quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

TRANSMISSÃO DA PALAVRA ENTRE OS DIÁCONOS, VIGILANTES E VENERÁVEL MESTRE - REAA

Em 30.12.2021 o Respeitável Irmão Carlos Alexandre Almeida, Loja Aristides Lobo, REAA, GOB-PR, Oriente de Jacarezinho, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

 

TRANSMISSÃO DA PALAVRA NA ABERTURA E ENCERRAMENTO.

 

Tenho uma dúvida na transmissão da palavra na abertura e encerramento dos trabalhos em grau de aprendiz.

Em uma explicação sua em seu blog somente um fala as palavras, já na orientação


ritualística do GOB cada um fala uma letra.

Qual seria o correto?

Um TFA pro senhor que nos ensina muito e espero que em breve possamos receber uma visita sua em nossa Loja centenária que a pouco foi reformada para que abrilhantes nossa seção.

 

CONSIDERAÇÕES

 

Caro Irmão, isso foi corrigido no Sistema de Orientação Ritualística do GOB RITUALÍSTICA, amparado pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral que aplica o SOR sobre os rituais até nova edição.

Corrigiu-se porque a transmissão entre os Diáconos e as Luzes da Loja não é telhamento, isto é, não é procedimento para verificação da qualidade de um Irmão. Essa transmissão é feita entre Mestres Maçons, assim não há troca de letras ou sílabas entre os interlocutores.

Essa transmissão que ocorre no REAA é uma reminiscência dos velhos costumes operativos quando eram feitas as aprumadas e nivelamentos dos cantos da obra para o início dos trabalhos (etapa da construção) e para o encerramento, tudo como uma verificação de qualidade dos trabalhos executados.

Assim, se tudo estivesse conforme as exigências da “Arte”, o Mestre da Obra era informado que tudo estava “justo e perfeito”. Nessa condição, ele mandava iniciar os trabalhos no canteiro e, ao final da jornada, ordenava ao seu 1º Vigilante que também os encerrasse, despedindo os obreiros contentes e satisfeitos.

Como atualmente, praticamos uma Maçonaria Especulativa, as literais aprumadas e nivelamentos acabaram sendo substituídas pela transmissão da uma palavra que, estando ela correta, simboliza que tudo está “justo e perfeito”. Assim, na Moderna Maçonaria, no REAA as aprumadas e nivelamentos outrora operativos, hoje simbólicos, ocorrem pela transmissão da palavra sagrada entre o Venerável Mestre, os Vigilantes.

Vale mencionar que no período do ofício, as construções de grandes catedrais, por exemplo, demandavam de um grande canteiro de obras e nele as comunicações entre o Mestre da Obra (atual Venerável) eram feitas por mensageiros, ou oficiais de chão (hoje os Diáconos), que levavam ordens aos Wardens (atuais Vigilantes). Não à toa que permanece até o presente o Nível e o Prumo como joias dos Vigilantes.

Desse modo, por essa breve descrição, nota-se que essa passagem ritualística que ocorre na liturgia do REAA, nada tem a ver com o exame da qualidade de um Irmão (telhamento). Contudo é uma alegoria que lembra nossos ancestrais, os canteiros de ofício da Idade Média.

Essa foi a razão da correção e orientação atualizada, até porque o GOB tem se preocupado em justificar as práticas ritualísticas e não mais simplesmente “empurrá-las” só porque estão escritas. É bom que se diga que numa Instituição que investiga a Verdade, não cabem determinações desencontradas da razão.

Lembro que o SOR - Sistema de Orientação Ritualística colocado na plataforma do GOB RITUALÍSTICA desde 2019 está acima de qualquer manual ou outro semelhante, podendo, inclusive, ser consultado na página oficial do GOB através do CIM, Palavra Semestral e o GOB CARD. Como dito, esse Sistema é amparado por um Decreto do Grão-Mestre Geral que é o único guardião dos nossos rituais no GOB. O Decreto 1784/2019 foi publicado oficialmente no Boletim do GOB em outubro de 2019 para aplicação imediata, podendo ser consultado no GOB LEX. Desde 2019 esse sistema tem o desiderato de orientar, corrigir e explicar as práticas ritualísticas hauridas dos rituais em vigência no GOB

Dando por concluído, vale então a explicação que menciona a não utilização de troca de letras e nem sílabas entre os interlocutores na transmissão da palavra durante a abertura e o encerramento dos trabalhos no REAA.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

Secretário Geral de Orientação Ritualística – GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

DEZ/2021

PAVILHÃO NACIONAL - DECRETO 1476/2016 GOB

Em 29.12.2021 o Irmão Companheiro Maçom da Loja Mestre Hiram, 1.427, sem mencionar o nome do Rito, GOB-RJ, Oriente de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, formula as seguintes questões.

 

PAVILHÃO NACIONAL

 

Estava fazendo uma pesquisa acerca do Pavilhão Nacional e sua cerimônia. Acessei pelo


GOB LEX a legislação pertinente e lá dá-se a entender que o Pavilhão Nacional não fica inicialmente dentro do Templo o que me trouxe uma série de questionamentos, os quais peço que sejam esclarecidos:

 

1.     Se o Pavilhão está fora do Templo, em que momento da Ritualística ele entra e em que momento se retira?

2.     É possível que ele apenas entre, fique hasteado e não se retire após o fim dos trabalhos?

3.    Caso ele permaneça sempre em Loja hasteada conforme a posição indicada nos Rituais. Pode-se realizar a saudação e etc., sem ter de retirá-la do Templo? Como funciona essa dinâmica, ela deve iniciar fora do Templo nas sessões Magnas e nas Ordinárias e Extraordinárias permanecer em seu local?

4.    É dito que após a entrada do Pavilhão Nacional nenhuma autoridade deve ser recebida de acordo com a pompa do protocolo de recepção. Nesse caso então nas sessões onde a Bandeira encontra-se em sua posição a todo o momento, nenhuma autoridade deve ser cortejada com espadas e estrelas ou aplausos pela bateria do grau se dirigindo diretamente a seus lugares?

5.    Isso também engloba as autoridades as quais são recepcionadas diretamente pelo Venerável e há passagem de malhete?

Agradeço a atenção e desculpe caso as perguntas tenham ficado confusas.

 

CONSIDERAÇÕES.

1.    Conforme menciona o Decreto 1476/2016 do GOB que dispõe sobre o cerimonial para a Bandeira Nacional, é obrigatória a sua presença em todas as sessões realizadas por Lojas da Federação. Consta no Art. 2º do mesmo Decreto que não será aplicado o cerimonial à Bandeira nas sessões ordinárias e extraordinárias, contudo, ela será colocada no lugar devido antes da abertura dos trabalhos, e ninguém será recebido com formalidade, nem mesmo o Grão-Mestre Geral.

Menciono que nas sessões ordinárias e extraordinárias não há entrada formal para o Pavilhão, pois o mesmo deverá estar hasteado no Templo antes do início dos trabalhos sem qualquer cerimonial. Para tal, o Mestre Arquiteto, ou outro Oficial designado (conforme o Rito), providenciará a sua simples colocação no lugar devido, isto é antes do ingresso do préstito. O mesmo ocorre quanto à sua retirada, sem nenhuma formalidade se dá depois que todos já tiverem se retirado. Desse modo, o mesmo Oficial providenciará a sua retirada.

2.    Algumas Lojas preferem manter o Pavilhão hasteado, mesmo que fora do horário dos trabalhos. Isso é possível. Quanto à entrada e retirada formal da Bandeira, a mesma fica restrita às Sessões Magnas, cujo cerimonial está descrito no Decreto 1476/2016.

3.    Em se tratando de sessões ordinárias e extraordinárias, não existe nenhuma saudação à Bandeira Nacional.

Reitera-se, nas sessões magnas procede-se o ingresso formal do Pavilhão, assim como a sua saudação e retirada. Todo esse cerimonial está descrito no Decreto 1476/2016. Obviamente, que nas sessões magnas o Pavilhão aguarda ingresso no Átrio. Quanto à sua retirada, antes das autoridades, ele é recolocado no Átrio.

4.    Como menciona o Art. 2º do Decreto 1476, estando presente o Pavilhão Nacional, que é a mais alta autoridade em Loja, ninguém mais, nem mesmo o Grão-Mestre, será recebido com formalidades (não confundir formalidades com ordem de precedência para se ingressar no Templo).

Se nas sessões ordinárias ou extraordinárias a autoridade entrar em família, ela entra depois dos Mestres Instalados. Em sendo o Grão-Mestre, ele entra junto com o Venerável Mestre. Se a autoridade optar por entrar depois da Ordem do Dia, ele ingressa conforme o Ritual dispensando-se a formalidade (abóbada, estrelas, etc.). No caso de existir mais do que uma autoridade, elas ingressam sem as formalidades protocolares, todavia obedecendo a ordem de precedência determinada no RGF.

5.    A passagem de malhete não é dispensada e está prevista no RGF, restringindo-se, contudo, ao Grão-Mestre Geral, Estadual na sua Jurisdição, ou do Distrito Federal.

Prevê-se também, não estando presente o titular, a entrega do malhete ao seu respectivo Adjunto. Em qualquer das situações, conforme previsto no RGF, o Grão-Mestre, ou o seu Adjunto de for o caso, devolve o malhete ao Venerável Mestre para que ele dirija os trabalhos.

Todo esse procedimento independe de estar ou não presente o Pavilhão Nacional hasteado no Templo.

Se o Grão-Mestre optar por entrar em comitiva, ele ingressa à frente das demais autoridades. Nesse caso, todas as autoridades ingressam em comitiva junto com o Grão-Mestre. Todos ordenados conforme a ordem de precedência.

Nas sessões magnas onde prevê-se o cerimonial, o Pavilhão Nacional é o último a entrar e o primeiro a sair. Essa ordem de ingresso e retirada faz com que as demais autoridades sejam recebidas conforme o cerimonial previsto no Ritual.

Ao concluir, destaco que muitas dessas orientações serão também encontradas no SOR – Sistema de Orientação Ritualística do GOB RITUALÍSTICA, coberto pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral que institui e determina a aplicação do SOR sobre todos os Rituais em vigência no GOB.

O Decreto 1476/2016 também pode ser encontrado em Rituais Especiais do GOB.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

Secretário Geral de Orientação Ritualística/GOB.

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2021

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

TÁBUA DE DELINEAR - CRAFT

Em 05.07.2021 o Respeitável Irmão Helton Magnus, Loja Cavaleiros de Aço, 3887, Rito de York, GOB-SP, Oriente de Santos, Estado de São Paulo, apresenta a questão seguinte:

 

TÁBUA DE DELINEAR

 

Estou realizando um trabalho sobre o painel do grau de A M, sou M I. No painel aparecem algumas pessoas(anjos), na escada de Jacó. Falo do Rito de York, Ritual de Emulação, GOB.

Podes me ajudar a saber quem são na escada, tem alguns anjos (acho que Gabriel ...) tem uma mulher, ou foram colocados aleatoriamente, somente para ilustrações. Acho que não, mas não consigo achar algo.

Podes me ajudar?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Os personagens religiosos como os anjos mencionados se aplicam provavelmente


mais pelo caráter teísta da Maçonaria anglo-saxônica.

Em linhas gerais, o mais comum na Tábua de Delinear inglesa, é se ver de modo equidistante sobre os degraus da escada em direção ao céu o símbolo das Três Virtudes Teologais - Fé, Esperança e Caridade.

Os personagens angelicais da Tábua no ritual com certeza se associam a essas virtudes, embora não raras vezes elas sejam também apresentas de formas diferenciadas.

De modo clássico, os símbolos das Virtudes Teologais aparecem trazendo a Fé representada por uma cruz, a Esperança por uma âncora e a Caridade por uma mão e um Graal.

Salvo melhor juízo, a figura de anjos na Tábua de Delinear não me parece tão original, mas alguém deve tê-los colocados em alusão a Escada de Jacó, termo esse muito utilizado na Maçonaria inglesa, onde o personagem bíblico Jacó teve um sonho onde se viam anjos que subiam e desciam uma escada que ligava a Terra ao céu. Em síntese é uma alegoria teísta que menciona a relação do homem com a Divindade.

Algumas Tábuas trazem bem delineado no topo da Escada uma Estrela com sete pontas. Exegetas como Theobaldo Varolli Filho se referiam a esse conjunto emblemático como a soma das três virtudes teologais, mais as quatro virtudes da Justiça, Prudência, Temperança e Coragem. Essas últimas representadas pelas quatro borlas que aparecem no canto do quadro – a bem da verdade, nos cantos da Loja. As sete pontas da estrela representam o caminho e o ápice a ser alcançado (3 + 4 = 7).

A despeito dessas considerações, contudo, é preciso se levar em conta as distorções advindas de inúmeras gravuras que acabariam servindo as Tábuas de Delinear. Nesse sentido, é flagrante o aparecimento de diferenças no seu conteúdo.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2021

COBRIDOR INTERNO NO REAA - DE ONDE ANUNCIA

Em 05/07/2021 o Respeitável Irmão Fernando Rodrigues, Loja Virtude e Bondade, nº 146, REAA, GOB-AL, Oriente de Maceió, Estado de Alagoas, formula a pergunta seguinte:

 

COBRIDOR INTERNO

 

Muito obrigado pelos esclarecimentos sobre a pergunta que fiz anteriormente, ligada ao assunto do uso do Balandrau. Contudo, uma nova dúvida me surgiu, agora sobre a função do Cobridor na abertura dos trabalhos.

    Após verificação de cobertura do templo, reingresso e pancadas na porta, para anunciar que o templo está coberto ele precisa passar para a Coluna do Norte ou deve anunciar estando ele mesmo na Coluna do Sul para o 1º Vigilante que está na Coluna do Norte?

2.    Se for necessário passar para a Coluna do Norte próximo ao 1º Vigilante para fazer o anúncio, em seguida ele precisa fazer a volta por trás do painel do grau obedecendo a circulação para voltar ao seu lugar?

3.  Quando retardatários batem na porta do templo o Cobridor deve anunciar ao 2º Vig.'. para
que ele anuncie ao 1º Vig.'.? Ou deve anunciar diretamente ao 1º Vig.'.? E assim sendo, precisa se aproximar da Col
do Norte e fazer a volta no painel para retornar ao seu lugar ou pode anunciar estando no Sul?

Mais uma vez, desde já, muito obrigado pelos esclarecimentos!

 

COMENTÁRIOS.

 

  1. O Cobridor Interno após os procedimentos de verificação, da Coluna do Sul comunica o 1º Vigilante, não havendo necessidade dele se deslocar até o Norte para anunciar. Não existe regra para isso. Note que o 2º Vigilante, ao se comunicar com o 1º faz isso do seu lugar, sem ter que mudar de Coluna para anunciar. É o caso do Cobridor Interno comunicando do Sul o 1º Vigilante que está no Norte.
  2. Como dito na resposta nº 1, ele não precisa ir ao Norte, contudo, apenas a título de exemplo, digamos que a situação assim exigisse, o Cobridor Interno, estando no Norte, para retornar ao Sul passa pelo espaço entre a retaguarda do Painel e o limite com o Oriente (circulação). Como previsto no SOR – Sistema de Orientação Ritualística, as circulações horárias no Ocidente se iniciam a partir do momento em que o Venerável Mestre, solicita ajuda dos Irmãos para abrir a Loja (página 44 do Ritual de Aprendiz, REAA - IIr, ajudai-me a abrir a Loja).
  3. O Cobridor Interno, atendendo a presença de um retardatário no Átrio (não havendo Cobridor Externo), comunica do Sul diretamente o 1º Vig sem a necessidade de primeiramente comunicar o 2º Vig. O diálogo se dá entre o Cobridor Interno e o 1º Vigilante porque ambos, mesmo em colunas distintas, se colocam em Loja no extremo do Ocidente – um a sudoeste e outro a noroeste.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2021

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

ESTRUTURA DA ATA - MODÊLOS OFICIAIS

Em 03.07.2021 o Respeitável Irmão Higor dos Reis de Almeida, sem mencionar o nome da Loja, REAA, GOB-RJ, Oriente de Rio das Ostras, Estado do Rio de Janeiro, apresenta as dúvidas seguintes:

 

ESTRUTURA DA ATA

 

Desde já agradeço por compartilhar vosso e-mail em seu blog e sou fã de seu trabalho. É muito enriquecedor para nós e nossa Ordem. Sou Mestre Maçom do Oriente de Rio das Ostras, GOB-RJ, tenho 35 anos e fui iniciado na Ordem em 2008, exaltado no REAA em 12/2020, alguns meses antes de entrarmos em recesso devido a pandemia. Recentemente fui eleito Secretário de minha Loja, onde tenho algumas opiniões sobre como deveria ser uma ata de sessão maçônica, porém, observo que os Secretários antecessores redigiam suas atas da mesma forma como Irmãos do passado aprenderam e foram passando como herança até os dias de hoje. Percebo que eles narram exatamente fatos como discussão entre Irmãos, incluindo trocas de ofensas, etc. Como se fosse um depoimento policial ou algo


do tipo. Penso que discussões e pontos de vistas diferentes fazem parte de nossas vidas seja no mundo profano como na ordem. Desta forma, procuro hoje, pensar diferente e tentar mudar este aspecto em minha Loja, no que acredito ser certo para futuros Irmãos daqui a 10, 20 anos que lerão as atas e entenderem os assuntos debatidos e conclusão sobre os mesmos, sem narrativas de falas e discussões. Não localizei no RGF ou similar, até mesmo na estrutura do GOB, instruções em como deve ser uma ata de sessão, porém, encontrei no Livro do nosso Irmão, Tito Alves de Campos, Instrucional Maçônico, Grau de Mestre, alguns exemplos de atas que vão muito em favor do que penso. Desculpe me alongar, mas minha pergunta é se o Irmão saberia me dizer se existe algum procedimento ou modelo pelo GOB que devamos respeitar ou alguma sugestão de modelo oriundo de vossa experiência.

 

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Uma ata, por definição é o registro escrito no qual se relata o que se passou numa sessão, convenção, congresso, etc. No nosso caso, numa sessão maçônica que ocorre normalmente em Loja aberta.

Na verdade, não existe oficialmente modelo específico para a redação de uma ata maçônica, contudo ela deve ser construída ordenadamente seguindo o roteiro da sessão, isto é, uma descrição clara, objetiva e sucinta dos períodos da sessão.

Por certo a ata tem que ter uma introdução constituída pela sua identificação, data, Loja, tipo de sessão, etc. De resto é seguir o roteiro, mencionando resumidamente a abertura ritualística conforme o ritual, etc.

Obviamente que uma ata deve ser fiel aos acontecimentos, contudo sem exageros dados à prolixidade. O Secretário deve usar do seu bom senso sem que a ata se torne confusa, enfadonha e cansativa aos ouvidos alheios.

Entendo que cada período deve ser descrito resumidamente, porém não perdendo o seu conteúdo. Não há necessidade de relatos esmiuçados, valendo sim o resultado e não as firulas das discussões e dos procedimentos.

Acho de boa geometria que a Loja faça uma instrução a respeito para auxiliar o Secretário na redação das atas da Loja, assim como também ensinar aos seus obreiros a objetividade no uso da palavra, já que essa, quando mal usada, serve como vetor para rechear a ata com intermináveis “blá, blá, blás” e repugnantes discursos rançosos.

É bom que se diga que as atas contam a história de uma Loja. Aliás, em Maçonaria é comum que a ata seja conhecida pelo substantivo balaústre, já que esse colunelo, junto com outros iguais, serve para sustentar uma travessa, corrimão ou peitoril. É nesse sentido figurado de sustentar alguma coisa, no caso a história da Loja, que o nome balaústre é mais apropriado para titular uma ata maçônica.

Como dito, é tudo uma questão de bom senso, não existindo, a priori, a necessidade de se seguir um modelo específico para a sua redação.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2021

 

domingo, 26 de dezembro de 2021

CORRESPONDÊNCIA RESERVADA, O SECRETÁRIO PODE ABRIR?

Em 02.07.2021 o Respeitável Irmão Alberto Alexandre G. Nogueira Júnior, Loja Gralha Azul, 2514, Benfeitora da Ordem, REAA, GOB-PR, Oriente de São José dos Pinhais, Paraná, pede opinião sobre o que segue:

 

CORRESPONDÊNCIA ENDEREÇADA AO VENERÁVEL MESTRE.

 

Antes de solicitar o auxílio do Respeitável Irmão, agradeço a sua contribuição no


esclarecimento dos diversos assuntos que envolvem a nossa Sublime Ordem.

A minha dúvida não está relacionada ao Rito praticado em minha Loja e nem ao desenvolvimento dos trabalhos em uma sessão (diretamente). E sim à administração da Oficina e foi levantada durante uma explanação que estava fazendo dos cargos ocupados em loja, no caso, o de Secretário.

Como sabemos, faz parte das suas atribuições, receber todo e qualquer documento dirigido a sua Loja. Desta forma, perguntamos:

Quando o Secretário recebe um envelope ou qualquer outro tipo de documento que venha dirigido: “AO VENERÁVEL MESTRE DA AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA...” levando em conta que é de sua responsabilidade a preparação antecipada e a leitura do expediente durante sessão, ele pode fazer a abertura ou verificação deste documento?

Considerando que, não está descrito neste impresso o termo: “ao Venerável Mestre EM MÃOS” que, logicamente deve ser respeitado em qualquer situação.

Quando apresentei esta questão, tivemos o entendimento divido entre Irmãos e fiquei responsável por trazer uma opinião que sustente um dos lados (deve ou não deve verificar o seu conteúdo).

Naquele momento, tivemos argumentos pertinentes na defesa das duas situações. Mas os irmãos de ambos os “lados”, em demonstração de pura condescendência, preferem escutar o seu parecer, a impor ou adotar um procedimento que não tenha pelo menos um pequeno assenso de todos

 

CONSIDERAÇÕES.

 

De pronto, entendo que esse assunto nem deveria merecer discussão em Loja, sobretudo porque com clareza se trata de uma correspondência reservada a alguém, no caso, ao Venerável Mestre, portando o Secretário, ou outro qualquer, não deve abri-la sob nenhuma justificativa. É desejo do remetente que ela seja aberta reservadamente por quem ele indicou.

Compreenda-se que o Secretário da Loja organiza o expediente da Ordem do Dia, conferindo correspondências endereçadas à Loja como instituição, contudo isso não lhe dá o direito de abrir correspondências reservadas a alguém da Loja.

Quando uma correspondência for reservada a alguém, o Secretário deve encaminhar a missiva antes ao destinatário para que ele a abra, avalie e dê conhecimento, se for o caso.

Um exemplo de correspondência reservada ao Venerável Mestre é a Pal Sem, cujo envelope lacrado o Secretário deve por primeiro encaminha-lo ao Venerável Mestre para que ele, exclusivamente ele, dê ciência à Loja na forma de costume.

Concluindo, o Secretário abre as correspondências endereçadas à Loja como instituição, já aquelas reservadas especificamente a um destinatário que é membro da Loja, como ao Venerável Mestre, por exemplo, devem ser encaminhadas intactas àquele indicado pelo remetente. É o que eu entendo.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2021