quarta-feira, 17 de julho de 2019

REAA - USO DA PALAVRA. DIRIGINDO A PALAVRA OU SAUDANDO?


Um Respeitável Irmão do Oriente do Distrito Federal que trabalha no REAA, GOB, coloca as seguintes questões:

PROCEDIMENTOS PARA O USO DA PALAVRA.


Existe controvérsias quando um Irmão vai fazer uso da palavra, estando presente em Loja o Soberano Grão-Mestre, o Grão-Mestre Distrital ou outras autoridades.
Acredito que devemos começar a fazer a saudação pelas Luzes da Loja, e depois segue a sequência por faixa de tratamento conforme página 65 do Ritual de REAA. Entretanto, alguns Irmãos defendem que devemos começar a fala cumprimentando, primeiro, as maiores autoridades, depois as Luzes da Loja. O que estaria correto?

ORIENTAÇÃO.

Três aspectos a comentar:
1.     O usuário da palavra, ao se dirigir à Loja não está “saudando” os mencionados, mas protocolarmente lhes dirigindo a palavra. Para ser saudação, o protagonista então deveria saudar “pelo Sin\ Pen\ do Grau” a cada um que ele mencionasse, entretanto isso não ocorre, pois ele compõe o Sin\ de Ord\ (se estiver em pé) e se dirige à Loja mencionando protocolarmente por primeiro aquele, ou aqueles de direito. Concluída a sua fala, ele desfaz o Sin\ antes de sentar. Reitero, isso não é saudação, mas modo protocolar de se dirigir à Loja.
Cabe mencionar que saudação em Loja, conforme especifica o Ritual, somente é feita ao Venerável Mestre quando se entra e sair do Oriente, ou formalmente às Luzes da Loja quando se ingressa após o início dos trabalhos, bem como quando em retirada definitiva antes do encerramento.
Assim, saudação maçônica só se faz pelo Sin\ Pen\, isto é, em se estando à Ordem executa-se o Sin\ para se saudar. Advirto: toda saudação maçônica é feita pelo Sin\, entretanto, nem sempre fazer o Sin\ implica em saudação. Exemplo: faz-se também o Sin\ Pen\ ao se desfazer definitivamente o Sin\ de Ord\.
Quando um obreiro pede a palavra ele dirige a mesma à Loja iniciando a sua fala como se destaca a seguir.
2.     O usuário da palavra, ao se dirigir à Loja, menciona por primeiro hierarquicamente aqueles que detém a posse dos respectivos malhetes, ou seja, se dirige por primeiro ao Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes (Luzes da Loja), não importando a(s) autoridade(s) que esteja(m) presente(s), inclusive o próprio Grão-Mestre.
Após se dirigir às Luzes da Loja, ele então menciona as autoridades presentes, demais Dignidades e Irmãos.
É equivocado pensar que se deve primeiro mencionar a mais alta autoridade presente, pois se assim fosse, então se deveria dirigir primeiramente a palavra ao Pavilhão Nacional, que sempre deve estar presente nas sessões maçônicas e é indiscutivelmente a mais alta autoridade.
Outro aspecto, é o de que o Grão-Mestre, depois de receber formalmente o malhete, ele o devolve ao Venerável e ocupa uma cadeira de honra e não o trono (isso está previsto na legislação).
3.     Por fim, também é improdutivo o usuário da palavra ficar mencionando uma a uma as autoridades e cargos presentes. Isso é desnecessário e deve ser evitado por não contribuir com nada.
Se preferir, o usuário da palavra, depois de ter se dirigido às Luzes, pode citar a mais alta autoridade presente como representante das demais. Nos ensina as Sete Ciências e Artes Liberais, no seu primeiro “trivium” (Gramática, Retórica e Lógica), o seguinte: “o Maçom ao falar, fala pouco e bem; deve ser suscinto, claro e objetivo”. Assim, ficar repetindo cargos e nomes é ato contraditório à aplicação da boa geometria, até porque ser prolixo nessas ocasiões, também atenta contra a paciência dos demais.
Nesse sentido, seguem alguns exemplos de como o usuário da palavra deve proceder ao se dirigir à Loja:
a)    Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes, Autoridades presentes, demais Dignidades, meus Irmãos, ...
b)    Luzes da Loja, Autoridades, demais Dignidades, meus Irmãos, ...
c)     Luzes da Loja, Soberano (ou, Eminente) Grão-Mestre, em nome de quem me dirijo às demais Autoridades, outras Dignidades, meus Irmãos, ...
d)    Luzes, Autoridades, meus Irmãos, ...
E assim por diante. Reitero, não há necessidade de depois de ter se dirigido às Luzes, nominar autoridades e cargos uma a uma, destas se for o caso, basta uma (a mais alta na ordem de precedência) para representar as demais, ou simplesmente mencionar genericamente “autoridades”.
Eram essas as Orientações

T.F.A.

PEDRO JUK
Secretário Geral de Orientação Ritualística – GOB



17/07/2019


3 comentários:

  1. Bandeira é a maior autoridade? Bandeira é uma peça com Ritualística específica para adentrar ou sair de uma Loja, penso.

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    1. Tanto que ela é a maior autoridade que estando ela presente (hasteada) na loja, ninguém mais entra, nem o Grão-Mestre, com formalidade. Outro aspecto. Quando há sua entrada e retirada ela é a última que entra e a primeira que sai. Me perdoe, mas esse é costume elementar na Maçonaria brasileira. Tão elementar que nem precisa estar escrito. Obrigado pela visita. Fraterno Abraço.

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  2. Corretíssimo, Irm.·. Pedro, até porque ainda que o art. 3° do DECRETO DO GOB, Nº 1.476/16 não diga expressamente que a bandeira seja uma "autoridade", isso decorre do fato de à ela todos fazem reverência, como um dos símbolo nacionais, sendo que sua autoridade está implícita no dito art. ao mencionar que "Nas sessões magnas é obrigatória a aplicação do presente cerimonial para a Bandeira Nacional e o seu ingresso no Templo ou em outro recinto fechado, devidamente adaptado, dar-se-á APÓS A ENTRADA DA MAIS ALTA AUTORIDADE, seja ela maçônica ou não. Depois de executado o Hino Nacional e encontrando-se a Bandeira Nacional em seu suporte NINGUÉM SERÁ RECEBIDO COM FORMALIDADES, nem mesmo o Grão-Mestre Geral, ou seja ela tem status de autoridade acima de qualquer outra autoridade, e também por isso ingressa tendo uma Comissão de Recepção com número de membros superior a de qualquer outra autoridade.

    Aproveito para pedir que o Irm.·. Pedro, quando puder, de uma olhada nos comentários/dúvidas que postei em:

    http://pedro-juk.blogspot.com/2018/06/toque-na-transmissao-da-palavra-reaa.html?m=1

    http://pedro-juk.blogspot.com/2019/06/pavilhao-nacional-ingresso-e-retirada.html?m=1

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