segunda-feira, 29 de maio de 2023

LEITURA E APROVAÇÃO DA ATA - SUGESTÃO PARA ALTERAÇÃO DE PROCEDIMENTOS

Em 05.03.2023 o Respeitável Irmão Paulo Roberto Penachio, Loja Júlio Tietê Figueiredo, 3782, GOB-SP, Rito Brasileiro, Oriente de Vinhedo, Estado de São Paulo, apresenta a questão seguinte:

 

LEITURA DE ATA

 

No dia 28.02 próximo passado, recebemos em nossa loja, o Poderoso Irmão Pedro Rodrigues Bueno Júnior – GOB-SP em sessão de entrega da Comenda de D. Pedro I e comentando com ele o tema abaixo referenciado, sugeriu-me a consulta que segue.

Tem o presente e-mail a finalidade de consulta-lo sobre o tema: Leitura de Atas – no Rito Brasileiro.

Tomamos conhecimento que no âmbito dos Deputados Federais após a reunião a minuta da
ata é encaminhada via e-mail oficial do Órgão a todos para leitura e manifestação/correção etc., referentes a redação da mesma.

Entendemos que é uma forma dinâmica e prática, pois sendo enviado de forma oficial, fica o registro que todos os irmãos receberam, mesmo os que não participaram da sessão, expandindo o conhecimento e atualização dos assuntos tratados.

As manifestações, serão coletadas pelo secretário e levadas à autoridade competente (Loja, Assembleia, etc.), dependendo do órgão que realiza a sessão, para que analise o pedido e se manifeste sobre sua adequação e sendo a alteração/sugestão polêmica, será apresentada na próxima sessão, o que a pratica sugere que esses casos dificilmente ocorrem, pois tudo já se passou em tempo de Loja.

Na sessão seguinte, quando do balaústre, o secretário informa que foi encaminhado a todos a minuta e se houve pedido de alteração ou não, a autoridade (Venerável, Presidente, etc.) abre a palavra nas colunas para eventuais dúvidas que ainda possam remanescer.

Esse procedimento tornaria a sessão célere, permitindo que o tempo que é dispendido hoje na leitura possa ser revertido em prol da dinâmica da sessão, tais como instruções mais elaboradas, trabalhos estruturados entre outros benefícios, diminuindo o tempo total da sessão trazendo maior motivação aos irmãos.

Resumidamente o procedimento seria o seguinte:

a) Secretário elabora a ata;

b) Pelo e-mail oficial da (Loja, Assembleia etc.) encaminha a todos os irmãos; 

c) Dá um prazo para retorno, suficiente para os irmãos fazerem uma leitura tranquila que permita o entendimento dos assuntos tratados na sessão e informem eventuais correções/alterações;

d) Na próxima sessão o secretário confirma aos irmãos que foi encaminhada a ata e se houve alguma sugestão de correção não reportada.

e) Independentemente de ter havido ou não correções/sugestões, o Venerável coloca a palavra nas colunas para manifestação final.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

A respeito do que menciona a sua questão, vale antes relatar que os nossos rituais determinam que a ata de uma sessão maçônica é para ser lida e aprovada em Loja aberta. Graças a isso que a liturgia prevê um período específico para atender a essa finalidade, inclusive para consignar e aprovar emendas se estas existirem.

Ganhar tempo, me permita discordar, se ganha fazendo sessões organizadas, objetivas e enxutas, isto é, ao se usar da palavra o fazê-lo sem as repetições de mesmo assunto e os intermináveis discursos recheados de um rançoso lirismo que nada contribuem para o salutar andamento da sessão. O excesso de tempo consumido também ocorre muitas vezes pela exposição de um expediente prolixo e eivado de minúcias completamente dispensáveis. Tudo isso seguido de uma Ordem do Dia muitas vezes mal organizada.

Uma ata, se redigida com clareza e objetividade não é a responsável por tomar tempo de uma sessão maçônica. Certamente a leitura e aprovação de uma ata toma muito menos tempo do que certas firulas ritualísticas completamente desnecessárias que se vê em Loja, assim como os insistentes Irmãos atrasados que fazem com que boa parte dos trabalhos seja interrompido para atender aos procedimentos necessários para se receber retardatários.

Sem dúvida, como relatado na sua questão, na Soberana Assembleia é devidamente aceitável o procedimento comentado, até porque no desenvolvimento daquela sessão não existe rito maçônico a ser seguido.

Assim, sob essa óptica é impossível fazer qualquer comparação com o que ocorre nas sessões da Soberana Assembleia e o desenvolvimento das sessões ordinárias ou administrativas das Lojas. A liturgia dos trabalhos entre ambas é completamente diferente.

Desse modo, enviar ata de sessões maçônicas que se realizaram sob cobertura, por meios eletrônicos, está fora de questão, a despeito de que além do caráter sigiloso da sessão, esse procedimento não alcançaria todas as Lojas da federação, já que muitas Lojas do interior do nosso imenso Brasil ainda têm dificuldade para se conectar à Internet.

Não obstante a isso, também temos as nossas tradições que não podem ser perdidas por completo em nome da modernidade. Entenda-se que a dinâmica ritualística de uma sessão não foi criada pelo acaso. É certo que em muitas coisas a Maçonaria acompanha a evolução da ciência e das artes, no entanto, o que nos difere das reuniões profanas é a peculiaridade dos nossos trabalhamos. Por oportuno, também vale lembrar do equilíbrio que deve imperar nas atividades da Maçonaria.

Ao concluir destaco que às vezes o ideal não é alterar o que está pronto ou fazer adaptações naquilo que está consagrado nos rituais. Ao contrário, o tempo pode ser ganho com o desenrolar dinâmico de uma sessão, cujo fruto se alcança com a organização e a disciplina adequada dos trabalhos.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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MAI/2023

sábado, 27 de maio de 2023

USO DA PALAVRA EM LOJA - RETORNO DA PALAVRA

Em 03/03/2023 o Respeitável Irmão Jocely Xavier Araújo, Loja Herbert Jurk, REAA, GOB-SC, Oriente de Timbó, Estado de Santa Cataria, faz a pergunta seguinte:

 

RETORNO DA PALAVRA

 

Desculpe mais uma vez incomodá-lo. Me deparei com a seguinte situação: por que a palavra passa da Coluna do Sul para a Coluna do Norte ela não retorna? Respondi que era para o Irmão praticar a paciência, a tolerância e a reflexão (REAA).

Está correta essa colocação?

 

CONSIDERAÇÕES

 

Inicialmente, a ordem do giro da palavra é Sul, Norte e Oriente. Obedece ao sentido horário, o giro se inicia partindo sempre do Sul. Assim, ao reinar silêncio na Coluna do Sul (por onde se iniciou o giro) a palavra segue para a Coluna do Norte. Havendo silêncio em ambas as colunas, a palavra vai finalmente ao Oriente.

                  Se por ventura alguém, após ter passado a palavra pela sua coluna pedi-la novamente e a critério do Venerável Mestre a mesma for concedida, obrigatoriamente seu retorno se dará a partir da Coluna do Sul, não importando de onde a palavra tenha sido outra vez pedida. Em qualquer situação, se o pedido veio do Norte ou do Oriente, o uso da palavra recomeçará sempre a partir do Sul – essa é uma regra importante.

Ritos solares como o REAA preconizam esse costume. Em face disso é que o ingresso no Oriente é feito sempre a partir da Coluna do Note para o Oriente e, a sua saída, sempre do Oriente em direção da Coluna do Sul.

Com a ordem do uso da palavra ocorre a mesma coisa, ou seja, para que ela finalmente chegue ao Oriente, antes deverá ter passado pelo Sul e pelo Norte respectivamente.

Assim, a hipótese de retorno da palavra do Norte para o Sul não procede por dois motivos: primeiro é que nesse caso haveria uma circulação contrária (anti-horária); segundo é qua para ela concluir o seu giro no Oriente, então ela teria que voltar novamente ao Norte para dali seguir ao Oriente. Isso seria algo contraproducente.

A bem da verdade e do rigor da ritualística, essa história de retorno da palavra é algo que não condiz com o ordenamento litúrgico. O ritual foi construído para seguir o caminho natural das coisas e não para ser truncado por retornos extemporâneios. É por isso que só o Venerável Mestre é quem pode autorizar esse retorno e mesmo assim ele deve se cercar de prudência e avaliar muito bem a situação, reservando-se a volta da palavra somente em casos que sejam de fato necessários.

Conforme bem consta no ritual em vigência, claramente é comunicado à Loja pelo Venerável Mestre e Vigilantes que a palavra será concedida nas Colunas e Oriente. Somente depois de feitas as devidas comunicações na forma de costume é que o 2º Vigilante coloca, a partir do Sul, a palavra a quem dela queira usar. Apenas depois que reinar completo silencio no Sul (onde se iniciou o giro) é que o 2º Vigilante informará ao 1º Vigilante. Este, por sua vez, então coloca a palavra no Norte e só a envia ao Oriente depois que tiver reinado completo silêncio no Ocidente.

A Maçonaria prima pela organização nas suas oficinas de trabalho, portanto os seus rituais estabelecem regras para o desenvolvimento da sessão. Esse ordenamento de regras é conhecido como liturgia. O maçom deve estar atento para cumpri-la nos conformes estabelecidos. Situações extraordinárias como o do uso novamente da palavra podem acontecer, contudo esses são eventos esporádicos, nunca corriqueiros.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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MAI/2023

quarta-feira, 24 de maio de 2023

VENERÁVEL MESTRE FAZENDO USO DA PALAVRA

Em 01.03.2023 o Respeitável Irmão José Ferreira Rocha, Loja Segredo e Paz, 3587, REAA, GOB-PB, Oriente de João Pessoa, Estado da Paraíba, apresenta a dúvida seguinte:

 

VENERÁVEL USANDO A PALAVRA

 

O Venerável toda vez que vai falar (Ordem do Dia, Tempo de Estudos, Palavra a Bem da Ordem, deve sempre saudar os Vigilantes, autoridades, etc?

Gostaria de saber se temos que obedecer ao que consta o Ritual de Aprendiz ou no que diz o SOR.

 

CONSIDERAÇÕES:

 

Em que pese isso não ter nenhuma relevância para os trabalhos, no que diz respeito ao Venerável Mestre fazendo uso da palavra não existe nenhuma regra sobre como ele deve se dirigir à Loja.

                    A bem da verdade, o Venerável Mestre atuando nos conformes com a boa geometria é o que menos fala em Loja.

Desse modo, o critério de como usar da palavra é dele. Como dirigente maior ele não precisa se dirigir à Loja como fazem os demais.

Geralmente o Venerável Mestre se dirige à Loja pronunciando simplesmente “meus Irmãos...”

É oportuno lembrar que quem se dirige a Loja na forma de costume não está saudando ninguém, mas simplesmente fazendo uso do modo protocolar e consagrado de se dirigir à Loja. Vale lembrar que saudações em Loja somente ocorrem em conformidade com o que prescreve o ritual na sua página 42, último parágrafo:

“A saudação maçônica é feita somente ao Ven Mestre quando da entrada e saída do Or e ao Ven Mestre e VVig quando da entrada e saída do templo”.

Infelizmente ainda muitos Irmãos confundem a forma consagrada de se dirigir à Loja com saudação maçônica.

No tocante ao SOR, ele deve ser aplicado sobre os rituais em vigência. Foi instituído oficialmente pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral e publicado no Boletim nº 31 do GOB datado de outubro de 2019. O SOR está justamente na página oficial do GOB para ser aplicado sobre os rituais, caso contrário ele não faria sentido.

No início de 2024 estão previstas edições de novos rituais no GOB, oportunidade em que todas as correções e adequações que constam no SOR passarão a integrar os textos do ritual. O SOR será então posteriormente adequado e ganhará formato de um único manual de dinâmica ritualística oficial para todas as Lojas da Federação.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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MAIO/2023

terça-feira, 23 de maio de 2023

ASSUNTOS PARA A ORDEM DO DIA

Em 01/03/2023 o Respeitável Irmão Antonio Nagib Barbosa, Loja Vigilância e Fraternidade de Inhumas, 1160, REAA, GOB-GO, Oriente de Inhumas, Estado de Goiás, faz a pergunta seguinte:

 

ORDEM DO DIA

 

Por favor, preciso esclarecer uma dúvida: Na Ordem do Dia somente podem ser apresentados assuntos que necessitem deliberação e/ou votação?

Tivemos uma discussão sobre isso ontem em nossa Loja e não chegamos a nenhuma conclusão.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Conforme consta no ritual de Aprendiz do REAA em vigência no GOB, dele o primeiro explicativo da página 60: “(Previamente organizada pelo Venerável Mestre - assuntos dependentes de discussão e votação (os grifos são meus): proposições, requerimentos, etc.)”.

                     Da mesma forma essas recomendações podem ser encontradas no SOR - Sistema de Orientação Ritualística, que é o dispositivo oficial de orientação do GOB instituído pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral.

A Ordem do Dia é um período exclusivo para essa finalidade especificada e deve ser previamente organizada. Não se usa esse período para outros assuntos cuja finalidade nele não enquadrem. Saliente-se que isso está bem claro no ritual e no SOR.

O Venerável Mestre deve seguir impreterivelmente a pauta que fora por ele e o Secretário organizada. Concluída esta, o Venerável dá imediatamente por encerrada a Ordem do Dia. Não se deve antes retornar às colunas para perguntar se há mais algum assunto para o período – a pauta já foi cumprida.

Nesse contexto, vale lembrar que qualquer assunto antes de ser levado à votação deve primeiramente ter recebido o aval (parecer legal) do Orador (Guarda da Lei).

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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MAI/2023

segunda-feira, 22 de maio de 2023

TRONCO DD BENEFICÊNCIA POR PIX

Em 17.02.2023 o Respeitável Irmão Rayter Abib Salomão, Loja Estrela de Dourados, nº 2015, Benfeitora da Ordem, REAA, GOB-MS, Oriente de Dourados, Estado do Mato Grosso do Sul, apresenta o que segue:

 

TRONCO DE BENEFICÊNCIA POR PIX

 

Pergunta: A Loja pode receber o tronco de beneficência por meio de PIX?

À primeira vista a resposta seria NÃO.

Mas antes de responder à pergunta, precisamos analisar e refletir sobre alguns aspectos que passaremos a tecer, que acreditamos não ferir a essência do tronco de solidariedade:

CONSIDERANDO que todos nós sabemos a finalidade do Tronco de Beneficência e sua essência simbólica, ritualística, filantrópica, etc.

CONSIDERANDO que todos nós sabemos que as doações ao tronco são sigilosas.

CONSIDERANDO que as instituições milenares passam por EVOLUÇÕES, sem, contudo, perder suas tradições, ritos, costumes, etc. Cito como por exemplo as igrejas, maçonarias, etc...

CONSIDERANDO que sem fazer uma comparação, mas, atualmente, algumas igrejas recebem suas ofertas por meio de transferências bancárias (QR Code colado nos bancos das igrejas).

CONSIDERANDO que durante a sessão, alguns irmãos possam estar desprovidos de metais para depositar o seu óbolo naquele momento.

CONSIDERANDO que o Irmão poderá fazer o PIX antes de iniciar a reunião, de maneira que não utilize o aparelho de celular durante a reunião.

CONSIDERANDO que o PIX, por ser uma transferência bancária, está adstrita TÃO SOMENTE ao tesoureiro, sem que os demais irmãos saibam do valor depositado e desde que não haja a identificação de valores depositados na bolsa, seja por meio de dinheiro ou transferência via PIX, apenas o anúncio do valor arrecadado.

Feito tais considerações iniciais, voltamos à pergunta. 

A loja pode receber o tronco de beneficência por meio de PIX?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Absolutamente, isso está totalmente fora de cogitação. O giro do Tronco de Beneficência é tradicional em alguns ritos maçônicos, sobretudo pelo seu modus operandi (maneira determinada de agir e trabalhar) de arrecadação.

A prática ritualística que envolve a coleta possui características iniciáticas, ou seja, além do escopo a que se destina o Tronco, a sua liturgia envolve todo um simbolismo para esse período.

Essa forma peculiar de arrecadação, em que cada um doa conforme sua disponibilidade e ninguém sabe quem deu mais ou deu menos, ou ainda nada pode dar naquele momento, está no ritual de alguns ritos desde o século XIX e não faz sentido alterar um ritual para satisfazer modernismos.

Uma das regras mais importantes nesse sistema ritualístico de coleta é o sigilo, o que não seria satisfatoriamente cumprido se aventada a hipótese de transferência bancária. A propósito, não existe "meio-sigilo"; ou é sigiloso ou não é sigiloso.

A lembrança do ancestral hospitalário ou do esmoler que arrecadava donativos para os necessitados e viúvas desamparadas nas igrejas francesas, de certo modo é rememorada na postura com que o Hospitaleiro da Loja se coloca no ato da coleta. Alterar isso por conta do PIX me parece algo incoerente com a liturgia dos trabalhos maçônicos.

Em se usando do bom senso, naturalmente nada impede que a Loja crie legalmente um mecanismo de arrecadação à parte para reforçar as suas obras de caridade, contudo, isso sem alterar a liturgia e a ritualística que consta nos rituais.

Para manter as tradições, usos e costumes da Maçonaria é preciso antes que se siga ipsis-litteris o contido no ritual em vigência.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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MAI/2023

domingo, 21 de maio de 2023

REAA - SUBSTITUTO DO VENERÁVEL MESTRE E A JOIA DISTINTIVA

Em 16.02.2023 o Respeitável Irmão Celso Luiz Motter, Loja Acácia de Balneário, 3978, REAA, GOB-SC, Balneário de Camboriú, Estado de Santa Catarina, apresenta a dúvida seguinte:

 

SUBSTITUTO E A JOIA DO VENERÁVEL

 

Dúvida: na última sessão do ano passado, eu, como 1º Vigilante, na ausência do Venerável Mestre presidi a sessão. Porém, no átrio, houve uma discussão sobre que joias eu usaria, como não sou Mestre Instalado. Pergunto! Qual o paramento usar? O meu de 1º Vigilante, apenas o colar do Venerável, absolutamente nada do Venerável, apenas minha faixa de Mestre e meu avental de mestre? Ficamos no dilema. Gostaria de uma ajuda do irmão.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Nessa condição o substituto usa os seus paramentos, no caso o de 1º Vigilante, exceto a joia que é substituída pela joia do Venerável Mestre. Destaque-se que o substituto na ocasião é o titular, portanto não há nada de anormal em ele usar a joia do titular.

            O que o 1º Vigilante não pode usar como substituto é o avental e os punhos do Venerável Mestre.

Infelizmente, o GOB, desde 2009, adota para os Vigilantes do REAA paramentos diferenciados, inclusive trazendo punhos para esses titulares. O problema é que isso tem gerado muitas dúvidas e discussões quando os Vigilantes atuam como substitutos de titulares.

Nessas circunstâncias se apresentam indagações sobre como o substituto deve se paramentar. A bem da verdade, no REAA os Vigilantes não deveriam usar punhos e nem aventais diferenciados. Os aventais dos Vigilantes são simplesmente os de Mestre Maçom ou, se for o caso, de Mestre Instalado. O que identifica os cargos de cada um dos Vigilantes são as suas respectivas joias distintivas.

Assim, quando um titular estiver ausente, o seu substituto assume normalmente com os seus paramentos, vestindo sim o colar com a joia distintiva do substituído. Essa é uma atitude prática, racional e objetiva, bastando para tal que se deixem de lado as firulas, que mais atrapalham do que constroem.

De certo modo há uma luz no fim do túnel, pois em um breve futuro, com a impressão de novos rituais já previstas para o início de 2024, provavelmente esses paramentos diferenciados e desnecessários para Vigilantes serão abolidos.

Obviamente que não há pretensão por parte do GOB de que esses paramentos diferenciados sejam de imediato abolidos, até por uma questão econômica. Assim, pretende-se uma gradativa substituição desses paramentos, ao tempo em que haverá uma normativa oficial orientando os Vigilantes, ainda com paramentos diferenciados, que no caso de substituição deixem os seus paramentos completos para os que os substituirão nos seus cargos. No caso do 1º Vigilante substituindo o Venerável Mestre, ele deixará os seus paramentos para o seu substituto e, ocupando o lugar do Venerável, usará o seu avental de Mestre Maçom, ou Mestre Instalado caso ele seja um Mestre Instalado, a joia distintiva do titular, mas não usará punhos.

                 Nem mesmo um Mestre Instalado substituindo o Venerável Mestre usará punhos, destacando que no REAA, os punhos são utilizados apenas e tão somente pelo Venerável Mestre titular da Loja.

Ao encerrar, vale salientar que na atual conjuntura do GOB, obedecendo ao que prevê o ritual do REAA e o Regulamento Geral da Federação, o substituto legal do Venerável Mestre é o 1º Vigilante. O Mestre Instalado mais recente da Loja ocupará o cargo de Venerável Mestre na sua ausência quando das sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação e ainda nas sessões ordinárias caso o substituto legal do Venerável Mestre não esteja presente. Ainda, o substituto legal do 1º Vigilante é o 2º Vigilante.

 

 

T.F.A.

 

 

PEDRO JUK

Secretário Geral de Orientação Ritualística.

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

MAI/2023