Em 18/12/2018 o Respeitável Irmão Arimar Marçal, sem mencionar o nome da
sua Loja, Rito Brasileiro, GOB-RS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio
Grande do Sul, se referindo a uma resposta que eu dei em junho de 2014 apresenta
o que segue:
CONDUTAS RITUALÍSTICAS
Recebo (e distribuo) seus e-mails esclarecedores.
Neste de hoje, sobre “Irmãos em visita ficarem à
Ordem quando o representante de
sua Loja usar a palavra”.
Reenviei para alguns irmãos, entre eles o Ex
Venerável e estudioso do Rito Brasileiro Eduardo Lecey.
Transcrevo abaixo para que (sem ofensa) o nobre
Irmão possa contrapor.
Saudação às Autoridades e
Portadores de Títulos:
– No Rito Brasileiro quando vários Irmãos da mesma Loja,
forem visitar uma Loja do Rito ou Lojas dos demais Ritos coirmãos, deverá ser
indicado um Irmão que falará pelos demais e todos deverão tomar a seguinte
postura: Quando for dada a Palavra ao Irmão este e todos os que o acompanham
deverão se colocar à Ordem e somente o Irmão que falará deverá fazer as saudações
devidas, após o que, ele passará ao Sinal de Obediência para fazer uso da
Palavra, todos os demais que o acompanham passarão também ao Sinal de Obediência.
Terminada a fala todos farão o Sinal de Saudação e sentarão.
– O Maçom do Rito
Brasileiro ao fazer uso da Palavra relativa ao Ato ou a Bem Geral da Ordem e do
Quadro faz da seguinte forma: Venerável Mestre, Irmãos 1º e 2º Vigilantes, meus
Estimados Irmãos.
– Se estiverem presentes
o Grão-Mestre Geral da Ordem ou o Grão-Mestre Estadual ou do Distrito Federal
se procede da seguinte forma:
Soberano Ir\ (nome) Grão-Mestre Geral
do GOB ou Eminente Ir\ (nome) Grão-Mestre
Estadual ou Distrital do GOB-(UF), Venerável Mestre, Irmãos 1º e 2º Vigilantes,
meus estimados Irmãos.
– Se estiverem presentes
outras autoridades que não os Grão-Mestres se procede da seguinte forma:
Venerável Mestre,
(nomina-se as autoridades sempre da maior para a menor faixa), Irmãos 1º e 2º
Vigilantes, meus estimados Irmãos.
– As autoridades
Maçônicas serão saudadas pela ordem hierárquica, da maior para a menor faixa.
– Admite-se quando houver
muitas autoridades presentes que se faça a saudação às autoridades que se
encontram no Altar do Venerável e dizendo a seguir: “nas pessoas das quais eu
saúdo as demais autoridades presentes”.
Como o nosso objetivo é aprender, fico na
expectativa de alguma manifestação.
OBSERVAÇÃO:
Trecho da questão e da resposta a
que se refere a questão dada pelo Irmão Pedro Juk e publicada no JB News nº 1365,
Florianópolis, SC, em 03/06/2014. O consulente era um Irmão da Loja
Fraternidade Londrinense, Grande Loja do Paraná e praticante do REAA:
Trecho da pergunta: (...) existe algo a respeito sobre quando um Irm\ visitante pede a palavra, de os demais IIrm\ que o acompanham fiquem também em pé e à Ordem? Desconheço que isso
esteja em qualquer ritual ou manual de (...).
Trecho da resposta: (...) o Irmão está corretíssimo em sua manifestação.
Essa “estória” é mera filigrana e invenção que só depõe contra a ritualística.
Quem autoriza alguém a ficar em pé, dependendo da situação ou é o Venerável, ou
é um dos Vigilantes. Então que invenção é essa desse tal “senta-levanta”? Com
autorização de quem? Mera filigrana que nada acrescenta.
Como o Irmão pode notar, a questão a mim
dirigida e respondida no dia 03/06/2014 era para um Irmão do REAA\,
por conseguinte, a resposta fora dada com base nos costumes REAA.
Assim, volto a reafirmar que esse procedimento
não é próprio e não está de acordo com as condutas ritualísticas do escocesismo
simbólico.
Agora, se existem ritos em que o ritual prevê
esse procedimento, por óbvio, certo ou errado, atende-se o ritual em vigência.
Na minha resposta, reitero, dada aos
praticantes do REAA e não do Rito Brasileiro, eu procurei antever situações que
são previstas e que não podem se contradizer quando da sua prática – talvez seja
até motivo para se fazer uma reflexão a respeito.
Na prática ritualística em si, eu entendo que
muitos procedimentos na liturgia maçônica dependem de autorização para serem
executados, nesse caso especificamente quem autoriza é o Venerável e os VVig\.
Baseado nisso é que não vejo como boa geometria,
por exemplo, obreiros ficando em pé sem ter autorização, sobretudo por serem
eles visitantes. Mas isso é a minha opinião obviamente e não é meu propósito se
arvorar contra costumes, mesmo que contraditórios, se estiverem previstos em
rituais vigentes.
O que eu posso mesmo reafirmar é que no REAA,
em particular, esse costume não é permitido. No Rito Escocês, salvo o Mestre de
Cerimônias que é um oficial que tem liberdade para se locomover sem pedir
permissão, os demais Irmãos, genericamente, até para ficar em pé em Loja aberta,
precisam pedir permissão.
Por outro lado, também não vejo como muito
elegante é Irmãos ficando em pé sem autorização, bem como algumas vezes o
próprio visitante usuário da palavra ordenar que os seus acompanhantes fiquem à
Ordem.
Que cada rito tenha o seu costume eu até posso
entender, porém na casa alheia é sempre de boa geometria seguir os costumes do
dono da casa.
Quanto a menção protocolar às autoridades antes
do uso da palavra eu já escrevi bastante a respeito, portanto não vou fazer
nenhum comentário a respeito, sobretudo porque o ritual do Rito mencionado na
questão já determina o procedimento. Falar o que é certo ou errado nesse caso é
o mesmo que chover no molhado.
A propósito, ao concluir, duas coisas:
Em Maçonaria os donos da casa, em qualquer
situação, são sempre aqueles que estão de posse dos seus respectivos malhetes.
E por fim, tenha certeza que não sou dado a expor as minhas convicções
ofendendo alguém.
T.F.A.
PEDRO
JUK
MAIO/2019
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