sexta-feira, 31 de maio de 2019

REAA - ORNAMENTOS DA LOJA


Em 18/05/2019 no 1º Seminário de Padronização Ritualística do REAA – GOB, realizado em Santos, São Paulo, o Respeitável Irmão Rodolfo A. Germano, Loja Deus, Justiça e Amor, 2086, GOB-SP, Oriente de Sumaré, Estado de São Paulo, apresentou a seguinte pergunta:

ORNAMENTOS DA LOJA


Ornamentos da Loja: Pavimento Mosaico, Orla Denteada e Corda de 81 Nós.
O Pavimento continuará cobrindo todo o Ocidente? E a Orla Denteada, que é citada, mas quase nenhuma Loja tem, nem no próprio mapa do Templo no Ritual? E o Altar com as Três Grandes Luzes, continuará no Oriente? O Pavimento, cuja origem é representar o Sanctum Sanctorum perdeu a sua função com esse deslocamento?

CONSIDERAÇÕES.

  1. Pavimento Mosaico no Ocidente - No REAA, rito que adota o Pavimento Mosaico com um dos seus símbolos, sem dúvida nele o Pavimento cobre todo o Ocidente da Loja. Nesse sentido, não se trata do Pavimento “continuar” conforme menciona o Ritual, mas o de permanecer fazendo jus a uma tradição do Rito onde o piso de todo o Ocidente é coberto pelo Pavimento Mosaico.
  2. Orla Denteada – De certo modo, a Orla não precisa estar literalmente aparecendo em torno de um retângulo quadriculado que em tempos atrás equivocadamente aparecia ao centro do Templo feito um tabuleiro de xadrez em certos rituais do REAA. Essa forma de representar o Pavimento e a Orla nunca existiu no REAA, pois nele o Pavimento ocupa todo o Ocidente e não só um pequeno espaço representado por um retângulo quadriculado situado entre Colunas no centro da Loja. Esse modo reduzido de representar o Pavimento, e por conseguinte a Orla Denteada o contornando, fora copiado de outros ritos e enxertados no simbolismo do REAA.
No que diz respeito à Orla Denteada propriamente dita (não dá para falar dela dissociada do Pavimento), a mesma pode ser perfeitamente representada pelo nome que a define, pois Orla significa borda, bordo ou rebordo que fica, nesse caso, nos extremos do Pavimento, isto é, junto às paredes norte, sul, oeste e limite com o oriente (contorna, faz a borda, de todo o pavimento pelas suas extremidades).
Como o Pavimento é constituído por quadrados brancos e pretos aplicados contiguamente no sentido transversal (orientam os passos), por si só esse contorno, bordo ou rebordo, que dá a volta no recinto, já representa a Orla Denteada.
A Orla, de modo bem visível, também pode ser vista contornando os símbolos agrupados no Painel da Loja. É bom lembrar que o Painel (página 84 do Ritual de Aprendiz) representa a alegoria da Loja no seu respectivo grau.
Assim, a questão não é a da Orla ser citada e não existir. Sem dúvida a Orla existe e está representada, ou no Painel da Loja ao centro do Ocidente, ou mesmo contornando o Pavimento Mosaico que ocupa todo o recinto na sua parte ocidental. Em síntese, a Orla é o contorno do Pavimento Mosaico, pavimento esse que vai disposto por quadrados brancos e negros colocados a 45º do eixo longitudinal do Templo. O acabamento do piso nos seus extremos, pela disposição oblíqua, dá conotação à Orla Denteada (Dentada ou Marchetada).
  1. Altar dos Juramentos no Oriente – Não se trata dele continuar, pois tradicionalmente o Altar dos Juramentos no REAA\ fica no Oriente.
Esse Altar que suporta as Três Grandes Luzes Emblemáticas é uma extensão do Altar ocupado pelo Venerável Mestre, portanto seria inconcebível imaginá-lo posicionado no centro do Ocidente como equivocadamente havia alguns anos atrás. Altar dos Juramentos no centro do Ocidente é prática do Rito de York (americano) e não do REAA. Esse equívoco fora trazido para o REAA no Brasil por Mário Marinho Béhring na oportunidade em que buscava reconhecimento para as suas Grandes Lojas Estaduais brasileiras nas Grandes Lojas Estaduais dos Estados Unidos da América do Norte. Infelizmente esse equivocado costume acabou mais tarde contaminando o próprio Grande Oriente do Brasil, mas felizmente, desde 1996, com a edição de novos rituais, o GOB extirpou, dentre outros, esse anacronismo que contaminava o REAA.
Assim, reitero que no REAA o lugar do Altar dos Juramentos é no Oriente e não no centro da Loja ao Ocidente, portanto ele continuará no lugar de onde ele nunca deveria ter saído.
  1. O Pavimento Mosaico – Também não se trata de a sua origem ser a de representar o Sanctum Sanctorum do Tabernáculo e posteriormente do Templo de Jerusalém. Criou-se esse estigma porque o termo mosaico advém de Moisés que por sua vez o relaciona com o pavimento colorido que lendariamente cobria o piso do Santo dos Santos.
A palavra Mosaico, como substantivo masculino, do italiano: mosaico) designa um piso preenchido por pedrinhas ou pequenos vidros coloridos com que geralmente se formam gravuras (desenhos). Em Maçonaria, uma das possíveis origens do Pavimento Mosaico, ou quadriculado, que adorna os Templos Maçônicos seria a lenda de que o personagem bíblico Moisés teria forrado o piso do Santo dos Santos do Tabernáculo hebraico com pedrinhas coloridas (isso nada tem a ver com o Altar dos Juramentos e o Pavimento Mosaico da Maçonaria).
O termo Mosaico como adjetivo, do latim: mosaicus, exprime o é que relativo a Moisés - no caso atinente à lei mosaica. Em Maçonaria, embora não generalizado, o termo tem sido usado para designar o pavimento quadriculado adotado por alguns Ritos. Nesse sentido, é, como adjetivo, pertinente a Moisés. Na realidade, embora o nome
mosaico se relacione à cultura hebraica, o pavimento é mesmo de origem sumeriana; estes o tinham como um terreno religioso e proibido. Nem todos os demais povos que o adotaram, a exemplo dos cretenses e dos antigos gregos, o adotaram nesse sentido, porém como mero elemento decorativo. Em se tratando de Maçonaria, o Pavimento Mosaico também não traz consigo nenhum significado de elemento sagrado, tal como ele possuía entre os sumerianos.
Vale a pena mencionar que como alegoria maçônica ele traduz mais uma concepção hermética com princípios da dualidade do que propriamente a figura de um caminho sagrado.
O Pavimento Mosaico, nos ritos que o adotam, através da disposição contígua dos seus quadrados brancos e negros, estabelece o simbolismo existencial dos contrários, destacando-se nele a presença dos opostos (Hermetismo). Alegoricamente ele menciona o piso do Templo de cores variegadas representando o solo terrestre e as suas diversidades de cores, raças, credos e religiões, mas que, apesar delas, entre os homens deve sempre existir a mais perfeita harmonia.
Ainda sob o aspecto hermético, como já comentado, os opostos indicam o existencial, pois a existência de uns, determina a essência de outros; o negro e o branco, o bem e o mal, o amor e o ódio, a noite e o dia, causa e efeito, etc.
Cabe então mencionar que concepções que envolvem o sagrado e o religioso, tal como a relação Sanctus Santorum e Pavimento Mosaico não cabem como elementos doutrinários no simbolismo do REAA. Há que se compreender que lendas na Maçonaria foram adotadas para exprimir lições de moral e ética e não formalizar afirmativas históricas e muito menos religiosas.
É bom que se diga que o ideário de que o Pavimento Mosaico e o Altar dos Juramentos tenha algo a ver com o Santo dos Santos no simbolismo do REAA não condiz com a realidade, sobretudo se eles estiverem ainda ligados àquele Pavimento feito um tabuleiro de xadrez que ficava junto ao Altar dos Juramentos ocupando ambos, anacronicamente, o centro do Templo.
Gostaria de lembrar que eu até expliquei no Seminário que não devemos imaginar Templo Maçônico da Maçonaria Simbólica como sendo um arquétipo do Templo de Jerusalém. Ora, o Templo é uma alegoria adotada pela Maçonaria e não literalmente um ambiente estereotipado para práticas religiosas. Eu comentei também que as Lojas são oficinas estilizadas por símbolos e alegorias utilizadas no passado pelos nossos ancestrais (canteiros da Idade Média). O propósito é o de construir um novo homem e não o de se ocupar com crenças religiosas. A elas, sem dúvida devemos respeito, mas que cada qual silenciosamente busque nelas o seu conforto espiritual. A Loja não é lugar para se expor credos, senão utiliza-los para o bem comum da coletividade, pois apesar das diversidades que encontramos na Natureza, nela há de sempre reinar a mais perfeita harmonia – essa é a lição que o Pavimento Mosaico nos ensina como o piso que ocupa todo o solo ocidental da Loja. É o piso pavimentado pelo qual se deslocam os obreiros trabalhando em busca do seu próprio aperfeiçoamento. Em Maçonaria o espaço é “consagrado” ao trabalho e não “sagrado” para práticas religiosas.
Por tudo meu Irmão, se bem compreendida a Arte e corretamente aplicada a Geometria, o Pavimento, sob nenhuma hipótese, perderá a sua função. Quando o Altar dos Juramentos voltou para o seu lugar de origem e o Pavimento ocupou o espaço de acordo com a tradição do Rito, as coisas simplesmente voltaram para os seus devidos lugares. Com isso, os equívocos é que perderam as suas funções.


T.F.A.

PEDRO JUK

MAIO/2019

quarta-feira, 29 de maio de 2019

REAA - QUESTÃO SOBRE OS PASSOS DO MESTRE


Em 11/01/2019 o Respeitável Irmão Alex Martins de Oliveira, Loja Mensageiros da Luz, 1.784, REAA, GOB-ES, Oriente de São Mateus, Estado do Espírito Santo formula a seguinte pergunta:

PASSOS DO MESTRE


Mano, mais uma vez recorro aos seus conhecimentos para auxiliar no esclarecimento de uma dúvida. Em relação aos pp\ de Mestre Maçom, o segundo movimento de cada p\, qual a maneira correta? No ritual, fala que juntemos naturalmente! A dúvida é, se simbolicamente existe um e\ não deveríamos também fazer a elevação da perna nesse segundo movimento também? Desde já, obrigado!

CONSIDERAÇÕES.

Depois de ter executada a M\ do Apr\ e a do Comp\ Os demais pp\ do Mestre deverão ser dados com os pp\ um pouco elevados em relação a um p\ normal. Isso se dá porque o Mestre executa essa etapa simulando a existência à sua frente de um e\ ou um t\ simbólico.
Nos dois pp\ llat\ os pp\ se juntam normalmente. Nesse caso, o termo “normalmente” se refere não ao p\ dado um pouco erguido, porém a forma com que se juntam os pp\. Nesses dois pp\ llat\ os pp\ não formam como de costume a esq\. Os pp\ ficam paralelos. Já o último p\, aquele que fica sobre o eixo junto ao pé do e\, os pp\ devem se juntar formando a esq\ como na forma de costume.
Assim, os três últimos pp\ são feitos de modo a simular a passagem por cima de um e\, porém sem exagero. Nos pp\ llat\ os pp\ ficam paralelos. Explico o porquê. Os três últimos pp\ simulam o movimento anual do Sol, cujos pp\ llat\ simbolizam os solstícios de inverno e de verão. Nesse caso os pp\ ficam paralelos porque o Sol não ultrapassa os trópicos e cada um dos pp\ llat\ terminam coincidindo com os trópicos, de Capricórnio ao Sul, e Câncer ao Norte – vide o símbolo círculo entre as paralelas.
Já os pp\ em esq\ do último p\ do Comp\, assim como o último p\ que coincide com o p\ do e\, ambos se situam sobre o eixo (equador), daí nessa oportunidade os pp\ se posicionarem em esq\. Esses dois pontos (o último do Companheiro e o último do Mestre) marcados pelos pp\ em esq\ simbolizam os equinócios de outono e primavera. Note que os pp\ do Mestre (pp\ altos) simulam o movimento anual do Sol e os quatro ciclos naturais. H\ A\, nesse caso, simboliza o Sol na alegoria da morte e da renovação da Natureza.
Quanto estivermos publicando na plataforma do GOB as orientações para o Ritual de Mestre, melhoraremos essas explicações no Ritual.


T.F.A.

PEDRO JUK


MAIO/2019

terça-feira, 28 de maio de 2019

REAA - NO ORIENTE, EM PÉ OU SENTADO? DISPENSA DE SINAL.


Em 18/05/2019 no 1º Seminário de Padronização Ritualística do REAA – GOB, realizado em Santos, São Paulo, o Respeitável Irmão Leonardo Arate, Loja Monte Líbano, 708, GOB-SP, Estado de São Paulo, apresentou a seguinte pergunta:
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EM PÉ OU SENTADO? DISPENSA DO SINAL

Os Irmãos Orador e Secretário, no exercício da sua função de ofício, devem cumprimentar os obreiros e falar em pé e à Ordem?
É prerrogativa do Venerável Mestre dispensar ao Irmão que estiver com a palavra de falar à Ordem?

CONSIDERAÇÕES.

  1. Exercício da função - No REAA salvo quando o ritual determinar o contrário, os ocupantes do Oriente podem falar sentados, entretanto, se por deferência preferirem falar em pé, eles então ficam à Ordem, isto é, compõem e fazem o Sinal com a mão. Essa regra se aplica inclusive ao Venerável Mestre que deve deixar o seu malhete sobre o Altar e ficar normalmente à Ordem. Reitero, existem momentos na liturgia do Rito que o Ritual determina que se deve ficar à Ordem. À propósito, não existe essa ideia de que o Venerável, Vigilantes, Orador e Secretário falam como obreiros. Ora, por dever de ofício ou não eles são obreiros do quadro e isso não diferencia em nada nas suas posturas dentro da ritualística maçônica.
Cabe também mencionar que quando alguém compõe o Sinal e se dirige protocolarmente à Loja ele não está saudando ninguém, porém se dirigindo a alguém, ou a algumas pessoas. Compor e fazer o Sinal não significa impreterivelmente que se esteja prestando uma saudação. É certo que saudação em Loja é feita pelo Sinal, porém também é certo que nem sempre fazer o Sinal significa saudar. Na página 42 do Ritual de Aprendiz está escrito quando devemos prestar saudação em Loja.
  1. Dispensa do Sinal – Sim pode, porém o Venerável não deve fazer disso uma prática corriqueira. Esporadicamente, quando ele avaliar a necessidade de se dispensar a composição do Sinal, ele pode então assim determinar.
Vale a pena mencionar que a ritualística maçônica exige disciplina e assim se deve proceder. Muitas vezes o Sinal composto serve também para afastar ou abreviar os extensos e rançosos pronunciamentos de alguns que servem mais para esgotar a paciência dos presentes do que decorar ou abrilhantar os trabalhos. A composição do Sinal, quando prolongada, é desconfortável e assim faz os tagarelas abreviarem suas declarações – para a o bem da Ordem em Geral e do Secretário em particular que não precisa ficar registrando falas aprovisionadas de rançoso lirismo.
Como tudo o que é bom na vida, critério e bom senso não faz mal a ninguém.

SABATINA PARA AUMENTO DE SALÁRIO


Em 10/01/2019 o Respeitável Irmão Marcelo Gass, Loja Tríplice Aliança, REAA, GOB-PR, Oriente de Toledo, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

SABATINA PARA AUMENTO DE SALÁRIO.


Segundo o RGF, é necessário que se faça, além de Peça de Arquitetura, frequência, um questionário para avaliar os conhecimentos do Irmão sobre o Grau. Nossa Loja, sempre exigiu Peças de Arquiteturas e também que o Irmão respondesse a sabatina sobre o Grau. Gostaria da opinião do Mano, sobre o questionário. A meu ver, acho pouco produtivo, pois passamos ao Irmão diversas questões para ele responder e depois o sabatinamos em Loja com algumas perguntas nos lembrando do tempo de escola quando fazíamos prova oral. O Irmão teria alguma sugestão, ideia, opinião, para que nossa Loja pudesse fazer algo diferente?

CONSIDERAÇÕES.

Penso que a questão de ser produtivo ou não vai depender de como a Loja organiza as questões para a avaliação. Isso deve inclusive ser discutido com os integrantes da Comissão de Admissão e Graus da Loja e ter a participação ativa do Vigilante responsável pela instrução.
A organização das perguntas deve prever questões de ritualística, história e filosofia iniciática do Grau, todavia o conteúdo instrutivo que deu base às questões deve advir de um roteiro desprovido de ilações e conjecturas. Conhecimentos gerais sobre Maçonaria também é matéria de apreciação e avaliação.
Eu entendo que tudo deve ser dosado com bom senso visando o alcance do objetivo e a satisfação do Candidato – ele não deve se sentir enganado.
Devo apontar que tão importante deve ser o conhecimento daquele que é sabatinado, assim como também daqueles que sabatinam.
A propósito, os Mestres precisam ter o domínio e a segurança sobre os temas e matérias questionadas, assim o exame não se torna uma coisa jocosa, patética e improdutiva e nem mesmo elogiável por aqueles que entendem menos que o examinado.
Preparar um candidato à Elevação e à Exaltação não significa prepara-lo para dissertar concepções prontas e muitas vezes sustentadas por um impressionante anacronismo rançoso.
O exame deve sim visar a pragmática do Grau e não se ater a dissertações viciadas e nem em leituras temerárias.
Muitos “arcanos da sabedoria” se empostam como “senhores do saber”, entretanto não raras vezes esses nem mesmo sabem elaborar uma questão. É como vejo às vezes alguns Veneráveis aplicando o questionário do telhamento. Esses, do alto do seu altar, mas com o texto marcado na mão, inquirem o pobre Aprendiz temeroso e solitário entre Colunas, cujo qual sem nenhum artifício é obrigado a saber decoradas as respostas. Penso que nessa ocasião o examinador pelo menos deveria largar o ritual e serenamente se dirigir (sem ler) perguntando ao Aprendiz. Entendo que muitas vezes a Verdade e a Sabedoria está na intenção da pergunta e de quem pergunta e não propriamente na resposta que se espera.
Por hora é o que eu penso Mano.


T.F.A.

PEDRO JUK

MAIO/2019

OUTRO LIVRO DA LEI


Em 18/05/2019 no 1º Seminário de Padronização Ritualística do REAA – GOB, realizado em Santos, São Paulo, o Respeitável Irmão Ricardo Belluca, Loja 24 de Junho 2747, GOB-SP, Oriente de Piracicaba, Estado de São Paulo, formulou a seguinte questão:

LIVRO DA LEI


Se tivermos um Irmão judeu, podemos ter o Alcorão ao lado da Bíblia? Ou isso só ocorre na Iniciação?

CONSIDERAÇÕES.

Gostaria primeiro de comentar o seguinte: a Torá (lei) é o Livro Sagrado dos judeus. Escrito por Moisés, ele contém as escrituras sagradas judaicas. Também conhecido como Pentateuco é composto pelos cinco primeiros livros, Gênesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio. Já o Alcorão (do árabe: o que deve ser lido; recitado) é o livro tido pelos muçulmanos como a palavra literal de Alá (Deus, em árabe) que fora revelada ao longo de 22 anos a Maomé. O livro tem 114 capítulos ou surahs (suratas) e 6236 ayats (versos) e foi escrito para ser recitado.
Posto isso, menciona o Ritual do Aprendiz do REAA em vigência do GOB na sua página 17:
(A Bíblia Sagrada é o L\ da L\ de uso nas Lojas que praticam o REAA, no entanto, o iniciado ou o Maçom tem o direito de prestar os Juramentos que a Ordem exige, sobre o Livro Sagrado de sua crença. Nesse caso, no momento do compromisso (o grifo é meu), poderá ser usado outro Livro Sagrado, sem que a Bíblia seja retirada do Altar).
Assim, conforme especifica o Ritual, poderá ser colocado outro Livro Sagrado, além da Bíblia, se a fé professada pelo protagonista assim exigir no momento do seu compromisso. Destaco, entretanto, que o ritual menciona “no momento do compromisso”. Sendo assim, nas sessões em que não esteja prevista nenhuma tomada de compromisso, ao que parece, permanece apenas a Bíblia sobre o altar.
Reitero que independente da presença de outro Livro Sagrado, a presença da Bíblia é obrigatória em todas as sessões no REAA.


T.F.A.

PEDRO JUK


MAIO/2019

segunda-feira, 27 de maio de 2019

LITERATURA, UM GOLPE DE MALHETE E V.I.T.R.I.O.L.


Em 18/05/2019 no 1º Seminário de Padronização Ritualística do REAA – GOB, realizado em Santos, São Paulo, o Respeitável Irmão Antonio Fernando da Silva Simões, Loja Fraternidade de Santos, 132, GOB-SP, Oriente de Santos, Estado de São Paulo, apresentou as seguintes perguntas:

LITERATURA, UM GOLPE DE MALHETE E V.I.T.R.I.O.L.

Sobre literatura para o Grau de Aprendiz, qual poderia indicar sobre ritualística, origem, história, etc.?
A prática de fechar a Loja somente com um golpe de malhete pode ser usada costumeiramente? Em qual situação?
Página 28 do Ritual, item 1.4. Nos rituais de 2009 não existe mais a instrução V.I.T.R.I.O.L. Por quê?

CONSIDERAÇÕES:

1 – Literatura - Eu indicaria, para começar, a obra de José Castellani – REAA, História, Doutrina e Prática – Editora Maçônica A Trolha. Esse livro, além do excelente conteúdo, também traz uma riquíssima bibliografia.
2 – Um só golpe de malhete - Não deveria, entretanto, algumas determinações, principalmente as da esfera eleitoral, têm orientado abertura de Sessões Eleitorais com um golpe de malhete. Na verdade, uma Sessão Maçônica só é maçônica quando aberta e fechada ritualisticamente e nas conformidades com o respectivo ritual. Nesse sentido, eu diria que a expressão “costumeiramente” não cabe nesse caso. O que pode extraordinariamente acontecer é o Venerável Mestre se obrigar a encerrar os trabalhos com um só golpe de malhete por não ser possível manter a ordem (Art. 116, XIII do RGF).
Em se tratando de Sessões das Lojas elas constam no Art. 108 do RGF e se dividem em Ordinárias, Magnas ou Extraordinárias. Não existe nada específico no RGF que trate de abertura com um só golpe de malhete. No que diz respeito às Sessões Extraordinárias que tratam das eleições dos Grão-Mestres elas constam no Ritual de Mestre, no caso, do REAA. Nessas sessões, com um golpe de malhete o Venerável abre a Ordem do Dia da sessão específica (página 164 do Ritual do Grau 3, REAA).
3 – V.I.T.R.I.O.L. – Infelizmente, os copistas, ao que parece esqueceram dessa importante sigla composta pelas inicias da frase em latim “Visitae Interiora Terrae Retificandoque Invenies Occultum Lapidem”, obrigatória por questões iniciáticas na Câmara de Reflexão do REAA. Só posso conceber que esqueceram, porque seria inadmissível se imaginar a Câmara sem essa expressão. De qualquer maneira, eu já providenciei ao seu reaparecimento nas orientações para os Rituais que serão colocadas numa plataforma no site do GOB.

T.F.A.

PEDRO JUK

MAIO/2019

domingo, 26 de maio de 2019

INFORMAÇÕES SOBRE O INGRESSO NO TEMPLO E NO ORIENTE.


Em 18/05/2019 no 1º Seminário de Padronização Ritualística do REAA – GOB, realizado em Santos, São Paulo, o Respeitável Irmão Oswaldo Felippe, Loja Carlos Gomes, 1598, GOB-SP, Oriente de São Paulo, Estado de São Paulo, apresentou a seguinte pergunta:

INGRESSO. NO TEMPLO E NO ORIENTE.


Solicito informações quanto à entrada no Templo e no Oriente.

CONSIDERAÇÕES.

  1. Ingresso no Templo - Para o início dos trabalhos se faz conforme especifica o Ritual. Em linhas gerais, o Mestre de Cerimônias organiza o préstito de acordo com os lugares nas Colunas e no Oriente. Ingressam sempre por primeiro os de menor grau, entrando por último o Venerável Mestre que vai conduzido pelo Mestre de Cerimônias. De ordinário a ordem é a seguinte: Aprendizes, Companheiros, Mestres sem cargo, Oficiais, Mestres Instalados, Autoridades, Vigilantes e o Venerável Mestre.
Antes do ingresso no Templo o Cobridor Interno se posiciona pelo lado de dentro para abrir a porta quando solicitado pelo Mestre de Cerimônias.
O acesso é feito na ordem acima mencionada, sem circulação, cada qual entrando pelo lado da sua Coluna e, os que ocupam o Oriente, para lá se dirigem diretamente (o Venerável ainda não entrou). O Venerável, que é o último a ingressar, tem à sua frente o Mestre de Cerimônias que o conduz até o Altar (abaixo do sólio) – segue-se o previsto no Ritual.
No Átrio todos permanecem em silêncio. O Mestre de Cerimônias é quem orienta os procedimentos.
É bom que se diga que no REAA não existe no Átrio nenhuma oração, prece, minuto de silêncio, etc., assim como apagar de luzes para meditação ou coisas desse gênero. Em respeito à crença individual dos Irmãos, cada qual, no seu silêncio interior traz consigo o respeito que é merecedora a sua crença, portanto não devem haver manifestações desse tipo perante à coletividade maçônica.
  1. Ingresso no Oriente – Cabe antes colocar que a circulação em Loja (o que não é Sinal) se inicia a partir do momento em que o Venerável chega no Altar e solicita aos Irmãos que o ajude a abrir a Loja. Estabelece-se que a partir daí, visando a uniformização dos procedimentos, os deslocamentos no Ocidente, de uma para outra Coluna, são feitos obedecendo-se o giro no sentido horário. Assim também o ingresso no Oriente se faz pela Coluna do Norte em direção ao Oriente. Sua entrada se dá pelo lado nordeste (lado do Orador) e a sua saída se faz em direção à Coluna do Sul em se descendo pelo lado sudeste (lado do Secretário). No Oriente não existe nenhuma padronização de circulação. Também não existe circulação àqueles que transitarem na mesma Coluna (não se dá uma volta ao mudo para parar no mesmo lugar).
Outras explicações estarão em breve na plataforma - ritualística.gob.org.br no site do Grande Oriente do Brasil.

T.F.A.

PEDRO JUK
Secretário Geral de Orientação Ritualística – GOB


MAIO/2019