quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

USO DO BALANDRAU POR APRENDIZES E COMPANHEIROS

Em 01/07/2021 o Respeitável Irmão Fernando Rodrigues de Souza, Loja Virtude e Bondade, 146, GOB-AL, REAA, Oriente de Maceió, Estado de Alagoas, formula a seguinte pergunta:

 

BALANDRAU

 

O uso de balandrau é permitido entre Aprendizes e Companheiros em sessões ordinárias?


 

CONSIDERAÇÕES:

 

Alguns ritos maçônicos permitem o uso do balandrau, outros não. No caso do REAA ele é uma vestimenta permitida para todos os Irmãos nas sessões ordinárias, isto é, vestem-no Aprendizes, Companheiros e Mestres.

Obviamente que o uso do balandrau na Maçonaria deve seguir regras como a de ser de cor negra, sem nenhuma inscrição ou símbolo, talar (até os talões), manga comprida e abotoado no colarinho.

No que diz respeito à sua gradação negra, é porque o matiz alude à neutralidade. Para a Maçonaria nada existe de iniciático e esotérico quanto à sua cor.

Infelizmente aqui no Brasil alguns cultuam antipatia contra o uso do balandrau, talvez mais por questão cultural, já que o terno preto e camisa branca é o velho traje de missa da igreja que era usado com frequência no passado tupiniquim.

É bom que se diga que o terno preto - embora usem normalmente a parelha - também não é unanimidade na Maçonaria Universal, pois existem países em que os maçons se vestem conforme sua cultura e mesmo não adotam nem o terno e nem o balandrau, aceitando um traje compatível com os trabalhos maçônicos, desde que acompanhado do avental. A propósito, longe está a qualidade de um rito ser melhor do que outro porque uniformiza os seus obreiros. É bom lembrar que a verdadeira vestimenta do maçom é o avental e esse todos os ritos obrigatoriamente adotam.

A bem da verdade, embora alguns contestem, o balandrau acompanha a Maçonaria desde os tempos do ofício, a exemplo das Associações Monásticas e Confrarias Leigas até as Guildas de Construtores da Idade Média.

Como vestimenta de construtores, o balandrau é registrado já na primeira associação de ofício organizada como a dos Collegia Fabrorum, século VI a.C. que acompanhavam as legiões romanas para reconstruir o que a atividade bélica havia destruído durante as conquistas. Nesse caso, o balandrau como traje os diferenciava da vestimenta dos legionários.

Em tempo, vale ainda lembrar que não existia Maçonaria no século VI. A citação aqui é apenas para registrar o uso de uma indumentária e não o tornar como prova de existência da Maçonaria.

Deste modo, como se pode ver, o balandrau não é nenhum monstrinho que possa escandalizar alguns apaixonados pelo terno preto. Contudo, aqui no Brasil, cada rito determina o seu traje, portanto, sem nenhum juízo de valor, segue-se o que está previsto no regulamento e no ritual em vigência.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

DEZ/2021

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