segunda-feira, 27 de outubro de 2025

USO DO CHAPÉU CONFORME O RITO

Em 01.05.2024 o Respeitável Irmão Renato Bezerra Sena, Loja Álvaro Palmeira, 2708, Benfeitora da Ordem, Rito Brasileiro, GOB-RJ, Oriente do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, apresenta o seguinte argumento:

 

CHAPÉU CONFORME O RITO

 

Estive pesquisando sobre o uso do chapéu na câmara do meio no Rito Escocês e achei seu Blog, inclusive com uma excelente peça sua de 26/03/2019 sobre o respectivo tema: "O USO DO CHAPÉU COMO INDUMENTÁRIA MAÇÔNICA."

Entendo que mesmo sendo do Rito Brasileiro, por força ritualista do próprio Rito Escocês e também amparado pelo Artigo 217 de nosso RGF, devo usar o chapéu em respeito a ritualística da Loja que estou a visitar. Até mesmo porque vejo que é muito comum as lojas terem chapéus reservas, os quais eu creio que sejam para IIr de outros ritos ou para alguns que possam ter esquecido naquela ocasião, reforçando ainda mais a necessidade de utilização por todos os mestres que ali estão presentes, independentemente do rito que ele faça parte.

Gostaria muito de poder conversar com o sapientíssimo ir a respeito deste tema, tendo em vista ainda ser um assunto controverso entre IIr do meu rito, onde vejo como oportuno ter um pleno entendimento do tema para que além de aclarar, também possamos propagar aos demais IIr.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

No GOB, os Rituais do Rito Brasileiro em vigência não contemplam o uso de chapéu. Já no REAA, resgatou-se esse importante costume para o seu simbolismo.

Entenda-se que no REAA, em Loja de Aprendiz e de Companheiro, apenas o Venerável Mestre se cobre, enquanto que nas sessões de Grau 3, todos os Mestres se cobrem. Cabem estas orientações para as sessões ordinárias e magnas.

No caso do REAA e o uso do chapéu, recomenda-se que o Venerável Mestre, quando em visita a Lojas que praticam ritos que não usam chapéu, não o utilize, apresentando-se paramentado como Venerável Mestre visitante, entretanto sem cobertura sobre a cabeça.

Entende-se que um visitante de outro rito, que não usa chapéu, em visita a uma Loja do REAA, também não deve usá-lo, pois o visitante deve se apresentar paramentado com as alfaias do seu rito, não devendo misturá-las com as da Loja visitada.

Em se tratando de IIr visitantes, vale a pena mencionar o uso do balandrau negro como traje maçônico. Neste caso é preciso ficar atento para não o usar em Lojas cujo rito não admite o seu uso.

Por fim, ao visitante cabe respeitar a liturgia do rito que está sendo praticado pela sua Loja anfitriã, não se admitindo nela inserção de práticas estranhas que possam alterar o andamento dos trabalhos que estão sendo executados.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2025

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

PALAVRA SAGRADA - GRAFIA CORRETA

Em 01.05.2025 o Respeitável Irmão Presley Frank Tolentino Marra, Loja Renovação e Sabedoria, 3489, REAA, GOB MINAS, Oriente de Patos de Minas, Estado de Minas Gerais, apresenta a pergunta que segue:

 

PALAVRA SAGRADA

 

Após o Manual de 2024 como fica a o nome da palavra da Coluna para o GOB, ...oo..., ou ...oa...? Transmissão da palavra por aqui todos ainda falam ...oo...

 

CONSIDERAÇÕES

 

Na Maçonaria Brasileira as duas palavras são regularmente aceitas, tanto “...oo...”, assim como “...oa...”.

A questão desta diferença de grafia fica por conta das versões bíblicas utilizadas pela Maçonaria regular aqui no Brasil.

               Na versão bíblica da Vulgata, traduzida para o latim por São Jerônimo, a palavra aparece com vogais dobradas (“...oo...”), portanto trata-se de uma corruptela da escrita original em hebraico. Já na versão dos Setenta (Septuaginta), traduzida do hebraico para o grego com a finalidade de atender aos judeus helenistas, a grafia não aparece com vogais dobradas ("...oa..."), o que, em última análise, é a forma correta escrita em hebraico.

Comumente na Maçonaria brasileira, que é filha espiritual da França, adota-se a
 

 versão latina da Bíblia (Vulgata), onde a palavra, como corruptela, aparece com as vogais dobradas. No entanto, por conta de ritos de vertente anglo-saxônica, que também são praticados no Brasil, utiliza-se também a versão bíblica Septuaginta (Dos Setenta), onde a palavra aparece escrita de modo correto, sem vogais dobradas.

Graças a isso, na Maçonaria brasileira existem duas correntes, a dos que defendem a palavra escrita com vogais dobradas (...oo...), e outra dos que defendem sem vogais dobras (...oa...). Assim, no Brasil é possível se afirmar que ambas as formas são aceitas – a original e a corruptela.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2025

domingo, 19 de outubro de 2025

FALAR EM PÉ E SILÊNCIO INICIÁTICO

Em 01.05,2025 o Respeitável Irmão Bruno Henrique Pinheiro, Loja Augusto dos Anjos, 1858, REAA, GOB-PB, sem mencionar o Oriente, Estado da Paraíba, apresenta a seguinte questão:

 

FALAR EM PÉ E SILÊNCIO INICIÁTICO

 

Temos algumas dúvidas, por exemplo, o Ir Chanc na Palavra a Bem da Ordem, ao anunciar a quantidades de IIr presentes, ele anuncia sentado, em seguida ele pode levantar para falar como Obreiro? A mesma coisa com o Tesoureiro na Coluna do Norte. Sei que as Luzes não levantam. Outra dúvida, o silêncio iniciático, é durante o Tempo de Estudos? Trabalhamos no REAA.

 

CONSIDERAÇÕES

 

No que diz respeito ao Chanceler, vale lembrar que não há obrigatoriedade para que ele informe à Loja quantos Irmãos estão presentes, até porque ele anteriormente já respondeu ao Venerável Mestre que havia número regular para abertura dos trabalhos.

No entanto, não existe nada que proíba que esta informação seja dada, caso a Loja tenha esse costume. Nesse caso, durante a Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, depois de ter sido autorizado a falar pelo Vigilante, o Chanceler se coloca à Ordem, obviamente em pé, e dirige-se à assembleia.

            É importante frisar que no Ocidente os únicos IIr que podem falar sentados, a não ser quando o ritual estabelecer ao contrário, são os Vigilantes.

Não existe distinção para que o Chanceler e o Tesoureiro falem como obreiros o como oficiais eleitos. Em qualquer situação, tanto o Chanceler como o Tesoureiro, por se encontrarem no Ocidente, falam em pé, portanto à Ordem.

Em relação ao silêncio iniciático, isto não quer dizer que o Aprendiz deva permanecer o tempo inteiro mudo em Loja. Sendo assuntos pertinentes ao seu Grau, qualquer Irmão pode falar em Loja, desde que devidamente autorizado.

O silêncio iniciático, como bem diz o título, é algo introspectivo e aplicado no aperfeiçoamento de cada Ir, o que não quer dizer que literalmente um Aprendiz, ou mesmo um Companheiro, não possam falar em Loja.

Também nada disso está restrito ao período do Tempo de Estudos. Neste caso o silêncio é simbólico.

Sem prejuízo de ferir as regras iniciáticas, cada um pode se manifestar conforme o alcance do seu Grau, mas dentro das regras previstas pela liturgia maçônica.

 

T.F.A.

 

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

http://pedro-juk.blogspot.com.br

jukirm@hotmail.com

 

 

OUT/2025

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

O SINAL E O MALHETE

Em 28.04.2025 o Respeitável Irmão Vanderlei Nolasco, Loja Joaquim Gonçalves Dias, 44, REAA, GOP (COMAB), Oriente de Guaíra, Estado do Paraná, apresenta as seguintes questões:

 

SINAL E O MALHETE

 

Mais uma vez socorro ao Irmão para sanar uma dúvida:

1       - No nosso Ritual do REAA, quando no início da sessão o Venerável Mestre diz a mim meus irmãos pelo sinal, ele deixa o malhete sobre a mesa e faz o sinal do grau ou permanece com o malhete em mãos.

2       No grau de Aprendiz a Estrela Flamejante permanece desligada ou acesa, pois nas instruções do Grau de Aprendiz ela é citada.

 

CONSIDERAÇÕES

 

           Quanto ao Sinal, o mais apropriado é que o Venerável Mestre deixe o seu malhete sobre o Altar e faça o Sinal na forma de costume, ou seja, com a mão, como os demais.

Quanto à Estrela Flamejante, ao que me consta ela não é iluminada em nenhum grau. No REAA este símbolo deve se apresentar pendente do teto sobre o lugar do 2º Vigilante. Essa Estrela deve estar posicionada com um dos seus ápices apontados para cima, tendo no centro a letra G, a qual significa primitivamente a palavra Geometria (a 5ª das Sete Ciências e Artes Liberais). Apenas isso, sem nenhuma iluminação.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK 

 

 

CHAPÉU NA MAÇONARIA I - REAA

Em 27/04/2025 o Poderoso Irmão José Fernando Clemente de Fraga, Secretário Estadual de Orientação Ritualística do GOB-RS, sem mencionar o nome do Oriente, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta uma dúvida relativa ao REAA.

 

CHAPÉU

 

Conforme troca de mensagens, hoje pela manhã, relativamente as dúvidas de uma Loja do REAA, repasso o questionamento:

 

A) - O uso do chapéu desabado pelo Venerável Mestre;

B) - Simbologia dessa alteração;

 

CONSIDERAÇÕES

 

Inicialmente, vale ressaltar que o uso do chapéu no REAA não se trata de uma alteração e nem de uma inovação, porém é o resgate de uma prática que é original do Rito desde a sua criação na França, em especial pela influência hebraica no REAA, o que pode ser constatado na sua história.

Também no Brasil, buscou-se resgatar este costume que fez parte de muitos rituais do passado, mas que lamentavelmente acabou caindo no esquecimento pelo pouco causo e pelo total desconhecimento do seu verdadeiro significado iniciático. O ritual de 2009, já revogado, iniciou este resgate ao atribuir o seu uso opcional nas sessões magnas de Exaltação.

             No caso do REAA, rito nascido na França, historicamente a cobertura da cabeça foi adotada pela Maçonaria francesa como elemento representativo da igualdade entre os pares. Nesse sentido, o Rei quando estava diante dos seus súditos usava cobertura sobre a cabeça e  quando diante dos seus pares (todos iguais), todos usavam cobertura.

Fazendo uma analogia com a Maçonaria, o Venerável Mestre, diante dos seus operários, em Loja de Aprendiz e Companheiro, apenas ele deve se cobrir com o chapéu desabado, enquanto que no 3º Grau, em Loja de Mestre, onde todos já alcançaram a plenitude maçônica, em uma demonstração de igualdade todos devem usar o chapéu negro e de abas moles.

No contexto do misticismo religioso e a Maçonaria, no REAA, por influência do judaísmo, o chapéu significa a submissão do homem perante ao Criador. Em um contexto simples, significa que acima da cabeça do homem, está a Onisciência, Onipresença e Onividência Divina. Em tese, o chapéu representa na Maçonaria a relação entre o Criador e a Criatura – a pequenez humana diante D’Aquele que Geometrizou.

Sob aspecto prático, o chapéu negro de abas moles revela a discrição (ser discreto). Este conceito é oriundo dos tempos em que muitos maçons lutavam por conquistas sociais e com isso eram inevitavelmente perseguidos. Para ajudar na preservação das suas identidades, eles usavam o artifício de esconder a face com as abas moles do chapéu quando se deslocavam para as reuniões nas sombras da noite.

Graças a isso, o chapéu tem sido um elemento importantíssimo para a liturgia maçônica, em especial no REAA. Infelizmente muitos Irmãos ainda desconhecem por completo a história da cobertura da cabeça na Ordem. Por conta disso é que o Ritual de 2024 não trouxe nenhuma novidade, mas, no entanto, resgatou um importante costume utilizado por determinados ritos maçônicos. No meu Blog, http://pedro-juk.blogspot.com.br, é possível encontrar várias outras respostas por mim dadas sobrea cobertura da cabeça com o chapéu negro de aba mole, na Maçonaria.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2025

MUDANÇA DE ORIENTE - REGULARIZAÇÃO OU FILIAÇÃO

Em 24.04.2025 o Respeitável Irmão Diogo Trarbach, Loja Thémis, 3800, sem mencionar o Rito e a Obediência, Oriente de Santa Cruz do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a dúvida seguinte:

 

MUDANÇA DE ORIENTE

 

Irmão Companheiro pode se transferir para outra Loja (caráter excepcional)

Trabalho em uma Multinacional aqui na cidade e recentemente recebemos um novo Gerente Financeiro vindo de São Paulo. Acabei descobrindo que ele é Maçom, mas está no Grau 2. Teoricamente ele não pode pedir transferência da Loja dele em São Paulo para a nossa Loja correto?

Existe alguma Jurisprudência nos casos de irmãos que ainda estão no Grau 1 ou 2 que, por motivos profissionais, acabam mudando de Estado?

Gostaria muito de ajudar ele, pois percebi que é um Legítimo Irmão e com certeza iria agregar as colunas da minha Loja.

 

CONSIDERAÇÕES

 

Se a sua Loja pertence ao GOB, creio que a Secretaria Estadual da Guarda dos Selos poderá lhe dar melhores informações a esse respeito.

Eu entendo que o Irmão, mesmo Companheiro, ou Aprendiz, por ser regular, em caso de transferência de Oriente (cidade), o mesmo pode pedir seu Quitte-Placet, o qual terá validade de 180 dias.

Neste período, o portador pode pedir, em Loja da mesma Obediência, sua "Filiação". Caso o tempo de validade tenha expirado o prazo regulamentar de 180 dias, o portador pode pedir sua "Regularização", em Loja da mesma Obediência.

Esta é apenas a minha opinião, portanto não a tome como laudatória, pois a minha Secretaria é de Orientação Ritualística e o assunto abordado é da alçada da Secretaria da Guarda dos Selos.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK – SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

OUT/2025

 

 

ASSINATURA DO VENERÁVEL - LIVRO DE FREQUÊNCIA

Em 23.04.2025 o Poderoso Irmão Ocrair da Costa Ribeiro, Secretário Estadual de Orientação Ritualística, Loja Mensageiros da Paz, 1435, REAA, GOB-GO, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, apresenta a questão seguinte:

 

LIVRO DE FREQUÊNCIA

 

Por favor esclareça uma dúvida em relação onde e correto assinar o Livro de frequência.

 

CONSIDERAÇÕES

 

A exceção do Venerável Mestre, o recomendável é que todos assinem o livro de presenças antes do ingresso no Templo, mais precisamente na Sala dos PP PP, nunca no Átrio.

             Quanto a assinatura do Venerável Mestre, recomenda-se que ele assine o livro logo após ter circulado o Tronco de Beneficência, a despeito de que depois da coleta do óbolo, ninguém mais poderá ingressar nos trabalhos, destacando, nesse sentido, que o Venerável Mestre é o último a assinar o Livro de Presenças (Art. 116, XVI do RGF).

Muitas Lojas, no entanto, preferem tomar a assinatura do Venerável Mestre na Sala dos PP. PP, ou na Secretaria, logo após o encerramento dos trabalhos. A Loja que optar por colher a assinatura do Venerável, antes do encerramento dos trabalhos, o M de CCer, em momento que não atrapalhe o desenvolvimento ritualístico, conduz o Livro até ele.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

http://pedro-juk.blogspot.com.br

jukirm@hormail.com

 

 

OUT/2025