quarta-feira, 12 de abril de 2017

A LUZ NA MAÇONARIA

Em 15/03/2016 o Respeitável Irmão Marco Nascimento, Loja José Caver, 101, REAA, GLMERGS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, formula a seguinte questão através do meu blog http://pedro-juk.webnode.com/

A LUZ NA MAÇONARIA


Recorro aos seus conhecimentos para auxiliar o entendimento a um grupo de Irmãos que temos comentado sobre o tema a "Importância da Luz na Maçonaria". Devemos considerar a Luz como um símbolo maçônico? Com relação às Luzes Emblemáticas no Altar dos Juramentos, por que Luzes Emblemáticas? Livro da Lei, Esquadro e Compasso, por que Grandes Luzes? Venerável Mestre, 1º e 2º Vigilantes, por que são chamadas Luzes? Recebemos a Luz em nossa Iniciação, aqui entendemos que se refere à Sabedoria, Verdade, Conhecimento etc... O Irmão poderia nos dar maiores detalhes sobre estes significados? Fico agradecido pela vossa ajuda.

CONSIDERAÇÕES.

A LUZ
Na Maçonaria, figuradamente representa a ilustração, o esclarecimento, ou o que aclara o espírito. É o mesmo que dar claridade intelectual.
Sob o ponto de vista maçônico a Luz não é entendida como luz material, mas sim como a do raciocínio e da razão. Em síntese ela é o objetivo, é a meta máxima do maçom que, de acordo com a senda iniciática ele, vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente onde simbolicamente reina a Luz (Sol) - sem dúvida esse teatro alegórico sofre forte influencia dos mitos solares da Antiguidade, não como doutrina religiosa, mas como objetivo a ser alcançado.
Sob a óptica da busca da Verdade, do Conhecimento e da Razão é que os maçons se reconhecem como “Filhos da Luz”, ou os “Filhos da Viúva” (filhos da mãe Terra que fica viúva da Luz do Sol no inverno), o que sugere, não por acaso, o florescimento da Moderna Maçonaria no Século das Luzes (século XVIII).
Graças à importância da Luz como elemento iniciático primário, é que alguns títulos e definições são constantemente mencionados na Ordem Maçônica, a exemplo daquelas que tratam das Três Grandes Luzes Emblemáticas e das Luzes da Loja.
AS TRÊS LUZES EMBLEMÁTICAS
Assim conhecidas na vertente francesa de Maçonaria, ou como as Três Luzes Maiores na vertente inglesa, elas correspondem à ideia ou o símbolo máximo da coletividade maçônica. É o distintivo composto pelo Livro da Lei, pelo Esquadro e pelo Compasso que somente se mostram unidos em Loja. É o conjunto emblemático fixo que se caracteriza pela fácil compreensão do Iniciado.
O Livro da Lei - Como uma das Luzes Emblemáticas, ou Luzes Maiores, ele corresponde à lei moral que regula as ações da coletividade maçônica. Sem nenhuma conotação de individualidade religiosa ele é o código de ética da Loja.
O Esquadro - Outra das Luzes Emblemáticas, com ramos iguais e sem graduação por não ser o operativo, unido ao Compasso, esotericamente ele representa a matéria ou o corpo físico passível de aprimoramento – simboliza os atributos da materialidade.
O Compasso – A última das Luzes Emblemáticas, no plano esotérico ele é a representação das qualidades espirituais e do conhecimento humano, cuja sua abertura se limita na Maçonaria ao máximo de 90 graus, ou um quarto da circunferência, isso para mostrar que o conhecimento humano é limitado em relação à sapiência divina, representada pelos 360 graus da circunferência. Como símbolo do conhecimento, o Compasso tem, de acordo com o Grau, a sua posição alterada em relação ao Esquadro disposto sobre o Livro da Lei, o que em síntese demonstra que houve evolução no conhecimento. Demonstra o nível da claridade espiritual.
Assim, esse conjunto denominado “Luzes Emblemáticas” ou “Luzes Maiores”, procura por definição demonstrar que ele é o maior representante da ilustração e do esclarecimento na Loja.
LUZES DA LOJA.
Também conhecidas com as Luzes Menores, é o título dado ao Venerável Mestre, ao Primeiro e ao Segundo Vigilantes. Esses títulos lhes são concebidos porque eles são os agentes que operam e dirigem a Obra. Genericamente são os dirigentes, dos trabalhos que se processam no canteiro (Loja).
O título de Luz da Loja implica em ser um agente da Luz, ou um guia para a Luz. Esse simbolismo é caracterizado pelas Luzes Litúrgicas posicionadas junto a cada um desses titulares. Na vertente francesa o número de Luzes acesas junto a cada um desses dirigentes varia conforme o grau simbólico de trabalho da Loja – mais Luz, mais evolução. Já na vertente inglesa, independente do grau simbólico, o costume é de se usar apenas uma Luz Litúrgica junto ao lugar de cada titular dirigente. Nessa vertente, as Luzes Menores distinguem-se não pela quantidade, mas pela dialética seguinte: o Sol para governar o dia, a Lua para governar a noite e o Venerável Mestre para governar a Loja.
De qualquer maneira, tanto numa vertente quanto na outra, as Luzes da Loja correspondem ao Venerável Mestre e os Vigilantes, pois são eles os responsáveis pela evolução e pelo desenvolvimento da Oficina. Deles dependem os membros do quadro para o desenvolvimento dos trabalhos.
Assim, enquanto as Luzes Emblemáticas representam o objetivo, as Luzes da Loja concebem a luz que guia os obreiros na busca do objetivo.
Concluindo, com o escopo de retirar o homem da escuridão da ignorância conduzindo-o ao esclarecimento é que o símbolo da Luz se faz presente em todo o teatro iniciático maçônico.


T.F.A.

PEDRO JUK

 ABRIL/2017

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