quinta-feira, 20 de novembro de 2025

ILUMINAÇÃO DECORATIVA - ELEMENTOS SIMBÓLICOS DO TEMPLO

Em 26.05.2025 o Respeitável Irmão Emerson Cesar Vaccaro, Loja Pilar da Arte Real, 3677, REAA, GOB-SP, Oriente de Pilar do Sul, Estado de São Paulo, pede orientação para o que segue:

 

ILUMINAÇÃO

 

Surgiram pequenas dúvidas em relação a um novo templo que estamos construindo do REAA, potência GOB.

1. As Colunas Solsticiais serão colocadas no lado externo, logo na entrada do templo. Podemos colocar uma iluminação interna nas letras “B” e “J” dentro da coluna para destacar?

2. O Sol da abóboda celeste será colocada no teto logo após a entrada do oriente. Podemos colocar uma lâmpada forte no Sol que direcione seu foco (raios) para o L da L?

3. A Lua em quarto crescente da abóboda celeste também poderia também ser iluminada?

4. Temos os 3 deltas no retábulo fabricados com iluminação interna.

Em que momento da sessão e sequencia poderemos acender as luzes (3 deltas, Sol da abóboda e Lua da abóboda)?

5. No meio do Ocidente podemos colocar uma lâmpada de luz negra, a ser usada na exaltação (Lux in Tenebris)?

 

CONSIDERAÇÕES

 

1 - Sim, não existem óbices, todavia o acender e o apagar dessas luzes não deve atender a nenhuma cerimônia ritualística própria. Desse modo, caso nelas exista alguma iluminação decorativa, o acendimento dar-se-á antes do início dos trabalhos. Do mesmo modo, serão apagadas depois do encerramento, sem qualquer cerimônia ritualística.

2 - O Sol, presente na decoração da abóbada, até pode possuir iluminação, desde que também já esteja acesa antes do início dos trabalhos, e seja apagada após o encerramento, sem qualquer formalidade ritualística. Quanto ao direcionamento especial de luz para o Livro da Lei, isto não pode, pois além não estar previsto, lembra-se que templos maçônicos não são santuários religiosos.

3 – Da mesma forma, a Lua fixada na abóbada até pode possuir iluminação, todavia o seu acender e o apagar dar-se-á, sem qualquer formalidade ritualística, antes do início dos trabalhos, e respectivamente após o encerramento.

4 – No tocante ao Retábulo do Oriente, nada impede que os seus elementos simbólicos (Delta, Sol e a Lua) sejam iluminados, porém, como nos outros casos, devem ser acesos sem formalidades antes da abertura ritualística, e apagados após o encerramento. Reitera-se, não existe nenhuma liturgia para o acender e apagar destes elementos. Nesse sentido, qualquer iluminação não passa de um mero processo decorativo.

5 – Nada consta sobre efeitos produzidos por “luz negra”. Conforme menciona o ritual de Mestre Maçom em sua página 15, a luminosidade produzida pela Lux in Tenebris deverá vir da chama de uma pequena vela acesa, ou de uma pequena lâmpada elétrica fosca, de cor natural. De iluminação fraca, esta peculiar claridade possui um profundo significado iniciático, o que faz com que não seja viável o uso de uma lâmpada elétrica que produza “luz negra” para essa ocasião. Na conjuntura da Lenda do 3º Grau, a alegoria Lux in Tenebris representa a imortalidade da consciência de H(consciência humana). Nesse sentido, seria contraditória a utilização de lâmpada que produz "luz negra".

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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NOV/2025

terça-feira, 18 de novembro de 2025

ESCADA DE JACÓ - O TAL PAINEL ALEGÓRICO

Em 26.05.2025 o Respeitável Irmão Marcos Antonio Tessarolo, Loja Mestre Hiram, 11, GLMEES (CMSB), REAA, Oriente de São Mateus, Estado do Espírito Santo, apresenta a seguinte questão.

 

ESCADA DE JACÓ

 

Gostaria de mencionar que seus arquivos são uma fonte de pesquisa nos meus estudos sobre a maçonaria. Muito obrigado pela sua dedicação.

Tenho uma dúvida e gostaria da sua orientação. A nossa Loja pratica o REAA. A Escada de Jacó foi retirada da ornamentação da loja há muitos anos atrás, mas agora existe um movimento para retornar com a escada porque é mencionada na 2ª instrução de Aprendiz, a loja fica mais simbólica e bonita.

Pergunto: A utilização da escada de Jacó é uma prerrogativa da loja ou não deverá ser utilizada? A pergunta é válida para as GL e GOB.

 

CONSIDERAÇÕES

 

Na verdade, a Escada de Jacó não é um símbolo utilizado no REAA. As Lojas que praticam esse Rito não deveriam usar essa alegoria.

Infelizmente, esse equívoco ingressou no escocesismo por conta de uma instrução oriunda do CRAFT que acabou sendo enxertada em alguns rituais do REAA no Brasil.

Nesse contexto, vale observar que no verdadeiro Painel Simbólico de Aprendiz do REAA (rito de origem francesa) não aparece a figura de nenhuma escada que possa gerar instrução relacionada ao patriarca bíblico “Jacó".

                Então pergunta-se: onde de fato aparece a figura de uma escada com vários degraus subindo ao céu, tendo no seu topo, junto ao firmamento, uma estrela com sete pontas? A resposta é: na Tábua de Delinear inglesa do 1º Grau do CRAFT (Rito de York inglês).

Outra pergunta: então como veio aparecer esta alegoria indevida no REAA? Resposta: Isso ocorreu porque muitas Grandes Lojas Estaduais Brasileiras acrescentaram nos seus rituais escoceses do simbolismo, além do Painel do Grau original, mais um painel, o qual lhe deram o nome da Painel Alegórico, elemento esse inexistente no verdadeiro REAA.

Na verdade, o tal Painel Alegórico nada mais é do que uma cópia, enxertada da Tábua de Delinear inglesa do 1º Grau (vertente anglo-saxônica da Maçonaria). O relicário simbólico e alegórico desta Tábua (Tracing Board) é inerente ao Rito de York, e não ao do REAA. Nessa conjuntura, vale destacar que ambos os ritos possuem estruturas doutrinárias diferenciadas, pois uma é teísta e o outro deísta.

Enfim, o resultado deste enxerto foi uma desastrosa miscelânea de símbolos anglo-saxônicos (teístas) com símbolos latinos (deístas). É nesse contexto que aparece a alegoria da Escada de Jacó, própria do Rito de York, no REAA.

Como a boca se entorta conforme o uso do cachimbo, não tardou para que muitos maçons do escocesismo começassem difundir inapropriadamente a ideia de que os trinta e três graus do REAA compreendiam os trinta e três degraus da Escada de Jacó! Acabaram até descobrindo o que nem a Bíblia menciona, o número de degraus da Escada de Jacó!

Não obstante a todo este imbróglio, ainda apareceu em alguns rituais do REAA a representação desta escada sobre o Alt dos JJur, de onde se sobe ao firmamento (abóbada). Certamente, tudo isso está baseado nos “trinta e três graus” da Escada de Jacó.

Felizmente muitas Grandes Lojas já retiraram do Alt dos JJur esse indevido elemento alegórico.

Todavia, é lamentável quando se fica sabendo que por conta de um painel e de uma instrução indevida - que nem é original no REAA - alguns Irmãos ainda estejam se movimentando para pleitear o retorno de algo que tradicionalmente não existe – é a história do dinossauro: não é tão difícil de mata-lo, porém o difícil é consumir os seus restos.

Ao em vez de se buscar o retorno ao anacronismo e ao contraditório, o mais coerente seria retirar os elementos que produzem as contradições e os anacronismos.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

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NOV/2025

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

MANO OU IRMÃO?

Em 25.05.2025 o Respeitável Irmão Vanderley Schaly, Loja Estrela Rioverdense, 1139, REAA, GOB-GO, Oriente de Rio Verde, Estado de Goiás, apresenta a seguinte questão:

 

MANO OU IRMÃO

 

Solicito ao nobre Ir, um parecer referente ao tratamento de "mano" entre os IIr, observei que mesmo em sessão, é usado.

Vejo que é usado por muitos pela questão de afinidade, mas também por outros, por ter vergonha de se referir a Ir, por falta de proximidade. Inclusive IIr que já tem muitos anos de Maçonaria, com altos graus filosóficos, seguem usando esse tratamento. Em algumas respostas do seu blog, o Ir já usou.

 

CONSIDERAÇÕES

 

       Evidentemente que na formalidade maçônica o tratamento mais conveniente é o de “Irmão”, entretanto, nada impede que de modo coloquial um Irmão, ao se dirigir a outro, o chame carinhosamente de "mano".

Vale ressaltar que o termo “mano”, como substantivo masculino, significa irmão, amigo, camarada; como adjetivo menciona o que é muito amigo, íntimo, unido, inseparável.

Assim, o uso do tratamento mano (forma hipocorística de irmão) não implica em nada que destoe da fraternidade maçônica. Nada há de ofensivo ou pejorativo no uso deste tratamento.

 

TFA.

 

PEDRO JUK - SGOR/GO

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NOV/2025

LIVRO DE PRESENÇAS - CANCELAMENTO DE ASSINATURA

Em 25.05.2025 o Respeitável Irmão Rubens Sousa Jr., Loja Fraternidade Acadêmica de Guarulhos, 3253, REAA, GOB-SP, Oriente de Guarulhos, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte.

 

LIVRO DE PRESENÇAS

 

Peço a orientação do irmão na seguinte situação:

Como proceder quando o Visitante ou mesmo o Obreiro registra sua assinatura e preenchimento no Livro da Loja, mas por qualquer motivo nem chega a participar da sessão? (Vai embora antes da abertura dos trabalhos).

Pode ser feita a rasura do livro? Deve ser registrada em Ata fala do Chanceler para pontuar/justificar o ocorrido? Na experiência do irmão qual seria o caminho?

 CONSIDERAÇÕES

                Caso isso venha a acontecer, é preciso desconsiderar essa presença. Assim, na contagem total dos presentes este registro não deverá ser considerado.

Penso que o nome e assinatura do Ir que se retirou antes da abertura dos trabalhos devem ser riscados (inutilizados) do livro.

Nesse sentido, após a assinatura do Venerável Mestre, que é quem encerra o livro de presenças da Loja, o Chanceler fará um registro, na mesma folha do livro, relatando o ocorrido para justificar a inutilização. É recomendável que o Orador e o Venerável, mediante rubrica, abonem este registro.

Ao mesmo tempo, nada impede que o titular da chancelaria se manifeste em Loja e o Secretário registre o ocorrido na ata da sessão.

De tudo, é imprescindível que haja registro desta ocorrência.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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NOV/2025

CHAPÉU E O CANTO DO HINO NACIONAL

Em 23.05.2025 o Respeitável Irmão Flávio Augusto Batistela, Loja Solidariedade e Firmeza, 3052, REAA, GOB-SP, Oriente de Dracena, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:

 

COBERTURA DA CABEÇA

 

Mais uma vez recorro ao seu vasto conhecimento para dirimir uma dúvida: Essa semana participei de uma exaltação, já utilizando o novo ritual. No momento da entrada do Pavilhão Nacional, a comissão de recepção está com as espadas e as estrelas nas mãos, e no momento em que o hino nacional é tocado, devemos nos descobrir. Nesse caso da comissão de recepção fica complicado retirar o chapéu com as mãos ocupadas. Qual seria o procedimento, a comissão de recepção retira o chapéu antes?

 

CONSIDERAÇÕES

 

           Nessas ocasiões cabe ao M de CCer orientar os integrantes da comissão de recepção que deixem as suas coberturas sobre o assento. Esta orientação também serve aos demais membros do dispositivo, como o Porta-Bandeira e a Guarda de Honra.

Esses são procedimentos que, pela obviedade da situação, não precisam estar escritos no ritual, merecendo apenas o uso do bom senso.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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NOV/2025

PEDIDO DE QUITTE-PLACET EM SESSÃO MAGNA

Em 22.05.2025 o Respeitável Irmão Jeferson Balzan, Loja Pedro Michael Struthos, 2065, REAA, GOB-RO, Oriente de Guajará-mirim, Estado de Rondônia, apresenta a seguinte questão:

 

PEDIDO DE QUITTE-PLACET

 

Bom dia meu irmão Pedro Juk, preciso tirar uma dúvida, já li o RGF a Constituição Maçônica, o Quite placet pode ser solicitado verbalmente pelo irmão em qualquer Sessão Maçônica, seja ela de Elevação ou Exaltação?

Vou apresentar um trabalho sobre o tema Quite Placet e não estou encontrando a informação, este tema já foi debate em loja e ficou a dúvida. 

 

CONSIDERAÇÕES

 

Por não ser esta uma questão de liturgia e ritualística, meus comentários a seguir não serão laudatórios, resumindo-se apenas em opinião.

Conforme menciona o Art. 69, § 2º, do RGF, o Quitte-Placet pode ser solicitado por um Irmão regular, por escrito ou verbalmente.

                O RGF não menciona o tipo de sessão (ordinária ou magna), todavia é preciso se levar em consideração que nas sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação não existe circulação da bolsa de Propostas e Informações, o que significa que por escrito não será possível algum Irmão fazer essa solicitação naquela oportunidade.

Nesse caso, um pedido verbal também não me parece ser possível, pois palavra será concedida apenas para manifestações sobre o ato que acaba de ser realizado, isto é,
sobre a cerimônia em que se deu a Iniciação, ou a Elevação, ou ainda a Exaltação, conforme o caso. Não caberia nessa oportunidade alguém pedir o seu Quitte-Placet.

À vista disso, entendo que o Irmão que quiser pedir o seu Quitte-Placet, por escrito ou verbalmente, deverá fazê-lo em uma sessão Ordinária normal.

Além disso, é preciso se usar de bom-senso, pois não seria apropriado, e nem mesmo elegante, alguém querer tratar desse tipo de assunto em uma sessão magna.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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NOV/2025

REPRESENTAÇÃO DAS COLUNAS NO ESTANDARTE

 

Em 22/05/2025 o Respeitável Irmão Alessandro Mota Bastos, Loja Estrela de Davi, 4360, REAA, GOB-SE, Oriente de Aracaju, Estado de Sergipe, apresenta a pergunta seguinte:

 

COLUNAS NO ESTANDARTE

 

Estamos confeccionando um novo estandarte para nossa oficina. Entretanto, surgiu uma dúvida que resolvemos lhe submeter.

No ritual, consta que a Coluna B fica à esquerda de quem entra, e a Coluna J, à direita. Dessa forma, entendi que as colunas representadas na imagem estariam invertidas. No entanto, alguns irmãos entendem que a imagem está correta, considerando a posição do Venerável Mestre em relação ao estandarte durante a sessão — como se estivéssemos visualizando o Venerável entre as colunas, vistos de frente, apenas para ilustrar o exemplo.

Meu Irmão Pedro Juk, gostaria de contar com sua orientação para que nosso estandarte seja confeccionado de forma correta, de acordo com o rito praticado por nossa Loja, o REAA. As colunas da imagem estão corretas ou devem ser invertidas.

 

CONSIDERAÇÕES

 

          Vamos lá. Sem o exercício de nenhuma "ginástica mental", o caso é simples. É só não inventar.

Veja, a Loja pratica o REAA, logo, neste Rito, as Colunas ladeiam a porta de entrada pelo lado de fora (átrio), ficando a Coluna B à esquerda de quem entra e a J à direita.

Pelo interior do Templo não é possível enxergar as Colunas, já que ambas estão no átrio. Sendo assim, a primeira visão que se tem é de fora para dentro - B à esquerda e J à direita.

Assim, por uma questão de lógica, segue-se a mesma representação no estandarte, ou seja, quem para ele olhar, verá Bà esquerda J à direita.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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NOV/2025