Em 13/06/2018 o Respeitável Irmão
Gedir Scardino Lima, Loja Professor Hermínio Blackman, REAA, GOB-ES, Oriente de
Vila Velha, Estado do Espírito Santo, apresenta a seguinte questão:
DESFAZER O SINAL DE ORDEM
Permitam-me uma nova consulta: É sobre o desfazimento do “Sinal de
Ordem” no REAA:
Entendo que uma coisa é desfazer o Sinal de Ordem (simplesmente
desfazer, sem o corte) e outra é a saudação (com o corte). É hábito comum e,
via de regra é assim que nos é ensinado na iniciação: todo desfazimento do
sinal é feito com o corte. Por exemplo, na abertura da Loja, quando todos estão
“de pé e à ordem” e o VM ordena: “Sentemo-nos meus Irmãos”. Os irmãos ao
desfazer o Sinal de Ordem para sentar-se, pergunto: desfaz o sinal simplesmente
ou desfaz fazendo o corte? (Que no meu entender é saudação e não simples
desfazimento do sinal).
CONSIDERAÇÕES.
Não importa a ocasião. Fazendo uma saudação
ou não, um Sinal de Ordem só é desfeito pela aplicação simbólica da pena
correspondente a ele. Assim, não se desfaz um Sinal sem antes completa-lo pela
simulação da pena correspondente.
É sabido que cada grau simbólico possui o seu
Sinal característico, entretanto é necessário se compreender que, como um todo,
um Sinal se compõe por dois tempos distintos. O primeiro é o estático e
corresponde à sua composição, enquanto que o segundo é o dinâmico e corresponde
ao movimento que simula a aplicação simbólica da pena. Assim, os dois tempos
distintos – o estático e o dinâmico – constituem-se no Sinal do Grau, conhecido
genericamente como Sinal de Ordem. Esses dois tempos nunca se separam. Um é
consequência do outro.
A simulação de cada pena simbólica
corresponde anatomicamente aonde ela é aplicada (compleição física) segundo a
tomada do jur\. Daí é que se dá o
nome de Sinal Penal para o gesto dinâmico relativo à execução da pena. É também
conhecido como Gut\, Cord\
e Ventr\ respectivamente.
O termo genérico Sinal de Ordem dado ao Sinal
do Grau é oriundo da postura do maçom quando ele compõe o Sinal, isto é, ele o
faz obrigatoriamente estando à Ordem (em pé, corpo ereto e os pés em esq\).
Assim, o Sinal do Grau, ou de Ordem se congrega
em dois tempos distintos, mas inseparáveis, ou seja, se dão sequencialmente, do
estático para o dinâmico, portanto o Sinal de Ordem de qualquer grau simbólico nunca
será desfeito senão pelo seu respectivo movimento penal (o que lhe dá o nome).
No caso da sua questão, não existe o “sem corte” (sic).
Dadas essas explicações, vamos agora à
“saudação maçônica”.
Em qualquer caso a saudação maçônica é feita
sempre pelo Sinal, ou seja, quem saúda, compõe Sinal e imediatamente a seguir,
pelo gesto da aplicação da pena, faz a saudação. Em síntese, toda a saudação
maçônica é feita pelo Sinal Penal (Gut\, Cord\
ou Ventr\).
Entretanto se faz mister compreender que nem
toda a vez que alguém desfaz um Sinal (penal) estará saudando alguém, pois o
mesmo gesto é adequado também para se desfazer o Sinal. Ratifico: não se desfaz
um Sinal “diretamente”, senão pelo gesto penal.
Em Maçonaria um Sinal é composto para atender
diversos aspetos correlacionados à liturgia do rito. Assim, seguem alguns
exemplos de casos em que o Sinal não é especificamente a saudação maçônica:
a)
Quando
alguém faz o uso da palavra - para tal ele fica à Ordem e se dirige à Loja na
forma de costume. Concluída a sua fala, antes de sentar ele desfaz o Sinal pela
pena simbólica (isso não é saudação).
b)
Quando
todos ficam à Ordem atendendo às determinações emanadas do ritual e, antes de
sentar, desfazem o Sinal (isso não é saudação).
c)
Quando
um oficial em deslocamento vai até alguém em cumprimento ao seu ofício e fica à
Ordem (isso não é saudação).
Dados
esses exemplos, vejamos agora situações em que a composição do Sinal é
saudação maçônica:
a)
Quando
da entrada e saída do Oriente – pelo Sinal, saúda-se o Venerável Mestre (saudação
maçônica prevista no ritual do GOB).
b)
Quando
da entrada formal em Loja – após os passos do grau, faz-se a saudação às Luzes da
Loja (prevista no ritual do GOB).
Por
esses exemplos é possível se compreender que o Sinal cumpre dois aspectos
distintos na liturgia maçônica – o de se compor e desfazer simplesmente o Sinal
de Ordem e o de se saudar alguém em se compondo e desfazendo o mesmo Sinal de Ordem
(Sin\ Gut\ ou Saud\
Maç\).
Dando
por concluídas essas considerações, espero ter esclarecido um pouco dessas
minúcias ritualísticas, destacando, contudo que não se desfaz abruptamente um
Sinal, pois não existe “meio sinal”. Assim, desde que composto (estático), em se
saudando ou não, ele sempre será desfeito (dinâmico – movimento) pela pena
simbólica que lhe dá o nome. No mais, não devo me estender além da conta, já
que os “puristas de plantão” estão a postos para nos criticar imaginando
“revelações de segredos”.
T.F.A.
PEDRO
JUK
AGO/2018
Excelente, proveitosa, instrutiva e muito oportuna a digressão do Ir.'.
ResponderExcluirTFA.
Obrigado pelas palavras e pela vista. T.F.A.
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