Em 01/08/2018 o Respeitável Irmão
Laurindo Roberto Gutierrez, Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil, GOP (COMAB),
Trabalhos de Emulação, Oriente de Londrina, Estado do Paraná, solicita
esclarecimento para o que segue:
CURVATURA NA PAREDE ORIENTAL DO TEMPLO
Por favor, peço que me instrua no seguinte: Alguns templos do REAA tem a
parede do oriente, atrás do Venerável, levemente encurvada, como o arco na hora
em que flecha será lançada. Peço que me instrua sobre isto e se existe mesmo
este detalhe no Templo.
COMENTÁRIOS.
Muitos Templos
antigos do REAA\ trazem a parede
Oriental curvada, isto é, em meia circunferência, cuja porção mediada dela corresponde
ao raio do círculo em concordância com as paredes laterais.
Esse costume
arquitetônico surgiu, não por trazer algum conceito litúrgico, porém para que a
parede meio-circular coincidisse com a abóbada no teto que também era
geralmente construída em carco romano (meio-círculo). Assim, o acabamento da
abóbada na parte oriental do espaço passava esteticamente a concordar com as
respectivas paredes – o teto oriental se comparava a meia cúpula.
Essa disposição
arquitetônica era comum em alguns Templos apenas no limite oriental, nunca o
ocidental, onde nele o semicírculo descrito pela abóbada terminava abruptamente
numa parede vertical.
Na verdade, essa
expressão arquitetônica visava apenas à estética semicircular da parede
oriental, portanto não é de constituição obrigatória.
Alguns rituais mais
antigos no Brasil até preconizavam essa disposição construtiva, o que pode ser
conferido, dentre outros, na planta do templo inserida no ritual do REAA das
Grandes Lojas Estaduais Brasileiras do ano de 1928, assim como no Ritual de
Aprendiz do GOB, datado de 1898. Além desses, muitos outros rituais acabariam
seguindo esse modelo, cujo arquétipo, provavelmente surgiu na França do século
XIX que fora copiado de estilos arquitetônicos comuns em muitas igrejas,
catedrais e abadias da época.
É bem verdade que
muitas edificações de templos maçônicos seguiram - e ainda seguem - esse
modelo. Entretanto nada impede que a parede oriental seja edificada dispensando-se
esse parâmetro construtivo circular – o que tem sido mais comum na atualidade.
Sob o ponto de
vista da liturgia do REAA, a planta de um templo para abrigar os seus trabalhos
deveria obedecer simbolicamente os seguintes parâmetros: um quadrilongo
constituído pela união de três quadrados, sendo um quadrado para o Oriente, um
e meio para o Ocidente e meio quadrado para o Átrio. Esse acoplamento de
quadrados resulta numa área cujo espaço é simplesmente retangular – note que a
parede oriental circular é perfeitamente dispensável nesse caso.
Obviamente que
essas dimensões são apenas simbólicas, já que a racionalidade e o aproveitamento
de espaço ditado pela arquitetura moderna tem feito com que algumas Lojas se
adaptem às salas retangulares adequadas às suas necessidades.
T.F.A.
PEDRO JUK
OUT/2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário