Em 19.08.2021 o Respeitável Irmão Antonio Augusto Queiroz Batista, Loja Bernardino Mazzocato, 286, GLMERS (CMSB), REAA, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão:
NOME SIMBÓLICO
Dileto Irmão. Qual a origem do nome simbólico ou
histórico, utilizado pelos mestres Maçons. Tem um sentido esotérico/místico ou
era para a segurança dos Irmãos em tempos de perseguição à maçonaria? Agradeço
de forma antecipada.
COMENTÁRIOS.
Originalmente o costume de seu utilizar um nome
simbólico é prática exclusiva do Rito Adonhiramita, principalmente quando maçons
de vertente latina estiveram no passado presentes nas conquistas sociais e
libertárias da humanidade (vide essa história, sobretudo na América Latina).
Em linhas gerais era então comum na época o maçom Adonhiramita
adotar um nome simbólico para ocultar a sua verdadeira identidade caso os
livros de registros da
Loja caíssem em mãos inimigas.
Na verdade, era uma prática que protegia o maçom de
fatais perseguições absolutistas que eram naturais nas contendas que buscavam
libertar o homem das opressões totalitárias.
No século XIX não há como negar a participação incisiva
de maçons do Rito Adonhiramita nesses movimentos libertários. Foi nessa época que
o Rito obteve grande expansão pela Europa e América Latina.
Devido a origem latina desse Rito, não tardaria que
práticas esotéricas e espiritualistas acampassem na sua liturgia associadas à
adoção de nomes simbólicos. Enfim, o nome simbólico adotado primeiramente como
artifício de proteger uma identidade, passava paulatinamente a ter também um
caráter iniciático.
Em muitos países, a exemplo do Brasil, nos
primórdios da sua Maçonaria, o costume de adoção de nome simbólico, original do
Rito Adonhiramita, acabou sendo enxertado em outros ritos que nunca tiveram essa
prática. Por aqui, os dois primeiros ritos praticados foram o Adonhiramita e o Francês
ou Moderno, seguidos mais tarde por outros ritos como o Escocês Antigo e Aceito,
por exemplo.
Nesse contexto, por um bom tempo a adoção inadequada
de nome simbólico acabaria se generalizando aqui no Brasil, envolvendo
inclusive ritos que nunca tiveram essa prática.
Felizmente as coisas hoje por aqui se acomodaram, admitindo-se
a adoção de nome simbólico apenas para o Rito Adonhiramita.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
FEV/2022
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