domingo, 31 de julho de 2022

SUBSTITUDO DO VENERÁVEL. PROPOSTA DE REFORMULAÇÃO NO REAA

Em 21.02.2022 o Respeitável Irmão Gilson Antonio Victorino da Silva, Loja Viver em União, 4649, REAA, GOB-ES, Oriente de Vitória, Estado do Espírito Santo, apresenta o que segue:

 

REFORMULAÇÃO DO REAA

 

Irmão da Loja deseja solicitar reformulação do REAA quanto ao exercício do Veneralato, padronizando substitutos para o Venerável Mestre no seu impedimento a saber: a) nos trabalhos ritualísticos por um Venerável Mestre da Loja na ordem inversa de antiguidade no cargo. b) nas ações externas da diretoria pelo 1º Vigilante e depois 2º Vigilante. Nos casos de afastamento definitivo do Venerável Mestre serão convocadas novas eleições. A mim parece que tal situação já é bem definida na Constituição e no RGF não sendo necessário reformulação do Rito. Por fim, tive conhecimento de que o REAA foi categorizado como "patrimônio histórico", por tal, rígido. Seria correto? Há referência documental? Desejo dar uma resposta fundamentada ao Irmão que questiona.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Alteração no REAA estabelecendo substituto legal do Venerável Mestre não
faz nenhum sentido quando se trata da sua originalidade. Sobretudo porque consuetudinariamente no rito que possui mais de 200 anos, o substituto eventual (precário) do Venerável é o 1º Vigilante, seja ele instalado ou não. Já no caso de ausência definitiva é prevista nova eleição conforme regulamento da Obediência.

No GOB, nas sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação, caso não esteja presente o Venerável de ofício, devido à prática da consagração do Candidato, então assume a direção dos trabalhos o Mestre Maçom Instalado mais recente da Loja (ex-Venerável). Isso ocorre porque a Espada Flamejante, utensilio usado na consagração, só pode ser empunhada por alguém que já tenha sido regularmente eleito para o veneralato de uma Loja, conhecido por aqui como Mestre Instalado.

É isso e nada mais. Não faz sentido mudanças em um rito consagradamente universal. As peculiaridades de cada rito devem ser respeitadas, não cabendo nelas particularidades administrativas, cujas quais geralmente já são tratadas pelos regulamentos das Obediências. No mais, a estrutura iniciática de cada rito deve ser respeitada nas suas tradições, usos e costumes e não alteradas por “regulamentos”.

Por fim, no que diz respeito ao rito ser declarado "patrimônio histórico", eu desconheço qualquer proposição ou ato nesse sentido.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

Secretário Geral de Orientação Ritualística do GOB.

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JULHO/2022

 

sexta-feira, 29 de julho de 2022

REAA - CIRCULAÇÃO E SAUDAÇÃO EM LOJA

 

O Respeitável Irmão Edson dos Santos, Loja Sabedoria, Equilíbrio e Poder, 4407, REAA, GOB-BA, Oriente de Ilhéus, Estado da Bahia, apresenta as dúvidas seguintes:

 

CIRCULAÇÃO E SAUDAÇÃO EM LOJA

 

Estou querendo tirar umas dúvidas a respeito das novas mudanças no REAA.

1º - Estando no Ocidente é permitido ir e retornar estando na mesma Coluna?

2º - Ao passar da Coluna do Norte para o Sul, em frente ao Oriente, é necessário para e saudar o altar?

3⁰ - O Diácono, no encerramento, ao sair do Oriente para levar a palavra ao 1º Vigilante, ele para e faz o sinal de saudação ao altar?

 

CONSIDERAÇÕES:

 

Antes das considerações propriamente ditas, destaco que no REAA quando se entra e sai do Oriente em Loja aberta a saudação é feita pelo Sinal ao Venerável Mestre e não ao altar ou ao Delta (vide página 42 do Ritual do REAA em vigência no GOB).

RESPOSTAS:

1.  Perfeitamente. Na mesma coluna não há circulação. É preciso se levar em conta que no REAA o seu Templo representa um espaço retangular localizado sobre o equador terrestre, cujo comprimento (longitudinal) vai de Leste para Oeste e a sua largura é de Norte ao Sul. As Colunas do Norte e do Sul representam os hemisférios Norte e Sul da Terra. Partindo desse princípio, quem estiver se deslocando dentro da mesma Coluna, isto é, no mesmo hemisfério, não precisa atravessar para a outra Coluna, pois não é necessário dar a volta ao mundo para parar no mesmo lugar. O giro somente ocorre quando alguém em deslocamento precisa
passar de uma para outra Coluna. Nesse caso o giro é feito no sentido horário (dos ponteiros do relógio). Assim, do Norte para o Sul passa-se cruzando o equador da Loja pelo espaço situado entre a retaguarda do Painel da Loja e o limite com o Oriente. Do Sul para o Norte passa-se cruzando o equador da Loja pelo espaço entre a frente do Painel e a porta de entrada. Para se ingressar no Oriente o transeunte passa obrigatoriamente pela Coluna do Norte e ingressa no quadrante oriental subindo pelo lado nordeste, isto é, próximo ao lugar do Orador. Para dele sair, se faz pelo lado sudeste, isto é, próximo ao lugar do Secretário descendo para a Coluna do Sul.

 

2.    Não, pois atendendo ao que prescreve o Ritual e o SOR – Sistema de Orientação Ritualística do GOB, saudações em Loja são feitas somente em Loja aberta ao Venerável Mestre quando se entra ou saída do Oriente, ou às Luzes da Loja (Venerável Mestre, 1º e 2º Vigilantes) quando da entrada formal, ou ainda às Luzes da Loja quando em retirada definitiva antes do encerramento. Saudação em Loja se faz pelo Sinal Penal. Não existe sinal de saudação, mas toda a saudação é feita obrigatoriamente pelo Sinal Penal do Grau em que a Loja estiver trabalhando. Por assim ser, reitero que não existe nenhuma saudação no Ocidente quando se cruza o equador do Templo, nem passando do Norte para o Sul e nem do Sul para o Norte. Também, não existe saudação para o altar e nem para o Delta. Saudações em Loja atendem apenas ao disposto na página 42 do Ritual de Aprendiz do REAA, edição 2009 em vigência no GOB e no SOR.

 

3.    Sim. No encerramento dos trabalhos a Loja ainda está aberta. Nesse caso, o 1º Diácono ao sair do Oriente volta-se para o Venerável Mestre e lhe presta saudação pelo Sinal. De retorno ao Oriente, ao ingressar, da mesma forma saúda pelo Sinal ao Venerável Mestre. Vale mencionar mais uma vez que a saudação é ao Venerável Mestre e não ao altar ou ao Delta. Ao contrário, durante a abertura o Diácono não faz nenhuma saudação porque a Loja ainda não está aberta, mas em procedimento de abertura.

Ao concluir, lembro que o Sistema de Orientação Ritualística hospedado na plataforma do GOB RITUALÍSTICA na página oficial do GOB, traz correções, orientações e esclarecimentos sobre o conteúdo dos rituais do GOB, portanto deve ser aplicado de imediato. O SOR está amparado pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral do GOB, publicado no Boletim Oficial nº 31 de outubro de 2019.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

Secretário Geral de Orientação Ritualística – GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JULHO/2022

GESTUAL DE APROVAÇAO, SIGILO, ETC. (SINAL)

O Respeitável Irmão Jaylton Reis, Grupo A Bigorna de Tubalcaim, apresenta a seguinte questão:

 

GESTUAL DE APROVAÇÃO

 

O Sinal de Aprovação, convencional, de Juramento de Silêncio, tem a sua origem na antiga Roma, de forma adaptada? Se faz sentado? Muito embora os Rituais recomendem que sinais, devem ser feitos em pé! Há de se cuidar para que as nossas Lojas, não reproduzam a saudação nazi.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

De fato, essas expressões feitas por gestos com as mãos e braços, assim como meneios com a cabeça, são práticas utilizadas para exprimir ideias ou sentimentos. A origem disso acompanha a história das civilizações e é muito antiga.

Certamente que a Moderna Maçonaria, especulativa por excelência, se fez servir de muitos desses costumes, utilizando-os, de acordo com os ritos e na necessidade dos seus trabalhos ritualísticos.

No tocante a esse gestual, dependendo da oportunidade, eles podem ser feitos em pé, ou sentados, destacando que essa prática nada tem a ver como os sinais iniciáticos dos graus, cujos quais devem ser rigorosamente feitos em pé (em se estando à Ordem). Me refiro aos Sinais Penais dos graus.

Assim, na Maçonaria, os gestos de aprovação – como prefiro trata-los em vez de “sinal” - comumente são feitos em se estando sentado, enquanto que os que manifestam ratificação de sigilo, silêncio, etc., devido as circunstâncias, são feitos em pé, não havendo para eles nenhuma regra rígida nesse sentido, portanto seguem nos conformes do que prescreve cada ritual.

Eu particularmente acho redundante gestual de confirmação de silêncio ou sigilo, até porque todo maçom ao ser iniciado, ou quando muda de grau, presta o seu juramento de segredo sobre tudo o que ali se passa, o que é ratificado pelo Sin Pen do seu grau. No meu modesto entendimento, jurou, está jurado, não carecendo de ratificações e afirmativas para tal. Por si só, a promessa de silêncio é eterna e não precisa ser renovada (isso já eliminaria gestos desnecessários).

No tocante à sua colocação de algum gestual que pode ser confundido com práticas contrárias aos nossos princípios, o Irmão tem razão, contudo fazemos isso dentro de Loja e, a priori, o que ali se passa não pode ser revelado. Mesmo assim, todo cuidado para que se evitem interpretações contraditórias.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JULHO/2022

quarta-feira, 27 de julho de 2022

T(...) - O PERSONAGEM E O SIGNIFICADO DE P(...)s MA(...)s

REEDIÇÃO – CONTEÚDO ATUALIZADO EM JULHO/2022

 

Uma questão que me foi apresentada em 2009 – Consulente do Rito de York, GORGS (COMAB), Oriente de Pelotas.

 

TUB E OS PP MM

 

Não estou convencido de que estejamos certos ao interpretar as palavras PP MM no ritual do 3° Grau, quando o Irmão está sendo elevado, esclarecendo a ele que "a palavra é T e que significa PP MM"

Digo ao Irmão que o significado usado por nós é "posse do mundo", o que não me convence, pois quando se abrevia com 2 letras, é sinal de plural, daí a minha dúvida.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

A palavra T∴, utilizada na Maçonaria Moderna por vários ritos é consagrada como P de P. Como tradição operativa, o maçom pedia passagem se utilizando métodos consagrados de reconhecimento. Outrora não existiam graus especulativos entre os cortadores e esquadrejadores da pedra, entretanto os operários eram divididos em duas classes, então conhecidos como Aprendizes Admitidos e Companheiros do Oficio. O dirigente dos trabalhos era geralmente um Companheiro experimentado escolhido pelos seus pares e era denominado o Mestre da Obra.

Com a paulatina transição da Maçonaria Operativa (de Ofício) para a do dos Aceitos (especulativa), muitos costumes consagrados de então, como o de reconhecimento, por exemplo, acabariam permanecendo na Moderna Maçonaria com tradições, usos e costumes.

Com o advento dos ritos maçônicos a partir do século XVIII e, particularmente o surgimento do Grau de Mestre especulativo a partir de 1725, o ideário iniciático de graus por aperfeiçoamento ganhou, principalmente no Grau de Companheiro e de Mestre, palavras de reconhecimento como as de passe e sagrada (método de identificação da qualidade maçônica de alguém).

Nesse contexto, as PPal de PPas mais consagradas no Franco-maçônico básico então adotadas foram S para o 2º Grau e T para o 3º Grau.

No que diz respeito ao significado da palavra T, comenta Jean. L. Granger, membro da Loja de Pesquisa Quatuor Corotati 2.076 de Londres, que as informações lendárias, assim como das escrituras sagradas, nos trazem poucas informações sobre o
nome Tub
. Concernente à existência do personagem, citado no Livro de Gênesis, Tubera o instrutor de todos os artífices em bronze e ferro. Em algumas versões bíblicas, como a inglesa, por exemplo, mencionam Tubna condição de ter sido o pai de todos os artífices.

Assim, debaixo dessas circunstâncias, é grande a possibilidade de que o personagem Tub tenha sido introduzido ainda nas lendas da Maçonaria primitiva. No Manuscrito Dowland (1500-1550) encontra-se o relato de que Tub, um dos filhos de Lamec, foi nominado como o criador da ciência do ferreiro, do forjador, do fundidor do ouro, prata, bronze, cobre e ferro. Na verdade, aos filhos de Lamec (Jub, Jab, Tub e Noema) atribuía-se a origem de todas as ciências do mundo. Graças a isso é que provavelmente Tub∴ passou a ganhar espaço nas lendas maçônicas, no caso como o primeiro homem a inventar a arte de trabalhar no ferro e no bronze, ou o artífice dos metais.

Conforme mencionam alguns tratadistas da língua hebraica, a palavra Tub se arrola aos vocábulos “tebel” e “kanah”, cujo significado é descrito como “posse do mundo”.

Vale a pena destacar que na Maçonaria esses são apenas e tão somente conceitos lendários – o conteúdo de uma lenda não exprime nenhuma verdade histórica.

Em relação ao significado das palavras PP MM, escritas no Ritual de 2007 como P(...)s Ma(...)s” é preciso antes se levar em consideração a forma de abreviar palavras utilizada na maçonaria anglo-saxônica, ou no Craft, aqui tratado como Rito de York.

De pronto é bom lembrar que a tripontuação em forma de um triângulo () é natural da Maçonaria latina e é muito usada no Brasil porque nossa Maçonaria historicamente é filha espiritual da França, destacando, contudo, que os ritos de vertente inglesa por aqui praticados preservam a forma anglo-saxônica de abreviatura. É o caso do ritual do Rito de York, edição 2007 aqui mencionado, onde P(...)s Ma(...)s denotam palavras no plural. Observe a letra “s” presente ao final, isto é, após os parêntesis de cada palavra abreviada.

Desse modo, a abreviatura anglo-saxônicas para P(...)s Ma(...)s significa “Primeiros Materiais”.

Em que pese o termo “Posse do Mundo” até seja aceitável sob o ponto de vista físico ou terreno, quando a posse da arte da metalurgia tenha feito do homem o “rei da terra”, sob o viés iniciático, que é o que de fato nos interessa, os metais, nessa conjuntura representam as faculdades intelectuais do iniciado, passíveis de aperfeiçoamento. Em primeira análise isso significa que o trabalho intelectual é mais difícil do que aquele exercido sobre matéria física ou terrena. Nessa circunstância a “prima matéria” é o elemento que impulsiona o iniciado em direção à porta de “passagem” para o grau de Mestre. Em linhas gerais a matéria prima se destaca como “Primeiros Materiais”.

Esse enigma é demostrado nos Painéis ou nas Tábuas de Delinear do 3º Grau das duas vertentes maçônicas. Desse corolário, a alegoria do Painel, ou da Tábua, concentra mais ou menos o seguinte teor:

“O enigma do Painel de Mestre mostra que H(...) A(...), pai e mestre foi sepultado pelos T(...)s maus C(...)s no interior do Homem há mais de três mil anos, quando as luzes desapareceram e reinaram as trevas na alma humana. Entretanto, com às virtudes e ferramentas de um f(...) de m(...)s que trabalha nos P(...)s Ma(...)s, ou seja, um verdadeiro T(...) haverei de transmutar a dureza dos metais da minha personalidade através do fogo do amor, permitindo que H(...) reviva no Filho Abençoado, no M(...) B(...), ou filho da putrefação, tornando-me um Templo imortal e eterno para o sagrado e Todo Poderoso Deus Altíssimo – O F(...) do J(...) está M(...).”

Evidentemente esse é um tema complexo que por razões óbvias aqui não pode ser detalhado. A mensagem dos símbolos é o que de fato expressam quando houver por parte do Mestre uma observação e meditação acurada.

 

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2009 (original)

JUL/2022 (atualizado)


terça-feira, 26 de julho de 2022

PERSONAGEM T(...) NO GRU DE MESTRE MAÇOM

Em 17.12.2022 o Respeitável Irmão Ismael Ramos Gomes, Loja Luz e Verdade, 0123, MRGLSC (CMSB), sem mencionar o nome do Rito, Oriente de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, apresenta a questão que segue:

 

O PERSONAGEM T NO GRAU DE MESTRE MAÇOM.

 

Me reportei ao Irmão por mensagem pelo Messenger e com a costumeira atenção foi orientado a fazer meus questionamentos por aqui...

A dúvida e falta de conhecimento que me trazem aqui é o seguinte: Se Tub era da linhagem de Caim, o primeiro assassino da história, se T em tese falsificava armas, se T confrontou Noé na construção da Arca, etc...

Por que consta seu nome na P S do M?

 

COMENTÁRIOS

 

No que diz respeito ao REAA, T é a P de P, e não a P S do 3º Grau.

A questão é de característica alegórica e não histórica, pois é sabido que muitos personagens e passagens que constituem lendas e alegorias maçônicas foram retiradas do Velho Testamento e inseridas nos velhos manuscritos (Old Charges) das corporações de ofício da Idade Média (Maçonaria Operativa).

Assim, no 3º Grau da Moderna Maçonaria o personagem T representa um forjador de metais que na conjuntura iniciática concebe um elemento de transformação pelo elemento fogo (a forja dos metais) e dá enfoque no que é produto da perseverança para se alcançar o belo e duradouro. A compreensão desse enigma iniciático habilita o Mestre Maçom a, depois de ter alcançado o topo da Esc em Carac, conhecer a árvore da vida - A
A
M É C.

O conteúdo iniciático do 3º Grau acabou sendo construído na Moderna Maçonaria após 1725 na Inglaterra quando surgia o grau especulativo do Mestre Maçom. Anteriormente a isso, a Maçonaria dos Aceitos possuía apenas e tão somente dois Graus.

Vale então mencionar que na construção desse arcabouço doutrinário, o que menos interessa à Maçonaria é a genealogia do personagem. No contexto iniciático o que de fato importa é o significado do ofício que esse personagem, pertencente à prole de Lamec, exercia.

Reitero que no Grau de Mestre Maçom do REAA, T é a P de Pas.

Por fim, é oportuno também mencionar que a Maçonaria possui aproximados 800 anos de história, portanto os personagens e passagens bíblicas são lendários na Ordem. Assim, é sob essa óptica que a Maçonaria deve ser estudada. Nos tempos de Noé e do dilúvio não existia Maçonaria.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JULHO/2022

segunda-feira, 25 de julho de 2022

PRÁTICAS RITUALÍSTICAS INERENTES AO REAA

Em 16.02.2022 o Respeitável Irmão Ricardo Albuquerque, Loja Barão de Mauá, 4399, GOB-DF, REAA, Oriente de Brasília, Distrito Federal, apresenta a o que segue:

 

PRÁTICAS RITUALÍSTICAS INERENTES AO REAA.

 

Desde a minha iniciação eu sempre tive um particular interesse pelos assuntos de ritualística em geral, de maneira que procuro constantemente me aperfeiçoar no tema, objetivando entender a história e as origens de tudo o que praticamos nas nossas sessões.

Procuro sanar minhas dúvidas nos adendos disponibilizados no Sistema de Orientação Ritualística do GOB, os quais imprimi e sempre levo para as sessões. Lamento, contudo, que muitos irmãos desconheçam os adendos e perpetuem práticas manifestamente equivocadas, especialmente no REAA, rito em que trabalhamos.

De qualquer forma, sempre existirão dúvidas ou curiosidades para as quais a leitura combinada dos rituais, dos adendos, da cartilha de dinâmica ritualística do GOB (2016) e dos artigos de seu blog ainda não me trouxeram as respostas.

Considerando a posição ocupada pelo respeitado irmão na alta gestão do GOB (Secretaria Geral de Orientação Ritualística), pergunto:

1) Existe a possibilidade de retificação da cor dos detalhes do avental de Mestre Maçom no GOB, retomando-se o uso da cor vermelha e desfazendo o equívoco da mudança para a cor azul?

2) É possível a edição de novo compêndio de rituais para o REAA, compilando na íntegra as orientações dos adendos, porém com vigência postergada, permitindo que as Lojas corrijam
gradualmente a ritualística até que os "novos" rituais entrem efetivamente em vigor?

3) Por que motivo muitas Lojas não demandam o uso da faixa para os Mestre Maçom sem cargo/função, a despeito das determinações do Ritual do Grau 3 e do respectivo adendo? O GOB poderá editar alguma orientação específica sobre o assunto?

4) Finalmente, agora sim uma dúvida eminentemente ritualística: durante a transmissão da Pal Sagr pelo 1º Diác no encerramento dos trabalhos, deve ele saudar o Ven Mestre ao cruzar a balaustrada (ao sair e retornar ao Or)? Ao que me parece, aparentemente sim, combinando a leitura do item "c, III" dos quesitos 66 e 157 e dos itens "b, II" e "b, III" do quesito 31 do adendo ao ritual do grau 1, todavia esse procedimento não está claro nos quesitos 66 e 157.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

1)    Sim, existe a possibilidade, até porque o avental MB de Mestre, debruado de vermelho é o correto e consagrado desde o Congresso de Lausanne na Suíça em 1875.

 

2)    Tudo o que está na plataforma do GOB RITUALÍSTICA, hospedado oficialmente no site oficial do GOB, que trata do Sistema de Orientação Ritualística – SOR, fará parte dos novos rituais quando o Grão-Mestre Geral determinar. Não haverá novo compêndio. O que está no GOB RITUALÍSTICA é para ser aplicado até as novas edições. Destaco que o Sistema de Orientação Ritualística tem a cobertura do Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral, publicado no Boletim Oficial do GOB sob o nº 31 de outubro de 2019.

 

3)    A questão não é de o GOB editar outra normativa. Ora, já está no ritual e no Sistema de Orientação Ritualística. Vale mencionar que o que consta no ritual e na orientação é para ser cumprida. As Lojas devem atentar para o seu cumprimento.

 

4)    Ora, se a Loja ainda estiver aberta (me parece que é o caso), obviamente que sim. Tanto para ingressar no Oriente, quanto quando dele sair, há saudação ao Venerável Mestre. Vide página 42 do Ritual de Aprendiz do REAA, 2009 e o SOR. No caso da sua questão na abertura ainda não porque a Loja ainda não fora aberta (ainda em processo de abertura). Já nos procedimentos para encerramento dos trabalhos, a Loja ainda está aberta, portanto o Diácono saúda o Venerável Mestre na forma de costume.

A propósito, no GOB vale apenas os rituais em vigências combinados com a aplicação do Sistema de Orientação Ritualística e outros Decretos pertinentes. Manuais e cartilhas de orientação ritualísticas no GOB estão suspensos conforme o Art. 5º do Decreto 1102/2009 (Decreto que institui o Ritual de Aprendiz do REAA em maio de 2009, impresso no próprio ritual).

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JULHO/2022