segunda-feira, 29 de julho de 2019

OFÍCIO DOS DIÁCONOS NO REAA


Em 04/04/2019 o Respeitável Irmão André Roque, Loja Barão do Rio Branco, 03, GOEPE (COMAB), REAA, Oriente de Arcoverde, Estado de Pernambuco, solicita esclarecimentos para a seguinte questão:

OFÍCIO DOS DIÁCONOS.
 
Gostaria de seus esclarecimentos a respeito da questão abaixo: No REAA qual a função dos Irmãos primeiro e segundo Diáconos durante uma sessão econômica, ou eles só trabalham nas sessões magnas?

CONSIDERAÇÕES.

Originalmente, no REAA os Diáconos são apenas os transmissores da Palavra Sagrada para a abertura e encerramento dos trabalhos. A liturgia desse ato revive uma antiga prática da Maçonaria de Ofício quando os Diáconos eram ainda os Oficiais de Chão e serviam de mensageiros entre o Mestre da Obra e os seus auxiliares imediatos, os Vigilantes.
Na época do Ofício não existia transmissão de palavra nenhuma (nem ritos existiam), porém os mensageiros levavam as ordens profissionais para nivelar e aprumar os cantos da Obra para que os trabalhos se iniciassem e, ao final, conferissem o nivelamento e a aprumada para se certificar se tudo estava “justo e perfeito” e em condições de pagar os obreiros despedindo-os contentes e satisfeitos.
Assim eles levavam as mensagens para a execução desse ofício junto aos Vigilantes – vide o Nível e o Prumo como joias distintivas especulativas da atualidade e que relembram o antigo ofício de aprumar e nivelar os cantos.
Como na Moderna Maçonaria a pedra é a representação esotérica do homem, não faz mais sentido que os Vigilantes literalmente os aprumem e os nivelem. No REAA, em lugar dessa prática ficou então a transmissão de uma palavra entre as Luzes da Loja e os Diáconos para rememorar, em primeira análise, as tradições, usos e costumes de um passado distante.
Nesse sentido, como oficiais, os Diáconos no REAA apenas são os mensageiros para essa prática ritualística, a despeito de que essa alegoria traz consigo importantes ensinamentos morais e éticos, cabendo ao maçom compreender o significado da mensagem e do mensageiro nesse contexto simbólico.
Quando a dialética ritualística pertinente aos Diáconos, ela é apenas simbólica e relembra os canteiros medievais quando os Oficiais de Chão, além de mensageiros, também ajudavam a fiscalizar os trabalhos. O termo “diácono” apareceria mais tarde por influência da Igreja.
Vale a pena mencionar, entretanto, que existem ritos em que os Diáconos trabalham como oficiais experientes e atuam principalmente nas cerimônias ritualísticas de Passagem e Elevação, como é o caso do Rito de York. A Maçonaria anglo-saxônica não se faz valer de Expertos, como a francesa, por esse viés os Diáconos é que atuam nesse ofício.
Concluindo, ainda em relação ao simbolismo do REAA, os Diáconos, genuinamente atuam como mensageiros na alegoria da transmissão da Palavra. Não usam bastão e nem participam de formação de pálios. Reitero: isso se dá no REAA puro e sem enxertos.



T.F.A.

PEDRO JUK

JULHO/2019

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