Irmão pode ser tratado outros assuntos na Ordem do Dia?

 

COMENTÁRIOS

 

Mesmo não sendo essa uma questão de ordem ritualística, mas me parece
da Guarda dos Selos, vou me arriscar a lhe dizer que o assunto nela abordado deve ser específico à finalidade que resultou na convocação desta sessão extraordinária, não fazendo sentido, portanto, que nela se tratem de outras matérias que não àquela que motivou a convocação.

Outros procedimentos de ordem legal sugiro consultar o Regulamento Geral da Federação – Da Suspensão dos Direitos do Maçom.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2022

sábado, 22 de outubro de 2022

FORMAÇÃO DO PRÉSTITO E O INGRESSO NO TEMPLO

Em 11.04.2022 o Respeitável Irmão Mauro de Paula Coelho, Loja Voluntários da Perfeição, 109, GLMMG (CMSB), REAA, Oriente de Governador Valadares, Estado de Minas Gerais, apresenta a questão seguinte:

 

INGRESSO DO PRÉSTITO

 

Meu querido irmão, como se faz a entrada ritualística (REAA) em Loja?

O cortejo é disposto em fila dupla e depois a entrada também?

(Entrada no Templo: os irmãos estão em fila dupla, e assim entram no Templo. Quem tem cargo ou quer assentar no Norte, se posiciona na fila do norte: quem tem cargo no Sul ou quer se assentar no Sul, se posiciona na fila do Sul) ou a preparação no átrio, os irmãos estão em dupla e na hora de entrar, entra um de cada vez?

Já me falaram que o certo é um de cada vez porque tem que falar a palavra do grau para o guarda do templo. Só depois o irmão vai tomar assento no lugar que compete a ele.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

De modo genérico, o préstito é formado no átrio da Loja pelo Mestre de Cerimônias que distribui os cargos.

                    Formam-se então duas fileiras, uma pela banda Norte e outra pela banda Sul. Por primeiro os Aprendizes, que ocupam a fileira Norte, e os Companheiros que ocupam a fileira Sul; em seguida, indistintamente os Mestres sem cago ocupando as fileiras de acordo com os seus lugares no Templo; depois os Oficiais, os Mestres Instalados, as Dignidades, cada qual na fileira correspondente ao lado que cada um ocupará no Templo. Por fim o Venerável Mestre que é conduzido ao Altar pelo Mestre de Cerimônias (esse último, conduzindo vai à frente do conduzido).

Assim, estando tudo nos conformes, a porta é aberta e as fileiras, sob o comando do Mestre de Cerimônias ingressam diretamente no templo, isto é, sem circulação porque a Loja não está ainda em processo de abertura. Estando todos em pé nos seus respectivos lugares, por último ingressa o Venerável Mestre conduzido pelo Mestre de Cerimônias.

Havendo autoridades e visitantes que por ventura estejam presentes e desejarem entrar em família, observar o que prevê o Regulamento Geral da sua Obediência no tocante a ordem de precedência e o respectivo ingresso.

Agora, no que diz respeito a esse ingresso individual no Templo porque cada um deve antes dar a Pal do Grau ao Cobridor, nada mais é do que invencionice. Pal de Pas, não do Grau, é solicitada a um Irmão desconhecido após o seu telhamento para entrar no Templo. Não faz sentido pedir a Pal de Pas, ou mesmo do Grau, para Irmãos do próprio quadro e nem a visitantes conhecidos que entrarão em família.

Acredito que isso não deva constar no seu ritual. Essa “estória” do “me falaram, me disseram, etc.,” geralmente é achismo de alguém. Certifique-se se isso de fato consta no seu ritual.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2022

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

REAA - ABERTURA DO LIVRO DA LEI EM OUTRO LIVRO SAGRADO. É POSSÍVEL?

Em 10.04.2021 o Respeitável Irmão Rafael Adolfo Percovich Cisneros, Loja Amanhecer Fraterno, 4072, REAA, GOB-SP, Oriente de São Paulo, Capital, formula a seguinte questão.

 

LEITURA DO LIVRO DA LEI.

 

Estou com uma dúvida, o ritual do REAA determina que no início dos trabalhos seja lido o Salmo 133, mas, as Loja Maçônicas podem trabalhar com qualquer livro sagrado, assim pergunto:

Os Lojas regulares podem abrir seus trabalhos com o Sagrado Alcorão?

"Allah guia aqueles que buscam Seu prazer para os caminhos da paz, os tira das trevas e os


traz à luz por Sua Vontade, e os guia ao Caminho Reto".

 

CONSIDERAÇÕES.

 

O Ritual do REAA em vigência do GOB menciona na sua página 17, 3º parágrafo, o seguinte:

“A Bíblia Sagrada é o L da L em uso nas Lojas que praticam o REAA, no entanto, o Iniciado ou o Maçom tem o direito de prestar os Juramentos que a Ordem exige, sobre o Livro Sagrado da sua crença. Nesse caso, no momento do compromisso (o grifo é meu), poderá ser usado outro Livro Sagrado, sem que a Bíblia seja retirada do Altar”.

Não obstante ao que emana do ritual, vale mencionar que nos rituais primitivos do REAA não havia nenhuma leitura. O Livro era simplesmente aberto, ou mesmo permanecia fechado.

Mais tarde, com a evolução dos rituais do escocesismo, adotou-se a leitura em João 1, 1-5, cujo texto revela a prevalência da luz sobre as trevas, conteúdo próprio para o 1º Grau onde o Iniciado, a procura da Luz, recebe-a solenemente.

A posteriori, infelizmente o texto próprio para a Loja de São João, acabou sendo deturpado pela indevida inserção do Salmo 133 no seu lugar, permanecendo esse texto consagrado, eu diria até consuetudinário, nos rituais de algumas Obediências.

A bem da verdade, a leitura do Salmo 133 na Maçonaria apareceu pela primeira vez no Yorkshire em meados do século XVIII, desaparecendo logo em seguida. Mais tarde ele reapareceria sendo lido em uma passagem ritualística por ocasião da perambulação do candidato à Iniciação em rituais das Blue Lodge de algumas Grandes Lojas norte-americanas. Enquanto o candidato perambula pela sala da Loja, o Marechal lê esse Salmo.

Indevidamente esse Salmo foi trazido para o Brasil por volta do segundo quartel do século XX e acabou sendo introduzido como leitura na abertura dos trabalhos do 1º Grau do REAA, costume esse que acabou se espalhando por boa parte da Maçonaria tupiniquim. Reitero, a leitura desse Salmo não é original no escocesismo.

Dadas essas considerações, no caso de um candidato ou um maçom ser de outra fé que não a cristã, conforme o previsto no Ritual, admite-se a presença, no momento do compromisso, de outro Livro Sagrado sem que a Bíblia seja retirada do seu lugar.

Em se tratando de outro Livro Sagrado, nele não existe nenhuma leitura, bastando que o Livro pertinente a fé de outrem esteja presente no Altar para a tomada de compromisso.

Em que pese a presença de outro Livro Sagrado apenas no momento da tomada de compromisso, como especifica o ritual, admite-se, entretanto, se for desejo do maçom, nas sessões ordinárias, a presença ao lado da Bíblia de outro Livro Sagrado, mas este estará fechado, já que o cerimonial de abertura, leitura e fechamento do Livro da Lei que consta no Ritual do REAA se refere apenas à Bíblia.

Concluindo, não há leitura de nenhum trecho de outro Livro Sagrado que porventura esteja presente sobre o Altar. A propósito, o padrinho deve esclarecer esses particulares ao seu afilhado antes da sua Iniciação.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2022