Em 15/03/2016 o Respeitável Irmão Marco Nascimento,
Loja José Caver, 101, REAA, GLMERGS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio
Grande do Sul, formula a seguinte questão através do meu blog http://pedro-juk.webnode.com/
A LUZ NA MAÇONARIA
Recorro aos seus conhecimentos para auxiliar o
entendimento a um grupo de Irmãos que temos comentado sobre o tema a
"Importância da Luz na Maçonaria". Devemos considerar a Luz como um
símbolo maçônico? Com relação às Luzes Emblemáticas no Altar dos Juramentos, por
que Luzes Emblemáticas? Livro da Lei, Esquadro e Compasso, por que Grandes
Luzes? Venerável Mestre, 1º e 2º Vigilantes, por que são chamadas Luzes?
Recebemos a Luz em nossa Iniciação, aqui entendemos que se refere à Sabedoria,
Verdade, Conhecimento etc... O Irmão poderia nos dar maiores detalhes sobre
estes significados? Fico agradecido pela vossa ajuda.
CONSIDERAÇÕES.
A LUZ
Na Maçonaria, figuradamente
representa a ilustração, o esclarecimento, ou o que aclara o espírito. É o
mesmo que dar claridade intelectual.
Sob o ponto de vista
maçônico a Luz não é entendida como luz material, mas sim como a do raciocínio
e da razão. Em síntese ela é o objetivo, é a meta máxima do maçom que, de
acordo com a senda iniciática ele, vindo das trevas do Ocidente, caminha em
direção ao Oriente onde simbolicamente reina a Luz (Sol) - sem dúvida esse
teatro alegórico sofre forte influencia dos mitos solares da Antiguidade, não
como doutrina religiosa, mas como objetivo a ser alcançado.
Sob a óptica da busca
da Verdade, do Conhecimento e da Razão é que os maçons se reconhecem como
“Filhos da Luz”, ou os “Filhos da Viúva” (filhos da mãe Terra que fica viúva da
Luz do Sol no inverno), o que sugere, não por acaso, o florescimento da Moderna
Maçonaria no Século das Luzes (século XVIII).
Graças à importância da Luz como elemento
iniciático primário, é que alguns títulos e definições são constantemente
mencionados na Ordem Maçônica, a exemplo daquelas que tratam das Três Grandes
Luzes Emblemáticas e das Luzes da Loja.
AS TRÊS LUZES EMBLEMÁTICAS
Assim conhecidas na
vertente francesa de Maçonaria, ou como as Três Luzes Maiores na vertente
inglesa, elas correspondem à ideia ou o símbolo máximo da coletividade
maçônica. É o distintivo composto pelo Livro da Lei, pelo Esquadro e pelo
Compasso que somente se mostram unidos em Loja. É o conjunto emblemático fixo
que se caracteriza pela fácil compreensão do Iniciado.
O Livro da Lei - Como uma
das Luzes Emblemáticas, ou Luzes Maiores, ele corresponde à lei moral que
regula as ações da coletividade maçônica. Sem nenhuma conotação de
individualidade religiosa ele é o código de ética da Loja.
O Esquadro - Outra das
Luzes Emblemáticas, com ramos iguais e sem graduação por não ser o operativo, unido
ao Compasso, esotericamente ele representa a matéria ou o corpo físico passível
de aprimoramento – simboliza os atributos da materialidade.
O Compasso – A última
das Luzes Emblemáticas, no plano esotérico ele é a representação das qualidades
espirituais e do conhecimento humano, cuja sua abertura se limita na Maçonaria
ao máximo de 90 graus, ou um quarto da circunferência, isso para mostrar que o
conhecimento humano é limitado em relação à sapiência divina, representada
pelos 360 graus da circunferência. Como símbolo do conhecimento, o Compasso tem,
de acordo com o Grau, a sua posição alterada em relação ao Esquadro disposto sobre
o Livro da Lei, o que em síntese demonstra que houve evolução no conhecimento.
Demonstra o nível da claridade espiritual.
Assim, esse conjunto denominado “Luzes Emblemáticas”
ou “Luzes Maiores”, procura por definição demonstrar que ele é o maior
representante da ilustração e do esclarecimento na Loja.
LUZES DA LOJA.
Também conhecidas com as
Luzes Menores, é o título dado ao Venerável Mestre, ao Primeiro e ao Segundo
Vigilantes. Esses títulos lhes são concebidos porque eles são os agentes que
operam e dirigem a Obra. Genericamente são os dirigentes, dos trabalhos que se
processam no canteiro (Loja).
O título de Luz da
Loja implica em ser um agente da Luz, ou um guia para a Luz. Esse simbolismo é
caracterizado pelas Luzes Litúrgicas posicionadas junto a cada um desses titulares.
Na vertente francesa o número de Luzes acesas junto a cada um desses dirigentes
varia conforme o grau simbólico de trabalho da Loja – mais Luz, mais evolução.
Já na vertente inglesa, independente do grau simbólico, o costume é de se usar
apenas uma Luz Litúrgica junto ao lugar de cada titular dirigente. Nessa
vertente, as Luzes Menores distinguem-se não pela quantidade, mas pela dialética
seguinte: o Sol para governar o dia, a
Lua para governar a noite e o Venerável Mestre para governar a Loja.
De qualquer maneira, tanto
numa vertente quanto na outra, as Luzes da Loja correspondem ao Venerável Mestre
e os Vigilantes, pois são eles os responsáveis pela evolução e pelo desenvolvimento
da Oficina. Deles dependem os membros do quadro para o desenvolvimento dos
trabalhos.
Assim, enquanto as Luzes Emblemáticas representam o
objetivo, as Luzes da Loja concebem a luz que guia os obreiros na busca do
objetivo.
Concluindo, com o escopo de retirar o homem da
escuridão da ignorância conduzindo-o ao esclarecimento é que o símbolo da Luz
se faz presente em todo o teatro iniciático maçônico.
T.F.A.
PEDRO JUK
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