quinta-feira, 31 de maio de 2018

A PONTA LIVRE DO COMPASSO - RITUALÍSTICA DO SEGUNDO GRAU - REAA


Em 03/04/2018 o Respeitável Irmão Gilberto S. Oliveira Filho, Loja União e Lealdade, 547, Grande Loja do Estado de São Paulo, REAA, Oriente de Osasco, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão:

A PONTA LIVRE DO COMPASSO


Eu sempre recebia a revista eletrônica JB News, enviada pelo Ir. Jerônimo Borges.
Bom, em uma destas edições, há uma resposta dada através de um de seus artigos, referente a uma indagação feita por um irmão, com a seguinte pergunta; "No 2º Grau, há obrigatoriedade da Ponta do Compasso ficar "descoberta" para a Coluna dos Companheiros?" Eu gostaria de consultá-lo, sobre este tema. Eu não encontrei nenhum artigo, exceto este referido. Eu seria muito grato em receber uma resposta direta, neste e-mail, ou indicar-me o nº da edição JB News, para uma pesquisa.

CONSIDERAÇÕES.

Já dei inúmeras respostas a respeito, das quais muitas foram publicadas no nosso sempre lembrado JB News, revista eletrônica que encerrou as suas atividades no primeiro quartel do ano de 2017. A despeito disso vamos então relembrar esse tema que faz parte do grau mais genuíno da Maçonaria - o Grau de Companheiro Maçom.
No rigor da lei iniciática do Segundo Grau o importante é que uma das pontas do Compasso que vai entrelaçado ao Esquadro sobre o Livro da Lei fique livre.
Não importa qual, pois a sua interpretação esotérica menciona que o Companheiro Maçom, mais evoluído, é agora senhor de todos os caminhos no Ocidente, tanto para o Norte, lugar por onde ele passou quando era ainda Aprendiz, bem como agora no Sul onde ele exerce o ofício de elevar a Obra ao Meio-Dia.
Isso pode ser comprovado pela Marcha do Segundo Grau, onde a maioria dos autores autênticos, a exemplo de Theobaldo Varolli Filho, menciona que a variação do passo tanto pode ser para a direita ou para a esquerda, a despeito de que em alguns casos é preferível que seja para a esquerda em respeito à circulação obrigatória que se dá em alguns ritos quando se passa de uma para outra Coluna (circulação horária).
Já em termos de ritualística, do ponto de vista daquele que abre e lê o Livro da Lei, quem determina qual ponta da haste dessa Luz Emblemática (Compasso) deva ficar livre é o ritual em vigência na Obediência.
Assim, alguns rituais não mencionam o lado, enquanto que outros mencionam.
Geralmente os rituais que especificam o lado da ponta livre do Compasso o fazem indicando que o mesmo deve coincidir com a Coluna onde os Companheiros ocupam lugar na Loja, ou seja, com o lado Sul. Nesse caso, sob o ponto de vista de quem abre o Livro da Lei, a ponta direita.
A despeito de que essa até seja uma justificativa sugestiva, ela não pode servir de regra por não possuir amparo iniciático, pois como dito, o Companheiro é livre para circular por todo o Ocidente.
Nesse sentido, o melhor mesmo é seguir o que menciona o ritual, porém compreendendo que essa ponta livre, não importando o lado indicado no ritual, demonstra que houve evolução na vida do operário especulativo. Demonstra que no seu aprimoramento espiritual ele consegue agora equilibrar suas ações e pensamentos em relação à materialidade humana.
Assim, como já mencionado, no caso do REAA\ essa evolução e aprimoramento podem ser constatados por vários aspectos da liturgia. Note por exemplo a Marcha que, dentre outros, exprime a ideia de retomada de curso na senda iniciática. O Companheiro, perambulando a procura de mais conhecimento sabe por si só retomar o curso em direção à Luz. Nesse particular, a evolução é o esclarecimento demonstrado alegoricamente pelo acréscimo de mais luzes litúrgicas acesas em relação àquelas que aparecem na Loja de Aprendiz. Em síntese, mais luz, mais esclarecimento.
Dados esses apontamentos, por fim cabe mencionar que de tudo o que a liturgia maçônica nos ensina, o importante é vivenciar essa evolução, pois a ponta liberta do Compasso não é uma ação meramente contemplativa. O importante nesse caso não é o lado, mas sim viver esse emblema altamente significativo para vida do maçom, sobretudo quando já tiver ultrapassado a porta para conhecer a Árvore da Vida.


T.F.A.

PEDRO JUK

MAIO/2018

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