Em
04/04/2018 o Respeitável Irmão Juvenal Cordeiro Barbosa, Loja Novo Tempo, nº
19, REAA, Grande Oriente do Mato Grosso do Sul, COMAB, Oriente de Campo Grande,
Estado do Mato Grosso do Sul, solicita o seguinte esclarecimento:
CONDUTA RITUALÍSTICA NA VERIFICAÇÃO - VOLTADOS PARA O ORIENTE
Em nossa Potência e temos observado que em outras
Lojas de outra Potência assim também procede, e não consegui identificar ou
receber uma informação do por quê:
Na abertura da Sessão Magna de Elevação, todos se
voltam para o Ocidente e na Sessão Magna de Exaltação todos se voltam para o
Oriente. Existe um por que desse procedimento ritualístico?
CONSIDERAÇÕES.
Embora alguns rituais adotem essas práticas, na realidade o procedimento
correto não é bem esse em se tratando do REAA.
A liturgia correta para
qualquer sessão, Magna ou Ordinária (Econômica), é a seguinte, ou pelo menos
deveria ser:
a)
No Primeiro Grau, apenas o Primeiro Vigilante, do seu lugar, verifica se
todos os presentes nas Colunas são Maçons. Ele assim os identifica solicitando
que todos no Ocidente (em ambas as Colunas) fiquem à Ordem como Aprendiz Maçom.
Nessa oportunidade todos os ocupantes do Oriente permanecem sentados,
pois nesse espaço do recinto da Loja não existe telhamento. Justifica-se ali não existir telhamento porque nesse lugar só ingressam Mestres, cujos quais, por
ocuparem o Oriente, são de responsabilidade do Venerável Mestre.
b)
No Segundo e Terceiro Grau o procedimento no Ocidente é diferente,
enquanto que no Oriente - por ali não existir telhamento - todos continuam
sentados tal qual ocorre na Loja de Aprendiz.
Nesses casos, no Ocidente se passa o
seguinte: atendendo ordem todos ficam em pé e se voltam para o Oriente. Em
seguida os Vigilantes, cada qual pela sua Coluna, começando por aquele que
estiver mais próximo da parede ocidental, procedem ao telhamento individual na
forma de costume. Não passam por esse telhamento, por já terem sido
reconhecidos pelo Mestre de Cerimônias ao serem revestidos, os ocupantes de
cargos. É oportuno lembrar que cargos em Loja são privativos de Mestres Maçons.
Concluído o telhamento, os Vigilantes comunicam o resultado da
verificação ao Venerável Mestre que dá sequência à abertura dos trabalhos.
Outras explicações
necessárias:
a)
Os do Ocidente ficam em pé e voltados para o Oriente para que, durante o
telhamento, os que estiverem à frente nada vejam o que se passa na retaguarda.
b)
Dado a isso é que o telhamento começa sempre por aqueles que estiverem
mais próximos à parede ocidental.
c)
Por não existir verificação no Oriente durante a abertura dos trabalhos,
por óbvio todos que ali tomam assento permanecem normalmente sentados.
d) No Oriente ninguém
fica de costas para o Ocidente nessa oportunidade.
Dadas essas explanações, cabe mencionar que essa “estória” de todos os
ocupantes da Loja se voltarem para o Oriente, inclusive os ocupantes do
quadrante oriental, nada mais é do que mera prática anacrônica e que não faz
nenhum sentido, seja ela em Loja de Segundo Grau ou de Terceiro Grau.
Infelizmente esse anacronismo, que de há muito já foi superado, ainda é
trazido à tona por alguns rituais. O Oriente é o final da escalada iniciática e
todos ali são de responsabilidade do Venerável Mestre, portanto, simbolicamente
nesse lugar não existe verificação já que nada é desconhecido iniciaticamente.
Assim sendo, não existe nenhuma explicação para essa prática arcaica
onde indiscriminadamente todos se voltam para o Oriente. Isso nada mais
é do que mera filigrana e não encontra nenhum amparo na razão. A liturgia de
abertura onde isso pode acontecer e é justificável se restringe apenas aos
ocupantes do Ocidente da Loja, nunca aos do Oriente.
A propósito, se muitos rituais ainda contemplam essas contradições, é
bem verdade que outros, felizmente, já extirparam esse anacronismo.
T.F.A.
PEDRO JUK
JUNHO/2018
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