sábado, 24 de março de 2018

USO DA PALAVRA NO ORIENTE - SENTADO OU EM PÉ?


Em 11/12/2017 o Respeitável Irmão Teodoro Robens Freitas Silveira, Loja Apóstolos da Galiléia, 2.412, REAA, GOB-MG, Oriente de Montes Claros, Estado de Minas Gerais, solicita esclarecimentos.

USO DA PALAVRA NO ORIENTE – SENTADO OU EM PÉ?


Em nossa Loja, quando se usa a palavra, "as Luzes" (Venerável Mestre, 1º e 2º Vigilantes) permanecem sentadas; e também o Orador e Secretário por força do seu ofício.
Em muitos livros maçônicos deparamos com informação de que "o único que tem a palavra franqueada a todo tempo da sessão e estando SENTADO, é o Venerável Mestre", ou "os Vigilantes DEVEM LEVANTAR e permanecerem de pé e à Ordem como todo e qualquer obreiro de sua coluna" e que o Orador e o Secretário se forem manifestar como obreiros (em caráter particular), deverão proceder como todos, ou seja: ficarem de pé e à Ordem, cumprimentar as Luzes, Autoridades presentes e demais Irmãos.
Instrua-me, por favor.

CONSIDERAÇÕES.

No que diz respeito à originalidade do REAA\, desde o aparecimento do Oriente elevado o qual fora consumado nas hoje já extintas Lojas Capitulares, mas que conservou o costume de demarcar o oriente à moda capitular no simbolismo, os que ali trabalham ou tomam assento falam sentados, entretanto quem desejar falar em pé se posiciona à Ordem. Essa regra só é quebrada nas ocasiões em que o ritual determinar o contrário.
Não existe essa história de que Orador e Secretário usando a palavra em caráter particular (fora do seu ofício) necessitem falar em pé. Como membros do Oriente eles podem falar sentados em qualquer ocasião.
Já no Ocidente falam sentados por direito apenas os Vigilantes, salvo nas ocasiões em que ritual determinar o contrário. Assim, esses falando em pé, falam à Ordem.
É oportuno mencionar que as Luzes da Loja se posicionam à Ordem como os demais, isto é, compondo o Sinal com a mão, ou mãos se for o caso. Nessas oportunidades eles deixam o malhete sobre o móvel e fazem o Sinal de Ordem. É regra: não se faz Sinal com o instrumento de trabalho, ou seja, não se usa o objeto para fazer o Sinal, bem como ninguém fica à Ordem sentado.
A despeito do que fora até aqui mencionado, essas são regras consuetudinárias do Rito e, por serem tão óbvias, não carecem estar escritas. Aliás, em respeito ao sigilo maçônico, bons rituais não ficam por aí a esmiuçar procedimentos ritualísticos. Explicá-los é dever de ofício dos Mestres. É péssima a geometria de se procurar a lei do menor esforço, onde tudo deve irremediavelmente estar escrito.
Por fim, quem usa a palavra, em pé ou sentado, deve protocolarmente antes se dirigir genericamente às Luzes, autoridades e demais Irmãos, mas sem individualiza-las. Isso não é cumprimento nem saudação, senão outra regra consuetudinária do Rito – a de se dirigir a palavra seguindo essa ordem.

P.S. –. Nem tudo que reluz é ouro. Ainda existem muitas concepções anacrônicas que insistentemente continuam publicadas no nosso mercado livreiro. Eu diria: verdadeiras carcaças de dinossauro que, pelo tamanho da bobagem, são difíceis de consumir.




T.F.A.

PEDRO JUK


MARÇO/2018

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