quarta-feira, 28 de novembro de 2018

CONTRIBUIÇÃO PECUNIÁRIA. ORDINÁRIA /EXTRAORDINÁRIA - FACULTATIVA OU OBRIGATÓRIA


Em 03/09/2018 o Respeitável Irmão Jedson Marchesi Maioli, Loja Acácia de Guarapari, 2.066, GOB-ES, REAA, Oriente de Guarapari, Estado do Espírito Santo, formula a seguinte questão:

CONTRIBUIÇÃO PECUNIÁRIA


A comissão de beneficência da Loja apresentou um projeto para o final do ano. A proposta consiste em onerar os Irmãos em R$120.00 (3x de R$ 40,00) para aquisição de materiais escolares a serem distraídos entre estudantes de baixa renda. Valor este que não se confunde com as obrigações de contribuição ordinárias/extraordinárias da Loja. Tenho a seguinte dúvida: essa contribuição é facultativa ou obrigatória/compulsória?
O irmão que não quitar a contribuição poderá ser inserido na condição de inadimplente para fins de emissão de Quite Placet por inadimplência? Particularmente acredito que essa decisão na Loja não pode trazer uma obrigação compulsória. Pelas seguintes razões: - quando o Irmão presta compromisso de honrar os encargos da Loja fazemos com valores previamente apresentados. - não se trata de uma contribuição para manutenção da Loja ou obrigações legais e estirarias, mas sim para atender um projeto da comissão de beneficência. - um irmão que não foi à Loja e não participou da discussão da matéria pode não concordar com o projeto ou não ter condições de honrar. Gostaria de seu auxílio sobre esta questão. Desde já obrigado.

CONSIDERAÇÕES.

Prezado Irmão esse não é assunto que eu domino. Questões legais, sobretudo aquelas que envolvem contribuições monetárias, são mesmo da alçada daqueles que militam nesse ofício - o que não é o meu caso.
Sendo assim, os comentários que porventura eu fizer a seguir, não devem ser tomados como espécimes laudatórios, senão como algumas ideias superficiais a respeito do assunto.
Nesse sentido, deixo então os seguintes comentários a respeito: eu entendo que por primeiro essa é uma matéria pertinente à Comissão de Finanças da Loja e, por segundo, a de ter o parecer do Orador, levando-se em conta de que nenhuma matéria poderá entrar em votação sem que antes o Guarda da Lei dê o seu parecer legal.
Além do mais, há que se considerar também que assuntos que envolvem espécimes monetários, após o parecer prévio da Comissão de Finanças (Art. 109, § 1º do RGF), obrigatoriamente devem ser discutidos e votados em sessão ordinária de Finanças, cuja sessão será realizada no Grau I, sendo convocadas por edital com antecedência mínima de quinze dias (Art. 109 do RGF).
Nesse caso, tendo já a matéria sido analisada e recomendada previamente pela Comissão de Finanças, então a mesma será trazida para discussão e votação em Loja na sessão ordinária de Finanças que fora previamente marcada por edital, destacando-se, porém, que nela antes da votação, o Orador deverá dar o seu parecer sobre a legalidade ou não da matéria.
Assim, cumpridos todos os trâmites legais e ter tido essa matéria o resultado favorável na votação, inequivocamente respeita-se o resultado da votação como decisão da Loja. Por óbvio, todos os que tiveram os seus votos vencidos, devem democraticamente aceitar e se sujeitar ao resultado quer fora obtido pela maioria dos votantes. Do mesmo modo, aqueles que porventura estiveram ausentes no dia da votação devem aceitar com fidalguia o resultado.
Desse modo, na minha parca opinião, acho que antes de se chegar a uma decisão final sobre as demandas de uma matéria posta em votação, ela igualmente precisa ter percorrido todos os caminhos legais, o que dará aos interessados o amplo direito de debatê-la minuciosamente. Em suma isso significa dar antes do pleito o direito a todos de apresentar as suas arguições, sejam elas a favor, ou contra a matéria. O que não pode é abruptamente alguém apresentar uma matéria e o Venerável coloca-la imediatamente em votação sem que antes ela tenha percorrido todas as etapas regulamentares.
Quanto ao mérito de contribuições ordinárias e extraordinárias é assunto para ser discutido pela Loja, envolvendo, se for o caso, o seu Regimento Interno.
Como dito, sem nenhuma pretensão de ser laudatório e nem mesmo o de me aprofundar numa questão que possuo confessadamente pouco entendimento, eram essas as minhas exposições.



T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2018

CIRCULAÇÃO, DESLOCAMENTO NA MESMA COLUNA E FICAR À ORDEM - RITUALÍSTICA DO REAA


Em 02/09/2018 o Respeitável Irmão Marcos Minto, Loja Irmão Valdez Pereira, 4.077, GOB, REAA, Oriente de Paragominas, Estado do Pará, solicita esclarecimentos para as dúvidas seguintes:

CIRCULAÇÃO, DESLOCAMENTO NA MESMA COLUNA.


Venho através desta tirar as seguintes dúvidas;
1 - Se eu sair do meu lugar em Loja, mas não saindo de minha coluna posso voltar ao meu lugar ou tenho que realizar a circulação para voltar ao meu lugar?
2 - No Ocidente, ao cruzar o centro da Loja em circulação tenho que dar uma parada em direção ao Venerável? Sendo a linha imaginária.
3 - Irmãos Orador e Secretário podem falar sem levantar ou tem que levantar como os demais Irmãos?
4 - Venerável quando solicitado no manual para ficar a ordem tem que ficar também?

CONSIDERAÇÕES:

1 - É exatamente para não se precisar dar a volta ao mundo e parar no mesmo lugar que um obreiro em deslocamento pela sala da Loja e na mesma Coluna, não precisa se utilizar da prática costumeira da circulação. Assim, na mesma Coluna não existe circulação. Em resumo, nessa condição ele vai e volta sem precisar antes circular pela outra Coluna. Na mesma Coluna também são desnecessárias as pretensas “voltinhas” em torno das mesas dos Vigilantes como alguns “inventores” querem às vezes apregoar. Enfatize-se que a regra da circulação só se aplica àquele que, em deslocamento, vai de uma para outra Coluna – do Norte para o Sul, cruza-se por entre a retaguarda do Painel e o limite com o Oriente; do Sul para o Norte, cruza-se por entre a frente do Painel e a porta de entrada do Templo. Na realidade esse procedimento não é a mesma coisa do que se ficar dando voltas em torno do Painel da Loja, porém é uma organização horária de deslocamento nos sentidos Norte-Sul e Sul-Norte. É por essa disposição de perambulação no Ocidente que no Oriente não há circulação pré-determinada, porém nele somente se ingressa vindo da Coluna do Norte e dele se sai apenas em direção da Coluna do Sul.

2 - Como está bem claro no Ritual em vigência, saudações em Loja somente são feitas ao Venerável Mestre quando se ingressa ou se sai do Oriente, ou às Luzes da Loja quando da entrada formal (pela Marcha do Grau). Destacando-se que ao se entrar e sair do Oriente, em estando o obreiro portando (empunhando) um objeto de trabalho, ele não saúda pelo Sinal, apenas faz uma parada rápida e formal, mas sem qualquer inclinação gestual com o corpo ou mesmo meneios com a cabeça. Dado ao comentado e de acordo com o ritual, não existe nenhuma saudação ou parada rápida e formal quando, em circulação, um obreiro cruzar o eixo longitudinal do Templo (equador imaginário).

3 - O Orador e o Secretário, salvo quando o ritual determinar ao contrário, falam sentados. Entretanto, se por deferência eles preferirem falar em pé, então ficam à Ordem, isto é, com o corpo ereto, pés em esquadria e ao mesmo tempo compõem o Sinal com a(s) mão(s). O Orador e o Secretário no REAA\ fazem parte do rol das Dignidades da Loja que ocupam o Oriente. Em assim sendo, salvo outra determinação oriunda do Ritual, eles podem falar sentados.

4 - Creio que a pergunta se refere ao “ritual e o Venerável”. Assim, não só o Venerável, mas também os Vigilantes, quando a liturgia determinar que todos fiquem à Ordem, literalmente “todos”, inclusive as Luzes da Loja, assim devem se posicionar. Nesse sentido, o Venerável e os Vigilantes deixam seus malhetes, ficam à Ordem e compõem o Sinal com a(s) mão(s). É anacrônica a prática de que, estando em pé nos seus lugares as Luzes da Loja precisem pousar os seus respectivos malhetes no lado esquerdo do peito. Ora, isso não é Sinal e é bom lembrar que Sinal de Ordem se faz com a mão, ou com as mãos se for ocaso. Além do quê, ninguém faz Sinal “com” o objeto de trabalho, ou seja, não se usa um objeto trabalho para com ele se compor e fazer um Sinal. Penso que está mais do que na hora de se acabar com essas práticas ultrapassadas.

Ao concluir, cabe aqui ainda um comentário. Como muito se mencionou o termo “ficar à Ordem”, notadamente é necessário se compreender que um obreiro nessa posição, em qualquer grau, estará sempre compondo o Sinal do Grau com a(s) mão(s) tendo, concomitante ao gesto, o seu corpo ereto feito um pr\ e os pés unidos pelos ccalc\ feito uma esq\. Como Secretário Geral, eu gostaria de enfatizar que todas essas observações farão parte das instruções e práticas ritualísticas inerentes aos Rituais do GOB que futuramente (2019) estarão à disposição num endereço eletrônico do Grande Oriente do Brasil e relacionado à Grande Secretaria Geral de Orientação Ritualística.


T.F.A.

PEDRO JUK

NOV/2018



terça-feira, 27 de novembro de 2018

REAA - SAUDAÇÃO ÀS LUZES NA ENTRADA FORMAL


Em 01/09/2018 o Respeitável Irmão Jocely Xavier Araújo, Loja Herbert Jurk, REAA,   GOB-SC, Oriente de Timbó, Estado de Santa Catarina, solicita esclarecimentos para o seguinte:

SAUDAÇÃO ÀS LUZES NA ENTRADA FORMAL


Desculpe incomodá-lo mais uma vez, por gentileza, terias condições de esclarecer uma dúvida.
TELHAMENTO (Aprendiz), ele se posta na porta do templo, fica a ordem e dá os três passos do grau.
A DÚVIDA: Após os passos, ele está à Ordem, para se dirigir ao Venerável e aos 1º e 2º Vigilantes, ele pode continuar à Ordem ou a cada vez que se dirigir a uma deles, deve desfazer o Sinal, voltando em seguida novamente à Ordem e assim sucessivamente?

CONSIDERAÇÕES

Procedimento muito comum ao REAA\, em se entrando formalmente em Loja no Grau de Aprendiz, o obreiro à Ordem dá os passos (marcha) do Grau na forma de costume. Completada a Marcha, estando ele à Ordem, então saúda pelo Sinal o Venerável Mestre recompondo em seguida imediatamente o Sinal. Dando continuidade ao procedimento, ainda com o Sinal composto e sem mover os pés, volta levemente o seu tronco e o seu olhar para o Primeiro Vigilante saudando-o da mesma forma como o fizera ao saudar o Venerável Mestre. Terminada a saudação ao Primeiro Vigilante, o protagonista volta a compor o Sinal e dirige desta vez o seu olhar girando levemente o seu tronco, agora para o Segundo Vigilante, saudando-o do mesmo modo como o fizera ao Primeiro Vigilante. Por fim, com o Sinal composto, volta-se definitivamente de frente para o Oriente enquanto aguarda ordens.
O termo “sem mover os pés” que aparece na explicação acima, denota de que durante a saudação às Luzes, a posição dos pés em esq\ permanece estática (fixa) sobre o eixo do Templo (de frente para o Oriente), maneira essa oriunda do último passo executado durante a Marcha. Assim, o protagonista, notadamente ao saudar os Vigilantes, o faz na forma de costume, porém girando levemente o tronco na direção daquele que se quer saudar. Nesse caso, os pés não se movem, senão há um giro leve do tronco acompanhado do olhar na direção do respectivo Vigilante.

T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2018

MAÇOM LICENCIADO PODE FREQUENTAR OS TRABALHOS?


Em 01.09.2018 o Respeitável Irmão Paulo Henrique Vailati, Loja Acácia Laranjeirense, 2.472, REAA, GOB-PR, Oriente de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

MAÇOM LICENCIADO


Tenho uma dúvida quanto à licença do Maçom (Art. 67 e § 3º do Art. 68 do RGF).
Ocorre que sou professor e estou iniciando um Mestrado. Dessa forma, perdi várias aulas de minha profissão para poder iniciar o curso (duas dificuldades, portanto: pagar a Loja

e conseguir frequência assídua, em vista de algumas aulas serem no mesmo dia da sessão aqui).
Não há dúvida quanto ao direito de pedir a licença, mas não consegui ver claramente algum ponto que especifique se posso continuar frequentando as sessões nos poucos dias em que isso for possível. Nem tanto pela Loja, mas mais pelos Sobrinhos da Ordem De Molay, da qual eu não gostaria de me desligar por ser Consultor do Capítulo.
Em suma: posso pedir licença e continuar frequentando reuniões De Molay como Consultor, além de eventualmente reuniões da Loja?

CONSIDERAÇÕES.

Quanto a um Irmão licenciado, conforme o que especifica o Regulamento Geral da Federação, eu entendo que se por algum motivo justo ele solicitou essa licença, então ele não poderá, enquanto perdurar essa autorização, a frequentar os trabalhos maçônicos.
O período de licença regulamentar no GOB é de seis meses, podendo ser prorrogado por tempo indeterminado se a critério médico (Art. 68, § 1º do RGF), ou por motivo de estudo, viagens de estudo, estágio ou trabalho (Art. 68, § 3º do RGF).
Cabe mencionar que o Art. 68 exara que a licença será interrompida se o maçom licenciado retornar às suas atividades antes do decurso dos seis meses. Por extensão é lícito que essa consignação também alcance aqueles que por ventura estejam enquadrados nos parágrafos 1º e 3º do mesmo Artigo (além dos seis meses de licença).
Nesse sentido, ao que me parece é que um obreiro em licença não poderá, sob nenhuma hipótese, frequentar os trabalhos. A não observação dessa proposição afirmativa fará com que a sua licença seja imediatamente interrompida.
Quanto ao seu comparecimento como consultor num Capítulo De Molay, por ser esse Capítulo uma entidade paramaçônica, há então que se consultar o que prevê no caso o seu Regulamento. Essa é uma informação que não está ao meu alcance.


T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2018

domingo, 25 de novembro de 2018

FAIXA ETÁRIA PARA ADOÇÃO DE LOWTON


Em 01/09/2018 o Respeitável Irmão Adélio Neto, Loja Salim Bittar, 102, GLMMG (CMSB), REAA, Oriente de Ituiutaba, Estado de Minas Gerais, apresenta a seguinte questão:


ADOÇÃO DE LOWTON – FAIXA ETÁRIA.


Estamos com uma dúvida aqui no oriente de Ituiutaba.
A Constituição da GLMMG, nem tampouco seu Regulamento Geral, trazem maiores elucidações ao procedimento para Adoção de Lowton, sendo que apenas este último faz breve referência, mas sem maiores considerações.
Indagados alguns Irmãos, não encontramos, s.m.j., qualquer norma maçônica que aponte a faixa etária para Adoção de Lowton, muito menos qualquer ritual adotado no âmbito da GLMMG.
Apenas o Regimento Interno da nossa Loja é que decidiu fixar a faixa etária entre 5 a 17 anos.
Destarte, indago ao valoroso Irmão se tem conhecimento de preceitos maçônicos e/ou artigos de autoria de Maçons que apontam e sustentam a faixa etária necessária e ideal para a Adoção de Lowton, inclusive sobre a existência de algum Ritual específico.

CONSIDERAÇÕES.

Em linhas gerais a idade apropriada para Adoção de um Lowton vai dos 7 até os 14 anos, mas isso às vezes é definido pela Obediência, geralmente pela Grande Secretaria responsável por essas ações. No caso da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais eu desconheço qualquer instrução nesse sentido, porém entendo que a sua Loja deveria formalizar a ela uma consulta a respeito.
De modo tradicional convenciona-se que o Lowton é o filho homem de um maçom e pode ser adotado pela Loja a que pertence o seu pai. Essa adoção não deve ser um faz-de-conta, mas sim a de responsabilidade da Oficina pelo amparo, proteção e orientação do adotado.
Essa adoção responsável não deve ser tomada por nenhuma conotação religiosa como que a de confundir esse ato de adoção com uma espécie de batismo.
O termo “Lowton”, embora alguns até afirmem que ela é de origem britânica, na realidade essa palavra é inexistente na língua inglesa e provavelmente tenha surgido de uma corruptela de outra palavra, a exemplo do termo louveteau, que em francês significa lobinho e é derivado de louve que significa loba. Querer comparar o termo em francês com a língua inglesa não procede, até porque em inglês lobo é wolf e o seu filhote (lobinho) é o wolf cub. Assim o significado de “lobinho” apregoado por alguns à palavra Lowton, também realmente não procede.
Ainda alguns outros, nesse sentido querem associar Lowton com Lewis, cujo significado simbólico na Maçonaria inglesa é a do filho de um maçom. Lewis é um aparato de metal utilizado pelos construtores da Maçonaria de Ofício e que ia encaixado dentro da pedra desbastada servindo para erguer esses blocos nas construções. Graças a isso é que o objeto Lewis acabou se associado especulativamente ao filho do maçom por representar um símbolo de “força” e que serve para erguer. Com esse escopo a alegoria significa o filho que sustenta o pai tornando mais confortável a sua velhice.
Assim, a corruptela Lowton, provavelmente pela aproximação em grafia com a palavra Lewis acabou se generalizando como que a significar também o filho do maçom, mas na verdade ele ficaria melhor se comparado com o termo “sobrinho”.
O costume de Adoção de Lowtons se sacramentou na Moderna Maçonaria e, além de um Lowton ser orientado pela Loja que o adota (coisa que infelizmente raramente acontece), ele tem também o privilégio de poder ser feito maçom a partir dos 18 anos de idade, já que para as demais pessoas do sexo masculino, por mais dignas e ilibadas que elas sejam isso só pode se dar a partir dos 21 anos (idade regulamentar para a sua emancipação - como é o caso aqui no Brasil).
Graças a isso é que a tradição maçônica determina que só sejam adotados como Lowtons os “filhos” de maçons, nunca as “filhas”, como algumas Obediências equivocadamente até consentem, já que meninas, se eventualmente adotadas poderiam no futuro pleitear – como Lowton – também o seu ingresso na Loja, o que é vetado, por disposição regulamentar da Maçonaria regular.
No tocante a autores que abordam esse tema eu de início o oriento a consultar dicionários e livros de autores autênticos como José Castellani e Alec Mellor, por exemplo.
Já no que diz respeito a rituais de Adoção de Lowtons, há que se consultar por primeiro as respectivas Secretarias de Orientação Ritualística das Obediências. No caso do GOB, por exemplo, ele possui um em vigência editado em 2017 e faz parte de um dos volumes dos seus Rituais Especiais. De antemão devo comunicar que eu não forneço rituais.


T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2018

COBERTURA DO TEMPLO DURANTE A SABATINA. ISSO EXISTE?


Em 01/09/2018 o Respeitável Irmão Marcelo Gass, Loja Tríplice Aliança. 3.277, REAA, GOB-PR, Oriente de Toledo, Estado do Paraná, apresenta a consulta seguinte:

SABATINA - TEMPLO COBERTO AOS APRENDIZES E COMPANHEIROS


Surgiram alguns questionamentos em nossa Loja, sobre o Templo ser Cobertos aos Aprendizes e Companheiros que não participam da Sabatina para mudança de Grau. Alguns Irmãos, dizem que a presença deles nas Sabatinas, trarão mais conhecimentos e informações, e servirá como um aprendizado. É de costume em nossa Loja a retirada dos Irmãos Aprendizes e Companheiros que não serão sabatinados. Não encontrei nos Consultórios, informações a esse respeito. Gostaria de saber a posição do Irmão sobre o assunto.

CONSIDERAÇÕES.

Se a sessão for realizada num determinado grau, por óbvio que todos aqueles que têm grau suficiente para aquela sessão podem participar da mesma.
Esse costume anacrônico de se querer cobrir o Templo a Irmãos de um mesmo grau por conta de sabatina em que eles não serão ainda submetidos é atitude equivocada e não deve ser praticada. Essa prática não faz qualquer sentido, pois a Maçonaria não priva nenhum obreiro regular, do mesmo grau, de assistir instruções e exames inerentes ao seu aprendizado.
Além do mais, é como se menciona na própria questão acima: é uma excelente oportunidade para se agregar mais conhecimento.
Ora, se esse costume procedesse então obrigatoriamente seriam também filtradas instruções, bibliografias e outros afins de aperfeiçoamento conforme o tempo de atividade de um obreiro no se grau, entretanto isso não acontece, e sob nenhuma hipótese, tem embasamento legal.
Assim, compreenda-se que só existe “cobertura” nessas ocasiões (de instrução e sabatina) àqueles que porventura não possuam grau suficiente. Ao contrário disso é puro excesso de preciosismo haurido da ilegalidade de se privar um Irmão de participar dos trabalhos que ele tem direito de estar presente.
Coberturas a Irmãos nessas ocasiões só existem quando da avaliação do exame na sequência dos trabalhos. Nesse caso, a Loja será transformada noutro grau, por conseguinte todos (os examinados e os assistentes) que dela não puderem participar por falta de grau suficiente, terão para si então o Templo temporariamente coberto.
Eram essas as considerações sobre o fato.


T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2018

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

INSTRUÇÃO DO APRENDIZ


Em 20/10/2018 o Respeitável Irmão Sérgio Paulo Zanetti, Loja D. Pedro II, REAA, GOB-PR, Oriente de Guaratuba, Estado do Paraná, solicita o seguinte esclarecimento:

INSTRUÇÃO DO APRENDIZ


Fui questionado por um Irmão Aprendiz com relação à Instrução do Grau.
No ritual de Aprendiz; na pergunta da pagina 172 o Venerável pergunta: o que visualizaste quando recebeste a luz?
A resposta é visualizei o L\ da L.\, o Esq\ e o Comp\.
Mas no Manual de Procedimento na pagina 160 a mesmo pergunta obtém a resposta que visualizou raios cintilantes que feriram-me a vista, vi então que eram espadas empunhadas por meus IIr.:,
Na pagina 168 do mesmo Manual a resposta é estando entre CCol\ vi o Pav\ Mos\ e o L\ da L\ sobre o Alt\.
Gostaríamos que o querido Irmão nos ajudasse a dar uma resposta única aos IIr\ Aprendizes de nossa Oficina.

CONSIDERAÇÕES:

Independente do que menciona o Ritual em vigência e os Procedimentos Ritualísticos, devo alertar que as páginas mencionadas na sua questão em relação aos Procedimentos Ritualísticos não estão de acordo com a edição atualizada e em vigência, conforme o editado pelo Decreto 1701 de 31/10/2016 do Grão-Mestre Estadual do GOB-PR. Sugiro a aquisição dos Procedimentos Ritualísticos atualizados.
Outro aspecto é o de que nos “Procedimentos Ritualísticos” em vigência está bem claro quando menciona na sua página 147 o seguinte: sugere-se(o grifo é meu) que além das “instruções obrigatórias contidas no Ritual, as seguintes:”, o que em primeira análise tem o desiderato de complementar as instruções e não de alterá-las, pois é sabido que as “oficiais” (constantes do Ritual), em sendo às vezes até contraditórias, são também resumidas e pobres de conteúdo.
Nesse sentido, a ideia de se sugerir mais instruções não foi para afrontar o Ritual e nem mesmo para trazer mais dúvidas, mas sim à de enriquecer os ensinamentos, sobretudo trazendo-lhes o viés das suas razões e dos seus por quês.
Sob essa óptica é que para as instruções propriamente ditas posso lhe afirmar que “todas elas se adequam ao momento iniciático relatado na sua questão”.
Nesse sentido, seguem então comentários a respeito:
Sobre a do Ritual, ele menciona que o Iniciando vê as Três Grandes Luzes Emblemáticas - o que não deixa de ser verdade - embora naquele momento ele (o neófito) ainda nem soubesse compreender esse simbolismo. Entretanto, ainda que ele estivesse fisicamente distante do Oriente naquela ocasião (no extremo do Ocidente), é sabido que a Loja só existe pela união desse conjunto emblemático, destacando-se que uma Iniciação somente nela pode se desenvolver, ou seja, diante do Livro da Lei, do Esquadro e do Compasso. Assim, propriamente a instrução da página 172 do Ritual objetiva explicar ao Aprendiz o preliminar significado dessas Luzes que só aparecem unidas em Loja – essa deve ser uma das primeiras lições do Aprendiz.
Já na instrução dos Procedimentos Ritualísticos, a ideia é a de expressar mais uma verdade sobre o que acontece naquele mesmo momento. Por sua vez, note que o Ritual determina aos Mestres que ocupam as Colunas que, naquela oportunidade, em pé empunhem com as suas respectivas mãos direitas espadas que ficam apontadas para o Candidato (página 133 do Ritual). Ainda o mesmo Ritual, na sua página 135, se menciona o porquê das espadas ficarem assim apontadas. Deste modo e com esse propósito, os Procedimentos Ritualísticos, na sua página 167, sem a intenção de contradizer ou alterar, busca acrescentar e explicar amiúde o significado do panorama que o Iniciando acaba de vislumbrar ao receber a Luz, ou seja, além de ver as Três Grandes Luzes Emblemáticas colocadas mais adiante no Oriente conforme diz o Ritual, também saber da razão pela qual as espadas vão para ele apontadas. Destaque-se que não há como negar esse acontecimento nesse instante, sobretudo por estarem às espadas mais próximas do Candidato do que o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso expostos ao fundo no Oriente.
Ainda a respeito dos Procedimentos Ritualísticos do GOB-PR, agora na sua página 174, o seu objetivo também não é de contradizer as outras afirmativas, mas sim o de trazer ainda mais conhecimento sobre elas, ou seja, o de aumentar a compreensão sobre a liturgia desse momento. Em síntese é relatar mais um aspecto verdadeiramente presente ao ato, ou seja, o do momento em que Iniciando pela primeira vez vislumbra o caminho (por sobre o Pavimento Mosaico) para alcançar a plenitude da Luz. É o entrever do caminho que está na sua frente e que ao longo do percurso iniciático paulatinamente o levará ao Oriente onde repousam unidas as Três Grandes Luzes Emblemáticas. Assim, além da visão geral do ambiente composto pelas espadas apontadas e Oriente ao fundo, também se vê a passagem das pedras lavradas (Pavimento Mosaico) por sobre o qual o Aprendiz em breve dará os seus primeiros passos pela vereda dos justos.
Destaco que não há como negar que o Iniciando, ao receber a Luz vê todo esse conjunto à sua frente, seja o das Três Grandes Luzes, seja o das espadas para ele apontadas, ou ainda o que menciona o Pavimento Mosaico e as Luzes Emblemáticas. Tudo isso se apresenta diante do Neófito no momento em que a Luz lhe é dada.
De tudo o que foi aqui mencionado sobre essas instruções, ordenou-se por primeiro a lição obrigatória advinda do Ritual e em seguida os seus complementos instrutivos que são oriundos dos Procedimentos Ritualísticos – todos eles pertencentes ao mesmo momento litúrgico.
Ratifico que não há nenhuma contradição entre elas, assim como nenhuma delas está incorreta. As três menções fazem parte do mesmo conteúdo, portando não há entre elas distinção para que se dê à situação uma única resposta, pois uma instrução complementa a outra.
No ideário maçônico de aperfeiçoamento que envolve essa questão, as explicações paulatinamente se completam para dar a razão do “por que das coisas”.
Sem esse pormenor, as instruções perdem o seu brilho e simplesmente se transformam em meros palavreados patéticos e repetitivos. A ideia é a de que o operário e construtor social impreterivelmente compreenda as lições e saiba se utilizar de todas as ferramentas simbólicas que lhe são oferecidas pela Maçonaria.
Muitas vezes as linhas, mesmo que parecendo tortas, escondem definitivamente Verdades incomensuráveis. Cabe ao maçom compreender a Arte e separar o real do aparente. No caso desse momento iniciático, por exemplo, todas as colocações hauridas, tanto aquelas pertinentes ao Ritual, bem como as complementares sugeridas pelo Manual de Procedimentos Ritualísticos do GOB-PR, são fatos visíveis e palpáveis. Nenhuma delas foi inventada, porém todas elas estão previstas no projeto de construção de um novo homem, projeto esse que consagra um dos momentos mais sublimes da Iniciação no REAA\, o do “Faça-se a Luz!”.
Nesse caso, sem licenciosidade alguma, cada lição abordada tem o escopo de consagrar o todo.



T.F.A.

PEDRO JUK



NOV/2018