quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

ADOÇÃO DO NOME SIMBÓLICO

Em 19.08.2021 o Respeitável Irmão Antonio Augusto Queiroz Batista, Loja Bernardino Mazzocato, 286, GLMERS (CMSB), REAA, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão:

NOME SIMBÓLICO

Dileto Irmão. Qual a origem do nome simbólico ou histórico, utilizado pelos mestres Maçons. Tem um sentido esotérico/místico ou era para a segurança dos Irmãos em tempos de perseguição à maçonaria? Agradeço de forma antecipada.

 

COMENTÁRIOS.

 

Originalmente o costume de seu utilizar um nome simbólico é prática exclusiva do Rito Adonhiramita, principalmente quando maçons de vertente latina estiveram no passado presentes nas conquistas sociais e libertárias da humanidade (vide essa história, sobretudo na América Latina).

Em linhas gerais era então comum na época o maçom Adonhiramita adotar um nome simbólico para ocultar a sua verdadeira identidade caso os livros de registros da
Loja caíssem em mãos inimigas.

Na verdade, era uma prática que protegia o maçom de fatais perseguições absolutistas que eram naturais nas contendas que buscavam libertar o homem das opressões totalitárias.

No século XIX não há como negar a participação incisiva de maçons do Rito Adonhiramita nesses movimentos libertários. Foi nessa época que o Rito obteve grande expansão pela Europa e América Latina.

Devido a origem latina desse Rito, não tardaria que práticas esotéricas e espiritualistas acampassem na sua liturgia associadas à adoção de nomes simbólicos. Enfim, o nome simbólico adotado primeiramente como artifício de proteger uma identidade, passava paulatinamente a ter também um caráter iniciático.

Em muitos países, a exemplo do Brasil, nos primórdios da sua Maçonaria, o costume de adoção de nome simbólico, original do Rito Adonhiramita, acabou sendo enxertado em outros ritos que nunca tiveram essa prática. Por aqui, os dois primeiros ritos praticados foram o Adonhiramita e o Francês ou Moderno, seguidos mais tarde por outros ritos como o Escocês Antigo e Aceito, por exemplo.

Nesse contexto, por um bom tempo a adoção inadequada de nome simbólico acabaria se generalizando aqui no Brasil, envolvendo inclusive ritos que nunca tiveram essa prática.

Felizmente as coisas hoje por aqui se acomodaram, admitindo-se a adoção de nome simbólico apenas para o Rito Adonhiramita.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

FEV/2022

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