EM 09/12/2017 o Respeitável Irmão
Waldemar Marconato, Loja Maçônica nº 08, REAA, Grande Oriente do Estado do Mato
Grosso (COMAB), Oriente de Cuiabá, Estado do Mato Grosso, solicita
esclarecimentos para o que segue:
PARAMENTOS DA LOJA
Em minha Loja, houve apresentação de trabalho por um Aprendiz, com tema
Paramento da Loja. Entretanto ao fazer a apresentação, o Esquadro e o Compasso,
foram feitos separadamente e não em conjunto como determina o ritual, mesmo o
Aprendiz ter dito que assim procedia por questões de metodologia. Houve
manifestações de Mestres, que o trabalho não se apresentava dentro da
formalidade ritualística, portanto poderia
ser considerado fora do Grau. Estou interessado em colher luzes conceituais a respeito para elucidação e melhor aprendizado. Eu particularmente entendo também não ser possível, por razões obvias de graus superiores e também pelas preliminares do REAA, previsto no Ritual de Iniciação que diz: O Ritual deve ser executado rigorosamente conforme foi elaborado. Nos trabalhos litúrgicos e EM QUALQUER SESSÃO, é vedada a inclusão de cerimônias, palavra, expressões ou atos que não constem do presente Ritual.
Pela sua generosa atenção antecipo os meus agradecimentos, pois no
momento não estou conseguindo literatura especifica de conceitos mais amplos.
COMENTÁRIOS.
Os Paramentos de uma
Loja são constituídos pelo Livro da Lei (geralmente a bíblia), o Esquadro e o
Compasso. Esse conjunto tem presença obrigatória nos ritos que compõem a
Moderna Maçonaria.
Nesse particular o
Esquadro e o Compasso, na grande maioria dos ritos, somente se mostram unidos
em Loja e, junto ao Livro, eles possuem um altíssimo significado simbólico.
Genericamente, no
sentido figurado o Livro é a lei moral, o Esquadro (ética) é a retidão e o
Compasso (moral) é a justa medida. Já no sentido esotérico, o Livro é a fé que
sustenta e anima, o Esquadro é a matéria (passível de aperfeiçoamento), e o
Compasso é o espírito (passível de aprimoramento). Esse ternário emblemático
foi constituído para representar a alma da Loja.
A despeito desses
comentários, é mister se compreender que no simbolismo maçônico existem, longe
da licenciosidade, três métodos de interpretação: a literal, a figurada e a
esotérica.
Assim, nas peças de
arquitetura, o conjunto emblemático que constitui os Paramentos da Loja pode
ser dissertado, ou individualmente em relação às suas partes, ou mesmo sob a
óptica do emblema que essa tríade representa. Para essa questão depende do enfoque
que o autor queira lhe dar, portanto nada impede que se aborde um, dois ou três
desses objetos, unidos ou separados, desde que se destaque que o a abordagem é relativa,
nesse caso, aos Paramentos da Loja. Afinal, se são “paramentos”, eles
excedem à unidade, portanto passiveis de serem conjugados um a um.
É oportuno se
considerar que além do Esquadro e do Compasso, que só se mostram unidos sobre o
Livro da Lei, existem ainda outros deles apresentados individualmente como
instrumentos simbólicos operativos herdados da Maçonaria de Ofício – ancestrais
da Maçonaria Especulativa.
Um bom exemplo disso
é o Esquadro operativo (com cabo e graduação) que representa a joia do
Venerável. Já o que representa uma das Luzes Emblemáticas não é operativo (sem
graduação e de ramos iguais) - infelizmente nesse particular andam por aí
inúmeros rituais equivocados que não atentam para esse detalhe, inclusive
invertendo esses instrumentos quanto a sua finalidade (mera desatenção ou falta
de conhecimento de pseudos-ritualistas).
Em relação ao
Compasso, existe o que é um dos Paramentos da Loja, enquanto que outro, por
exemplo, é uma das ferramentas de trabalho do Mestre.
No que diz respeito a
essa concepção, é então primordial se atentar ao que se refere efetivamente à
abordagem do símbolo.
No que diz respeito à
sua questão propriamente dita, o “estar
fora do grau”, depende do enfoque que o autor do trabalho lhe deu, mas
nunca simplesmente por ter abordado individualmente um desses objetos
simbólicos emblemáticos. No tocante ao ritual mencionar o que é vedado, não se
vê no que algo pode ter sido incluído ao ponto de tê-lo desrespeitado, até
porque fica difícil opinar sem se conhecer o conteúdo do trabalho e o seu
objetivo.
T.F.A.
PEDRO JUK
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