sexta-feira, 1 de junho de 2018

CONDUTA RITUALÍSTICA NA VERIFICAÇÃO - TODOS VOLTADOS PARA O ORIENTE


Em 04/04/2018 o Respeitável Irmão Juvenal Cordeiro Barbosa, Loja Novo Tempo, nº 19, REAA, Grande Oriente do Mato Grosso do Sul, COMAB, Oriente de Campo Grande, Estado do Mato Grosso do Sul, solicita o seguinte esclarecimento:

CONDUTA RITUALÍSTICA NA VERIFICAÇÃO - VOLTADOS PARA O ORIENTE


Em nossa Potência e temos observado que em outras Lojas de outra Potência assim também procede, e não consegui identificar ou receber uma informação do por quê:
Na abertura da Sessão Magna de Elevação, todos se voltam para o Ocidente e na Sessão Magna de Exaltação todos se voltam para o Oriente. Existe um por que desse procedimento ritualístico?

CONSIDERAÇÕES.

Embora alguns rituais adotem essas práticas, na realidade o procedimento correto não é bem esse em se tratando do REAA.
A liturgia correta para qualquer sessão, Magna ou Ordinária (Econômica), é a seguinte, ou pelo menos deveria ser:
a)    No Primeiro Grau, apenas o Primeiro Vigilante, do seu lugar, verifica se todos os presentes nas Colunas são Maçons. Ele assim os identifica solicitando que todos no Ocidente (em ambas as Colunas) fiquem à Ordem como Aprendiz Maçom. Nessa oportunidade todos os ocupantes do Oriente permanecem sentados, pois nesse espaço do recinto da Loja não existe telhamento. Justifica-se ali não existir telhamento porque nesse lugar só ingressam Mestres, cujos quais, por ocuparem o Oriente, são de responsabilidade do Venerável Mestre.
b)    No Segundo e Terceiro Grau o procedimento no Ocidente é diferente, enquanto que no Oriente - por ali não existir telhamento - todos continuam sentados tal qual ocorre na Loja de Aprendiz.
Nesses casos, no Ocidente se passa o seguinte: atendendo ordem todos ficam em pé e se voltam para o Oriente. Em seguida os Vigilantes, cada qual pela sua Coluna, começando por aquele que estiver mais próximo da parede ocidental, procedem ao telhamento individual na forma de costume. Não passam por esse telhamento, por já terem sido reconhecidos pelo Mestre de Cerimônias ao serem revestidos, os ocupantes de cargos. É oportuno lembrar que cargos em Loja são privativos de Mestres Maçons.
Concluído o telhamento, os Vigilantes comunicam o resultado da verificação ao Venerável Mestre que dá sequência à abertura dos trabalhos.
Outras explicações necessárias:
a)    Os do Ocidente ficam em pé e voltados para o Oriente para que, durante o telhamento, os que estiverem à frente nada vejam o que se passa na retaguarda.
b)    Dado a isso é que o telhamento começa sempre por aqueles que estiverem mais próximos à parede ocidental.
c)     Por não existir verificação no Oriente durante a abertura dos trabalhos, por óbvio todos que ali tomam assento permanecem normalmente sentados.
d)    No Oriente ninguém fica de costas para o Ocidente nessa oportunidade.
Dadas essas explanações, cabe mencionar que essa “estória” de todos os ocupantes da Loja se voltarem para o Oriente, inclusive os ocupantes do quadrante oriental, nada mais é do que mera prática anacrônica e que não faz nenhum sentido, seja ela em Loja de Segundo Grau ou de Terceiro Grau.
Infelizmente esse anacronismo, que de há muito já foi superado, ainda é trazido à tona por alguns rituais. O Oriente é o final da escalada iniciática e todos ali são de responsabilidade do Venerável Mestre, portanto, simbolicamente nesse lugar não existe verificação já que nada é desconhecido iniciaticamente.
Assim sendo, não existe nenhuma explicação para essa prática arcaica onde indiscriminadamente todos se voltam para o Oriente. Isso nada mais é do que mera filigrana e não encontra nenhum amparo na razão. A liturgia de abertura onde isso pode acontecer e é justificável se restringe apenas aos ocupantes do Ocidente da Loja, nunca aos do Oriente.
A propósito, se muitos rituais ainda contemplam essas contradições, é bem verdade que outros, felizmente, já extirparam esse anacronismo.

T.F.A.

PEDRO JUK


JUNHO/2018


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