terça-feira, 28 de novembro de 2017

LUZ VERMELHA (2)

Em 04/09/2017 o Respeitável Irmão Eduardo Bettoni, Loja Paese Novo, 107, REAA, GLERGS, Oriente de Antonio Prado, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a questão abaixo:

A LUZ VERMELHA


Construímos nosso Templo em 2004. Na época um Irmão ficou com a responsabilidade da iluminação da Loja. Estrelas, planetas, colunas, etc., e colocou uma lâmpada vermelha dentro do Templo, em cima da Porta de Entrada.
Questionei-o na época, mas se limitou a dizer que era necessária. Sempre tive curiosidade sobre o significado dela. Busquei em livros e na internet, e nada achei sobre a tal lâmpada, que existe em outros templos também. Normalmente de cor vermelha. Algumas na parede, outras penduradas.
A única coisa que encontrei foi um texto da luz do átrio, que na realidade é um comentário que é feito por vários integrantes da loja. Nada de simbolismo.
Minha dúvida: Qual o significado e em qual rito ela é utilizada? Se eu posso excluir da minha Loja?

CONSIDERAÇÕES.

Ainda no mês de outubro próximo passado eu respondi uma questão relacionada a essa famigerada lâmpada vermelha que vez por outra ainda aparece na Maçonaria.
Esse anacronismo vem de tempos passados quando esse costume acabou ingressando como decoração de muitos templos maçônicos.
É lamentável que ainda hoje esse absurdo possua espaço na nossa Moderna Maçonaria.
Essa tal “luz vermelha”, segundo a irresponsabilidade dos seus inventores, imagina a presença da Divindade. Ora, além de desmedido despropósito querer compara-la à Divindade, o pior é que alguns ainda não aprenderam que, por exemplo, no REAA\ o símbolo da Divindade é unicamente o Delta Radiante que vai colocado ao alto no Retábulo do Oriente.
Existe ainda uma gama desses inventores que quer justificar essa besteira, idealizando que isso era um costume da Maçonaria de Ofício onde os maçons iluminavam a frente de um local com uma luz vermelha no intuito de indicar que ali ocorreria uma reunião maçônica – nos tempos de antanho nem mesmo existiam lâmpadas elétricas, muito menos ainda, “vermelhas”.
Como se pode ver, o poder da imaginação parece não ter limites.
Justificativa capenga, os maçons do passado primavam muito pela discrição e segurança contra perseguições, portanto não iriam aleatoriamente ficar indicando os locais das suas reuniões com luz de matiz avermelhado na intenção de chamar atenção.
Assim, essa “luz vermelha” retrógrada, que ainda alguns querem lhe dar uma feição divina, ou ainda um artifício para chamar atenção, nada mais é do que o mais puro exercício de irresponsável imaginação, pois na realidade “luz vermelha” na porta, universalmente é conhecida como símbolo de outra coisa que não cabe aqui mencionar.
Enfim, essa lâmpada vermelha, tanto no lado de dentro como no lado de fora da porta do Templo é inexistente na liturgia e simbolismo maçônico, não existindo, portanto, na séria literatura maçônica qualquer explicação para essa barbaridade. Se existe alguma coisa, fique certo que isso nada mais é do que mera especulação.
Na pura Maçonaria não deveria existir essas elucubrações.


T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2017

2 comentários:

  1. No ritual do Gorgs essa lâmpada vermelha, se presente, substitui a vela.

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  2. Pois é, e aí pergunta-se: que vela? Essa é outra invenção se for no REAA. Não existe outra vela, chama votiva ou outra coisa assim qualificada. No REAA não existe vela sobre o Altar dos Perfumes que fica acesa durante a sessão. Luzes no Templo, ou são as que iluminam o ambiente ou as Luzes que correspondem ao Venerável, Primeiro e Segundo Vigilantes, cujas quais são acesas conforme o grau, podendo ser inclusive lâmpadas elétricas. Não existe nenhum cerimonial que seja original do REEA para acendimento de velas. Respeitando, mas lamentando ao mesmo tempo, é uma pena que esses anacronismos ainda façam parte de determinados rituais aqui no Brasil.

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