Em 12/08/2017 o Respeitável Irmão Cláudio Rodrigues do Oriente de Belo
Horizonte me envia uma questão formulada pelo Respeitável Irmão Maurício José
Razzaboni, Loja Rui Barbosa, nº 10, REAA, Grande Oriente do Paraná (COMAB),
Oriente de Sertanópolis, Estado do Paraná.
OFÍCIO DO CHANCELER:
Estou elaborando um trabalho sobre a importância do Chanceler e li seu
trabalho pu
blicado no JB News – informativo n. 1590 e gostaria primeiro de
parabeniza-lo pelo excelente trabalho.
Estou elaborando um trabalho para ser apresentado em minha loja e
gostaria se possível, da ajuda do Irmão, pois tenho um número reduzido de obras
maçônicas.
Pois bem.
No REAA de qualquer Potência, é preciso, para a loja ser justa e
perfeita: “que três a governem, cinco a componham e sete a completem”.
No vosso trabalho, o irmão citou o Chanceler, para compor os sete
mestres.
DÚVIDAS:
1. Quem verifica se a Loja está completa? Seria o Chanceler no momento
da coleta das assinaturas dos presentes?
2. Em caso positivo,
não seria conveniente adicionar uma pequena fala ao Chancelar, ainda na sala de
passos perdidos, avisando o Venerável mestre que a Loja contém o número
suficiente/legal para ser aberta? (É
esse o ponto de pesquisa do meu trabalho).
Veja o Mestre de Cerimonias, comunica ao Venerável Mestre que os Irmãos
estão revestidos de suas insígnias, pois este os revestiu, anteriormente.
E o trabalho do chanceler é verificar as faltas, presenças e assinaturas
dentro outros.
A meu ver seria também o responsável para comunicar o Venerável do
número de Irmãos presentes.
Compulsando outros rituais de outras Potências, bem como a obra do irmão
José Castellani, no tocante ao REAA, o aludido Irmão faz referência a este procedimento,
asseverando que o Irmão chanceler comunica o Venerável do número de presentes
(para abrir a sessão) dentro do templo, antes da ritualística com os Vigilantes.
Porém, acredito ser pertinente tal comunicação, na Sala de Passos Perdidos,
antes de adentrar no tempo, como acima mencionei.
Neste sentido estou elaborando um trabalho e gostaria que o Irmão, se
possível, respondesse minhas indagações.
CONSIDERAÇÕES.
Bem, devo comentar
que não citei o Irmão Chanceler na resposta mencionada no JB News 1590. Naquele
questionário, a questão nº 5 se referia ao número mínimo de Mestres para a
abertura da Loja, pelo que eu citei como resposta que no REAA\ seriam as três Luzes da Loja, o Orador,
o Secretário e, somados a esses cinco, ainda o Cobridor Interno e ao próprio
Mestre de Cerimônias – obviamente essa seria uma condição precária.
Sem dúvida que
dentre as obrigações do Chanceler, uma delas é a de registrar no livro próprio
da Loja a presença dos Irmãos do quadro, dos visitantes e deles colher suas
assinaturas.
Num caso de estarem
presentes apenas sete Mestres para os trabalhos, então o Mestre de Cerimônias é
quem geralmente assume a eventual lacuna deixada pela falta do titular da
chancelaria exercendo também o seu ofício.
Também não se discute
aqui as obrigações dos titulares dos cargos na Loja, já que se eles existem é
porque os trabalhos litúrgicos deles dependem.
Assim, é devido a
isso que o Chanceler responde ritualisticamente, conforme especifica ritual, a
indagação do Venerável Mestre quando ele pergunta se existe número regular de
Irmãos para a abertura dos trabalhos. É sabido que o número mínimo regular é de
sete Mestres.
Evidentemente que a
dialética de abertura da Loja envolve aspectos simbólicos e, dentre os quais, o
do ofício do Chanceler que é quem guarda do Livro de Presenças da Loja.
Entretanto, isso é meramente simbólico, pois se porventura não existisse na
oportunidade a presença mínima de Irmãos exigida por lei, a Loja nem mesmo estaria
em processo de abertura.
Agora ainda querer
atribuir ao Chanceler à missão de comunicar ao Venerável no ambiente que
antecede os trabalhos da inexistência desse número regular me parece ser um
excesso de preciosismo, pois esse baixo índice de presença seria obviamente
notado por aqueles que transitam no recinto. Em síntese, não há o porquê de
comunicar o óbvio.
Concluindo, não
obstante a sua boa vontade e preocupação com as práticas da liturgia maçônica, eu
penso que não seria pertinente o Chanceler comunicar o que está
escancaradamente visível.
T.F.A.
PEDRO
JUK
NOV/2017
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