sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

SAGRAÇÃO DO ESPAÇO DESTINADO AOS TRABALHOS MAÇÔNICOS

Em 03.07.2022 o Respeitável Irmão Marcos Albuquerque, Loja Abrahão Jabour, Rito Brasileiro, GOB-RJ, Oriente do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, faz a seguinte pergunta:

 

SAGRAÇÃO DE TEMPLO

 

Templos não sagrados podem fazer sessão ordinária?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

             Entendo que se existe ritual para Consagração (sagração) de Templo em vigência, obviamente que uma Loja deve trabalhar ritualisticamente em um espaço consagrado para os trabalhos maçônicos, isto é, tenha sido inaugurado de acordo com o ritual previsto, cujo qual é amplamente conhecido como Ritual para Sagração de Templo.

No caso do GOB há um ritual desses em vigência. O mesmo se encontra encartado em um mesmo volume denominado Rituais Especiais (Sessões Exclusivas), edição de 2016.

Esse volume na realidade contempla vários rituais, como o de Pompas Fúnebres, Sagração de Estandarte, etc. Dentre eles está o de Sagração de Templo.

Por oportuno vale mencionar que o termo "sagração" em Maçonaria nada tem a ver com práticas de conceitos religiosos ou mesmo relacionado a uma religião.

Sagração, no nosso caso, se trata de consagrar, ou seja, dar dignidade a um espaço, ou recinto, para que neles possam ser efetuados trabalhos ritualísticos em sessões ordinárias e magnas.

Em linhas gerais é a inauguração de um espaço próprio para práticas maçônicas. É o lugar ajustado onde se reúne a Loja identificada pelo sei Estandarte.

Nesse sentido, é a Obediência a quem a Loja está subordinada que expede o Ato de Sagração, bem como cabe também a ela nomear a Comissão de Sagração.

Salvo em algumas reuniões em que se admite a presença de não-maçons, no geral Sessões Ordinárias (econômicas) ou Magnas exclusivas para maçons devem ser realizadas em espaços consagrados conforme os costumes.

Por fim, é oportuno lembrar que os trabalhos maçônicos ocorrem em ambientes cobertos, ou seja, onde de fora nada se escute e nem se veja o que se passa. Assim não se justificam certas invencionices de alguns que querem irregularmente realizar as tais “sessões a céu aberto”. Ora, se assim fosse, então que finalidade teria um ritual de Sagração de Templo? Qual a serventia do Ato de Inauguração expedido pela Obediência? Acaso seria o ritual opcional? Parece que não.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2022

 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

VISITANTE DE OUTRO RITO E A PRÁTICA RITUALÍSTICA

 

Em 23.06.2022 o Respeitável Irmão que se identifica apenas como Samuel, Loja Tabernáculo, 3418, REAA, GOB-SP, sem mencionar o Oriente, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte:

 

VISITANTE DE OUTRO RITO

 

Uma dúvida sobre visitantes: Um irmão que vem de outro rito, por exemplo, minha loja é REAA e o visitante é do Adonhiramita, ele não saberá como é o giro em loja, palavras sagradas e de passe do meu rito por ter diferenças. Em vista que o art. 217 do RGF diz que o visitante está sujeito a disciplina interna da loja, isso inclui em como ele faz o giro, a saudação, aclamação e essas coisas ritualísticos? Ou somente a formalidade do momento que ingressar ao Templo?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Antes de tudo entendo que essa é uma situação que deve ser avaliada com muito critério e bom senso.

Um Mestre Maçom, principalmente, precisa compreender que a Maçonaria, embora de objetivo único, é composta por ritos e trabalhos que não raras vezes carregam suas próprias características litúrgicas e ritualísticas. Geralmente estas hauridas da sua história e da sua cultura.

Nesse sentido pode-se dizer que o traje e a ritualística de cada rito são duas das mais visíveis e latentes figuras para serem analisadas nesse contexto.

Por exemplo, no que diz respeito ao traje, quem for visitar uma Loja deve antes procurar saber qual é o rito que a anfitriã pratica e, o mais importante, saber se esse rito admite, no caso, o uso do balandrau nas suas sessões.

                 Não sendo possível saber com antecedência, o recomendável é que o visitante se apresente vestido com terno preto, já que praticamente convencionou-se essa vestimenta na grande maioria dos ritos maçônicos, principalmente aqui na nossa Maçonaria (tupiniquim) onde o terno é oriundo do emblemático “traje de missa”.

Além do terno preto (parelho), complementa-o sapatos e meias pretas, camisa branca, podendo a gravata ser na cor e no formato do seu rito (não precisa trocar). Do mesmo modo o visitante usa o avental do seu rito.

Voltando ao uso do balandrau, caso o rito da Loja visitada admita-o, ele deve ser usado na forma adequada, isto é, negro e talar (comprimento até os tornozelos); sem nenhum elemento simbólico nele gravado, bordado ou pintado; ter manga comprida e estar fechado no colarinho. Em conjunto com o balandrau negro, a calça deve ser preta, bem como vestir sapatos e meias pretas. Não e apropriado o maçom se apresentar aos trabalhos de uma Loja calçando tênis, ou outros calçados desse gênero.

No quesito traje aqui comentado, penso que no GOB essas providências já bastam para atender o Artigo 217 do RGF.

Já com relação ao rito praticado pelo visitante e o da loja visitada, em sendo eles diferentes um do outro, o que não pode acontecer são interferências por conta de diferenças litúrgicas entre ambos os ritos. Isto é, o visitante sob nenhuma circunstância pode impor práticas ritualísticas do seu rito no da Loja que ele está visitando. Quanto mais neutralidade, melhor.

No geral isso quer dizer que independente de quem seja o visitante, o ritual a ser seguido é o da loja visitada, portanto sem interferências na sua ordem dos trabalhos – afinal, na casa dos outros nos sujeitamos aos costumes de quem nos recebe.

Em todo esse contexto (de ritos diferentes), o mais recomendado é que o visitante somente assista os trabalhos, reservando-se apenas a usar da palavra no momento em que a mesma lhe for concedida.

Embora se saiba que infelizmente essa é uma prática usual das Lojas, nessas circunstâncias também a Loja anfitriã não deveria oferecer cargo ao visitante.

Contudo, longe dos excessos de preciosismo é o bom senso que deve sempre imperar, destacando-se que muitas possibilidades nessas circunstâncias podem se apresentar.

Entendo que quando a legislação previr que um visitante deva se sujeitar à disciplina da Loja que o recebe, ela se reporta principalmente à observação do ordenamento litúrgico dos trabalhos. Trocando em miúdos é simplesmente respeitar os trabalhos ritualísticos da Loja anfitriã.

Por outro lado, recomenda-se que a Loja anfitriã também tenha tolerância para com o visitante em certos aspectos que são próprios do seu viés iniciático. Um exemplo disso é a composição do sinal do grau que, embora até possam existir pequenas diferenças na sua composição e no seu gestual entre os ritos, certamente que em nada elas alteram o andamento litúrgico dos trabalhos então realizados naquele instante.

Para o bem da harmonia nos trabalhos é preciso que isso seja considerado – Em síntese, é mais uma vez o uso do bom senso nas situações que possam porventura advir.

Em contra partida, é dever do visitante comparecer com antecedência, de modo que ele possa se apresentar e ser reconhecido na forma de costume. Quem sabe até mesmo aprender particularidades ritualísticas do outro rito, se for o caso, para utilizá-las durante os trabalhos.

Diante disso é que atitudes eivadas de bom senso podem perfeitamente se adequar sem ferir o diploma legal e nem os trabalhos da Loja.

Antes de encerrar, porém, eu gostaria de comentar uma atitude que não é recomendável aos visitantes porquê de pronto ela fere o andamento ritualístico dos trabalhos da Loja visitada.

Nesse caso, tem-se visto - e até com certa frequência - muitos visitantes de outro rito quando fazem uso da palavra solicitando aos seus acompanhantes que com ele também fiquem em pé.

Ora, salvo nos ritos que adotam esse procedimento, pois isso não é comum na maioria deles, esse costume não pode ser generalizado, sobretudo porquê essa é uma providência que fere a disciplina ritualística da Loja anfitriã. É o mesmo que inserir uma prática que não existe naquele rito.

No REAA, por exemplo, é o Vigilante da coluna que autoriza alguém a falar nessa respectiva coluna, portanto só fica em pé aquele que teve autorização para falar. Não procede, portanto, que seus eventuais acompanhantes também fiquem em pé. Pelo menos no REAA isso não procede. Destaque-se que isso nem mesmo está previsto no seu ritual.

Reitera-se: essa prática cabe apenas em Loja cujo ritual do rito determina esse procedimento, o que não é o caso do REAA.

 

Ao concluir destaco que nas questões pertinentes aos visitantes, graças à pluralidade de ritos maçônicos praticados pelas Obediências, é prudente analisa-las individualmente.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2022

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

SAUDAÇÃO NA COBERTURA TEMPORÁRIA - REAA


Em 21/06/2022 o Respeitável Irmão Marcos Antonio dos Santos, Loja 8 de Dezembro, 2317, REAA, GOB-SP, Oriente de Diadema, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte:

 

SAUDAÇÃO NA COBERTURA TEMPORÁRIA

 

Venho solicitar seus préstimos no sentido do Texto sobre as Orientações constante do SOR, nos itens II e III quanto a Cobertura do Templo no Grau 2 a transformação da Loja de Aprendiz p/ Companheiro. Quando o Mestre de Cerimônias solicita que os Aprendizes o acompanhem (conduz) até a S dos PP PP quando em retirada do Templo sem ser definitivamente os Aprendizes devem cumprimentar as Luzes da Loja para sair e voltando aos trabalhos. No retorno deve saudar na entrada.

Sendo positivo esse procedimento serve para todos os Graus Simbólicos.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Como foi mencionado, esta é só uma cobertura temporária, isto é, os Aprendizes que já estavam presentes (assinaram o livro de presenças), retornarão em breve
aos trabalhos.

Assim, quando eles tiverem para si o templo coberto não há motivo para saudação. Isso apenas ocorre se a retirada for definitiva.

A regra é a mesma quando do retorno aos trabalhos, ou seja, não há formalidades de Marcha e Saudação para reentrada. Isso serve para qualquer grau.

Enfim, temos que observar a razão pela qual ocorrem essas ou aquelas ações ritualísticas. Repetições de procedimentos que não fazem sentido devem ser evitados.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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DEZ/2022

 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

SAÍDA TEMPORÁRIA DOS TRABALHOS

Em 21/06/2022 o Respeitável Irmão que se identifica apenas como Samuel, Loja Tabernáculo, 3418, sem mencionar o nome do Rito e Oriente, GOB-SP, Estado de São Paulo, apresenta o que segue:

 

SAÍDA TEMPORÁRIA

 

Quando alguém precisa sair do Templo temporariamente e depois voltar, sob autorização do Venerável Mestre, na sessão que dispuser de Cobridor Externo, este deve sair junto e aguardar o obreiro voltar para bater ritualisticamente pedindo ingresso, ou não é obrigatório o Cobridor sair do seu lugar de assento?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Obviamente que os rituais maçônicos não tem como contemplar todas as situações que possam eventualmente ocorrer durante os trabalhos de uma Loja.

O que de fato é preciso, é ter discernimento e bom senso para resolver situações extra ritual que ocasionalmente possam ocorrer durante os trabalhos.

                        No tocante a sua questão e o Cobridor Externo, embora se saiba perfeitamente que é muito raro as Lojas preencherem esse cargo, no meu entender – é só uma opinião – conforme a situação, nada impede que ele, o Cobridor Externo, se coloque novamente no Átrio enquanto aguarda o retorno de um retirante temporário, em que pese o Mestre de Cerimônias também ser acionado para conduzir o retirante até o átrio, e depois conduzi-lo novamente ao seu lugar no interior do recinto.

Destaco que também participa dessa inoportuna saída e retorno, o Cobridor Interno, já que também cabe a ele abrir e fechar a porta do templo.

Alerto para que antes de qualquer autorização nesse sentido, o Venerável Mestre bem avalie cada situação, ou seja, tenha certeza da real necessidade dessa saída do templo, pois indiscutivelmente ações extemporâneas causam atrapalho para a ordem litúrgica dos trabalhos, acrescentam tempo desnecessário, e ainda mobilizam outros Irmãos em cumprimento às formalidades ritualísticas muitas vezes desnecessárias e circunstanciais.

Ainda, à margem desses procedimentos, também os demais Irmãos ficam improdutivamente aguardando o tempo passar. Com isso, pelo adiantado da hora, novamente o período de instrução é irremediavelmente sacrificado.

Gostaria ainda de aproveitar essa oportunidade para registrar o caráter contraditório que tem o cargo de um oficial cujo dever de oficio é guardar o Templo “externamente” contra os cowans enquanto a Loja estiver aberta. Trata-se do Cobridor Externo – isso se ele estiver presente, é claro – que mesmo tendo seu ofício de obrigação “fora do templo”, passa a maior parte do tempo no interior dele, onde, a propósito, para guardar a porta internamente já existe um Cobridor, o Interno – resultado: dois Cobridores pelo lado de dentro sendo que apenas um trabalha.

De fato, essas são as coisas do faz-de-conta, comuns na Maçonaria latina.

Finalizando, sempre que possível e pelo bem do andamento dos trabalhos, que essas saídas temporárias sejam de fato raríssimas, quase que inexistentes.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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DEZ/2022

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

LOJA TRABALHANDO NO REAA APENAS COM SETE MESTRES

Em 20.06.2022 o Respeitável Irmão Norberto Urzedo Queiroz, Loja Vale do Rio Grande, 71, provavelmente REAA, sem mencionar a Obediência, Oriente de Iturama, Estado de Minas Gerais, faz a seguinte pergunta:

 

LOJA COM SETE MESTRES

 

Gostaria que pudesse me esclarecer uma dúvida: Numa Loja com poucos obreiros, normalmente as reuniões acontecem sem o preenchimento de todos os cargos.

Considerando uma reunião com apenas 7 Irmãos Mestres Maçons, naturalmente os cargos ocupados serão: 

Venerável Mestre, 1º Vigilante, 2º Vigilante, Orador, Secretario, Mestre de Cerimonias e Guarda do Templo, quem deverá assumir as funções de: 1º Diácono, 2º Diácono, Chanceler, Hospitaleiro e Tesoureiro?

 

CONSIDERAÇÕES

 

De maneira consagrada, uma Loja maçônica somente pode ser aberta com a presença mínima de 7 Mestres Maçons, destacando que nesse contexto cargos em Loja são privativos de Mestres Maçons. No caso do Grande Oriente do Brasil isso é matéria regimental e consta no Regulamento Geral da Federação, portanto, independente de quais sejam os ritos praticado pelas Lojas federadas.

                   Em caso precário, sendo a Loja praticante do REAA são esses os sete principais cargos a serem preenchidos: - as três Luzes da Loja compostas pelo Venerável Mestre e pelos dois Vigilantes; as duas Dignidades, a do Orador e a do Secretário; o cargo de Cobridor Interno para atender ao Landmark do sigilo (nenhuma Loja poderá trabalhar a descoberto); e, por último, o próprio Mestre de Cerimônias (imediato do Venerável) completa
o sétimo cargo.

Ainda no caso do REAA, que possui dois Diáconos para exercer cada um deles o cargo de mensageiro durante a alegoria da transmissão da palavra, de maneira precária ambos os cargos são momentaneamente preenchidos pelo Secretário, que faz a vez do 1º Diácono, e pelo Mestre de Cerimônias, que faz a vez do 2º Diácono.

É oportuno também lembrar que originalmente no REAA não existe formação de pálio, e nem os Diáconos portam bastão, portanto os substitutos momentâneos apenas atuam como mensageiros durante a transmissão da palavra. Reitera-se, cumprido o ofício de obrigação dos Diáconos, cada substituto retorna ao seu lugar.

Quanto ao Chanceler ausente, o seu ofício será desenvolvido pelo Secretário, do seu lugar. Relativo ao Hospitaleiro ausente e a circulação para a coleta do óbolo, a missão ficará a cargo do Mestre de Cerimônias. No tocante ao Tesoureiro ausente, o Orador, do seu lugar, exercerá também esse ofício.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK – SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

 

DEZ/2022

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

SINAL COM A LOJA AINDA FECHADA. PODE?

Em 19.06.2022 o Respeitável Irmão André Corado, Loja Mahatma Gandhi, 90, REAA, GLMERJ (CMSB), Oriente do Rio de Janeiro, Capital, apresenta a dúvida seguinte:

 

SINAL COM LOJA FECHADA.

 

Meu Irmão gostaria de saber. Por que nas Grandes Lojas já ficamos a Ordem na hora da circulação da Palavra sagrada e no Grande Oriente só ficamos a Ordem após a abertura do Livro da Lei no REAA?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

No REAA originalmente os sinais somente são feitos a partir do momento em que a Loja for declarada aberta, ou seja, após a abertura do Livro da Lei na forma de costume.

A única exceção para o caso é quando, em atenção à liturgia de abertura, o 1º Vigilante (no 1º Grau), ou os Vigilantes (no 2º e 3º Grau), cumprindo o dever de obrigação, verifica(m) se todos os presentes no Ocidente são maçons. Obviamente que para o cumprimento desse desiderato se faz necessária a composição do sinal. Fora isso, só se compõe o sinal se a Loja estiver aberta. Sinais são feitos somente em Loja.

                    Na verdade, essa certificação de que os presentes no Ocidente (Colunas) são maçons é uma forma simbólica de se reviver as antigas tradições da Maçonaria Operativa. Naqueles tempos idos, os operários para serem contratados para trabalhar nas diversas etapas da obra tinham antes que provar a sua habilidade de ofício. Era a forma de se certificar que nenhum cowan estivesse presente. Cowan é um termo oriundo de um antigo dialeto falado na Escócia e significava “aquele que assenta pedras sem argamassa”, o que em primeira análise significa um profissional mal habilitado.

Assim, ao tempo de ficar horas burilando a pedra para provar a sua qualidade profissional, o operário se identificava nesse mister se utilizando de sinais, toques e palavras convencionais entre as corporações de ofício do norte da Europa na Idade média.

Para rememorar as atividades dos nossos ancestrais e manter viva as tradições, usos e costumes, atualmente a Moderna Maçonaria, através de alguns dos seus ritos se utiliza dessa velha prática aplicando-a ritualisticamente na abertura dos seus trabalhos – é o caso do segundo dever do(s) Vigilante(s) em Loja ao se certificar(em) se todos os presentes nas Colunas são maçons. Obviamente que isso é apenas simbólico, já que atualmente, no rigor da lei, ninguém assinaria o livro de presenças sem estar de fato qualificado para tal – em tese o Chanceler já se certificou disso ao colher as assinaturas.

Outro aspecto que merece abordagem é o do porquê de os sinais serem feitos apenas em Loja aberta na Maçonaria dos Aceitos. Na verdade, eles não são apenas elementos utilizados pra reconhecimento, mas como portadores dos verdadeiros segredos da Ordem, eles também se caracterizam por possuírem alto significado iniciático no trato da sua composição gestual, sobretudo como repositório de elementos imprescindíveis para a construção da Grande Obra – o Esq, o Nív e o Pr

Sob essa conotação é que os sinais, de modo iniciático e de interpretação esotérica, somente podem ser feitos em Loja aberta. Vale lembrar que os maçons especulativos (aceitos) somente se utilizam das suas ferramentas simbólicas quando reunidos numa Loja aberta, coberta e apropriada para os trabalhos maçônicos (ambiente consagrado).

Infelizmente, muitos compiladores de rituais não raras vezes têm sido meros copistas na forma da tesoura e cola, isto é, vão simplesmente copiando e colando sem se atentam para as minúcias e detalhes da ritualística e da liturgia maçônica. Desse modo é que acabamos nos deparando com práticas contraditórias.

Graças a isso é que provavelmente muitos elementos primordiais guardados na sutileza e nos meandros da história e da ritualística maçônica, lamentavelmente não sejam levados em conta em alguns rituais. Um ritualista deve antes de tudo fazer uma análise criteriosa do o material que está à sua disposição. Afinal é preciso conhecer amiúde o conteúdo simbólico do rito.

Talvez tudo isso possa lhe dar uma resposta satisfatória.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2022