quarta-feira, 31 de julho de 2024

PALAVRA DE PASSE - QUANDO A SOLICITAR?

Em 27/10/2023 o Respeitável Irmão Moacyr Dutra Júnior, Loja Cruzeiro Fluminense, REAA, GOB-RJ, Oriente de São Gonçalo, Estado do Rio de Janeiro, faz a pergunta seguinte:

 

PALAVRA DE PASSE

 

O ritual de Companheiro na página 88, descreve a Pal de Pas e diz que o momento de a dar é ao entrar em Loja. Por outro lado, na instrução dos pp do Gr, é passado os c pp e após deve-se cumprimentar as Luzes. (Não fala em dar a Pal de Pas). Gostaria da sua interpretação, se a Pal de Pas é dada ao entrar em Loja e após, fazer os pp do gr ou se dá a palavra após a conclusão dos pp do gr.

 

CONSIDERAÇÕES:

 

Primeiramente eu gostaria de informar ao Irmão que tudo isso já se encontra corrigido no SOR – Sistema de Orientação Ritualística, que é um instrumento de orientação e correção dos rituais e que se encontra hospedado na página oficial do GOB a disposição dos Irmãos. O SOR foi criado pelo Grão-Mestre Geral pelo Decreto 1784/2019 e publicado no Boletim Oficial do GOB sob o nº 31, em outubro de 2019.

              Nesse particular, destaco que o SOR foi preparado para atuar sobre os conflitos e erros existentes nos rituais vigentes, lembrando que um dos ofícios do Grão-Mestre Geral é ser o guardião dos rituais do GOB, portanto ele pode editar Decretos sobre os rituais que estão sob a sua guarda a qualquer momento, se julgar necessário.

Dito isto, os elementos citados na sua questão já se encontram corrigidos no SOR. Assim, a Pal. de Pas somente é solicitada (pelo 2º Exp), quando um Irmão desconhecido, ainda no átrio, pedir ingresso no Templo – a Pal de Pas nunca é transmitida dentro, mas próximo à porta, pelo lado de fora do Templo.

Assim, esta prática não tem nada a ver com a entrada formal em Loja pela Marcha do Grau. Neste caso, o protagonista, depois de ter concluído os passos do Grau, saúda às Luzes da Loja na forma de costume, sem que seja utilizada, nesse instante, a Pal. de Pas∴.

Deste modo, reitera-se: a Pal de Pas somente é solicitada pelo examinador a um irmão desconhecido que pede para ingressar no Templo durante os trabalhos. Nunca a Pal de Pas deve ser transmitida dentro da Loja, a despeito de que ela foi instituída como um artifício velado de passagem de quem vem de fora para dentro.

Todos estes elementos, já corrigidos pelo SOR, farão parte do novo ritual de Companheiro do REAA que virá em 2024.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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JUL/2024

ABERTURA DA LOJA E O NÚMERO MÍNIMO DE MESTRES

Em 27/10/2023 o Respeitável Irmão Luiz Maurício Sardinha Barreto, sem mencionar o nome da Loja, Rito Brasileiro, GOB-RJ, Oriente de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, apresenta a seguinte questão:

 

NÚMERO MÍNIMO DE MESTRES

 

Aconteceu pela primeira vez em minha Loja de não termos 7 Mestres para abrir a sessão. Presentes estavam 5 Mestres e 5 Companheiros. Os irmãos iam chegando e assinando o livro de presenças.

Neste caso a sessão nem inicia e é cancelada a sessão? Começa a sessão até o momento em que se pergunta se há número legal e ali é cancelada? Faz-se um registro que não houve
sessão devido a número insuficiente? A página do livro de assinatura cancela?

 

RESPOSTA

 

Sem o número de sete Mestres Maçons não se abre a Loja, isto é, nem mesmo é formado o préstito de entrada. Assim, impreterivelmente segue-se o previsto no RGF, como abaixo descrito:

CARGOS SOMENTE PARA MESTRES MAÇONS - Art. 229 – Para o exercício de qualquer cargo ou comissão é indispensável que o eleito ou nomeado pertença a uma das Lojas da Federação e nela se conserve em atividade.

§ 1º– Os cargos são privativos de Mestre Maçom (o grifo é meu).

Quanto ao Livro de Presenças, inutiliza-se a página aberta nele redigindo uma nota informando que a sessão não fora aberta pela ausência de número mínimo de Mestres Maçons.

 

T.F.A.

 

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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JUL/2024

domingo, 28 de julho de 2024

JOIAS DOS CARGOS - VESTINDO UMA SOBRE A OUTRA

Em 25/10/2023 o Respeitável Irmão Francisco Perini, Loja Izaias de Oliveira Freitas, REAA, GOB-ES, Oriente de Pedro Canário, Estado do Espírito Santo, apresenta a dúvida seguinte:

 

JOIAS DOS CARGOS

 

Estimado irmão, por gentileza nos tire uma dúvida. Na nossa Loja temos 2 irmãos que são Deputados, um estadual, um federal e um outro irmão Assessor do Grão-Mestre, acontece que o quadro da Loja é pequeno e para compor é necessário distribuir os cargos para os irmãos mencionados trabalharem também, a dúvida é se eles fazem uso da joia do cargo e de deputado/acesso juntas, apenas a joia do cargo ou apenas a joia da função. A mesma dúvida se aplica aos irmãos instalados, a joia de MI é utilizada junto com a joia do cargo?

 

CONSIDERAÇÕES:

 

Antes de mais nada, vale relatar a minha satisfação ao ver autoridades maçônicas trabalhando no intuito de auxiliar nos trabalhos da sua Loja.

              No tocante a uma autoridade que assumiu um cargo em Loja, ela deve se apresentar com os seus paramentos de autoridade, vestindo sobre o colar com a joia que o identifica como autoridade maçônica, também o colar com a joia do cargo que ele estiver ocupando.

Assim, o maçom não deixa de ser uma autoridade maçônica porque momentaneamente foi revestido pelo Mestre de Cerimônias para preencher um determinado cargo em Loja. Não há nenhum desrespeito em se vestir um colar sobre o outro, pois o ocupante do cargo em Loja deve ser identificado pela joia do seu cargo.

O mesmo ocorre como os Mestre Instalados que ocupam cargos em Loja, oportunidade em que se apresentam com os paramentos completos de Mestre Instalado, trazendo, vestido sobre a sua joia, o colar com a joia distintiva do cargo que ele estará exercendo nos trabalhos da Loja.

Ao concluir, vale comentar que se a autoridade preferir usar apenas o colar com a joia do cargo ocupado em Loja, ele pode assim proceder, todavia, o que ele não pode é ocupar um cargo em Loja sem estar identificado pela joia do seu ofício, durante os trabalhos.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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JUL/2024

 

segunda-feira, 22 de julho de 2024

POSIÇÃO DO SEGUNDO VIGILANTE NO TEMPLO - REAA

Em 25/10/2023 o Respeitável Irmão Júlio César Polido, Loja Caminho do Peabiru, 4343, REAA, GOB-PR, Oriente de Peabiru, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte:

 

POSIÇÃO DO 2º VIGILANTE

 

Gostaria de saber o porquê de a mesa do 2º Vigilante ser direcionada para o Norte e, a mesa do 1 vigilante para o Leste. Já tentei pesquisar, porém, não consegui chegar a uma resposta concreta.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

          A resposta está no ritual. Observe a dialética de abertura e a pergunta que o Venerável faz aos Vigilantes.

Assim, o 1º Vigilante se coloca no poente do Sol pelas razões mencionadas no ritual. Por ele se encontrar no extremo do Ocidente, ele vê, do Ocidente, à sua frente, o nascer do Sol no Oriente que, durante a sua jornada diária, encaminha-se para o ocaso.


             Já o 2º Vigilante, conforme descreve o ritual, fica no meridiano do dia para observar a passagem do Sol pelo zênite. Como ele está estrategicamente colocado ao Sul como observador do movimento aparente do Sol, naturalmente ele precisa se colocar de frente para o Norte do Templo para registrar esse movimento solar à sua frente, do Leste ao Meio Dia e do Meio Dia ao ocaso.

Vale lembrar que no REAA, o Templo é a representação simbólica de um segmento retangular posicionado sobre o equador da Terra, cuja orientação se faz, no comprimento, de Leste para o Oeste, e na sua largura, de Norte para o Sul.

No conjugado desta alegoria, a Abóbada corresponde ao firmamento e o Pavimento Mosaico o solo terrestre. O Oriente é o lugar onde nasce o Sol e o extremo do Ocidente, o seu poente. As Colunas B e J, figuradamente marcam a passagem dos trópicos: o de Câncer ao Norte, e o de Capricórnio, ao Sul. A linha imaginária que corta longitudinalmente o Templo, de Leste para o Oeste, separa-o em dois hemisférios, chamados em Maçonaria de Colunas do Norte e do Sul.

Destaque-se que o REAA, que tem o seu berço de nascimento na França, mas, por questões históricas, possui inegáveis influências da Maçonaria Anglo-saxônica, é um rito solar, cuja construção iniciática se dá baseada no movimento aparente do Sol, tanto o diário (de rotação), como o  anual (de translação).

Em resumo, essa mecânica celeste se constitui no período de aperfeiçoamento do Iniciado, ou o aperfeiçoamento humano. Por isso é que no REAA cada ciclo anual da Natureza (as Estações do Ano) se encontra representado pelas doze Colunas Zodiacais distribuídas em quatro grupos de três colunas, seis ao Norte e seis ao Sul.

Esta é a razão pela qual as Luzes da Loja se colocam no Leste, Oeste e Sul do Templo.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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JUL/2024

PRÉSTITO PARA O INGRESSO NO TEMPLO

Em 24.10.2023 o Respeitável Irmão Ruy Guilherme Rodrigues, Loja Fraternidade Pinheirense, 12, REAA, GLEPA (CMSB), Oriente de Icoaraci, Estado do Pará, apresenta o seguinte:

 

INGRESSO NO TEMPLO

 

Gostaria de um esclarecimento a respeito de uma dúvida suscitada durante uma de nossas Seções, relacionada ao Mestre de Cerimônias, e a dúvida ocorreu em virtude de não estar prevista em nosso ritual.

Trata-se do seguinte: Antes da exortação do Mestre de Cerimônias, estavam presentes Irmãos visitantes, e este perguntou ao Venerável Mestre se em virtude da presença de Irmãos visitantes, entraríamos em família ou com as formalidades, momento em que, um dos Irmãos advertiu o Mestre de Cerimônias de que não era necessário aquele procedimento.

Criou-se um mal-estar no momento, pois, nenhum dos Irmão soube esclarecer com propriedade se tal procedimento é correto ou não.

Gostaria de saber o vosso entendimento para a questão, pois ao que parece, é mais uma daquelas tradições que se incorporaram ao REAA tal qual o romper a marcha com o pé esquerdo.

 

CONSIDERAÇÕES:

 

                Em que pese eu não ter em mãos o ritual da sua Grande Loja, vou colocar alguns comentários sobre o que é mais natural no REAA.

Assim, nele, o Mestre de Cerimônias organiza o préstito e, no momento apropriado, dirige naturalmente o ingresso dos Irmãos, sem nenhuma "exortação", ou outras práticas deste gênero. É oportuno lembrar que orações, exortações, mensagens, etc., antes do ingresso, são práticas impróprias para a liturgia do rito em questão.

No tocante ao préstito, como os visitantes com direito ao protocolo de recepção, ou mesmo Irmãos do Quadro com este direito, irão entrar dispensando as formalidades, isto é, ingressarão juntos no préstito de entrada, o que é comumente chamado “entrar em família”, de fato, o Mestre de Cerimônias nada deve perguntar ao Venerável Mestre nessa ocasião. Isso se explica, porque este particular deveria ter sido tratado na sala dos pp pp, antes da formação do préstito e não no momento do ingresso.

Deste modo, se todos vão entrar “em família”, conforme antes fora combinado, não há o porquê desta indagação do Mestre de Cerimônias no momento da entrada no Templo.

Vale relatar que em Maçonaria, costumeiramente autoridades e portadores de títulos de recompensa que ingressarão com formalidades previstas, aguardam sala dos PP PP o momento em que serão conduzidos aos trabalhos nas regras formais.

Enfim, este é o procedimento mais corriqueiro adotado para o ingresso na Loja, salvo se o ritual determine o contrário.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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JUL/2024

domingo, 21 de julho de 2024

ENTRADA FORMAL NO TEMPLO

Em 24/10/2023 o Respeitável Irmão José Idílio Machado dos Santos, Loja Fênix, 32, REAA, GLP (CMSB), Oriente de Ivaiporã, Estado do Paraná, apresenta a seguinte pergunta:

 

ENTRADA NO TEMPLO

 

Surgiu uma dúvida quanto a entrada no templo com formalidades. Após o irmão entrar conforme o sinal do grau, faz a saudação ao Venerável, primeiro e segundo Vigilantes. Após saudar o segundo Vigilante, desfaz o sinal e aguarda a ordem do Venerável ou mantém o sinal ficando em pé e a ordem até o Venerável dar a ordem?

 

CONSIDERAÇÕES:

 

                    Quando da entrada formal, o protagonista executa a marcha do grau correspondente aos trabalhos abertos e ao final saúda pelo Sinal Pen o Venerável Mestre e os Vigilantes respectivamente.

Concluída à saudação às Luzes da Loja, o Ir volta à Ordem (com o Sin de Ord), até que o Venerável Mestre dê prosseguimento à formalidade – aplicando-lhe o questionário de costume ou encaminhando-o ao lugar devido.

Explica-se que o protagonista fica à Ordem porque a Loja está aberta. Estar à Ordem é estar em pé, com corpo ereto, pés em esquadria, compondo o Sin de Ord do grau em que a Loja estiver aberta.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK -

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JUL/2024

A BOLSA E A ORDEM DE COLETA NAS COLUNAS

Em 24/10/2023 o Irmão Felipe Fonseca Pedruzzi, Companheiro Maçom da Loja Luzes da Chapada Diamantina, 3203, REAA, GOB MINAS, Oriente de Ituaçu, Estados de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguinte:

 

BOLSA – ORDEM DA COLETA

 

Estou com uma dúvida acerca da circulação da bolsa de propostas e informações pelo rito do REAA do GOB. Após o Mestre de Cerimônia passar pelos Mestres do Oriente e descer a escada, ele simplesmente faz a coleta dos Mestres da coluna do Sul e Norte, ou, deve primeiro ir aos altares do Tesoureiro e Chanceler, para depois passar pelos demais mestres?

 

CONSIDERAÇÕES

 

Em que pese tudo isto estar detalhadamente explicado no SOR e na página 42 do Ritual de Aprendiz, REAA no GOB, segue a resposta:

Concluída a coleta no Oriente, conforme especifica o SOR (Sistema de Orientação Ritualística do GOB), o titular faz a coleta dos Mestres da Coluna do Sul e do Norte respectivamente. Não existe ordem de abordagem dos Oficiais, a despeito de que todos, com ou sem cargo, são antes de tudo, Mestres Maçons.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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JUL/2024

LUZES E O LADO DA ABORDAGEM - COMUNICAÇÃO AO VIGILANTE

Em 23/10/2023 o Respeitável Irmão Sidney Gonçalves de Souza, Loja Templários do Oeste, 4468, RITO ADONHIRAMITA, GOB MINAS, Oriente de Divinópolis, Estado de Minas Gerais, apresenta as dúvidas seguintes.

 

LADO DA ABORDAGEM E ANUNCIANDO AO VIGILANTE

 

Pratico atualmente ao Rito Adonhiramita, mas aqui em Belo Horizonte praticamos na maioria das vezes o REAA, então ficam algumas dúvidas onde vos pergunto para esclarecimentos:

1º) Nos quesitos, Condução do Mestre a ser Instalado (ato da Instalação), condução do Venerável para o início dos trabalhos, transmissão da Palavra,  Saco de Propostas e Informações e Tronco de Beneficência, quando o ritual orienta pelo lado norte, esses não deveriam serem feitos pelo lado esquerdo do Venerável, (pelo lado da lua) uma vez que teoricamente o Oriente se inverte ao Ocidente?

2º) O Irmão retardatário, ou até mesmo qualquer Irmão em instrução, em que se faz a entrada ritualística, após a bateria do Grau na porta, o Cobridor faz o anúncio ao 2º Vigilante (uma vez que está na mesma coluna 'SUL'), ou realmente anuncia diretamente ao 1º Vigilante?

Na esperança de vossa paciência e compreensão, despeço-me no aguardo.

 

COMENTÁRIOS:

 

                No tocante à abordagem e o trono, no REAA as Luzes da Loja são sempre abordadas pelo lado direito (pelo seu ombro direito). Essa condição visa apenas padronizar as abordagens no rito em questão. Em relação ao REAA e a abordagem pela direita ou esquerda, afirma-se que nada existe de iniciático ou esotérico neste mister.

Antes, é preciso separar uma coisa da outra. Assim, a condução do Venerável Mestre pelo Mestre Instalador na cerimônia de Instalação nada tem a ver com a liturgia de abordagem durante os trabalhos do simbolismo nas sessões das Lojas, até porque a Instalação, mesmo que consagrada no GOB, ela não é original no REAA. Embora as deturpações comuns na Maçonaria latina, primitivamente na França instalação significa apenas posse (o REAA é um rito de origem francesa).

É oportuno mencionar, que a prática de Instalação de Venerável foi inserida no GOB somente a partir de 1968 por Álvaro Palmeira e Moacyr Arbex Dinamarco, quando fora encomendado um ritual para esta finalidade ao Irmão Nicola Aslan, obreiro egresso das Grandes Lojas Estaduais, Obediência esta que implantou esse costume anglo-saxônico em ritos de origem francesa, aqui no Brasil, desde 1928.

Desse modo, avaliando a importância e a originalidade dos fatos, sob o ponto de vista ritualístico, a condução do Venerável Mestre recém-instalado pelo Sul do Altar, provavelmente foi apenas para facilitar a acomodação do Mestre Instalador que, depois de conduzir e instalar o novo Venerável Mestre na “cadeira da Loja, ocupará o assento à direita do trono. Como se pode notar, esta é apenas uma questão prática, observada a característica desta condução (reservada aos Mestres Instalados). Dessa forma, não dá para se comparar uma coisa com a outra.

No mais, eventuais outras abordagens que possam ocorrer pelo lado esquerdo do Venerável Mestre, também não são regras iniciáticas, porém acomodações para melhor fluência do ato ritualístico. É caso, por exemplo, da prova da taça sagrada na Iniciação, oportunidade em que o candidato é circunstancialmente retirado do Oriente em direção à coluna do Sul. Assim, a liturgia da prova, praticada pelo Sul do Altar, facilita essa retirada.

É bom que se diga que liturgia e ritualística da Instalação de Venerável Mestre não influencia o desenvolvimento ritualístico dos três graus do simbolismo.

Outro aspecto inerente à sua questão é de que no REAA não há absolutamente nenhuma inversão do Oriente em relação ao Ocidente, tal como circulação ou perambulação em infinito. Isto não é prática do REAA, porém de outro rito. À vista disso, no REAA, rigorosamente, em Loja aberta, ingressa-se no Oriente pelo lado nordeste (o do Orador) e dele se retira pelo lado sudeste (o do Secretário). Mais uma vez reitero que isso nada tem a ver como a condução do novo Venerável ao trono.

Nesse sentido, tanto o ritual do REAA, assim como o SOR, Sistema de Orientação Ritualística do GOB, estão corretos. Vale destacar que nos novos rituais que virão em 2024, os procedimentos relativos à esta questão continuarão sendo os mesmos, ou seja, as Luzes da Loja serão abordadas sempre pelo lado direito (ombro direito), exceto nas ocasiões em que o ritual determinar o contrário.

Em relação ao anúncio do Cobridor, a regra para o REAA é a seguinte: em procedimento de abertura (a Loja ainda não está declarada aberta) o Cobridor Interno se dirige inicialmente ao 1º Vigilante. Já em Loja declarada aberta, o Cobridor se dirige ao 2º Vigilante.

Concluindo, estas são algumas características do REAA, portanto não devem ser alteradas. Sabe-se que cada rito possui a sua própria construção doutrinária, portanto deve ser respeitada e não misturada com outros costumes.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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JUL/2024

segunda-feira, 15 de julho de 2024

PARAMENTOS - AUTORIDADE OCUPANDO CARGO NA LOJA

Em 20/10/2023 um Eminente Irmão Grão-Mestre Estadual do GOB apresentou a seguinte questão:

 

AUTORIDADE EXERCENDO CARGO NA LOJA

 

Eminente boa noite,

Sempre tivemos como certo que os paramentos de autoridades maçônicas ocupam qualquer outro em nossa liturgia, isso desde o início do século.

E isso prego a todos meus colaboradores, hoje o Irmão que ocupa o cargo de Adjunto de Relações Internas que te fez uma consulta e você determinou que ele use a faixa de eventual cargo sobre a faixa de seu paramento, isso não é um equívoco Eminente? Note que ele não vai ter nenhum dos dois paramentos completos, vai virar uma bagunça, isso não é o tipo de coisa que NÃO devemos mexer? Inclusive pela beleza da sessão, o que o Eminente me diz?

 

COMENTÁRIOS

 

Bom dia meu Eminente e estimado Irmão.

          Veja, a minha justificativa é a de que a autoridade, exercendo um ofício em Loja, não deixa de se ser autoridade.

Assim ele assume o cargo vestido com os paramentos de autoridade que lhes são de direito (avental, colar e joia). Contudo, naquele momento, ele é também o titular de um cargo em Loja.

Deste modo, ele é identificado como uma autoridade maçônica que se encontra exercendo também um cargo de Dignidade ou de um oficial nos trabalhos de uma Loja.

Vale considerar que o Mestre de Cerimônias, ao formar o préstito para ingresso no Templo, inicialmente veste, em todos os titulares de ofício, as suas respectivas joias.

À vista disso, sem que se fira à ritualística, nada impede o uso de dois colares e duas joias, pois uma identifica a autoridade e a outra o cargo que eventualmente ela esteja ocupando nos trabalhos de uma Loja.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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JUL/2024