quarta-feira, 26 de junho de 2024

BATIDAS NA PORTA DO TEMPLO

Em 26.09.2023 o Respeitável Irmão Orlando dos Santos Souza, Loja Amor e Trabalho do Rio, 10, REAA, GOIRJ (COMAB), Estado do Rio de Janeiro, RJ, apresenta a dúvida seguinte:

 

BATIDAS NA PORTA NA ENTRADA DO TEMPLO

 

Mais uma vez ouso incomodá-lo com perguntas que ainda geram dúvidas e dívidas.

Meu irmão quando estamos na Átrio e após a entrada do Cobridor Interno, quantas pancadas são dadas na porta do Templo? E uma vez dentro do Templo, quantas batidas são dadas pelo Mestre de Cerimônias para anunciar a composição da Loja?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

                 O mais comum, no caso do REAA, é que no Átrio, para o ingresso no Templo, o Mestre de Cerimônias dê com o punho cerrado da mão direita (passa momentaneamente o bastão para a mão esquerda) pelo lado de fora da porta, a bateria do grau que a Loja irá trabalhar.

Por sua vez, o Cobridor Interno, que já deve estar dentro do Templo nesta ocasião, abre a porta, sem percutir nenhuma bateria.

Após a condução, pelo Mestre de Cerimônias, do Venerável Mestre ao trono, a porta é fechada e o Mestre de Cerimônias, em silêncio, simplesmente se desloca ao seu lugar em Loja. Originalmente, não existe nenhuma bateria, e nem é comum o Mestre de Cerimônias, neste instante, anunciar a composição da Loja. Ora, isso originalmente ocorre mais adiante no ritual, quando o Venerável Mestre pergunta ao Chanceler se há número regular para a abertura dos trabalhos e em seguida ao Mestre de Cerimônias se a Loja está devidamente composta. Assim, não faz sentido o Mestre de Cerimônias antecipadamente dar essa informação, muito menos efetuar bateria.

Na hipótese de existir algum ritual que preconize essa prática extemporânea do Mestre de Cerimôniasa, este carece de uma regular correção.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2024

 

terça-feira, 25 de junho de 2024

CHEGANDO ATRASADO E OUTROS PROCEDIMENTOS

 

Em 25.09.2023 o Respeitável Irmão Gessy Faustino Barbosa, Loja Luz e Redenção, 2005, REAA, GOB, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, apresenta as dúvidas seguintes:

 

CHEGANDO ATRASADO

 

Gostaria de alguns esclarecimentos:

1) Na sua orientação dada através do blog em 24/04/23 sobre a entrada em loja de irmãos retardatários, a reposta do Cobridor Interno deve ser 3 e não 1. Nossa Loja vem praticando resposta com 1 batida. Poderia me orientar?

2) Grau 2. Ritual pag. 29, 1º Vig - Verificar se todos os presentes nas colunas são MMaç. pergunto, o correto não seria CComp MMaç?

Os VVig.'. Percorrem as suas CCol ... recebem o Sin, Toq e Pal de Pas ... Li em nas suas orientações da SOR que deve ser a Pal Sagr, Confere? Antecipadamente deixo aqui
meus agradecimentos e quero parabenizá-lo pelo seu belíssimo trabalho.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

  1. O ritual em vigência do REAA não menciona a hipótese do atraso, portanto, não há ainda uma orientação oficial nesse sentido. O novo ritual previsto para o ano de 2024 trará uma orientação nesse sentido. Sem a pretensão de regulamentar o atraso, haverá uma orientação de procedimento para o caso.
  2. Assim, as recomendações previstas no ritual que virão, são as de que o atrasado bata sempre como Aprendiz Maçom. Se o momento não for propício, o Cobridor Interno responde com a mesma bateria (Aprendiz) pelo lado de dentro da porta. Isto significa que o retardatário deve aguardar até que seja possível a sua entrada. Daí em diante seguem-se os procedimentos costumeiros, onde o Cobridor Interno, sendo possível, comunica à Loja sobre a presença de um retardatário no Átrio. Cabe ao Cobridor, nos procedimentos da praxe, verifica se o atrasado tem grau suficiente para entrar.
  3. Pancada única é bateria profana e não é o caso. Inventaram essa pancada e ela acabou se difundido. Ela não estará prevista no novo ritual do REAA que virá em 2024.
  4. Verificar se todos nas colunas são “maçons”. No caso do Grau de Companheiro, o novo ritual que virá trará o seguinte: “verificar se todos nas Colunas são Companheiros Maçons.
  5. Sim, é a Pal Sagr, pois a de Pal de Pas somente deve ser solicitada, caso necessária, ao se ingressar no Templo. Assim, na verificação dos presentes para a abertura da Loja, os Vigilantes tomam a Pal Sagr, já que a ocasião é a de examinar a qualidade do Grau dos presentes dentro do Templo. Isso já faz tempo que foi corrigido no SOR - Sistema de Orientação Ritualística implantado pelo Decreto 1784/2019 e publicado no Boletim 31 de outubro de 2019. Graças a isso é que o SOR se encontra hospedado na Página Oficial do GOB. Para acessá-lo é necessário o E GOB CARD, o CIM e a Palavra Semestral. Todas as correções e orientações inseridas no SOR farão parte dos novos Rituais.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2024

MEDIDAS E PROPORÇÃO - ÁTRIO DO TEMPLO NO REAA

Em 25.09.2023 o Respeitável Irmão Alan Cardek Júnior Souza Loja, Loja Roosevelt, 01, REAA, GLMEG (CMSB), Oriente de Anápolis, Estado de Goiás, formula a seguinte questão:

 

ÁTRIO DO TEMPLO - REAA

 

Meu querido irmão, desculpe incomodá-lo outra vez! Queria saber sobre o Átrio. Escutei um irmão que tem muito conhecimento maçônico dizer que o Átrio faz parte da medida do Templo, sendo o Oriente um quadrado com medida de 9 x 9, o Ocidente com 9 x 13 e o Átrio 9 x 5, ficando assim a proporção de 1 para 3, ficando 9 x 27 (na Bíblia seriam 20 côvados x 60 côvados). O que você pode me dizer sobre isso?

 

CONSIDERAÇÕES

 

No tocante ao Átrio pertencer ao Templo, em parte não está errado, contudo, o que não procede são essas especulações numéricas comparativas do Templo Maçônico com o 1º Templo de Jerusalém.

                        Não resta dúvida que a Maçonaria tem o 1º Templo hebraico como uma, senão a maior, das suas alegorias, todavia, isso não autoriza ninguém a compará-lo, ipsis litteris, com um edifício maçônico.

Assim, na conjuntura doutrinária maçônica, em alguns ritos, o templo maçônico recebe figuradamente divisões metafísicas, tal como o Tabernáculo e depois o Templo hebraico, que segundo o Velho Testamento, fora construído pelo Rei Salomão. Nesse contexto, é preciso se levar em conta que uma alegoria serve como elemento referencial e não propriamente uma afirmativa histórica.

O REAA, por exemplo, utiliza a divisão emblemática do templo hebraico, mas apenas como elemento de comparação.

Vale ressaltar que, historicamente, o primeiro templo maçônico foi construído em 1776, na Moderna Maçonaria, pela Grande Loja Unida da Inglaterra. Registre-se que os nossos ancestrais, do século X até o século XV eram na sua imensa maioria, operativos, portanto, as suas reuniões ocorriam geralmente nos adros das igrejas e nos alojamentos, isto é, em ambientes até certo ponto acanhados. Mais tarde, já no período puramente especulativo, os maçons se serviam de recintos alugados ou emprestados das Tabernas e Cervejarias.

Em nenhuma dessas condições é encontrado algo determinante com medidas, dimensões e proporções relativas à construção Templo de Salomão.

É bem verdade que somos herdeiros dos construtores de catedrais da Idade Média, cujos quais utilizavam na construção de portentosas catedrais, elementos matemáticos relacionados à proporção áurea, todavia isso era aplicado nas construções dos edifícios religiosos medievais e não na construção de templos maçônicos.

Com o passar dos tempos, os ritos maçônicos desenvolveram suas particulares culturas litúrgicas que, por influência hebraica, a exemplo do REAA, adota a seguinte referência proporcional "simbólica" para um templo: um quadrado para o Oriente, um quadrado e meio (um retângulo) para o Ocidente e outro meio quadrado para o Átrio. A origem dessa divisão é a de um quadrilongo constituído por três quadrados divididos conforme especificado acima. Na verdade, essa condição é mais emblemática do que a obrigatoriedade de a seguir na construção.

Essa seria uma exposição mais racional, sem articulação com medidas, proporções áureas, etc. Vale dizer que originalmente, no ritual de 1804, o primeiro do REAA, nem mesmo havia divisão do espaço, pois os trabalhos eram realizados em uma sala plana, geralmente retangular, sem oriente elevado e demarcado. Nem mesmo existia o átrio.

Hoje, o REAA compara o seu espaço de trabalho a um quadrilongo orientado no seu comprimento de Leste para Oeste e do Norte para o Sul na sua largura. É um segmento simbólico da superfície da Terra situado sobre o equador, onde o pavimento mosaico é o solo terrestre e a abobada, o firmamento. O Templo é uma Oficina Universal onde os maçons trabalham para construir um Templo dedicado à Virtude.

Reitero, tudo é simbólico. Atualmente não procede a construção de um templo maçônico respeitando essas medidas mencionadas na sua questão. Hoje, vale o bom senso e a ocupação econômica do espaço, desde que possa suprir às necessidades litúrgicas de cada rito.

Para encerrar, destaco que a proporção áurea é uma igualdade ligada às ideias de harmonia, beleza e perfeição. Euclides de Alexandria, matemático grego (300 a.C.) foi um dos primeiros pensadores que formalizaram esse conceito. Geralmente, o motivo do interesse de pesquisadores pela proporção áurea, ou divina, é que ela se aproxima da criação da Natureza, inclusive nas plantas e no corpo humano. Isso faz com que a ela seja um elemento de estudo de diferentes profissionais ligados à área de biologia, arquitetura, artistas e designers. Apesar da sua inquestionável importância nas proporções matemáticas, ela não é condição rígida ou referência para a construção de um Templo maçônico.

 

 

PEDRO JUK.

jukirm@hotmail.com

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JUN/2024

segunda-feira, 24 de junho de 2024

PARAMENTOS DE UM VENERÁVEL MESTRE VISITANTE - REAA

Em 24.09.2023 o Respeitável Irmão Marcos Roberto Friéde, Loja Fraternidade Acadêmica Sementes do Amanhã, REAA, GOB-SP, Oriente de Hortolândia, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte:

 

VENERÁVEL MESTRE VISITANTE

 

Gostaria de um esclarecimento por parte do Ir, em relação a uma dúvida que tenho tido quando em visita a Oficinas coirmãs. Acontece que estou me utilizando das alfaias de MI, pois entendo que em uma sessão possam haver diversos MMII, mas apenas um VM caso a sessão não seja conjunta. Porém, alguns IIr me disseram que o correto seria que eu me utiliza-se das alfaias de VM inclusive utilizando os punhos, pois estou no exercício das funções em minha oficina.

Ficaria muito grato pelas suas orientações.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Nas Lojas do REAA no GOB, o Venerável Mestre visitante se apresenta vestido com os seus paramentos completos, inclusive os punhos.

O Venerável Mestre é uma autoridade da faixa 01, Artigos 219 e 220 do RGF, portanto, como visitante ele ocupa o lugar das autoridades no Oriente, abaixo do sólio.

Na realidade, isto nada tem a ver a presença de outros Veneráveis Mestres na sessão, pois como dirigente da Loja estará o Venerável Mestre titular empunhando o 1º malhete. Os demais, titulares nas suas Lojas, que eventualmente possam estar presentes, são Veneráveis Mestres visitantes.

Ao concluir, vale a pena comentar que uma sessão conjunta ocorre entre Lojas “incorporadas”, devendo ser as mesmas do mesmo rito e da mesma Obediência. No caso, não existe duplicidade de cargos, devendo assumir um titular para cada função, distribuídos de comum acordo entre as Oficinas incorporadas.

 

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2024

sexta-feira, 21 de junho de 2024

O ORADOR E O SECRETÁRIO NA CONFERÊNCIA DA BOLSA

Em 24.09.2023 o Respeitável Irmão Mário Sérgio Fernandes Isaac, Loja João Guerra de Oliveira, 2154, REAA, GOB-GO, Oriente de Goiatuba, Estado de Goiás, apresenta as questões seguintes:

 

ORADOR E SECRETÁRIO – VERIFICAÇÃO DA BOLSA

 

Eminente Irmão, Pedro JUK; muito bom e esclarecedor seu blog, Primeiro quero agradecer por seus esclarecimentos sobre Ritualista do REAA. Porém, tenho dúvidas e gostaria de seus esclarecimentos quanto a:

1)    A Solicitação do Venerável Mestre ao Irmão Orador e Secretário, (... IIr Orade Secr, convido-vos a assistirdes à verificação do seu conteúdo), (Item 2.4 parag. 9 página 55). Se o é “ato” que por tradição ou o costume se incorporou no REAA, ou é próprio do REAA, e qual sua origem? Pergunto pelo motivo de geralmente os recintos das lojas serem pequenos e dariam para o Orador e Secretário verificarem de seus lugares, ou mesmos todos IIr. Têm confiança no Venerável Mestre.

2)     Fala do Venerável Mestre no Ritual Grau 3.  (VVen IIr, ajudai-me a abrir a Loja) (Item 2.1 pág. 49); O Correto não seria: VVen IIr, ajudai-me a abrir a CM, visto que os trabalhos se
desenvolvem na mesma. A pergunta é: será corrigido no Ritual a ser impresso ou continuará e qual explicação para esse fato?

3)    Fala do Venerável Mestre Ritual Grau 2. (Verificação – Segundo dever do Vigilante – Página 29 – 2.1 Abertura – 2º Explicativo.) Texto adequado. Todos nas Colunas levantam-se, ficam à Ord\ e se voltam para o Oriente. Os que ocupam o Oriente permanecem sentados. O Correto não é “sem estar a Ord” visto que ainda que os Vigilantes irão fazer verificação da qualidade do grau do maçom. Gostaria de esclarecimento.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

  1. O posicionamento do Orador e do Secretário na conferência da Bolsa de PProp e IInf é consagrado nos rituais do REAA. Para dar entendimento a esta liturgia, o Venerável Mestre os convida para acompanhar à verificação. Nada disso tem relação com confiança no Venerável, mas na lisura de expor um ato às claras diante da assembleia, no caso, do que foi colhido pela coleta. No caso de ambientes com pouco espaço, sendo ele exíguo, nada impede que ambos fiquem em pé e próximos da sua cátedra. O que não dá é prever essas duas possibilidades no ritual. É só uma questão de bom senso. Se faltar espaço para aproximação, faz-se do próprio lugar.
  2.  Quanto a se referir à Câmara do Meio, isto não é necessário, pois a Loja está sendo aberta no 3º Grau e isso fica subentendido. Uma Loja aberta no grau de Mestre Maçom também é conhecida por Câmara do Meio. Portanto, uma Câmara do Meio é uma Loja de Mestre Maçom.
  3. Conforme prevê o ritual, em Loja do 2º Grau o Venerável Mestre determina que nesse momento todos nas colunas fiquem à Ordem. A seguir os VVig. procedem o telhamento na forma prevista. No novo Ritual de Companheiro, previsto para 2024, o Venerável Mestre determina que os do Ocidente fiquem em pé, porém, sem sinal e voltados para o Oriente. Este procedimento, de ficar em é e sem o sinal, é o mesmo do 3º Grau, a despeito de que inicialmente existiam apenas duas classes, a dos Aprendizes e a dos Companheiros. Com o aparecimento do 3º Grau em 1725 e formalizado em 1738, muitos elementos iniciáticos do 2º Grau vieram preencher o 3º Grau. Não obstante a estas explicações, saliento que por enquanto o ritual ainda orienta que nessa ocasião, nas Colunas todos fiquem à Ordem.



T.F.A.



PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JUN/2024