Em 20/02/2018 o
Respeitável Irmão Paulo Fagundes de Lima, Loja Basileia, 4.109, REAA, GOSP-GOB,
Oriente de São Paulo, Capital, formula a seguinte questão:
CIRCULAÇÃO EM LOJA
Existe atualmente um esforço de padronizar o
entendimento do REAA em São Paulo, e recentemente esteve nos visitando uma
autoridade maçônica, que nos alertou que nossa entrada no Templo estava errada.
Ao entrar no Templo para inicio da sessão, entrávamos na seguinte ordem:
primeiro os aprendizes entrando pela esquerda para a coluna norte; em segundo
os companheiros entrando pela direita para a coluna sul, em terceiro os mestres
sem cargos entrando em ambas as colunas, em quarto os mestres com cargos
entrando pelas suas respectivas colunas, e ao fim, os vigilantes entrando pelas
suas respectivas colunas e o Venerável pelo centro da Loja. A orientação dada
no sentido de corrigir nossa entrada, é que a sequência de entrada deveria ser
mantida, porém a entrada se dá pela esquerda (coluna do norte) fazendo-se a
circulação no sentido horário, mesmo a Loja não estando aberta. Para
exemplificar, o 2º experto que anteriormente entrava pela direita (coluna do
sul) e imediatamente ficava em frente de sua cadeira, pela nova determinação,
entra pelo norte, e circula inteiramente o ocidente antes de acessar sua
posição. Par
a sustentar esse posicionamento, foi citada a pagina 42 do ritual
de aprendiz do GOB, e como o ritual é lei, precisa ser seguido. Ao questionar
que a Loja não estava aberta, ele disse que isso é indiferente, uma vez que o
Templo foi “Sagrado”, e portanto não se pode estar nele fora da sessão, nem
andar de qualquer modo dentro dele, independente de haver ou não uma sessão em
andamento. Minha dúvida: Não seria isso um erro de interpretação? A expressão
no ritual na pagina 42 – item 1.8 – Da circulação em Loja e Saudação, não se
refere a “Loja” no sentido de “sessão”? Tanto é que no inicio dos trabalhos o
venerável mestre pede: “ajudai-me a abrir a Loja”. Independente do que está ou
não escrito, não me parece razoável adotar uma circulação ritualística em Loja
estando a mesma fechada. Pois se você este o caso, poderíamos imaginar o
absurdo que nas férias maçônicas ao fazermos manutenção ou limpeza no Templo,
teríamos que ter um mestre maçom orientando os profanos a andarem de forma
ritualística, ou pior, deixando os profanos andarem sem problema, mas na
existência de algum maçom, este circulando no sentido horário. Imagine este
maçom tendo que levar uma lata de tinta para o pintor que está retocando o lado
do mestre de harmonia. Com certeza o pintor imaginaria que nosso irmão maçom
tem um parafuso a menos. (desculpe a ironia) Qual sua opinião? Obrigado
CONSIDERAÇÕES.
É
devido a essas preciosidades que não raras vezes vivemos uma Maçonaria de faz de
conta e recheada de aberrações hauridas de opiniões pessoais.
Cada
vez mais me convenço de que se só existe no Brasil e não é jabuticaba, ou é
besteira ou é privilégio de alguns.
Alguém
precisaria informar a essa “sumidade” que sagração (consagração) do templo nada
tem a ver com o religioso e com o sagrado, mas sim com a conferência de
dignidade a um local para que os trabalhos maçônicos se realizem em Loja
aberta.
Também
seria de bom alvitre informar à “autoridade” que o que está na página 42 do
Ritual de Aprendiz do REAA, edição de 2009 do GOB se refere às práticas
inerentes à liturgia de uma Loja em trabalho ou em providências para sua
abertura (meus Irmãos, ajudai-me a abrir
a Loja).
Também
seria conveniente perguntar ao “oráculo” como faz a pessoa encarregada pela
limpeza do recinto. Teria ela que ser iniciada? Teria ela que obedecer a
circulação ao passar de uma para outra coluna conduzindo baldes, esfregões,
vassouras, etc.? Ora, essa é mesmo d’escrachar!
Pois
bem, deixando essas divagações de lado, o ingresso no Templo se faz antes das
providências para a abertura de uma Loja. Nessa oportunidade não é necessária à
circulação horária no Ocidente.
Assim,
estando todos preparados e autorizados para ingressar no recinto conforme prevê
o ritual, os que ocupam o Ocidente, obedecendo à ordem de disposição do
préstito, ingressam sem circulação, isto é, cada qual adentra pelo lado da sua
Coluna. Os do Norte pelo lado esquerdo de quem ingressa, os do Sul pelo lado
direito e os do Oriente diretamente pelo lado que melhor lhes aprouver. Por
último, acompanhando o Mestre de Cerimônias (que vai à frente), o Venerável
Mestre que geralmente, por uma questão de praticidade, ao Oriente se dirige diretamente
pelo lado esquerdo de quem entra.
Ratificando,
nessa oportunidade não há circulação horária. Ela só começa a partir do momento
em que o Venerável Mestre ordena para que todos tomem assento e em seguida solicita
auxílio para abrir a Loja. Antes disso, nunca.
É
oportuno mencionar que existem duas características na existência de uma Loja.
Uma é a de que ela existe como pessoa jurídica e como instituição regularizada
na Obediência pela carta constitutiva. A outra é que ela existe como Corporação
Maçônica e depende da liturgia para a sua abertura. A Corporação Maçônica é
representada pelo Estandarte da Loja, cujo qual deveria ser desfraldado no
momento em que a Loja (Corporação) fosse declarada aberta e sendo recolhido
assim que declarada fechada. É pena que essa tradicional ritualística tenha
sido suprimida nos nossos rituais. A exposição e o recolhimento do Estandarte
explicariam o porquê e a razão de muitos procedimentos que compõem a
ritualística maçônica, dentre os quais, certamente os momentos em que se dá a
circulação em Loja no REAA\.
Concluindo,
em relação a sua questão, a “autoridade” está dando uma interpretação
completamente equivocada sobre o caso, confundindo sagração (dar dignidade) com
algo sagrado (religioso) e, por fim, com uma total falta de compreensão do que
é uma Loja (corporação) que existe por um determinado espaço de tempo
compreendido desde a sua abertura até o seu encerramento.
T.F.A.
PEDRO JUK
MAIO/2018
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